terça-feira, 5 de junho de 2012

Depois da Chuva - 65

Você indo embora. Eu me perdendo então desamparado entre cinzeiros cheios e garrafas vazias.

  (...) Enquanto isso, Demi ainda aguardava a papelada na frente do prédio, o qual já estava demorando até demais. Matthew começava a buzinar o carro, com impaciência;

 - Vamos, madame! Eu disse pra fazer com calma, mas não pra demorar tanto.
 - Já vou, já vou! Espera aí, ok? - gritou Demi de volta, olhando para o prédio. - Porque aquele velho não vem?
 Ela se apressou em apertar novamente o interfone.
 - Já vou. Quem é? - disse mais uma vez o homem.
 - É a Demi - respondeu ela, impaciente. - Desculpa, foi procurar o envelope ou foi fazer um?
 - O que quer que eu faça? - perguntou o homem. Demi bufava cada vez mais.
 - Idiota.. - sussurrou Demi.
 - Escapuliu. Já vou - respondeu.
 - Como assim escapuliu? - perguntou a si mesma, bufando. - Bom, ou o Ryan deu um envelope ensaboado ou esse idiota tem mãos trêmulas, só pode, ou então eu não sei.
 Ela brincava com suas pulseiras quando a porta do prédio se abriu, e Demi se virou, vendo o homem se aproximar dela com um garotinho.
 - Até que enfim - ela suspirou, indo até eles. - Me dá isso aí, garoto - ela tentou pegar o envelope da mão do garotinho, mas ele o afasta.
 Demi bufou, encarando aquela situação como a que tinha que ficar calma. Ela podia estrangular o garoto a qualquer momento.
 - Pode pedir pro seu netinho me dar o envelope? Eu não tenho tempo pra brincar - disse ela, sorrindo forçadamente.
 - O menino não é meu neto, ok? - disse o homem.
 - Me dá isso aqui, garoto - ela mais uma vez tentou pegar o garotinho teimou em não dar. Ela se virou para o homem. - Não tá vendo que o monstrinho não quer me dar o envelope? Fala alguma coisa!
 - Não é meu neto, pode levá-lo agora mesmo - ele soltou a mão do garotinho, o qual correu para a cintura de Demi.
 Como é? Os olhos de Demi se esbugalharam, estava pasma.
 - O que?! - ela mal conseguia falar, estava assustada.
 - O que você não entendeu? O envelope veio com o garoto - respondeu o homem.
 Demi riu. Na verdade, queria mais chorar.
 - É brincadeira, não é?
 - Não. o senhor Ryan me mandou entregar as duas coisas: o menino e o envelope - disse ele.
 Demi continuava incrédula. Ela bançou a cabeça.
 - Não, não - ela balançou a cabela, tirando o garotinho de sua cintura. - Eu não posso chegar em casa com um pestinha, minha mãe me mata.
 - Isso é problema seu - disse o homem, empurrando o garotinho levemente para Demi.
 - Por favor, senhor, não tá entendendo que eu não posso levar o menino? Eu não posso levar ele - Demi mais uma vez empurrou o garotinho para o homem.
 O homem bufou, já começando a se estressar. Ele mais uma vez empurrou o garotinho de volta para Demi.
 - E eu não posso ficar com ele - disse o homem com firmeza e caminhou para dentro do prédio, o mais rápido possível.
 - Senhor, por favor - gritou Demi, tirando o garotinho de sua cintura e correndo até a porta. - Não vai! Eu não posso ficar com ele! Espera aí! - ela dava socos na porta.
 Ela bufou, depois de vários minutos de tentativa, e finalmente desistiu de bater na porta. Se encostou na parede, fechando os olhos. Como ela havia caído nisso? Havia ido buscar seu plano de vingança contra Joe e ganhado um garoto de brinde?
 Ela encarava o garoto, que acabar de dar uma piscadela pra ela. Demi revirou os olhos, querendo gritar. Como chegara a esse ponto? O que ela havia feito?

