sábado, 26 de janeiro de 2013

Um Dia de Cada Vez - 05

"Porque a vida segue. Mas o que foi bonito fica com toda a força. Mesmo que a gente tente apagar com outras coisas bonitas ou leves, certos momentos nem o tempo apaga. E a gente lembra. E já não dói mais. Mas dá saudade. Uma saudade que faz os olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia, quando a cabeça insiste em trazer a tona, o que o coração vive tentando deixar pra trás. Então eu pego o passado, e transformo em poesia ou coisa assim." — Caio Fernando Abreu.

Dormitório de Nick, Highland Private

 Nick rapidamente saiu da cafeteria, voltando ao colégio, fazendo as malas ás pressas para ir logo á casa de Jayden. Não via a hora de chegar, pois uma perspectiva muito grande crescia dentro de si a cada dia. Cada vez mais estava mais perto dos segredos de Jayden, da intimidade dele. Isso o deixava feliz, realmente. Não estava se tornando amigo, não queria isso. Chegando ao quarto encontrou com Aiden e Josh, os dois também fazendo as malas.
— Aí, Josh, valeu mesmo por mandar o diretor pra longe da boate. — Falei enquanto arrumava minha mochila e ele abriu um sorriso. — Você foi legal.
— Mas não adiantou, não é? De qualquer maneira pegaram vocês. — Ele suspirou.
— Pois é, o diretor já está abusando. — Bufei, largando a mochila em cima da cama. — Não vamos ter tempo livre na semana, mas pelo menos não mandaram chamar os nossos pais, o que foi um alívio.
— Então correu tudo bem?
— Melhor do que esperávamos. — Ele suspirou. Nick juntou as sobrancelhas, parecendo avaliar Josh. — Escuta, porque você não fez as suas malas? — Apontou para o armário do garoto.
— Am... Eu não vou sair nesse fim de semana. Eu vou ficar... Lendo. — Ele deu um sorrisinho de canto. Nick o olhou confuso, mas logo balançou a cabeça. O estranho Josh Harris, ele já devia se acostumar.
— Eu não vejo a hora de ir embora. — Falou Nick, colocando sua mochila nas costas, dando um leve sorriso. — E você, Aiden?
— Eu vou pra minha casa. — Aiden deu de ombros enquanto organizava algumas coisas em sua mochila pequena. — Eu te convidaria, mas é que eu tinha que ter avisado. E acabei esquecendo. — Deu de ombros.
— Não, cara, não se preocupe. Eu já tenho algumas coisas pra fazer. Vamos logo? — Gesticulou pra porta.
— Deixa eu só guardar uma coisa... — Ele suspirou. — Pronto, vamos. — Fechou a mochila.
— Até logo, Josh. — Disse Nick enquanto ele e Aiden deixavam o quarto. Aiden deu um aceno para Josh e um sorrisinho antes de sair.
 Aiden saiu primeiro do que Nick, enquanto o mesmo virou-se de costas para olhar Josh. Nick nunca entendeu Josh. Não só Nick, mas todos ali. Tudo bem que Josh era meio excluído do grupo dos adolescentes, o breguinha, o fraquinho, o frutinha, mas Nick o via de modo diferente. Eram do mesmo quarto, estavam perto, mas a mente de Josh estava sempre distante. O garoto estava sentado imóvel ao pé da cama, olhando para o nada por entre seus óculos de grau. Suas calças boca-de-sino voavam enquanto ele balançava as pernas na forma de ter o que fazer.
— Ei. — Chamou Nick, fazendo Josh se virar meio sobrassaltado. — Pelo menos leva a gente até a porta.
— Ah, ok! — Respondeu Josh rapidamente, se levantando. — Vamos!
 Os garotos saíram. Não demorou 2 segundos até que o indivíduo vestido de roupa militar e com uma máscara que só via parte de seus olhos saísse de trás de algum armário. O integrante da Seita andou cautelosamente pelo quarto, procurando ver se havia mais algum movimento. Vendo que estava seguro, correu rapidamente até o armário de seu maior interesse. Abrindo-o, seus olhos lampejaram. Ele rapidamente pegou as caixas que ali haviam e as tampou no chão, causando um estrago enorme. Pegou objetos, variados, tampando-os no chão e os pisando. Estavam furiosos. Nick deveria ter saído na escola naquela sexta como prometera. Mas não saiu. E a Seita não estava nada satisfeita.

Saguão (área de lazer), Highland

— Isabella, deixa eu passar perfume em você. — Selena torceu o nariz ao olhar pra amiga, ainda com o rosto abatido pelo mau-estar. — Porque estou sentindo daqui o cheiro da coisa que você comeu ontem, amiga. — Ela deu um risinho curto.
 Isabella a olhou sem graça. Nenhum sorriso podia se formar em seu rosto naquele momento. As duas andavam pelo saguão, agora vazio, logo após a confusão com as cartas. Ninguém parecia se lembrar mais daquilo, pelo menos era o que demonstravam.
— Tem que ficar cheirosa. — Selena ainda brincava, agora que Isabella passava um de seus braços em seus ombros. — O que eu não sei é como a Emily vai fazer pra resolver esse problemão. — Ela suspirou, de repente toda a brincadeira de 1 segundos se esvaindo. Isabella bufou.
— Pra dizer a verdade, eu acho que isso não tem mais nenhum... — A garota parou no meio da frase, de repente colocando a mão na boca, seu rosto ficando verde novamente. Selena pareceu ficar em pânico, com medo de que Isabella soltasse tudo pra fora ali.
— Isabella, cuidado! — Selena quase gritou. — Espera, vem cá.

— Vocês deviam ir pra minha casa comigo. — Demi jogou as malas com brutalidade no chão enquanto terminava de descer as escadas. Seu rosto ainda não havia mudado: estava com raiva. De tudo, pensava ela. — Podemos fazer uma hidro, ou uma massagem. Podemos ver uns filminhos, ficar bem a vontade. O que acham?
— Acho que seria muito bom. — Respondeu Madison. — Mas sinceramente eu prefiro treinar.
— É verdade, muito obrigada. — Falou Miley, mexendo nas unhas, acanhada. — Mas eu sinto muita saudade da minha irmã. Eu prefiro passar uns dias por lá.
— Tudo bem, ok. — Demi deu de ombros, enquanto as três se encaminhavam para uma mesa do saguão. — Fica pra próxima então.
— Isabella! — As três olharam para ver que Selena gritava, a apenas alguns metros delas, parecendo carregar Isabella em seus ombros. — Dá pra parar um pouquinho?
— Meu Deus, ela está com gases?! — Gritou Demi, fazendo com que Selena a fuzilasse com os olhos.
— Senta aí. — Falou Selena, colocando Isabella em uma cadeira de uma mesa a 2 de Demi.
— Qual é o problema da sua amiga? — Perguntou Demi, se aproximando das duas.
— Não mexa com ela, Demi. — Selena rangeu os dentes.
— Bom... — Começou Demi, mas Selena revirou os olhos, parecendo abanar Isabella. — Ei! Selena! — Selena a olhou, com certa repulsa. Demi suspirou, encontrando as palavras. — Eu queria agradecer por você ter se apresentado ao diretor. Meio tarde né, mas se apresentou. — Deu de ombros. Selena pareceu rir sem humor.
— E além de tudo tarde. — Selena riu, ajeitando a ponta dos cabelos. — Olha, eu tenho que dizer que eu não fiz por você. Eu fiz porque era o correto, e foi o que ensinaram na minha casa. É claro que você não teve educação...
— O correto é agradecer a você, ok? E ponto final! — Demi interrompeu, começando a sentir a mesma repulsa que sempre sentira pela patricinha. Aquilo não iria mudar. Demi revirou os olhos e olhou para Madison e Miley. — Então vamos pra minha casa?
 Madison balançou a cabeça e Miley foi dar um abraço em Selena em forma de cumprimento, quando uma irrompeu entre elas, a mulher branca de cabelos castanhos e encaracolados que estavam presos em um rabo-de-cavalo.
— Meninas! — Disse a professora de dança, fazendo as garotas ali a olharem instantaneamente. — Que bom que não foram embora ainda. Acabei de falar com o diretor sobre o grupo de dança e... Ele não quer que tenham dois grupos. — Ela deu de ombros, claramente decepcionada.
 Houve um momento de silêncio. Depois, Selena sorriu.
— Ah, não tem problema! — Disse ela, mostrando seu belo sorriso. — Fica o meu grupo, que tem mais tempo. E assunto encerrado.
 Demi deu um sorriso cínico para Selena, sentindo ainda mais nojo da garota.
— Infelizmente, eu tenho más notícias pra você. — Falou á professora á Selena, que a mesma sumiu com seu sorriso.
— Como assim más notícias? — Selena foi retórica, e estava sem expressão, mas ela já previa que a resposta não iria lhe agradar.
— O diretor considerou que, com tudo o que aconteceu, você demonstrou imaturidade pra dirigir o grupo.
 A gargalhada de Demi ecoou pelo saguão.
— Imaturidade? — Selena arregalou os olhos. — Como assim? Não estou entendendo!
— Isso mesmo. — Ela deu de ombros. — Eu vou dirigir o grupo á mando da direção.
— Não não, Hannah, isso não é nada justo! Eu estou a muito tempo fazendo isso, eu levo jeito. — Selena arfou.
— Eu sinto muito. — Hannah deu de ombros. — Foi isso que o diretor decidiu.
 Selena bateu o pé, bufando. Não conseguia aceitar aquilo de jeito nenhum. Demi olhou para a garota por alguns segundos, depois se virou novamente para Hannah.
— Bom, então, Hannah, qual grupo vai ficar? O dela ou o meu? — Demi perguntou, apontando de Selena para ela.
— Vou fazer uma seleção e dali eu vou tirar um novo grupo. — Respondeu ela.
— E qualquer um pode se inscrever?
— Claro que sim. — Hannah sorriu. — Só que só vão ficar os melhores.
— Ah, então garanto que vou passar. — Falou Demi e lançou um olhar divertido para Madison, a quais começaram a rir.
 Isabella respirou fundo, se virando com dificuldade para Demi, ainda sentada na cadeira.
— Aqui, não canta vitória. — Falou ela, com a voz meio grogue. — A Selena sempre ganhou porque é uma das melhores.
— Queridinha, você não tem que ir pro hospital? — Demi a olhou com repulsa. Não iria discutir com Isabella ali, ainda mais na frente de Hannah.
— Não se preocupe, Isabella. — Selena suspirou, afagando os ombros da amiga. — Vamos ver quem ganha. — Encarou Demi ferozmente.
— Você... — Começou Demi.
— Garotas, garotas! — Falou Hannah, tomando novamente a atenção das garotas. — Não quero brigas. Vão ficar as que fizerem o maior esforço. Ouviram?
 Hannah lançou um último olhar ás garotas e se retirou do saguão, balançando seus cabelos cacheados.
— Me espera aqui, Isabella. — Selena grunhiu, se afastando da garota. — Tenho uma coisa muito importante a fazer. — Ela encarou Demi, antes de também se retirar do saguão.
— Que coisa é essa que ela vai fazer? — Comentou Demi com Madison. A mesma deu de ombros, olhando as costas de Selena enquanto a mesma se afastava.

Meio-fio, frente do Highland

 Nick se despedira dos amigos e já se encaminhava para seu próximo destino: a mansão de Gomez. A ideia o estava estimulando, a cada vez que se aproximava mais do empresário, maior seu ódio aumentava e isso era ótimo para Nick, assim sua vingança seria perfeita. Não podia negar que sempre quando pensava na filha dele isso assumia um novo lugar, ele se esquecia por alguns momentos o que estava fazendo ali, em Nova York, mas ele agora sempre se fechava quando esse sentimento tentava entrar de novo.
 Ele acenou para o segurança na entrada do Highland, dando um sorrisinho. Estava pensando em pegar um metrô mais rápido para chegar á casa de Jayden. Enquanto Nick se afastava da escola, ele não imaginava o que o esperava do lado de fora. Enquanto subia pelo meio-fio, pela calçada, ele acenou para mais um dos seguranças e supervisores da escola, dessa vez um mais idoso. O homem lhe lançou um sorriso animado e Nick continuou seu caminho.
 Nick fora atravessar para o outro lado da rua. Havia acabado de cumprimentar o segurança quando olhou para os lados e não percebeu nenhum carro. Nick atravessou a rua, de repente mexendo em seus bolsos. Talvez procurava por seu celular. Quando de repente, Nick sentiu um peso em cima de seu corpo. Quando se deu conta, Nick estava no chão e ouvia um barulho estridente de pneus.
 Nick olhou para cima e viu sua mochila a alguns metros a seu lado. Seus olhos rolaram para os lados e ele percebeu que estava no meio da rua. Piscou os olhos algumas vezes, tentando entender aquilo. Foi quando percebeu a pequena pontada que sentira. Mexeu alguma parte do corpo e percebeu que seu braço doía. Nick gemeu e se levantou.
 Seu coração bateu forte quando percebeu que o segurança velhinho, o qual tinha cumprimentado a menos de um minuto atrás estava a seu lado, arfando alto e parecia com os olhos esbugalhados. Nick o encarou, mas logo viu que os olhos dele estavam perdidos, olhando para a frente. Nick viu, mas foi de relance. O grande carro que cantara pneus estava dando meia-volta, voltando para sua direção, pretendendo tentar atropelá-lo de novo.
 Dessa vez foi Nick quem reagiu. Como um jato, pegou sua mochila ao lado e agarrou o braço do segurança, forçando-o a correr e os dois, mais rápido do que antes, pularam para o meio-fio do outro lado da rua, caindo de costas e rolando algumas vezes.
 O carro passou, e Nick pôde ouvir falhadamente alguma coisa como "Mata ele!", mas foi completamente de relance. Nick gemeu e rolou para o lado, ouvindo o velho gemer também. Antes de tentar se levantar, Nick notou que mais um segurança se aproximava dos dois, completamente estupefato. Com certeza havia presenciado a cena do quase-atropelamento. Nick se levantou com dificuldade e percebeu que o estado de seu cotovelo não era dos melhores. Mas aquilo era o de menos. Seu sangue ainda fervia com o que havia acabado de acontecer. Quando atravessara a rua, não havia visto carro nenhum, e do nada um carro descontrolado, que ele reconheceu como um Volvo reluzente, estava tentando atropelá-lo. Isso porque o carro havia dado meia-volta para tentar de novo, já que a primeira tentativa havia sido falha.
— Está machucado? — Perguntou o segurança que havia chegado depois. Ele estava arfando.
— Não, tudo bem. — Respondeu Nick, pegando sua mochila.
— Tem certeza?
— Sim, deveria ser algum bêbado passando por aí.
— Se quiser vou com você até a polícia.
— Não! — Nick interrompeu, erguendo as mãos. Polícia áquela altura? Ele estava fugindo disso. — Por favor, eu não quero que digam pra ninguém o que aconteceu.
— É só dizer que estávamos aqui...
— Não, é sério! Obrigado! — Nick arfou.
 Os seguranças desistiram e se despediram de Nick, o que o deixou feliz. Nada havia acontecido, na cabeça dele. Ele não havia se quebrado inteiro, ele ainda estava vivo. Ao ver os seguranças se afastarem de volta á escola, Nick continuou seguindo pelo meio-fio, mas ainda estava meio elétrico com relação á aquilo tudo. Quem iria querer matá-lo? Quer dizer, estava na cara que queriam matá-lo, senão teriam seguido em frente com o carro, e não dado meia-volta. E Nick sabia que quem estava no carro não era bêbado nenhum, mas não conseguia imaginar quem era.
 Sua resposta talvez foi respondida enquanto ele andava pela rua. Nick observou que uma folha de papel dançava pela rua com o vento, e Nick se aproximou. Pegando a folha de papel nas mãos, seu coração gelou e ele ficou pálido. O desenho da grande mão negra que haviam o perseguido estava ali novamente, o assombrando.
 E de repente ele entendeu tudo.
 O carro. O quase-atropelamento.
 A Seita.
 Nick arfou, deixando a folha cair de suas mãos. A Seita não estava de brincadeira. Seu coração bateu mais forte, e percebeu que sua testa estava molhada. Ele quase fora morto á segundos. Estaria Nick brincando com a sorte? Ele deveria mesmo sair do Highland? Áquela altura?

Dormitório de Joe, Highland Private

— Cadê o meu celular? — Murmurou Joe enquanto entrava em seu quarto mais uma vez, batendo nos bolsos com impaciência quando percebeu a ausência do objeto. Mal percebera Jacob ali no quarto também, que estava arrumando a mala.
— Joe. — Falou Jacob, a voz quase falhando, enquanto se aproximava do amigo que revirava sua escrivaninha. — Nós temos que conversar, cara.
— Não estou afim de falar com você! — Grunhiu Joe, nem se virando para olhar Jacob.
— Joe, pelo menos me deixa explicar! — Jacob bufou. — As coisas não são como parecem.
— Cara, dá um tempo! — Joe balançou a cabeça, e começou a seguir novamente para a porta, colocando algo nos bolsos. Havia achado o celular.
— Joe, me deixa explicar. — Jacob rapidamente se colocou na frente da porta, fazendo Joe parar e revirar os olhos.
— Olha só, você tem que me entender! Não teria rolado nada se não tivesse acontecido o...
— Jacob, eu não quero saber! — Joe rangeu os dentes. — Se você não sair, eu vou tirar você. E não me aborrece, que eu estou chateado.
— Joe, você quer bater em mim, então bate, mas... — Jacob não terminou a frase, pois Joe pegou pelos ombros do garoto e quase o tampou na parede, passando pela porta pisando forte.
— Joe! Espera! JOE!

Caminhão abandonado, próximo ao Highland, Nova York

— E aí? O que você tem? — Perguntou Madison á Samuel, que estava sentado em algum canto, com a cara fechada.
— Estou chateado. — Ele grunhiu, revirando os pequenos olhos verdes.
— Comigo? — Ela franziu o cenho. — Porque? Eu não te fiz nada.
— Com você não. — Ele suspirou. — É com a Demi.
— Com a Demi? — Ela se aproximou de Samuel, largando a lata de tinta que antes mexia nela. Madison estava mais animada com a reforma da "casa" de Samuel do que todos. — Depois de tudo o que ela trouxe? Porque?
— Ela foi embora sem se despedir! — Ele baixou os olhos, mas parecia revoltado. — Não me deu um beijo, nem nada. — Ele cruzou os braços, bufando. Madison riu.
— E você vai começar a chorar? — Ela ergueu uma sobrancelha. Samuel baixou ainda mais a cabeça, para tentar esconder as lágrimas que ele sabia que viria. Madison olhou para seu olhos. — Hein?
— Não estou chorando! — Ele bufou, passando as costas das mãos nos olhos rapidamente. Madison suspirou.
— Sabe porque está de mau-humor? De tanto ficar trancado aqui.
— É. — Ele suspirou, assentindo com a cabeça. — Isso também é uma chatice.
— Olha, não esquenta. Ryan já vai chegar. — Ela deu um sorrisinho. — Aí você vai embora com ele e vai ter uma casa de verdade. E não vai ter mais que se esconder. — Ela se mostrava animada. Samuel não mostrava um pingo de emoção, nem ao menos um sorriso mostrou. Mesmo assim, balançou a cabeça, tentando enfiar aquela ideia na cabeça. — Porque essa cara? Não estou explicando pra você? — Samuel respirou fundo. — Vai, dá um sorriso! — Ela o causou uma crise de cócegas. O garoto riu, mas logo afastou as mãos de Madison. — Olha, já te contei que pratico artes marciais? — Ela sorriu.
— Com esses bracinhos e perninhas tão finas? — Ele ergueu as sobrancelhas.
— Haha! — Ela gargalhou.
— Me ensina então! — Ele a desafiou.

To be continued!

Boa noite, meninas *-* como sempre, horário de verão me matando! Mas e então, como vocês estão? Eu tô bem e bem animada com a história. Espero que vocês também estejam. Pretendo postar a cada dia, todo dia mesmo, mas quero pelo menos uns 3 comentários. O mínimo que posso pedir, meninas, please! Quero ver se estão mesmo gostando. Então, visitem esses blogs: Top Model - Sexy - Just In Love.
Mil beijos e tchau ;*

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Um Dia de Cada Vez - 04

"Sempre fui um pouco áspero, fechado, sempre tive dificuldade de receber amor. (…) Na verdade, eu sempre precisei de afeto, só que antes eu não admitia." — Caio Fernando Abreu. 

Saguão, Highland Private
' Por Selena G.

 Após a conversa com o meu pai, que eu prefiro nem comentar aqui o que ele disse, eu fui até o refeitório, aparentemente procurando Isabella e Emily. A aula já havia acabado e até agora eu não estava acreditando no que eu havia acabado de fazer. Era uma coisa horrível, mas de repente eu não concordava com nada do que Joe e os outros garotos julgavam ser correto. Não conseguia aceitar, e quando não aceito uma coisa eu digo mesmo. Tudo bem que eu não suportava Demi e essas coisas, mas todos nós havíamos aceitado a loucura dela. E ainda mais, havíamos a seguido! Sorry, mas não consigo concordar com as pessoas que a estavam acusando. Ela era louca e tudo mais, metade dos alunos do Highland deveriam ter fotos dela na parede do quarto só para tampar pregos, mas mesmo assim, eu não conseguia concordar. Mas não era aquilo que estava queimando minha cabeça no momento, e sim a minha conversa com meu pai. Aquilo não havia me entristecido, mas sim, ele havia me falado poucas e boas e me cortado algumas coisas. Aliás, muitas coisas. Odiei aquilo mas no fundo eu mereci.
 What?! Não mereci não.
 Cheguei á mesa e encontrei exatamente Isabella e Emily. Emily mexia no celular ao mesmo tempo que comia um doce e Isabella  estava com uma compressa enorme de gelo nas mãos, e a colocava em cima da cabeça. Imaginei a dor que ela ainda sentia pela intoxicação.
— O que aconteceu? — perguntou Emily quando sentei bufando na mesa junto com elas.
— O pior! — resmunguei.
— Expulsaram você do colégio? — ela arregalou os olhos.
— Não me expulsaram, mas meu pai cortou os meus cartões de crédito — gemi, aflita. — Me diz, tem alguma coisa pior que isso?
 Emily balançou a cabeça. Isabella parecia não estar prestando atenção em nossa conversa, só sabia ficar se lamentando pela dor que estava sentindo. Ok, vamos deixá-la em paz, isso é o preço que ela paga por ter bebido demais naquele antro de festa. Emily deu mais uma mordida naquele doce e olhou pra mim novamente.
— O que aconteceu com a idiota da Demi? — perguntou ela.
— Sei lá — suspirei. — Quando fui á direção, estavam lá o diretor e a sem classe da mãe dela. Sei lá.
 Emily ergueu as sobrancelhas e voltou a se concentrar em seu doce e vi que ela só havia me perguntado aquilo pra gastar segundos de sua vida, pois ela não se importava um mínimo com Demi. Na verdade, se Demi fosse embora seria um alívio. Pra mim também, é claro. Só me entreguei pra ser um pouco justa. Olhei para Isabella e vi que a mesma estava com uma cara de doente. Que horror.
— Como se sente, Isabella? — perguntei, com a voz abafada. — Está melhor?
— Não — ela suspirou. — Estou super pra baixo, amiga. O álcool está me matando.
 Pisquei os olhos pra ela, meio abismada. Nunca imaginei ver Isabella naquele estado.
— É que você bebeu tanto que parecia que o álcool iria acabar pra sempre — falei, como se fosse óbvio.
— Eu estava me sentindo muito mal — ela abaixou a cabeça. — E vocês duas de segredinhos pra baixo e pra cima, não me contaram nada.
 Eu suspirei, olhando de canto para Emily.
— Não é nada contra você, amiga — falei. — Mas são coisas que no momento temos que guardar segredo, ok?
 Me lembrei de Emily e Jacob naquela noite e me subiu uma raiva. Não raiva deles, mas por Isabella estar pensando que não quero contá-la. Ainda vou colocar Emily e Jacob no eixo, esses dois não podem continuar assim. Isso uma hora vai ter que acabar.
— Está bem — ela assentiu, suspirando. — Mas o que mais me irritou foi ver a filha daquela cantora sem classe, aquela oferecida! Ela estava dançando com o Nick. — Ela rangeu os dentes, estava realmente nervosa.
 Lembrar daquela cena me causou o mesmo efeito, a mesma onda de ódio por Demi. Nem só por Demi, mas porque Nick também dava bola demais áquela menina, o que causava o sofrimento constante de Isabella. Que ódio daquele garoto. Odiava ter que fingir qualquer ódio por ele. Droga.
— Eu fiquei cheia de cíumes. — Ela bufou.
— Ah, esquece isso! — Tentei forçar um riso, pra ver se conseguia abafar o caso. Aquele não era um assunto bom pra aquele momento. De repente nós 3 ouvimos vozes e, olhando para trás, vimos Joe e Jacob se aproximando de nós. Eles nos cumprimentaram e Joe tascou um enorme beijo em Emily enquanto Jacob beijava minha testa e a testa de Isabella em forma de afeto.
— Então, aproveitando essa situação da Demi, nós vamos falar com o diretor. Vamos pedir pra gente sair, que tal? — supôs Joe, enquanto abraçava Emily.
— E o melhor seria se pedíssemos para sair á tarde — falou Jacob.
— E aí, meninas? — Joe ergueu as sobrancelhas.
— Ok então.