 - Vem cá, quem é você? - perguntou Demi ao garoto, depois de longos minutos de silêncio. Ainda estavam na porta do prédio, agora sentados. - Onde você mora, garoto?
 O garoto apenas a observou, não dizendo nada.
 - Qual é o problema? Você é mudo? - o garoto não disse complemente nada, apenas encarava Demi.
 Ela bufou, revirando os olhos. Avaliou o garoto por 10 minutos, vendo seu estado: roupas sujas, expressão cansada, cabelos desgrenhados e parecia mais um... Menino de rua.
 O garoto estendeu o envelope branco a Demi, que não pensou muito antes de pegar.
 - "O menino faz parte da investigação. Você entenderá quando ler as informações. Ele se chama Samuel Garcia, está sozinho, e não tem ninguém. Cuide dele alguns dias, quando eu voltar, te ligo. Vou buscá-lo. Boa sorte. Ryan Allen" - ela termina de ler a carta e suspira, olhando para Samuel. - Vem cá menino, Samuel, ele te disse mais alguma coisa?
 E, mais uma vez, o garoto não disse nada.
 - Ah, esse cara deve tá maluco! - ela bufou, colocando as mãos na cabeça. - Como quer que eu adote um menino assim de repente? - ela suspirou e se virou para o garoto. - Tudo bem, não liga pra mim não, ok? - ela mexeu nos cabelos lisos do garoto. - Já sei o que eu vou fazer. Você fica aqui e assim que eu puder eu volto pra buscar você, falô?
 O garotinho segurava o envelope nas mãos, encarando Demi. Seus olhos eram um verde intenso, tão penetrante quanto... Algas (?) Demi bufou.
 - Eu venho buscar você, ok? Mas eu tenho que ir pra outro lugar, assim que der eu volto. Mas não pode sair daqui - ela tenta pegar o envelope, mas o garotinho agarrou o papel em suas mãos, puxando com violência. - Ai, tá bom, pode ficar com o envelope. Mas não saia daqui, ouviu? - ela suspirou e se levantou, tirando seu relógio. - Também pode ficar com isso aqui, ok?
 Ela bufou, vendo o garotinho abrir um sorriso depois do recente "presente". Ela caminhou até a limusine. Cada encrenca que ela se metia..

(...) Selena havia chegado em casa, finalmente. Caminhou até seu quarto, como tinha saudade daquela casa. Todos os detalhes dela, e principalmente que seu pai estava com ela naquele fim de semana, antes de voltar á tortura da escola. Botou uma roupa, e caminhou até o escritório de seu pai, mas foi surpreendida.

 - Pai, tudo isso é uma loucura - disse ela, após a conversa de seu pai. - Eu juro que foi aquela ignorante que provocou a briga.
 Ah sim. Se explicava em relação ao arranca-rabo com Demi.
 - Não me interessa quem foi - Jayden parecia estressado. - Eu proíbo que se aproxime dessas pessoas.
 - Mas eu não me aproximo, pai - ela se aproximou do pai. - Ela fica todos os dias me provocando.
 - É só ignorá-la e pronto - bravou Jayden. - É uma ordem. Não quero saber mais nada dessa menina.
 Ele bufou, se virando para suas contabilidades no computador, ignorando Selena e sua cara de mau humor.
 - Pai, o que você tem? - perguntou a garota, colocando uma mecha do cabelo atrás das orelhas e se aproximando. - Porque ficou assim tão exaltado? Nunca tinha visto você assim.
 Jayden revirou os olhos, suspirando.
 - Desculpa, filha. Mas essa mulher me deixa neurótico - ele esquivou seu olhar do de Selena, lembrando de Emma.
 - É, isso eu concordo totalmente com você - ela sorriu. - Mas não se preocupe, porque eu prometo que nunca mais vou me aproximar delas, ok? - ela coloca as mãos nos ombros do pai.
 Jayden sorriu enquanto Selena enchia de beijos seu rosto.
 - São uma gentalha - disse ela, e os dois riram.

(...) A noite, a mansão de Joe estava lotada. Músicas eletrônicas e de todos os tipos ecoavam pela casa, dando um ar muito bom de balançar o corpo de vez. Garotas andavam nuas pela casa, luzes de boate também não estavam em falta, havia sexo e bebidas, era uma festa dos sonhos de qualquer adolescente americano. Joe dançava com várias garotas ao mesmo tempo, bebendo é claro, mas ainda estava sóbrio; Logan estava caindo de bêbado, se mexia bastante e beijava várias garotas; Chloe ainda não havia chegado. Nem sabíamos realmente se iria mesmo..