Saguão (área de lazer), Highland Private
' Tarde

 Algum tempo depois, Selena e as meninas, acompanhadas por Joe e Jacob, ainda se encontravam sentados na mesa no mesmo lugar, conversando sobre coisas variadas. Joe ainda estava supondo ideias do que iriam fazer naquele dia, já que todos os alunos iriam para suas casas. Isabella, na maioria das vezes, dava sorrisos forçados aos amigos, pois seu mau-estar ainda a estava atormentando. Várias indicações em sua cabeça pairavam, dizendo para contar á Selena que havia bebido na festa por causa de Joe, mas ela sempre varria essa possibilidade. Não que fosse tão grave assim, mas ela preferia. Era melhor. Emily e Joe estavam abraçados, trocando beijos e carícias, enquanto Jacob ria com eles, mas não deixava de ficar vidrado no olhar Emily. Mesmo com Joe por perto, os dois se encaravam muito, e Jacob não deixava de olhar "apaixonado" pra ela. Emily conseguia disfarçar os olhares, mas sempre acabava dando um terço de seu tempo olhando para o garoto. A culpa não a invadia, é claro. E Selena não prestava atenção nos dois, achava que isso era o melhor que ela fazia. As conversas foram recorrendo até Logan entrar na área de lazer e se deparar com a mesa de seus "amiguinhos". Ao ver Logan, Joe o mandou um olhar furtivo, que só podia ser entendido pelos dois. O incidente de algum tempo atrás no banheiro ainda era lembrado e pela cara de Joe, não iria ser esquecido. Logan apenas observou á todos na mesa, e passou reto. A cabeça de Selena se abaixou automaticamente. Não queria falar com Logan por um tempo, talvez fosse melhor.
 O grupo na mesa ria animadamente quando algo pousou no colo de Selena. Todos olharam ao mesmo tempo quando Selena olhava a carta branca que havia acabado de cair em cima de suas pernas. Ela juntou as sobrancelhas, completamente confusa, pegando o pedaço de papel nas mãos. Automaticamente, Joe e Jacob olharam para os lados, se perguntando como aquilo havia parado no colo de Selena do nada, sem mais nem menos. E, como um rompante, as meninas viram Joe e Jacob se levantando rápido da mesa, após os dois terem trocado alguns olhares como se fosse um tipo de conversa interna entre eles. Os dois correram, para a direção mais afundo da área de lazer, empurrando algumas pessoas no caminho. Com certeza estariam procurando algum indício de alguém ter jogado a carta para Selena, mesmo que isso fosse apenas uma maluquice. Os pés dos garotos pareciam voar, o tanto que corriam. Tinham leves impressões do que poderia ser a carta que Selena segurava, mas não quiseram pensar nisso. Aquilo era o inferno do Highland. Voaram pelas escadas dos banheiros e das saunas e nada. Por fim, os garotos voltaram á mesa.
— Escapou! — murmurou Jacob para Joe enquanto caminhavam até a mesa, onde viram Selena e as garotas olhando com curiosidade para a carta, que estava intacta.
— Espera — Selena falou, de repente "acordando". — É outra daquelas cartas anônimas.
— Ah é — Jacob deu de ombros, de repente não tão interessado como antes pela carta.
 Selena se levantou da mesa, abrindo a carta com cuidado.
— O que diz aí? — perguntou Joe, se aproximando de Selena. Ele sim estava com um interesse agudo nos olhos.
 Selena abriu a carta e logo puderam ver seus olhos arregalados. Todos agora haviam se levantado da mesa e estavam atentos, esperando que Selena lesse o pedaço de papel em voz alta. Joe estava quase sendo capaz de arrancar aquilo da mão de Selena, tamanha era sua curiosidade. Selena bufou e pareceu não estar mais "pálida" e incrédula. Em vez disso, balançou a cabeça e decidiu abafar o caso.
— Ah não. Só diz besteira — ela suspirou, olhando da carta para os outros. — Acho que não devíamos ler — Selena embrulhou a carta de volta no envelope.
 Ouviram-se vozes murmurando e discordando. É claro, naquele momento iriam querer matar Selena.
— Claro que não! — gritou Emily, e tentou pegar a carta da mão de Selena, mas a mesma afastou. — Primeiro nós temos que ler! — ela rangeu os dentes.
— Emily tem razão! — falou Joe, apontando para a namorada. Ele não estava entendo lhufas da atitude de Selena, e sempre tivera uma curiosidade extrema pelas cartas anônimas.
— Mas isso não interessa! — retrucou Selena. — Pra quê continuar com essa brincadeira? Para, Joe! — ela gritou ao ver que Joe puxava o papel de suas mãos. — Não leia...
 Tarde demais, em 2 segundos Joe já estava com o pedaço de papel nas mãos, o que fez a garotaolhar com raiva, mas de certa forma preocupada. Naquela carta havia algo que, da opinião de Selena, ninguém iria querer ler mesmo.
— Vamos ler com calma. — Falou Joe para Selena, tentando amenizar a preocupação dela.
— Muito engraçadinha, você já leu, né? — Jacob levantou as sobrancelhas e Selena o olhou de cara feia.
 Joe abriu a carta, e rapidamente ele mordeu os lábios, abrindo um pequeno sorriso.
"Atenção!" — Joe ditou, rolando os olhos para olhar Jacob com um ar divertido. — "Está formado o novo casal do colégio. Mas dessa vez com um ingrediente adicional." — Ele riu para Jacob, que fez o mesmo. Ao voltar á carta, o sorriso de Joe sumiu, dando lugar á testa vincada. — "Ela tem namorado. Adivinha quem tem os chif..."
— Não, Joe! — Jacob interrompeu a leitura e de repente o garoto estava mais branco do que o normal. Emily e Selena também de repente abaixaram as cabeças, e podia se ver uma certa cara de culpa. O coração de Emily pareceu disparar mais rápido do que o habitual... E se a entregassem na carta? Joe estava ali, Joe e Jacob. — Não precisa continuar, Joe! — Pediu ele mais uma vez, agora tentando agarrar a carta das mãos do amigo.
— Espera aí! — Joe afastou as mãos do amigo, dando um leve riso. — Vamos ver quem é o chifrudo!
 Jacob colocou as mãos na cabeça e, sem perceber, alguma parte dos alunos do saguão já prestava uma atenção na rodinha ali que estavam lendo a carta. Aquilo não era nada normal, e dessa vez a carta anônima faria ridicularizar bastante coisa. Jacob não lutou mais contra o amigo para conseguir pegar a carta, mas estava mais nervoso do que nunca. Emily não conseguia falar, parecia que seus músculos estavam travados. Joe voltou a ler a carta, e logo seu sorriso desapareceu completamente. O rosto do garoto entregava o que Jacob, Selena e Emily mais temiam. Parecia que ele havia levado um choque elétrica, tamanha era sua surpresa.
 Mas logo isso foi substituído por uma expressão de raiva, ódio. Joe dobrou a carta em suas mãos, levemente, ainda de cabeça baixa. Estava mais confuso do que nunca.
— Você está saindo com a Emily? — Disse ele calmamente, enquanto olhava nos olhos de Jacob. Seu rosto era a marca de uma traição.

Sala da direção, Highland Private

 Após a conversa de Emma e Demi, a garotinha saiu da sala, ainda bufando e xingando mentalmente o diretor. Será que havia saída para Demi? Ou será que o diretor Ethan estava cometendo um enorme erro expulsando Lovato do Highland? Minutos depois, Ethan e Emma se sentaram em uma poltrona vermelha na sala da direção, que no meio encontrava uma mesinha de madeira clara que ele havia insistido em colocar um café.
— Eu lamento, mas não tem outra saída a não ser a expulsão. — Concluiu ele após algum tempo de conversa. Emma juntou as sobrancelhas, o encarando agora meio estupefata.
— Ah, você está exagerando. Dramatizando! — Disse ela, com voz abafada. — O caso não é pra tanto.
— Não? — Ethan foi irônico, dando um risinho, logo voltando á expressão séria. — Mas foi sim. E tenho que tomar uma medida por isso.
 Emma suspirou, se levantando da poltrona e começando a dar leves passos pela sala.
— Acho que a melhor medida que você deve tomar é deixar as coisas do jeito que estão. — Falou ela, parando atrás da cadeira do diretor. Ethan sentiu um leve calafrio com o toque de Emma.
— Porque está dizendo isso? — Perguntou ele, sem se virar.
— Imagine só — Começou ela, colocando suas mãos nos ombros de Ethan. —, não se trata um assunto de um grupo de adolescentes desse jeito. Ainda mais se eles fizeram pouco caso de você. — Ethan deu de ombros, o que causou certo nervosismo em Emma. — Se expulsarem minha filha, você vai entrar na boca de todo mundo. Até os jornais e a imprensa vão querer saber o porquê dessa expulsão, imagina? — Ela se afastou de trás da cadeira, indo até a janela.
 Um horror se passou pelo rosto do diretor repentinamente, o que o fez levantar da poltrona rapidamente, se aproximando de Emma.
— Você acha? — Perguntou ele, baixando os óculos de grau.
— É claro. — Ela disse como se fosse óbvio, levantando os ombros. — Imagine só, vai ficar queimado por todo mundo.
— Am... E o que você me aconselha? — Ele perguntou, olhando toda a extensão do corpo de Emma no vestido justo de modo estranho. Emma sorriu.
— Isso me lembra os velhos tempos. Você lembra? — Ela passou as mãos pelo rosto de Ethan, de algum modo estava fingindo.
 Ethan deu um sorriso meio sem graça e meio malicioso. Frashbacks de seu passado lindo e remoto com Emma Brown pareceram vir á sua mente como um furacão. Agora ele nem se lembrava de que a mulher linda á sua frente fora seu amor do passado e que viveram tanta coisa juntos. Do nada, já estava soltando pequenos risinhos junto com Emma.
— Bom, você era uma adolescente. — Ele riu, recolocando seus óculos. — Mas sempre acertava nos seus conselhos.
 Emma deu um sorriso doce.
— O que você tem que fazer é deixar que o fogo se consuma... E que as cinzas sejam levadas pelo vento. — Falou ela. — Ou seja, não faça nada! — Ela riu, contagiando o diretor. Mas logo ele tomou sua expressão séria e carrancuda de sempre.
— Pode ser. — Ele suspirou. — Acho que você tem razão. — Ele abriu um minúsculo sorriso de lado, se afastando uns 2 passos de Emma.
— Eu sempre tenho. — Garantiu ela, sorrindo.
— Mas... Não. — Ele ficou sério, encarando Emma. O sorriso dela desapareceu, agora receosa. — As coisas não podem ficar assim. — Ele se aproximou de Emma novamente, falando com autoridade. — Vou fazer alguma coisa com a sua filha.
 Ethan virou as costas, se encaminhando até sua mesa enquanto Emma o olhava meio perplexa. Jurava que o havia tiçado a deixar essa ideia de lado e agora estava mais nervosa do que nunca.
— Já sei! — Falou ele, se virando para Emma, dando um leve sorriso. — Não vou expulsá-la. Mas... Com uma condição. — Ele se aproximou de Emma, o que a fez ficar receosa. Ethan retirou os óculos e a olhou no fundo dos olhos, o que a causou embrulho no estômago.
— Q-qual? — Gaguejou ela.
— Ela tem que fazer uma terapia. — Respondeu ele simplesmente. Os olhos de Emma se arregalaram e ela se segurou para não dar um tapa em Ethan.
— Está me dizendo que quer que a Demi procure um psiquiatra? — Ela estava pasma.
— Ou um psicólogo. — Ele deu de ombros. — Se não se submeter um tratamento, não pode ficar aqui.

Saguão (área de lazer), Highland Private

— Joe, fala sério! — Jacob se manteve firme e rezou para não gaguejar e não parecer nem um pouco nervoso. Os olhos de Joe estavam tomados por ódio, ele podia ver. Aquilo o causava certo medo, já haviam pessoas olhando meio abismadas, como se presenciassem uma explosão. — Não vai acreditar no que dizem essas cartas anônimas, não é? Sabe que é tudo fofoca...
— Jacob! — Interrompeu Joe, enquanto se aproximava cada vez mais do amigo, que retornava alguns passos. — Aqui diz que Selena e Emily falaram isso no banheiro da boate.
— E você acredita nisso?! — Gritou Jacob. O garoto estava apavorado, via-se em seus olhos. Joe bufou e se virou para as garotas, que estavam tão trêmulas quanto Jacob.
— Isso é verdade? — Perguntou Joe, controlando a calma em sua voz.
— Como você pode acreditar nesse tipo de coisa? — Falou Emily, e sua voz estava pior do que a de Jacob. — Dizem umas mentiras que não tem nada a ver! — Selena apenas abaixou a cabeça.
 Logan assistia de longe o "show". Agradeceu mentalmente por Joe não o ter visto, mas ele estava gargalhando dentro de si. Ver aquilo o agradava. Ele o tinha avisado, essa era a melhor parte. Seu sorriso não sumia do rosto.
— Era isso que não queriam me contar, não era? — Manifestou-se Isabella, olhando para Selena e Emily.
— Isabella! — Gritou Selena, rangendo os dentes.
 Foi o bastante para Joe. O garoto balançou a cabeça e caminhou a passos fortes para fora do saguão, não olhando para ninguém. Parecia que um peso havia se estabelecido pelo corpo de Emily. Aquilo era pra ser uma vingança, mas não tinha como sentir alegria naquela hora.
— Joe, espera! — Jacob pegou no braço do garoto.
— Me solta! — Joe berrou, afastando seu braço de Jacob com brutalidade, e continuou a caminhar.
— Joe, espera, cara! Deixa eu te explicar... — Jacob seguiu Joe para fora do saguão, e os cochichos haviam começado.
— Emily, fala sério. — Selena falou baixo, bufando. — Viu o que você provocou?

Cafeteria One-Eyed Pete's, Nova York

 Nick fora se encontrar com Jayden em uma cafeteria da cidade após a confusão na diretoria. Sua consciência estava limpa, ele achara que fizera o mais certo sendo justo e se entregando, mas aquilo não havia resultado em nada no momento. Nick viu que a One-Eyed Pete's estava cheia. Logo encontrou Jayden sentado em uma das poucas mesas lendo um jornal. O lugar deveria ser batante sofisticado e só bem frequentado, pois sua aparência e as pessoas que o frequentavam já dizia isso. Jayden ficou satisfeito ao ver o garoto, e já começavam uma conversa.
— Bom, agora que o diretor o liberou do castigo, vai lá em casa. Tem trabalho pra você. — Falou Jayden após algum tempo.
— Com muito prazer. — Concordou Nick. — Mas acredito que Selena...
— Não se preocupe. — Interrompeu. — A casa é bem grande para que não se encontrem. Além do mais, Selena nunca vai em meu escritório. Acredita que lá não é muito bom pra sua pele. — Ele riu, contagiando Nick. Selena e suas manias de patricinha, os dois conheciam bem.
— Então tá, tudo bem. — Nick sorriu.
— E depois que ela está furiosa porque tirei os cartões de crédito dela, então não vai sair do quarto, eu acredito. — Falou o empresário e Nick ficou sério. Sinceramente, não queria mesmo encontrar Selena na casa. Se a encontrasse, a garota com certeza iria perder o controle ao vê-lo ali. Mas ao falar de Selena uma sensação estranha passava pela pele dele, pelo estômago... Ele afastava essa sensação mais rápido do que imaginava. Era proibido sentir isso pela garota, ele já colocara na cabeça.
— Perfeito. — Falou Nick. — Então estarei lá.
— Muito bem. Te vejo mais tarde. — Ele se levantou, colocando algumas notas em cima da mesa.
— Ok. — Nick deu um sorriso forçado. Após ver Jayden saindo, seu sorriso desapareceu, e seus pensamentos voaram para a vingança.

Salão principal, Highland Private

 Jacob havia desistido de convencer Joe, e sinceramente ele não queria falar com ninguém. Após receber a notícia de que poderia ir pra casa, ele foi rapidamente ao quarto trocar de roupa e logo mais desceu as enormes escadas do Highland até o salão principal, onde já se podia ver uma aglomeração dos alunos que esperavam ansiosamente seus pais para poderem ir pra casa. Enquanto pegava seu celular do bolso, Joe sentiu algo em sua cabeça. Ouviram-se alguns risos de pessoas ali e ele passou as mãos pela cabeça, agarrando então uma casca de banana. Ele a jogou no chão e olhou pra cima, vendo quem ele menos queria.
— Bom fim de semana, neném! — Falou Demi, escorada em algum corrimão, rindo de Joe. O garoto balançou a cabeça, cansado de se estressar.
— Porque ao invés de zuar da minha cara, não dá um jeito da sua mãe não mostrar a calcinha? — Ele ergueu as sobrancelhas, olhando para cima, com um sorriso furtivo. Demi sorriu.
— Não dá pra ver, porque ela não usa. — Ela deu de ombros. — Mas em todo caso, acho que é mais digno do que vivem os seus chifres. — Ela sorriu e Joe revirou os olhos. — Sabe o que é? Pelo menos a vida é justa. Os garotos com os garotos, as piranhas com as piranhas.
— Porque não dá um tempo, garota?!
— Olha, Joezinho, a algum tempo eu juro que te ajudava. Mas agora, olhando pra você, eu juro... Me dá tanta pena. — Ela fez um biquinho falso. — Imbecil! — Ela riu.
 Só depois que Demi percebeu que Joe rapidamente subia as escadas atrás dela, o que a fez rir mais e sair correndo. Ao chegar no topo, Demi já havia desaparecido, deixando Joe mais nervoso do que já estava.

To be continued!

Avá, gostei do capítulo. Não muito, mas dá pra aguentar. Enfim, agora prometo que posto com mais frequência, mas por favor, cadê os commmmmments? Estou sentindo falta deles, muita mesmo. Me desculpem por não estar respondendo, mas quero agradecer a todas que comentaram, quero agradecer mesmo! Obrigada por tudo, esse blog não existiria sem vocês. Mas e então, gostaram de finalmente o Joe abrir os olhos? Eu adorei rs. Minha internet está um horror e eu vou tentar melhorar os capítulos, prometo. Sempre prometo, mas nunca melhoro, bláaaaa! -n
Vou saindo, comentem, plixxxxxx! *-* mil beijos e tchau.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Um Dia de Cada Vez - 03

“Tudo mudou. As lições já não importam mais, A guerra superou a paz, E a sociedade ficou incapaz de tudo. Inclusive de notar essas diferenças.” — Luís Fernando Veríssimo.


Sala da direção, Highland Private
' Por Demi L.

 Saí da piscina, não me importando com os gritos de Madison que já se tornavam histéricos. Não havia porquê desistir da minha ideia, dessa vez eu havia ferrado com tudo. A ideia da festa parecia ser perfeita no começo, mas depois tudo desmoronou. Pareceu que minha ideia foi absurda, e sinceramente todos agora deveriam estar falando mal não só de mim, mas como da festa inteira. Droga, minha situação nesse momento não estava das melhores. Praticamente corri até a sala do diretor, querendo acabar com aquele pesadelo que estava me atormentando. Parecia que todos os monstros daquela escola estavam se levantando contra mim, e já apontavam suas armas. Mas eu já iria me livrar dali, não eram essas as palavras do diretor? Então pronto, eu daria esse gostinho á todos. Cheguei á porta da sala da direção, encontrando Sophia saindo de lá, ajeitando sua saia e sua blusa, que estavam tortos. Juntei as sobrancelhas e ela me olhou assustada, de repente ficando pálida.
  Fica tranquila, não vou contar pra ninguém.  Falei, apontando para sua roupa e seu cabelo bagunçado.  Avisa ao Hitler que já tem o que queria.
 Me encostei na parede e ela voltou a sua expressão carrancuda de sempre. Ajeitou os óculos em seu rosto, e me olhou de cara feia. A cara que ela sempre fazia pra mim, desde que pisei aqui, aquilo não era novidade alguma.
  O senhor diretor deve ser respeitado.  Ela grunhiu, o que me causou medo.
 Antes que eu pudesse falar alguma coisa, ou até rir da cara dela, o diretor Ethan apareceu atrás de Sophia, saindo da sala da direção. Arregalei ainda mais meus olhos. Porque Sophia estava com o cabelo bagunçado daquele jeito e sozinha na sala da direção com o diretor? Que estranho. E Ethan pareceu também ficar incomodado por eu ter visto Sophia daquele jeito, mas se os dois estavam em qualquer momento íntimo, eu não estou nem aí pra isso no momento. Quando me viu, Ethan logo fechou a cara, e pareceu estar vendo a pior coisa do mundo. Normal, ok? Ethan já me olhara de formas piores.
 ▬ O que essa aluna faz aqui? ▬ Ele bufou, me olhando com desconfiança.
 Sério mesmo que ele não desconfiava nem um pouquinho? Ou só estava se fazendo de sonso? Porque eu sou a aluna do Highland que mais vivia na sala da direção, isso era um fato mais que óbvio. Eu me desencostei da parede, suspirando. Estava mais do que disposta a enfrentar aquilo, quantas vezes eu já havia enfrentado Ethan Jones? Ah sim, mil vezes!
 - Essa aluna veio dizer que foi ela que organizou a festa. - Dei de ombros.
 Sophia arregalou os olhos e m olhou espantada. Já o diretor caiu na gargalhada, como eu mesma estava prevendo. Ele não iria se assustar se eu chegasse e falasse isso, eu já a suspeita número um dele mesmo. Sua gargalhada ecoava pelo corredor, e ele me olhava com graça. Ok, tive vontade de dar um tapa em seu rosto, mas me conti. Ele não tinha o direito de ficar me zuando agora, sem mais!
 - Eu já sabia. - Ele suspirou, voltando a sua expressão séria. - Nós tínhamos um trato, Demi. Nos conhecemos antes de eu tomar uma decisão. Eu te dei uma oportunidade, mas vejo que não funcionou, não é verdade?
 Eu revirei os olhos, não querendo olhar pra ele naquele momento. Na hora, me lembrei da vez que pisei nessa escola pela primeira vez, e me lembrei de quando minha mãe fez do possível ao impossível pra me colocar aqui dentro. No começo não parecia nada legal, agora então havia ficado pior. Tudo bem que eu havia conhecido pessoas legais aqui, mas não aguentava mais essa escola.
 - É óbvio que não se adapta ao colégio. - ele ergueu as sobrancelhas.
 Eu bufei, automaticamente abaixando minha cabeça. Era o mais certo a se fazer naquele momento. Na verdade, nada parecia certo naquele momento. Eu não estava fazendo nada certo, na verdade. Só fazia o que me dava na telha e estava tudo bem. Foi quando ouvimos passos correndo no corredor, e me virei para ver. Levei um susto ao ver Nick, Miley, Madison e Aiden adentrando no corredor comprido, parecendo desesperados.
 - O senhor não pode fazer isso! - Gritou Nick, ficando ao meu lado. - Nós também estávamos envolvidos na festa! - Apontou para os que estavam ao seu lado. - Eu aluguei a boate!
 - E eu chamei as caminhonetes! - gritou Madison, levantando os braços.
 O diretor olhou confuso para Nick e os outros. Eu cocei a cabeça, olhando meio surpresa para eles. Será que eles já não desconfiavam nem um pouco que eu viria aqui fazer isso? Não eram pra me interromper nisso, não estava nos planos. Ethan parecia não estar entendendo nada da situação, e por um lado, eu muito menos.
 - E se vai castigar ela, tem que castigar a gente também. - falou Aiden, meio acanhado. Com certeza ele foi obrigado a fazer aquilo, o garoto odiava confusões.
 Eu podia ver o tanto de pontos de interrogação que se passavam pela cabeça do diretor Ethan naquele momento. Ele não estava entendendo o motivo da baderna, e eu também não entendia porque aqueles infelizes estavam fazendo aquilo, mas não queria que eles fizessem, não queria mesmo.
 - Espera aí, pessoal! - gritou Ethan, juntando as sobrancelhas. - Vamos esclarecer de uma vez por todas...
 - Não, não! - interrompi, finalmente. O papel de acabar com aquilo era meu e apenas. Me virei para Nick e os outros, dando um sorrisinho fraco. - Muito obrigada, amigos, mas... Não foi isso. - Dei de ombros e me virei para Ethan - Senhor diretor, a culpa é toda minha. - Bufei - Eu só queria repôr o material do Nick que a Seita destruiu!
 Os olhos de Ethan naquele momento pareceram que iriam saltar das órbitas e ele me lançou um dos seus piores olhares. Via-se repentinamente o ódio os invadindo, e eu quase dei um passo pra trás. O diretor havia ficado realmente nervoso ou eu estava vendo errado? O que eu havia falado de errado?
 - Aqui não existe nenhuma Seita, senhorita! - Ele berrou, bufando. Ah sim, ele insistia que aquela história era mentira, como sempre, estava se fazendo de cego e tapando seus olhos diante da verdade. Típico de Ethan Jones.
 - Tudo bem, o senhor pode falar o que quiser! - Ergui minhas mãos, tentando interrompê-lo a começar outro discurso - Tá bom, eu só queria repôr o material no caso de uma emergência!
 Eu suspirei e ele parecia sem expressão. É claro que estava pouco se lixando com o que saía da minha boca, ele não iria dar importância a nada a não ser sua consciência. Mas o pior foi quando ouvi mais passos saindo da sala atrás dele e me deparei com minha mãe com o papaizinho de Selena, Jayden. Eu bufei, querendo naquele momento bater minha cabeça na parede. Pra piorar, minha mãe tinha que aparecer. E ela nem ao menos havia me avisado que iria no colégio hoje. Argh!
 - Era só o que me faltava! - Bufei, revirando os olhos dela. Tudo poderia piorar, minha mãe estava no mesmo ambiente. Emma Brown deveria estar fazendo um show, eu estava desejando aquilo! Queria que ela fosse embora.
 - Você e eu temos que conversar sério, Demi. - Ouvi a voz dela atrás de mim.
 Aquilo era o cúmulo! Eu já podia ouvir o discurso de broncas que ela iria me dar, eu já podia prever tudo o que ela queria me falar. Dessa vez iria mesmo jogar na minha cara que eu sou uma irresponsável, não fazia nada direito e que principalmente não iria me adaptar a lugar nenhum que me colocasse. Ninguém merece eu ter que ouvir isso agora, depois de tamanhas coisas que passei. Mas era o jeito, iria ter que escutar.
 Mas antes que eu pudesse dizer algo, que inicialmente não iria mudar nada, ouvi mais passos inundando o corredor, e vi que Selena chegava até nós, com uma expressão de raiva (?). Êh, que legal, mais uma palhaça pra completar o espetáculo.
 - Se estão pensando em me salvar, esqueçam! Porque também estou envolvida nisso tudo. - Ela se amontoou no meio de todos, praticamente empurrando Nick pra longe e se pondo a frente do diretor, ao meu lado.
 Não acredito! Como Selena conseguia tantas vezes ser mimada e grotesca ao mesmo tempo? O que dera na cabeça sem cérebro da garota agora? Sabia muito bem que os neurônios ali dentro não funcionavam bem, mas aquilo já era demais. Eu revirei os olhos, começando a ficar entendiada. Agora a escola inteira iria se entregar? Que merda era aquela? Olhei para o lado e vi que Jayden, o pai de Selena, havia arregalado os olhos.
 - Como é que é?! - Ele realmente havia se assustado.
 Selena rapidamente se virou e olhou o pai. A garota automaticamente pareceu ficar pálida e ela levou as mãos á boca, balançando a cabeça.
 - Droga! O meu pai! - Ouvi ela sussurrar, e podia sentir a vergonha que ela estava sentindo naquele momento. Que exemplo a filhinha do empresário estava dando! Lindo isso!
 Balancei a cabeça e percebi que aquilo não nos iria levar á nada. Francamente, não estávamos chegando em um ponto. Nick e os outros queriam me salvar, mas sinceramente, não iria dar em nada. Eu iria ser expulsa e ponto final, eles tinham que entender isso. Mas de repente sinto uma mão em meus braços, me puxando para a sala da direção.
 - Venha, vamos sair daqui. - Disse minha mãe, me puxando. Fui com ela, afinal, não havia mais nada a fazer ali mesmo.