 - Senhor Joe - disse a empregada, após algumas uma hora e meia de farra. - Tem visita.
 Joe caminhou até a porta, com a roupa de um típico adolescente rico e despojado. Passou pelas pessoas, que batiam em seu ombro e elogiavam sua enorme festa.
 Joe deixou um sorriso esboçar seu rosto quando viu Chloe entrando na sua enorme festa, com o vestido maravilhoso que havia pego esprestado com Selena.
 - Chloe! Como está? - ele sorriu.
 Caminharam um ao encontro do outro dando um abraço.
 - Bem, e você? - disse a garota, sorrindo mais do que nunca.
 - Bem - ele respondeu, e se separaram.
 - Olha, Joe - ela sussurrou. - Eu tenho uma coisa importante pra falar.
 - Depois, depois - ele balançou a cabeça. - Pega um pouco de champanhe - ele se virou para Logan. - Logan! Traz uma taça de champanhe pra Chloe, por favor - ele sorriu, assim como Logan, que agora avaliava Chloe.
 Depois disso, a maioria dos integrantes da festa - que eram do Upper East Side -, encontravam suas atenções a Chloe.
 - A Chloe chegou! - uma garota gritou.
 - Chloe! - gritou Jacob, esboçando um sorriso. - Como você está?
 - Tudo bem - ela respondeu, dando um sorriso amarelo. Seu pai não fazia ideia de que ela estava em uma festa na casa de Joe Walker.
 - Tudo bem? - perguntou Logan, dando uma taça na mão de Chloe e um beijo no rosto.
 - Obrigada, Logan.
 - Estávamos te esperando - Jacob se aproximou da garota, selando um beijo no canto da boca. - O seu pai acreditou quando disse que ia dormir na casa de uma amiga?
 Chloe hesitou.
 - Bom, não... Na verdade, eu tive que fugir de casa. Ele não deixou eu vir.
 - Ah, a gente vai se divertir muito - disse Jacob, sorrindo.
 A campanhia toca.
 - Joe, vai dar a maior confusão - Chloe se aproximou de Joe -, deixa eu te falar. É que o problema...
 - Não se preocupe, pode ser o seu pai - interrompeu Joe, pegando nas mãos na garota. - Mas por via das dúvidas, se esconde ali atrás - ele aponta para o quarto.
 Chloe suspirou, já prevendo o que ia acontecer. Ela sabia quem estava na porta. E iria ser muito, mas muito ruim de Joe fosse até lá.
 - Vem, se esconde comigo - disse Jacob, puxando Chloe até o quarto, enquanto a garota olhava abismada para Joe.
 A empregada abriu a porta, e de lá entrou Emily, a namorada de Joe. Ele quase teve um ataque ao ver o quanto estava... Perfeita. Sua roupa, seu cabelo, seu visual, tudo nela estava lindo, ela estava linda. Mas o coração de Joe pulou, e o arrepio que sentiu não foi por causa do clima frio que estava naquele dia.
 - Eu fiquei sabendo que iria ter uma festinha, mas eu acho que você esqueceu de me convidar, não é? - disse Emily, carrancuda. Estava perfeita, mas seu rosto não enganava que estava repleta de ódio.
 Todos da festa já olhavam. Como assim, Joe não convidara a namorada pra festa? A pergunta foi respondida por Emily, repleta de raiva, dar um tapa no rosto de Joe, o que causou murmúrios extremos naquela festa.
 Emily se virou, saindo daquela mansão enorme logo em seguida. Queria impressionar Joe, entrar e curtir a festa, mostrar que não se importa, mas gostava de Joe. Por incrível que pareça, não deixaria aquilo passar em branco.

(...) Enquanto isso, Selena revirava sua casa. É claro, procurando fotos da mãe. Ela havia pensando muito no que Demi havia dito para Miley, que não era possível que não tenha uma foto de sua mãe, realmente era verdade. Mas ela não iria desistir até encontrar mais alguma coisa.
 Sua casa era repleta de fotos e portas retratos, mas nenhum da sua mãe.