Sala de aula, Highland Private
' Por Joe W.

 Saí da piscina e voltei á sala de aula, onde encontrei algumas pessoas, mas poucas. Não sei se vários iriam matar aula, mas naquele dia a escola estava completamente fora do comum. Todos estavam comentando sempre sobre o mesmo assunto da festa e estava se tornando chato. Minha cabeça ainda doía pela bebedeira de ontem, mas principalmente eu tentava esquecer os acontecimentos de ontem. Já havia expulsado muitas vezes o "arrependimento" que me invadia por ter acusado Demi na frente de todos, mas ele insistia em ficar. Merda, eu não poderia me arrepender daquilo. Mas eu imaginava que a cabeça dela agora estava um nó quando se lembrava de mim, e a minha também. Ontem eu a beijo e hoje estou assim... Não posso perder minha pose, apenas isso!
 Me sentei em uma das cadeiras da frente, e várias outras pessoas se juntaram ao redor. Logo mais começou o assunto novamente, o assunto que eu queria fugir, mas não tinha feito. Decidi entrar na conversa, de qualquer maneira.
 - Na minha opinião, a Demi vai ter que se entregar. - Opinei, dando de ombros.
 - Pois é, a Selena se entregou. - Falou Emily, mexendo em suas unhas.
 - Fala sério! - Ri sem humor. Aquilo era ridículo - A Demi é a culpada, a cabeça que a vai rodar é a dela, não é? - Ergui as sobrancelhas.
 Vi Jacob se hesitando, e automaticamente abaixando a cabeça. Não imaginava o que ele estava pensando, mas não gostava de ser contrariado. Jacob sabia disso.
 - Ah, eu acho que ela tem que aguentar. - Falou ele.
 Ouvi Emily bufar, balançando a cabeça.
 - Pessoal, não foi bem assim! - Ela suspirou.
 - Foi como então? - Jacob se virou pra ela, erguendo as sobrancelhas.
 - Como o professor John disse, o culpado somos todos nós! Todo mundo colaborou! - Ela gritou.
 Eu revirei os olhos, começando a ficar abismado com Emily. Agora ela queria mesmo seguir a ideia daquele mero professor? Não estava acreditando que ela defendia aquele ponto de vista, que ela estava a favor do que John havia dito.
 - O que isso tem a ver? - Eu disse como se fosse óbvio - Demi não pertence ao nosso grupo! Além disso, esse colégio precisa de uma limpeza dessa gente. - Dei um sorriso.
 Emily revirou os olhos e não concordou com a minha ideia, pude ver pelo seu rosto. Mas ela tinha que aceitar que eu falava a verdade. Demi tinha que sair daquela escola, aquilo era óbvio, e seria bom pra minha sanidade mental, digamos. Eu bufei e ouvi alguns concordarem comigo, como sempre. Depois, ouvimos alguns gritos do inspetor James e vimos os outros alunos entrarem na classe, praticamente sendo empurrados e carregados pelos cabelos. Ninguém hoje estava muito afim de assistir as aulas, só queriam mesmo era falar do assunto que naquele momento eu queria que acabasse, mas eu sabia que não seria assim tão fácil.
 - Todos sentados! - ordenou James, fazendo todos na mesma hora se aquietarem em suas carteiras.
 Depois de um tempo, a aula já rolava. Não bem que James fosse um professor, mas ele era formado em várias coisas e nós não tínhamos as famosas aulas vagas por causa dele, o que não nos resultava um descanso. Em momento nenhum eu vi Demi ou Nick ou seu grupinho entrando na sala de aula, e o professor James parecia já saber onde os depravados estavam, por isso não me importei. Durante a aula, senti meu celular vibrando no bolso. Peguei-o escondido e vi que era uma mensagem de Logan: "Joe, eu preciso falar com você. Me encontra no banheiro, inventa qualquer coisa, mas vai lá. É com muita urgência." Bufei e fechei o celular. Não estava com tempo pra ficar ouvindo as palhaçadas de Logan naquele momento. Na verdade, não era assim tão divertido ter que ficar ouvindo os problemas dele, mas eu iria dar um crédito.
 - Professor! - Ouvi a voz dele no fundo da sala, e o vi se levantando - Posso ir ao banheiro?
 - É muito urgente? - Perguntou James, distraído.
 - É que eu estou tomando uns complexos vitamínicos e...
 - Corre! - Gritou James - Mas volta antes da aula começar.
 Vi Logan correr pela sala. Que desculpa ridícula ele deu.
 - Tem mais alguém que quer ir ao banheiro?

Sala da direção, Highland Private
' Por Demi L.

 Minha mãe fechou a porta do gabinete, e ficou com os ouvidos na porta em seguida. Meu Deus, como minha mãe pode ser desse jeito? Já não bastou ter me atrapalhado em assumir os meus erros, e agora estava ali, atrapalhando minha vida novamente. Eu realmente mereço! Eu suspirei e me encostei na parede, fechando os olhos. Estava cansada naquela manhã e era um alívio que minha mãe não tinha visto meu machucado na sobrancelha. Eu rapidamente colocava minha franja na frente, senão ela iria surtar. Eu não estava entendendo o que tanto ela olhava pela fresta da porta, aquilo estava ridículo.
     O que está fazendo, mãe?    Perguntei, bufando.
     Shhh!   ▬ Ela fez sinal para eu ficar quieta.    Eu quero escutar o que aquele cara de morto diz pra filha!     Se referiu á Jayden e Selena.
  Eu não acreditava naquilo! Minha mãe conseguia ser ridícula nas mínimas coisas. Cadê a bronca? Aliás, cadê o discurso que eu sabia que já estava preparado em sua mente? Cadê? Eu não conseguia entender porque ela ainda não havia começado a gritar e a me chamar de irresponsável. Cadê os xingamentos que eu sabia que ela seria capaz de soltar naquele instante? Minha mãe estava com sérios problemas,só pode!
     Para de ser enxerida e pode começar!     Falei.    Vamos, briga comigo! Se pergunta novamente, porque você teve uma filha assim e bla bla bla!    Suspirei.
  Ela me olhou confusa. Sim, sua expressão estava completamente confusa. Ela parecia não entender o que eu estava querendo dizer e parecia que eu falava outra língua. Ela saiu de perto da porta, se aproximando de mim.
     Está muito claro o que eu fiz pra merecer uma filha assim.    Começou ela.     Te eduquei como uma pessoa de bem. E você aprendeu muito bem a lição.    Ela deu um enorme sorriso.     Estou muito orgulhosa de você!
  Olhei pra ela, achando realmente que eu não tinha uma mãe normal. Como assim estava orgulhosa? Minha cabeça girou muito naquele momento. Como ela poderia estar orgulhosa? Deveria estar querendo me matar, aí sim eu estaria me sentindo bem mais normal. Ela me lançava um enorme sorriso, e não parecia estar sendo forçado. Ela estava sorrindo mesmo, e parecia feliz de verdade. Eu não conseguia dizer nada, e também não estava entendendo nada.
     Você está usando drogas ou está bêbada?     Foi só o que eu consegui dizer.
  Ela sorriu ainda mais e passou a mão em meu rosto.
     Eu sei bem o que eu digo, filha! Eu achei excelente a ideia que você teve pra arrecadar o material para o seus colegas. É exatamente como eu sonhei desde que te coloquei nesse mundo.
  Eu dei um sorriso fraco. De repente um frio invadiu meu estômago. Minha mãe havia visto a única coisa boa que essa confusão causou, e ela havia valorizado. Na verdade, essa festa era realmente pra arrecadar materiais para ajudar Nick e os outros, e ninguém havia prestado atenção nisso. Ninguém havia se focado nisso, ninguém havia prestado atenção nisso. Minha mãe havia dado valor á isso, á coisa principal da festa. De repente eu sorria, e ela passava a mão em meu cabelo.
     Uma lutadora é capaz de enfrentar todo mundo pra defender os seus ideais.    Ela sorriu.
  Deixei um pequeno sorriso escapar, mas foi fraco. Não conseguia sorrir naquele momento. De que adiantava minha mãe ter visto tudo aquilo de bom que eu havia feito por aquela festa, e ninguém mais enxergar isso? Já havia me entregado, não havia mais chance. Já estava fora do Highland.
     Muito obrigada, mãe.     Sussurrei.     Mas esse colégio me deixa muito pra baixo. Todos aqui são uns egoístas, são uns desunidos, são... São todos maus!     Aumentei o tom.    Sinto falta dos meus amigos!
      Mas aqui tem pessoas muito boas. Um grupo deu a cara por você!     Referiu-se á Nick e os outros.     Até aquela magrinha ridícula nos surpreendeu!
      Mãe, mas só são eles.     Bufei.      É toda a escola que é uma merda. Começando pelo nazista que tem no comando!      Eu tinha que falar de Ethan, ok?
  Minha mãe piscou os olhos, meio perplexa com o que eu tinha dito. Não era pra ela me olhar assim, já estava acostumada com algumas frases que eu dizia que deixariam qualquer um abismado. Eu revirei os olhos, esperando que ela balangasse naquele momento.
     Você sabe porque os nazistas não conseguiram dominar o mundo, filha?     Começou ela. Eu balancei a cabeça, negando.     Porque tinha um pequeno grupo que se rebelou. Mas depois esse grupo foi crescendo e não teve mais jeito de detê-los, filha.
     Isso não me importa!     Interrompi, gritando.     Porque aquele velho nojento me colocou aqui, mãe? Eu não suporto ele! Eu não aguento mais ficar aqui!
     Talvez nem tudo seja tão ruim como você pensa! E a vida tenha te trazido aqui por algum motivo.
     Porque?     Eu ri sem humor. Que ridículo o que ela falava!
     N-não sei.     Ela suspirou.     Talvez você tenha uma missão pra cumprir aqui na terra, filha. Aqui nesse lugar. Não é?     Ela realmente achava que eu iria acreditar nas baboseiras que ela dizia. Tem que pensar nas coisas, filha. Não fique assim.
  Ela me abraçou, e aquilo era tudo que eu precisava naquele momento. Estranho, não é? Nas maiores encrencas eu precisava de um abraço de minha mãe, a pessoa que eu rejeitava.Não fazia isso por querer, mas ás vezes eu admitia que necessitava apenas de um abraço dela. Não de uma bronca ou de gritos, era só de um abraço de Emma Brown. Mas nosso abraço foi cessado após a porta da sala sendo aberta e minha mãe me soltou rapidamente ao ver que era Ethan, o nazista!
     E não quero mais saídas até o fim do ano!     Gritou ela pra mim, de repente formando uma expressão séria no rosto. Não era a toa que ela era uma boa atriz.     Eu já dei uma bronca nessa mocinha, ela tem que aprender! Só me dá desgosto!     Falou com Ethan.
     Tudo bem.     Ele suspirou.     Mas isso é muito mais sério do que você pensa. Temos que conversar.     Ele lançou um olhar temeroso pra mim.     A sós!
  Eu senti nojo ao vê-lo. Dessa vez era realmente nojo de verdade.
     Meu amor, me espere lá fora!     Pediu minha mãe, olhando firme para Ethan.
  Eu o lancei um olhar cínico e saí da sala, me livrando daquele ambiente.

Banheiro masculino, Highland Private
' Por Logan L.

     Joe!     Bati nas costas de um garoto que urinava em uma das cabines.
     Tá me estranhando?!     O garoto se virou e eu vi que não era Joe. Dei um sorriso forçado e ele saiu.
 Onde estava Joe? Será que ele havia vindo mesmo? Eu já esperava a muitos minutos.
     Eu estou aqui!     Ouvi a voz de Joe, que acabava de sair de uma das cabines do banheiro e se aproximava de mim.     O que tinha de tão urgente pra dizer?
 Eu ri por dentro.
     Vem cá, Joe, me responde uma pergunta: Você ainda é o namorado da Emily?
     É claro!     Ele sorriu, dando um soquinho em meu ombro.     Porque a pergunta?
     Porque... Eu acho que... O Jacob quer tirar ela de você...
 Não terminei a frase, pois Joe segurou no colarinho de minha camisa, me imprensando na parede. Quando olhei, ele estava realmente com fúria. Ah, ninguém merece! So me faltava agora ele ficar bravo por eu estar falando a verdade.
     O que está dizendo?!     Ele rangeu os dentes. Eu ri.
     Olha, em primeiro lugar!     Eu o afastei de mim, ajeitando minha roupa.     Tire suas mãos da minha camisa que é importada e foi feita á mão. É de alta costura, ok? E em segundo: Só porque ele não te conta as coisas, não quer dizer...
     VAI EMBORA ANTES QUE EU QUEBRE A SUA CARA!    Ele me empurrou.
     Como quiser, Joe! Mas eu vou te dizer uma coisa, vai ter que me pedir desculpa quando descobrir o que aconteceu!
     SAI DAQUI!

To be continued!

Esse capítulo não está bom, e eu sempre prometo melhorar, sei! Mas agora estou na correria, minha prima quer o pc então como é dela não posso pegar rs. Mas aceitem o capítulo, sei que não tá bem elaborado, não está do jeito que imaginavam, mas obrigada por tudo. E lindas, cadê os comentários? Os comentários que eu tanto espero nos capítulos só teve um poxa ;/ Gente, vamos lá. Sou movida a comentários, por favor! Comentem, gente! Pelo menos 2 para o próximo capítulo. Mil beijos e tchau ;*

domingo, 6 de janeiro de 2013

Um Dia de Cada Vez - 02

“Veja bem. Não tô dizendo que superei, as feridas estão comigo, servindo de baliza pra reconhecer esse lado quente e fresco das coisas. Mas eu preciso ir, não posso falar contigo agora. Tenho pressa de apertar o play. Dá licença? Então sai debaixo da minha sacada. E da próxima vez que sair na chuva, vê se antes aprende a se molhar.” - Gabito Nunes
Banheiro - Highland Private
' Por Selena G.

Eu ainda estava pasma por ver Isabella daquele jeito. Minha cabeça estava girando. Como ela havia chegado naquele ponto? Porque estava vomitando daquele jeito? E ela não parecia nada bem, podia ver a agonia que ela estava.

Selena: Isabella, não brinca! O que você tem? - Cheguei perto da cabine. - Quer saber? Eu vou avisar o inspetor pra levarem você pra enfermaria.
Isabella: NÃO! - Ela rapidamente levantou sua cabeça do sanitário.
Selena: Está bem! - Eu juntei as sobrancelhas. Que situação estranha.
Isabella: Eu estou bem. - Ela se levantou, e se sentou no chão, no meio do banheiro. Eu revirei os olhos, bufando.
Selena: Isabella, pare de se comportar como se tivesse dois anos. Você comeu alguma coisa estragada e está intoxicada. - Me ajoelhei ao seu lado.
Isabella: Não. - Ela tossiu. - É uma intoxicação, mas de álcool.
Selena: Isabella, me diz, porque você bebeu tanto? - Eu bufei, de raiva. - Eu não entendo. O que eu faço agora? Eu ligo pro seu pai, sua mãe...
Isabella: Não, pelo amor de Deus. Se os meus pais souberem, eles me matam. - Ela se levantou.

Mas antes de ficar em pé, ela novamente enterrou a cabeça no vaso. Argh! Como ela pôde chegar nesse ponto? Isabella nunca bebia, e não iria beber daquele jeito por ela própria. Ainda vou descobrir como ela ficou assim.

Corredor - Highland Private
' Por Nick J.

Fui até o meu armário, mexendo incansavelmente em meus bolsos. Aquela calça parecia sumir com a chave de meu armário. Finalmente a achei, abrindo-o logo em seguida.

- Oi, Nick. - Olhei para o lado e vi uma garota encostada em meu armário, sorrindo pra mim. - Como você está?
Nick: Lillian Green, certo? - A reconheci de repente. Ela murmurou um "uhum" e continuou sorrindo. - Legal. Como está?
Lillian: Muito bem, e você? - Apenas assenti como resposta. - Olha, eu queria perguntar... Não se ofende, ok? É só uma perguntinha.
Nick: Pode mandar.
Lillian: Será que um dia desses você está afim de sair comigo pra tomar um café? - Ela sorriu. Eu juntei as sobrancelhas, confuso.
Nick: Am... Claro, tá bom. Pode ser sim.
Lillian: Tá bom então. - Ela deu uma piscada.
Nick: Então... A gente se fala depois. - Dei um meio sorriso e ela saiu, murmurando palavras sozinha. Eu balancei a cabeça, completamente confuso. Garota nenhuma da escola nunca havia me chamado pra sair, elas mal falavam comigo. E agora do nada estavam ali... Que estranho. Voltei ao meu armário, ainda abrindo-o.
 - Olá, Nick! - Ouvi mais uma garota, mas dessa vez ela não estava do meu lado. Em vez disso, senti alguém apertar a minha bunda e me virei rapidamente, vendo uma garota sair sorrindo. Que negócio era aquele? As garotas do Highland decidiriam me assediar agora? Repito: aquilo era assédio.

Esqueci as garotas e voltei a atenção para o meu armário. Finalmente o abri. Mas de repente um papel caiu de dentro dele. Como aqueles bilhetinhos que sempre deixam nos armário. O bilhete caiu no chão, e eu o peguei. Quando o abri, meu coração gelou. Vi novamente aquele desenho da mão negra no papel. A Seita novamente? Havia jurado que eles me deixariam em paz. Abri o bilhete, onde continha as palavras: "É hoje. Se não sair do colégio, vai pagar muito caro." Bufei, e amassei rapidamente o papel. De repente me lembrei que hoje era sexta feira. Em nosso último encontro, havia prometido aos membros da organização que saíria do Highland naquele dia. Agora minha mente girava. Não sabia o que fazer e muito menos sabia do que a Seita era capaz.

Salão Principal - Highland Private
' Por Demi L.

 Após a aula, eu fui para o salão principal, e Madison e Miley vieram atrás de mim. Logo mais, todos os alunos estavam no salão, e discutiam sobre a mesma coisa. Percebi que muitos me olhavam, a maioria com reprovação, como eu estava prevendo. Já imaginava que seria assim.

Madison: Fica fria, Demi. Ninguém vai te acusar de nada. - Ela tentou me confortar após eu lembrar das palavras de Joe. - Não é, meninas?
"Claro que não. Não vai acontecer nada.", disse uma loirinha ao lado de Madison, que no momento eu não a reconhecia.
Madison: Além disso, qual é o problema de ficar aqui no fim de semana? Não tem nada demais.
Emily: Ah, claro, pra você é bom, não é? - A loirinha grotesca se manifestou, aparecendo de repente, encarando Madison. - Você não tem casa, não é?
Madison: E eu vou quebrar a sua cara se ficar fazendo gracinha!
Emily: Você está me ameaçando? - Levantou as sobrancelhas. Madison assentiu. - Você é uma ignorante. Porque quer resolver tudo com agressão? - Madison retirou sua mochila, se preparando para acabar com Emily.
Demi: Amiga, não vale a pena! - Puxei Madison antes de chegar em Emily. - Deixa pra lá.
Madison: Como não vale a pena?! - Eu bufei.
Demi: Amiga, por mais que bata nela, ela não vai deixar de ter bolhas no cérebro! - As garotas ao meu redor riram, menos Madison.
Madison: De repente se eu bater nela, os neurônios voltem a funcionar! - Ela rosnou, ainda encarando Emily.
Demi: Bobagem! Para com isso! - Eu a puxei novamente.
"Meninas, queria falar com vocês!" - A professora de dança apareceu de repente, se metendo em nossa rodinha. "Eu tenho uma reunião com o diretor pra falar sobre o grupo de dança."
Demi: E aí? Já disse que podem ser dois grupos?
"Depois falamos sobre isso."
Emily: Mas porque depois? - Ela gritou.
"Porque nessa escola não se faz o que vocês querem! Já bastou a fuga de vocês ontem á noite!", ela balançou a cabeça e deu as costas, saindo de perto da gente. Realmente, aquela fuga de onte deu o que falar.

Secretaria - Highland
' Por Jayden G.

Cheguei ao Highland. Foi o único jeito que encontrei para falar com o diretor, já que ele não atendia minhas ligações. Fui diretamente para a secretaria, com um cuidado extremo de não deixar que ninguém me visse, ainda mais Selena. Iria fazer muitas perguntas se me visse por ali. Cheguei á secretaria, onde vi Sophia mexendo em alguns papeis.

Jayden: Com licença. - Eu falei e ela parou de mexer rapidamente nos papeis, se assustando. - Pode me dizer se a reunião já terminou?
Sophia: Am... - Ela parecia pensar no que dizer. - Por favor, queira sentar, senhor Gomez. - Ela apontou para as poltronas brancas atrás de mim. Eu me virei e bufei. Emma estava ali, sentada, lendo uma revista.
Jayden: A senhora outra vez? - Disse, desanimado. Ela me olhou com desdém.
Emma: Caso não tenha notado, eu cheguei antes do senhor pra falar com o diretor.
Jayden: Depois do papel ridículo que fez ontem, eu tenho sérias dúvidas sobre a sua integridade moral. - Revirei meus olhos. Ela largou a revista.
Emma: Não fala assim comigo! Eu não sou nenhuma desintegrada! E goste ou não, eu cheguei antes do senhor pra ver o diretor, o que acha?
Jayden: Senhora, me desculpe, mas não perca seu tempo. A senhora não tem nenhuma autoridade moral sobre esse assunto. - Falei como se fosse óbvio. Ela por acaso se lembrava do que havia feito ontem? Das coisas que havia falado? - Porque a senhora não cuida dos seus assuntos?
Emma: Minha filha e os amigos também são meus assuntos! - Ela se levantou, se aproximando de mim. Eu ri irônico.
Jayden: Não vou falar com a senhora. - Eu revirei os olhos.
Emma: Ah não? - Ela levantou as sobrancelhas. - Pois sou eu que não vou falar com o senhor. O dia que o senhor se der ao luxo de ter uma reputação sólida por mais de seis anos, eu volto a falar com você. Antes disso, dá licença e cala essa boca! - Ela bufou e também revirou os olhos. Eu a olhei, completamente estupefato. O jeito como ela me irritava era incrível.
Sophia: Senhores! - Nós dois a olhamos, e vimos que ela nos olhava assustada. - O que os senhores acham de primeiro entrar a senhora Emma e depois o senhor Gomez?
Emma: Não, Sophia, deixa ele! - Ela mexeu nos cabelos, se encostando na mesa de Sophia, me dando um empurrão com o ombro. - Esse senhor tem tanta pressa que não consegue respeitar uma dama, então deixa ele entrar.
Jayden: Só me faltava essa! - Eu bufei. - Deixa ela entrar!
Emma: Não! Depois do escândalo que fez, é melhor o senhor entrar.
Jayden: De maneira alguma.
Sophia: O que acham de entrarem os dois juntos? - Ela sorriu.
Jayden/Emma: NÃO! - Gritamos juntos, quase rosnando.
Sophia: Perdão. - Ela nos olhou assustada mais uma vez. - Entre os dois há algum problema?
Jayden: Não. - Respondi rapidamente.
Sophia: Então aceitem minha sugestão. Entrem os dois juntos.