 - Perdeu alguma coisa, Selena? - perguntou William, fazendo Selena sair de seus devaneios. - Posso ajudar?
 Selena suspirou, apertando seus dedos de nervosismo.
 - Am... William... Não acha muito estranho que meu pai não tenha nenhuma foto da minha mãe?
 William hesita.
 - Am... Poxa, isso nunca tenha chamado a sua atenção.
 - Mas agora chamou - ela fecha a porta de seu armário, se aproximando do amigo. - Vem aqui - puxa a mão dele.
 - Olha, eu...
 - Vem, senta comigo..
 - Olha, eu tenho que fazer muitas coisas..
 - Não, William, a única coisa que tem que fazer é me contar.
 - Porque? - ele se indignava.
 - Por favor - ela se senta no sofá, e o puxa. - Você já estava na família quando meu pai conheceu a minha mãe, não é?
 - É sim. Mas quase não tinha contato com ele..
 - Não, não, quero saber tudo, quero coisas concretas, com detalhes, por favor - pediu Selena.
 - Isso você tem que perguntar ao seu pai - ele suspirou. - Não aos empregados da família.
 Selena ergueu as sobracelhas.
 - Olha, comigo não precisa bancar o discreto, ok? - ela inclinou a cabeça, sussurrando: - Por favor. Me diz como ela era. Como... Como se conheceram. Qual foi o primeiro presente que ele deu? O primeiro beijo.. Me conta, vai?
 Como ela sentia falta da mãe.. Para Selena, não ter uma mãe era difícil. Era mais difícil do que William pensava, era uma necessidade, Selena precisava, ela dependia de uma mãe. Ele suspirou, de repente lhe passando pelo pensamento de que a garota uma hora tinha que saber.
 - Ela.. Era muito linda - ele respondeu. - Tanto quanto você.
 Selena sorriu, mais do que nunca.
 - É verdade?
 - Sim.
 - E como foi.. Porque eu soube que foi a maior confusão, uma vez meu tio me contou que ela não foi aceita pela família, mas porque isso? - perguntou ela.
 - Bem, isso.. - ele é interrompido pelo telefone tocando. - Desculpa - ele pegou o telefone. - Residência dos Gomez.. Como? .. Perdão, eu não entendi.. Ah sim, perdão.. - ele estende o telefone para Selena. - É pra você.
 - Droga - ela bufou, pegando o telefone. - Alô? .. O que? .. Emily, eu não to entendendo nada, pára de chorar, o que foi? .. Não, quer saber, é melhor você vir pra cá, você está me assustando, me conta aqui.. Tchau - ela desliga o telefone e quando se vira não vê mais William a seu lado.
 E mais uma vez, Selena não consegue informações que tanto deseja de sua falecida mãe.

Continua.

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terça-feira, 5 de junho de 2012

Depois da Chuva - 65

Você indo embora. Eu me perdendo então desamparado entre cinzeiros cheios e garrafas vazias.

  (...) Enquanto isso, Demi ainda aguardava a papelada na frente do prédio, o qual já estava demorando até demais. Matthew começava a buzinar o carro, com impaciência;

 - Vamos, madame! Eu disse pra fazer com calma, mas não pra demorar tanto.
 - Já vou, já vou! Espera aí, ok? - gritou Demi de volta, olhando para o prédio. - Porque aquele velho não vem?
 Ela se apressou em apertar novamente o interfone.
 - Já vou. Quem é? - disse mais uma vez o homem.
 - É a Demi - respondeu ela, impaciente. - Desculpa, foi procurar o envelope ou foi fazer um?
 - O que quer que eu faça? - perguntou o homem. Demi bufava cada vez mais.
 - Idiota.. - sussurrou Demi.
 - Escapuliu. Já vou - respondeu.
 - Como assim escapuliu? - perguntou a si mesma, bufando. - Bom, ou o Ryan deu um envelope ensaboado ou esse idiota tem mãos trêmulas, só pode, ou então eu não sei.
 Ela brincava com suas pulseiras quando a porta do prédio se abriu, e Demi se virou, vendo o homem se aproximar dela com um garotinho.
 - Até que enfim - ela suspirou, indo até eles. - Me dá isso aí, garoto - ela tentou pegar o envelope da mão do garotinho, mas ele o afasta.
 Demi bufou, encarando aquela situação como a que tinha que ficar calma. Ela podia estrangular o garoto a qualquer momento.
 - Pode pedir pro seu netinho me dar o envelope? Eu não tenho tempo pra brincar - disse ela, sorrindo forçadamente.
 - O menino não é meu neto, ok? - disse o homem.
 - Me dá isso aqui, garoto - ela mais uma vez tentou pegar o garotinho teimou em não dar. Ela se virou para o homem. - Não tá vendo que o monstrinho não quer me dar o envelope? Fala alguma coisa!
 - Não é meu neto, pode levá-lo agora mesmo - ele soltou a mão do garotinho, o qual correu para a cintura de Demi.
 Como é? Os olhos de Demi se esbugalharam, estava pasma.
 - O que?! - ela mal conseguia falar, estava assustada.
 - O que você não entendeu? O envelope veio com o garoto - respondeu o homem.
 Demi riu. Na verdade, queria mais chorar.
 - É brincadeira, não é?
 - Não. o senhor Ryan me mandou entregar as duas coisas: o menino e o envelope - disse ele.
 Demi continuava incrédula. Ela bançou a cabeça.
 - Não, não - ela balançou a cabela, tirando o garotinho de sua cintura. - Eu não posso chegar em casa com um pestinha, minha mãe me mata.
 - Isso é problema seu - disse o homem, empurrando o garotinho levemente para Demi.
 - Por favor, senhor, não tá entendendo que eu não posso levar o menino? Eu não posso levar ele - Demi mais uma vez empurrou o garotinho para o homem.
 O homem bufou, já começando a se estressar. Ele mais uma vez empurrou o garotinho de volta para Demi.
 - E eu não posso ficar com ele - disse o homem com firmeza e caminhou para dentro do prédio, o mais rápido possível.
 - Senhor, por favor - gritou Demi, tirando o garotinho de sua cintura e correndo até a porta. - Não vai! Eu não posso ficar com ele! Espera aí! - ela dava socos na porta.
 Ela bufou, depois de vários minutos de tentativa, e finalmente desistiu de bater na porta. Se encostou na parede, fechando os olhos. Como ela havia caído nisso? Havia ido buscar seu plano de vingança contra Joe e ganhado um garoto de brinde?
 Ela encarava o garoto, que acabar de dar uma piscadela pra ela. Demi revirou os olhos, querendo gritar. Como chegara a esse ponto? O que ela havia feito?