Olhei para as duas. Emma me olhava, sem dizer nada. Eu vi que não tinha escolha.

Lanchonete - Highland Private
' Por Logan L.

Jacob: Aí cara, deu a maior confusão a nossa ida á essa boate. - Falou enquanto tomava um gole do suco.
Logan: Aham. - Eu suspirei, avaliando minhas unhas.
Jacob: Tá complicado.
Logan: Mas você se divertiu bastante, não foi? - O encarei.
Jacob: O que quer dizer com isso? - Juntou as sobrancelhas, confuso.
Logan: Porque a Chloe me contou que vocês eram um casal muito aberto.
Jacob: Isso aí. - Ele riu. - O que tem isso?
Logan: Mas... MUITO aberto! - Eu ergui uma sobrancelha. Jacob achava realmente que eu não tinha visto a cena da noite anterior. Achava mesmo que eu não tinha visto o beijo dele com Emily.
Jacob: Ok, e daí?
Logan: Acontece que no outro dia, sem querer, eu vi quando você estava chegando azarando a Emily.
Jacob: O que?! - Ele arregalou os olhos. - Espera aí, pense no que está dizendo! A Emily é a namorada do Joe e ele pediu pra eu cuidar dela! Presta atenção, Logan! Que idiota! - Eu ri ao ver ele nervoso. Depois, vimos Emily entrar na lanchonete do nada.
Emily: Ah, eu estou cansada! - Falou, sentando no colo de Jacob. - Vem, me dá um carinho. - Ela deu um beijinho no nariz.
Jacob: Não, espera, Emily... - Ele me encarou. Eu ri.
Logan: Tudo bem, Jacob. Eu já vou indo. - Eu me levantei. - Porque eu acho que to... Sobrando! - Pisquei e saí.

Sala da direção - Highland Private
' Por Emma B.

Ethan: Eu dou minha palavra que isso nunca mais vai se repetir. - Ele dizia enquanto eu me olhava em meu pequeno espelho.
Jayden: Não devia ter acontecido nunca.
Ethan: Senhor Gomez, eu já falei com a empresa de segurança e nós vamos dobrar o pessoal. - Ele riu nervoso, se levantando.
Jayden: Bom, mas... - Ele se interrompeu no meio da frase, ao ver que minha pequena bolsa havia caído no chão. Ele me olhou sem entender e a pegou do chão, me entregando. Eu deixei um sorriso falso escapar e murmurei um "Muito gentil", só por educação. - Com a mensalidade que pagamos aqui, podia ter mais seguranças. - Ele continuou. Ethan riu.
Ethan: Eu sei, mas eu já expliquei. Na realidade, ocorreu uma situação... Ocorreram casos raros que fizesse os alunos fugirem do colégio.
Emma: Ah que horror! Eu não consigo acreditar que estejam assustados por causa de uma trevessura feitos por alguns adolescentes, eu não consigo acreditar. - Bufei. - Eu me recuso a ficar escutando.
Ethan: Essa é uma instituição educativa, pela qual deve ser retida por normas.
Emma: Ah, normas! - Eu bufei, me levantando. - Eu não posso acreditar que existam homens que não se lembram de sua adolescência. Se algum dia foram adolescentes. - Levantei a sobrancelha. - E se tornaram tão conservadores que agora parecem múmias.
Jayden: O que eu não entendo é como tem gente que leva as coisas sérias da vida na brincadeira. - Ele me encarou.
Emma: E eu não entendo como tem gente que não percebe que já morreu e esqueceram de enterrar! - Murmurei. Ele balançou a cabeça, suspirando.
Ethan: Vamos falar do nosso assunto. Eu garanto que vai acabar aparecendo um responsável e que tudo vai voltar ao normal nesse colégio.
Jayden: É o que eu espero.
Ethan: Eu conheço os meus alunos. - Ele sorriu. - É uma questão de tempo e eles...
Emma: Ah, conhece eles tão pouco! - Interrompi. - Os garotos não denunciam uns aos outros. Eles são melhores do que muitos adultos! - Encarei Jayden, que percebeu meu olhar. - Por sorte!
Jayden: Está se referindo a mim? - Levantou as sobrancelhas.
Emma: Não. Nem passou pela minha cabeça. - Fui irônica.

Piscina - Highland Private
' Por Demi L.

Demi: PESSOAL! - Gritei, fazendo todos ali pararem de conversar e me olharem, que eu já havia subido na mesa. Todos discutiam sobre a mesma coisa, ainda sobre o assunto da festa. Aquilo estava me dando nos nervos. - Vem cá, o que há com vocês? Esqueceram que nos unimos pela primeira vez TODOS para irmos a essa festa? Todos!
Jacob: Ah, Demi, cala essa boca!
Joe: Todos nada, isso foi uma aliança! - Ele se aproximou de mim.
Demi: Vem cá, isso não é a exatamente a mesma coisa?
Joe: Não. Na política, são feitas para alcançar um objetivo. Entendeu? Uma vez alcançado, são rompidas. - Ele sorriu.
"Você colocou todos nós nessa, agora vai ter que nos salvar", gritou um gordinho da nossa classe apontando pra mim, que eu não me recordava de seu nome.
"É isso mesmo", falou outra garota.
Demi: Claro! - Bufei, olhando para aqueles idiotas. - Já esperava! - Desci da mesa, e caminhei para dentro da escola.
Madison: Demi! - Gritou, agarrando meu braço. - O que vai fazer?
Demi: Nada, vou entregar o responsável. - Apontei pra mim.
Madison: Você ficou louca?!
Demi: Não, não estou louca, você não escutou? Eu não tenho outra saída!
Madison: Como não? Qual é, deixa que eles se danem! - Apontou para Joe e seu grupinho.
Demi: Ah, na boa, me deixa. Eu sei o que tenho que fazer.

Madison tentou me segurar, mas eu já havia decidido. Segui para a sala da direção. Iria resolver aquilo de uma vez.

To be continued!
Gente, esse capítulo está assim desse jeito porque eu fiz ele completamente correndo, eu tava atrasada porque ia viajar  enfim, foi isso mesmo rs. Mas ok, eu consegui um computador e consegui postar, o que acharam? Eu não gostei muito, e vou melhorar, prometo! É que agora tá de madrugada, amanhã penso em alguma coisa. Mas MUITO obrigada a todas que comentaram, eu até ganhei um selinho *o* cara, isso é muito importante pra mim. Muito mesmo, obrigada. E vou tentar postar com mais frequência e prometo que vai estar do mesmo jeito de antes, as narrações vão ser bem mais explicadas e etc. Eu fiz esse capítulo desse jeito porque foi na correria e eu estava com saudade daqui rs. Enfim, obrigada por tudo. Divulguem o Rebeldes e continuem comentando que é muito importante.
Enfim, divulgando: Sexy - Just In Love - www.amorquematajemi.blogspot.com (esse está com a permissão negada ;x)
E obrigada pelo presente *-* Gente, to saindo agora, só vou responder os comentários e fim. Continuem cmentando e divulgando meu blog no espaço de vocês que eu vou ser muito grata, ok? Prometo melhorar o capítulo, prometo isso a mim mesma que odiei esse. Enfim, mil beijos e tchau ;*

sábado, 26 de janeiro de 2013

Um Dia de Cada Vez - 05

"Porque a vida segue. Mas o que foi bonito fica com toda a força. Mesmo que a gente tente apagar com outras coisas bonitas ou leves, certos momentos nem o tempo apaga. E a gente lembra. E já não dói mais. Mas dá saudade. Uma saudade que faz os olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia, quando a cabeça insiste em trazer a tona, o que o coração vive tentando deixar pra trás. Então eu pego o passado, e transformo em poesia ou coisa assim." — Caio Fernando Abreu.

Dormitório de Nick, Highland Private

 Nick rapidamente saiu da cafeteria, voltando ao colégio, fazendo as malas ás pressas para ir logo á casa de Jayden. Não via a hora de chegar, pois uma perspectiva muito grande crescia dentro de si a cada dia. Cada vez mais estava mais perto dos segredos de Jayden, da intimidade dele. Isso o deixava feliz, realmente. Não estava se tornando amigo, não queria isso. Chegando ao quarto encontrou com Aiden e Josh, os dois também fazendo as malas.
— Aí, Josh, valeu mesmo por mandar o diretor pra longe da boate. — Falei enquanto arrumava minha mochila e ele abriu um sorriso. — Você foi legal.
— Mas não adiantou, não é? De qualquer maneira pegaram vocês. — Ele suspirou.
— Pois é, o diretor já está abusando. — Bufei, largando a mochila em cima da cama. — Não vamos ter tempo livre na semana, mas pelo menos não mandaram chamar os nossos pais, o que foi um alívio.
— Então correu tudo bem?
— Melhor do que esperávamos. — Ele suspirou. Nick juntou as sobrancelhas, parecendo avaliar Josh. — Escuta, porque você não fez as suas malas? — Apontou para o armário do garoto.
— Am... Eu não vou sair nesse fim de semana. Eu vou ficar... Lendo. — Ele deu um sorrisinho de canto. Nick o olhou confuso, mas logo balançou a cabeça. O estranho Josh Harris, ele já devia se acostumar.
— Eu não vejo a hora de ir embora. — Falou Nick, colocando sua mochila nas costas, dando um leve sorriso. — E você, Aiden?
— Eu vou pra minha casa. — Aiden deu de ombros enquanto organizava algumas coisas em sua mochila pequena. — Eu te convidaria, mas é que eu tinha que ter avisado. E acabei esquecendo. — Deu de ombros.
— Não, cara, não se preocupe. Eu já tenho algumas coisas pra fazer. Vamos logo? — Gesticulou pra porta.
— Deixa eu só guardar uma coisa... — Ele suspirou. — Pronto, vamos. — Fechou a mochila.
— Até logo, Josh. — Disse Nick enquanto ele e Aiden deixavam o quarto. Aiden deu um aceno para Josh e um sorrisinho antes de sair.
 Aiden saiu primeiro do que Nick, enquanto o mesmo virou-se de costas para olhar Josh. Nick nunca entendeu Josh. Não só Nick, mas todos ali. Tudo bem que Josh era meio excluído do grupo dos adolescentes, o breguinha, o fraquinho, o frutinha, mas Nick o via de modo diferente. Eram do mesmo quarto, estavam perto, mas a mente de Josh estava sempre distante. O garoto estava sentado imóvel ao pé da cama, olhando para o nada por entre seus óculos de grau. Suas calças boca-de-sino voavam enquanto ele balançava as pernas na forma de ter o que fazer.
— Ei. — Chamou Nick, fazendo Josh se virar meio sobrassaltado. — Pelo menos leva a gente até a porta.
— Ah, ok! — Respondeu Josh rapidamente, se levantando. — Vamos!
 Os garotos saíram. Não demorou 2 segundos até que o indivíduo vestido de roupa militar e com uma máscara que só via parte de seus olhos saísse de trás de algum armário. O integrante da Seita andou cautelosamente pelo quarto, procurando ver se havia mais algum movimento. Vendo que estava seguro, correu rapidamente até o armário de seu maior interesse. Abrindo-o, seus olhos lampejaram. Ele rapidamente pegou as caixas que ali haviam e as tampou no chão, causando um estrago enorme. Pegou objetos, variados, tampando-os no chão e os pisando. Estavam furiosos. Nick deveria ter saído na escola naquela sexta como prometera. Mas não saiu. E a Seita não estava nada satisfeita.