 - Vem cá, quem é você? - perguntou Demi ao garoto, depois de longos minutos de silêncio. Ainda estavam na porta do prédio, agora sentados. - Onde você mora, garoto?
 O garoto apenas a observou, não dizendo nada.
 - Qual é o problema? Você é mudo? - o garoto não disse complemente nada, apenas encarava Demi.
 Ela bufou, revirando os olhos. Avaliou o garoto por 10 minutos, vendo seu estado: roupas sujas, expressão cansada, cabelos desgrenhados e parecia mais um... Menino de rua.
 O garoto estendeu o envelope branco a Demi, que não pensou muito antes de pegar.
 - "O menino faz parte da investigação. Você entenderá quando ler as informações. Ele se chama Samuel Garcia, está sozinho, e não tem ninguém. Cuide dele alguns dias, quando eu voltar, te ligo. Vou buscá-lo. Boa sorte. Ryan Allen" - ela termina de ler a carta e suspira, olhando para Samuel. - Vem cá menino, Samuel, ele te disse mais alguma coisa?
 E, mais uma vez, o garoto não disse nada.
 - Ah, esse cara deve tá maluco! - ela bufou, colocando as mãos na cabeça. - Como quer que eu adote um menino assim de repente? - ela suspirou e se virou para o garoto. - Tudo bem, não liga pra mim não, ok? - ela mexeu nos cabelos lisos do garoto. - Já sei o que eu vou fazer. Você fica aqui e assim que eu puder eu volto pra buscar você, falô?
 O garotinho segurava o envelope nas mãos, encarando Demi. Seus olhos eram um verde intenso, tão penetrante quanto... Algas (?) Demi bufou.
 - Eu venho buscar você, ok? Mas eu tenho que ir pra outro lugar, assim que der eu volto. Mas não pode sair daqui - ela tenta pegar o envelope, mas o garotinho agarrou o papel em suas mãos, puxando com violência. - Ai, tá bom, pode ficar com o envelope. Mas não saia daqui, ouviu? - ela suspirou e se levantou, tirando seu relógio. - Também pode ficar com isso aqui, ok?
 Ela bufou, vendo o garotinho abrir um sorriso depois do recente "presente". Ela caminhou até a limusine. Cada encrenca que ela se metia..

(...) Selena havia chegado em casa, finalmente. Caminhou até seu quarto, como tinha saudade daquela casa. Todos os detalhes dela, e principalmente que seu pai estava com ela naquele fim de semana, antes de voltar á tortura da escola. Botou uma roupa, e caminhou até o escritório de seu pai, mas foi surpreendida.

 - Pai, tudo isso é uma loucura - disse ela, após a conversa de seu pai. - Eu juro que foi aquela ignorante que provocou a briga.
 Ah sim. Se explicava em relação ao arranca-rabo com Demi.
 - Não me interessa quem foi - Jayden parecia estressado. - Eu proíbo que se aproxime dessas pessoas.
 - Mas eu não me aproximo, pai - ela se aproximou do pai. - Ela fica todos os dias me provocando.
 - É só ignorá-la e pronto - bravou Jayden. - É uma ordem. Não quero saber mais nada dessa menina.
 Ele bufou, se virando para suas contabilidades no computador, ignorando Selena e sua cara de mau humor.
 - Pai, o que você tem? - perguntou a garota, colocando uma mecha do cabelo atrás das orelhas e se aproximando. - Porque ficou assim tão exaltado? Nunca tinha visto você assim.
 Jayden revirou os olhos, suspirando.
 - Desculpa, filha. Mas essa mulher me deixa neurótico - ele esquivou seu olhar do de Selena, lembrando de Emma.
 - É, isso eu concordo totalmente com você - ela sorriu. - Mas não se preocupe, porque eu prometo que nunca mais vou me aproximar delas, ok? - ela coloca as mãos nos ombros do pai.
 Jayden sorriu enquanto Selena enchia de beijos seu rosto.
 - São uma gentalha - disse ela, e os dois riram.

(...) A noite, a mansão de Joe estava lotada. Músicas eletrônicas e de todos os tipos ecoavam pela casa, dando um ar muito bom de balançar o corpo de vez. Garotas andavam nuas pela casa, luzes de boate também não estavam em falta, havia sexo e bebidas, era uma festa dos sonhos de qualquer adolescente americano. Joe dançava com várias garotas ao mesmo tempo, bebendo é claro, mas ainda estava sóbrio; Logan estava caindo de bêbado, se mexia bastante e beijava várias garotas; Chloe ainda não havia chegado. Nem sabíamos realmente se iria mesmo..

 - Senhor Joe - disse a empregada, após algumas uma hora e meia de farra. - Tem visita.
 Joe caminhou até a porta, com a roupa de um típico adolescente rico e despojado. Passou pelas pessoas, que batiam em seu ombro e elogiavam sua enorme festa.
 Joe deixou um sorriso esboçar seu rosto quando viu Chloe entrando na sua enorme festa, com o vestido maravilhoso que havia pego esprestado com Selena.
 - Chloe! Como está? - ele sorriu.
 Caminharam um ao encontro do outro dando um abraço.
 - Bem, e você? - disse a garota, sorrindo mais do que nunca.
 - Bem - ele respondeu, e se separaram.
 - Olha, Joe - ela sussurrou. - Eu tenho uma coisa importante pra falar.
 - Depois, depois - ele balançou a cabeça. - Pega um pouco de champanhe - ele se virou para Logan. - Logan! Traz uma taça de champanhe pra Chloe, por favor - ele sorriu, assim como Logan, que agora avaliava Chloe.
 Depois disso, a maioria dos integrantes da festa - que eram do Upper East Side -, encontravam suas atenções a Chloe.
 - A Chloe chegou! - uma garota gritou.
 - Chloe! - gritou Jacob, esboçando um sorriso. - Como você está?
 - Tudo bem - ela respondeu, dando um sorriso amarelo. Seu pai não fazia ideia de que ela estava em uma festa na casa de Joe Walker.
 - Tudo bem? - perguntou Logan, dando uma taça na mão de Chloe e um beijo no rosto.
 - Obrigada, Logan.
 - Estávamos te esperando - Jacob se aproximou da garota, selando um beijo no canto da boca. - O seu pai acreditou quando disse que ia dormir na casa de uma amiga?
 Chloe hesitou.
 - Bom, não... Na verdade, eu tive que fugir de casa. Ele não deixou eu vir.
 - Ah, a gente vai se divertir muito - disse Jacob, sorrindo.
 A campanhia toca.
 - Joe, vai dar a maior confusão - Chloe se aproximou de Joe -, deixa eu te falar. É que o problema...
 - Não se preocupe, pode ser o seu pai - interrompeu Joe, pegando nas mãos na garota. - Mas por via das dúvidas, se esconde ali atrás - ele aponta para o quarto.
 Chloe suspirou, já prevendo o que ia acontecer. Ela sabia quem estava na porta. E iria ser muito, mas muito ruim de Joe fosse até lá.
 - Vem, se esconde comigo - disse Jacob, puxando Chloe até o quarto, enquanto a garota olhava abismada para Joe.
 A empregada abriu a porta, e de lá entrou Emily, a namorada de Joe. Ele quase teve um ataque ao ver o quanto estava... Perfeita. Sua roupa, seu cabelo, seu visual, tudo nela estava lindo, ela estava linda. Mas o coração de Joe pulou, e o arrepio que sentiu não foi por causa do clima frio que estava naquele dia.
 - Eu fiquei sabendo que iria ter uma festinha, mas eu acho que você esqueceu de me convidar, não é? - disse Emily, carrancuda. Estava perfeita, mas seu rosto não enganava que estava repleta de ódio.
 Todos da festa já olhavam. Como assim, Joe não convidara a namorada pra festa? A pergunta foi respondida por Emily, repleta de raiva, dar um tapa no rosto de Joe, o que causou murmúrios extremos naquela festa.
 Emily se virou, saindo daquela mansão enorme logo em seguida. Queria impressionar Joe, entrar e curtir a festa, mostrar que não se importa, mas gostava de Joe. Por incrível que pareça, não deixaria aquilo passar em branco.

(...) Enquanto isso, Selena revirava sua casa. É claro, procurando fotos da mãe. Ela havia pensando muito no que Demi havia dito para Miley, que não era possível que não tenha uma foto de sua mãe, realmente era verdade. Mas ela não iria desistir até encontrar mais alguma coisa.
 Sua casa era repleta de fotos e portas retratos, mas nenhum da sua mãe.

 - Perdeu alguma coisa, Selena? - perguntou William, fazendo Selena sair de seus devaneios. - Posso ajudar?
 Selena suspirou, apertando seus dedos de nervosismo.
 - Am... William... Não acha muito estranho que meu pai não tenha nenhuma foto da minha mãe?
 William hesita.
 - Am... Poxa, isso nunca tenha chamado a sua atenção.
 - Mas agora chamou - ela fecha a porta de seu armário, se aproximando do amigo. - Vem aqui - puxa a mão dele.
 - Olha, eu...
 - Vem, senta comigo..
 - Olha, eu tenho que fazer muitas coisas..
 - Não, William, a única coisa que tem que fazer é me contar.
 - Porque? - ele se indignava.
 - Por favor - ela se senta no sofá, e o puxa. - Você já estava na família quando meu pai conheceu a minha mãe, não é?
 - É sim. Mas quase não tinha contato com ele..
 - Não, não, quero saber tudo, quero coisas concretas, com detalhes, por favor - pediu Selena.
 - Isso você tem que perguntar ao seu pai - ele suspirou. - Não aos empregados da família.
 Selena ergueu as sobracelhas.
 - Olha, comigo não precisa bancar o discreto, ok? - ela inclinou a cabeça, sussurrando: - Por favor. Me diz como ela era. Como... Como se conheceram. Qual foi o primeiro presente que ele deu? O primeiro beijo.. Me conta, vai?
 Como ela sentia falta da mãe.. Para Selena, não ter uma mãe era difícil. Era mais difícil do que William pensava, era uma necessidade, Selena precisava, ela dependia de uma mãe. Ele suspirou, de repente lhe passando pelo pensamento de que a garota uma hora tinha que saber.
 - Ela.. Era muito linda - ele respondeu. - Tanto quanto você.
 Selena sorriu, mais do que nunca.
 - É verdade?
 - Sim.
 - E como foi.. Porque eu soube que foi a maior confusão, uma vez meu tio me contou que ela não foi aceita pela família, mas porque isso? - perguntou ela.
 - Bem, isso.. - ele é interrompido pelo telefone tocando. - Desculpa - ele pegou o telefone. - Residência dos Gomez.. Como? .. Perdão, eu não entendi.. Ah sim, perdão.. - ele estende o telefone para Selena. - É pra você.
 - Droga - ela bufou, pegando o telefone. - Alô? .. O que? .. Emily, eu não to entendendo nada, pára de chorar, o que foi? .. Não, quer saber, é melhor você vir pra cá, você está me assustando, me conta aqui.. Tchau - ela desliga o telefone e quando se vira não vê mais William a seu lado.
 E mais uma vez, Selena não consegue informações que tanto deseja de sua falecida mãe.

Continua.

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