Saguão (área de lazer), Highland

— Isabella, deixa eu passar perfume em você. — Selena torceu o nariz ao olhar pra amiga, ainda com o rosto abatido pelo mau-estar. — Porque estou sentindo daqui o cheiro da coisa que você comeu ontem, amiga. — Ela deu um risinho curto.
 Isabella a olhou sem graça. Nenhum sorriso podia se formar em seu rosto naquele momento. As duas andavam pelo saguão, agora vazio, logo após a confusão com as cartas. Ninguém parecia se lembrar mais daquilo, pelo menos era o que demonstravam.
— Tem que ficar cheirosa. — Selena ainda brincava, agora que Isabella passava um de seus braços em seus ombros. — O que eu não sei é como a Emily vai fazer pra resolver esse problemão. — Ela suspirou, de repente toda a brincadeira de 1 segundos se esvaindo. Isabella bufou.
— Pra dizer a verdade, eu acho que isso não tem mais nenhum... — A garota parou no meio da frase, de repente colocando a mão na boca, seu rosto ficando verde novamente. Selena pareceu ficar em pânico, com medo de que Isabella soltasse tudo pra fora ali.
— Isabella, cuidado! — Selena quase gritou. — Espera, vem cá.

— Vocês deviam ir pra minha casa comigo. — Demi jogou as malas com brutalidade no chão enquanto terminava de descer as escadas. Seu rosto ainda não havia mudado: estava com raiva. De tudo, pensava ela. — Podemos fazer uma hidro, ou uma massagem. Podemos ver uns filminhos, ficar bem a vontade. O que acham?
— Acho que seria muito bom. — Respondeu Madison. — Mas sinceramente eu prefiro treinar.
— É verdade, muito obrigada. — Falou Miley, mexendo nas unhas, acanhada. — Mas eu sinto muita saudade da minha irmã. Eu prefiro passar uns dias por lá.
— Tudo bem, ok. — Demi deu de ombros, enquanto as três se encaminhavam para uma mesa do saguão. — Fica pra próxima então.
— Isabella! — As três olharam para ver que Selena gritava, a apenas alguns metros delas, parecendo carregar Isabella em seus ombros. — Dá pra parar um pouquinho?
— Meu Deus, ela está com gases?! — Gritou Demi, fazendo com que Selena a fuzilasse com os olhos.
— Senta aí. — Falou Selena, colocando Isabella em uma cadeira de uma mesa a 2 de Demi.
— Qual é o problema da sua amiga? — Perguntou Demi, se aproximando das duas.
— Não mexa com ela, Demi. — Selena rangeu os dentes.
— Bom... — Começou Demi, mas Selena revirou os olhos, parecendo abanar Isabella. — Ei! Selena! — Selena a olhou, com certa repulsa. Demi suspirou, encontrando as palavras. — Eu queria agradecer por você ter se apresentado ao diretor. Meio tarde né, mas se apresentou. — Deu de ombros. Selena pareceu rir sem humor.
— E além de tudo tarde. — Selena riu, ajeitando a ponta dos cabelos. — Olha, eu tenho que dizer que eu não fiz por você. Eu fiz porque era o correto, e foi o que ensinaram na minha casa. É claro que você não teve educação...
— O correto é agradecer a você, ok? E ponto final! — Demi interrompeu, começando a sentir a mesma repulsa que sempre sentira pela patricinha. Aquilo não iria mudar. Demi revirou os olhos e olhou para Madison e Miley. — Então vamos pra minha casa?
 Madison balançou a cabeça e Miley foi dar um abraço em Selena em forma de cumprimento, quando uma irrompeu entre elas, a mulher branca de cabelos castanhos e encaracolados que estavam presos em um rabo-de-cavalo.
— Meninas! — Disse a professora de dança, fazendo as garotas ali a olharem instantaneamente. — Que bom que não foram embora ainda. Acabei de falar com o diretor sobre o grupo de dança e... Ele não quer que tenham dois grupos. — Ela deu de ombros, claramente decepcionada.
 Houve um momento de silêncio. Depois, Selena sorriu.
— Ah, não tem problema! — Disse ela, mostrando seu belo sorriso. — Fica o meu grupo, que tem mais tempo. E assunto encerrado.
 Demi deu um sorriso cínico para Selena, sentindo ainda mais nojo da garota.
— Infelizmente, eu tenho más notícias pra você. — Falou á professora á Selena, que a mesma sumiu com seu sorriso.
— Como assim más notícias? — Selena foi retórica, e estava sem expressão, mas ela já previa que a resposta não iria lhe agradar.
— O diretor considerou que, com tudo o que aconteceu, você demonstrou imaturidade pra dirigir o grupo.
 A gargalhada de Demi ecoou pelo saguão.
— Imaturidade? — Selena arregalou os olhos. — Como assim? Não estou entendendo!
— Isso mesmo. — Ela deu de ombros. — Eu vou dirigir o grupo á mando da direção.
— Não não, Hannah, isso não é nada justo! Eu estou a muito tempo fazendo isso, eu levo jeito. — Selena arfou.
— Eu sinto muito. — Hannah deu de ombros. — Foi isso que o diretor decidiu.
 Selena bateu o pé, bufando. Não conseguia aceitar aquilo de jeito nenhum. Demi olhou para a garota por alguns segundos, depois se virou novamente para Hannah.
— Bom, então, Hannah, qual grupo vai ficar? O dela ou o meu? — Demi perguntou, apontando de Selena para ela.
— Vou fazer uma seleção e dali eu vou tirar um novo grupo. — Respondeu ela.
— E qualquer um pode se inscrever?
— Claro que sim. — Hannah sorriu. — Só que só vão ficar os melhores.
— Ah, então garanto que vou passar. — Falou Demi e lançou um olhar divertido para Madison, a quais começaram a rir.
 Isabella respirou fundo, se virando com dificuldade para Demi, ainda sentada na cadeira.
— Aqui, não canta vitória. — Falou ela, com a voz meio grogue. — A Selena sempre ganhou porque é uma das melhores.
— Queridinha, você não tem que ir pro hospital? — Demi a olhou com repulsa. Não iria discutir com Isabella ali, ainda mais na frente de Hannah.
— Não se preocupe, Isabella. — Selena suspirou, afagando os ombros da amiga. — Vamos ver quem ganha. — Encarou Demi ferozmente.
— Você... — Começou Demi.
— Garotas, garotas! — Falou Hannah, tomando novamente a atenção das garotas. — Não quero brigas. Vão ficar as que fizerem o maior esforço. Ouviram?
 Hannah lançou um último olhar ás garotas e se retirou do saguão, balançando seus cabelos cacheados.
— Me espera aqui, Isabella. — Selena grunhiu, se afastando da garota. — Tenho uma coisa muito importante a fazer. — Ela encarou Demi, antes de também se retirar do saguão.
— Que coisa é essa que ela vai fazer? — Comentou Demi com Madison. A mesma deu de ombros, olhando as costas de Selena enquanto a mesma se afastava.

Meio-fio, frente do Highland

 Nick se despedira dos amigos e já se encaminhava para seu próximo destino: a mansão de Gomez. A ideia o estava estimulando, a cada vez que se aproximava mais do empresário, maior seu ódio aumentava e isso era ótimo para Nick, assim sua vingança seria perfeita. Não podia negar que sempre quando pensava na filha dele isso assumia um novo lugar, ele se esquecia por alguns momentos o que estava fazendo ali, em Nova York, mas ele agora sempre se fechava quando esse sentimento tentava entrar de novo.
 Ele acenou para o segurança na entrada do Highland, dando um sorrisinho. Estava pensando em pegar um metrô mais rápido para chegar á casa de Jayden. Enquanto Nick se afastava da escola, ele não imaginava o que o esperava do lado de fora. Enquanto subia pelo meio-fio, pela calçada, ele acenou para mais um dos seguranças e supervisores da escola, dessa vez um mais idoso. O homem lhe lançou um sorriso animado e Nick continuou seu caminho.
 Nick fora atravessar para o outro lado da rua. Havia acabado de cumprimentar o segurança quando olhou para os lados e não percebeu nenhum carro. Nick atravessou a rua, de repente mexendo em seus bolsos. Talvez procurava por seu celular. Quando de repente, Nick sentiu um peso em cima de seu corpo. Quando se deu conta, Nick estava no chão e ouvia um barulho estridente de pneus.
 Nick olhou para cima e viu sua mochila a alguns metros a seu lado. Seus olhos rolaram para os lados e ele percebeu que estava no meio da rua. Piscou os olhos algumas vezes, tentando entender aquilo. Foi quando percebeu a pequena pontada que sentira. Mexeu alguma parte do corpo e percebeu que seu braço doía. Nick gemeu e se levantou.
 Seu coração bateu forte quando percebeu que o segurança velhinho, o qual tinha cumprimentado a menos de um minuto atrás estava a seu lado, arfando alto e parecia com os olhos esbugalhados. Nick o encarou, mas logo viu que os olhos dele estavam perdidos, olhando para a frente. Nick viu, mas foi de relance. O grande carro que cantara pneus estava dando meia-volta, voltando para sua direção, pretendendo tentar atropelá-lo de novo.
 Dessa vez foi Nick quem reagiu. Como um jato, pegou sua mochila ao lado e agarrou o braço do segurança, forçando-o a correr e os dois, mais rápido do que antes, pularam para o meio-fio do outro lado da rua, caindo de costas e rolando algumas vezes.
 O carro passou, e Nick pôde ouvir falhadamente alguma coisa como "Mata ele!", mas foi completamente de relance. Nick gemeu e rolou para o lado, ouvindo o velho gemer também. Antes de tentar se levantar, Nick notou que mais um segurança se aproximava dos dois, completamente estupefato. Com certeza havia presenciado a cena do quase-atropelamento. Nick se levantou com dificuldade e percebeu que o estado de seu cotovelo não era dos melhores. Mas aquilo era o de menos. Seu sangue ainda fervia com o que havia acabado de acontecer. Quando atravessara a rua, não havia visto carro nenhum, e do nada um carro descontrolado, que ele reconheceu como um Volvo reluzente, estava tentando atropelá-lo. Isso porque o carro havia dado meia-volta para tentar de novo, já que a primeira tentativa havia sido falha.
— Está machucado? — Perguntou o segurança que havia chegado depois. Ele estava arfando.
— Não, tudo bem. — Respondeu Nick, pegando sua mochila.
— Tem certeza?
— Sim, deveria ser algum bêbado passando por aí.
— Se quiser vou com você até a polícia.
— Não! — Nick interrompeu, erguendo as mãos. Polícia áquela altura? Ele estava fugindo disso. — Por favor, eu não quero que digam pra ninguém o que aconteceu.
— É só dizer que estávamos aqui...
— Não, é sério! Obrigado! — Nick arfou.
 Os seguranças desistiram e se despediram de Nick, o que o deixou feliz. Nada havia acontecido, na cabeça dele. Ele não havia se quebrado inteiro, ele ainda estava vivo. Ao ver os seguranças se afastarem de volta á escola, Nick continuou seguindo pelo meio-fio, mas ainda estava meio elétrico com relação á aquilo tudo. Quem iria querer matá-lo? Quer dizer, estava na cara que queriam matá-lo, senão teriam seguido em frente com o carro, e não dado meia-volta. E Nick sabia que quem estava no carro não era bêbado nenhum, mas não conseguia imaginar quem era.
 Sua resposta talvez foi respondida enquanto ele andava pela rua. Nick observou que uma folha de papel dançava pela rua com o vento, e Nick se aproximou. Pegando a folha de papel nas mãos, seu coração gelou e ele ficou pálido. O desenho da grande mão negra que haviam o perseguido estava ali novamente, o assombrando.
 E de repente ele entendeu tudo.
 O carro. O quase-atropelamento.
 A Seita.
 Nick arfou, deixando a folha cair de suas mãos. A Seita não estava de brincadeira. Seu coração bateu mais forte, e percebeu que sua testa estava molhada. Ele quase fora morto á segundos. Estaria Nick brincando com a sorte? Ele deveria mesmo sair do Highland? Áquela altura?

Dormitório de Joe, Highland Private

— Cadê o meu celular? — Murmurou Joe enquanto entrava em seu quarto mais uma vez, batendo nos bolsos com impaciência quando percebeu a ausência do objeto. Mal percebera Jacob ali no quarto também, que estava arrumando a mala.
— Joe. — Falou Jacob, a voz quase falhando, enquanto se aproximava do amigo que revirava sua escrivaninha. — Nós temos que conversar, cara.
— Não estou afim de falar com você! — Grunhiu Joe, nem se virando para olhar Jacob.
— Joe, pelo menos me deixa explicar! — Jacob bufou. — As coisas não são como parecem.
— Cara, dá um tempo! — Joe balançou a cabeça, e começou a seguir novamente para a porta, colocando algo nos bolsos. Havia achado o celular.
— Joe, me deixa explicar. — Jacob rapidamente se colocou na frente da porta, fazendo Joe parar e revirar os olhos.
— Olha só, você tem que me entender! Não teria rolado nada se não tivesse acontecido o...
— Jacob, eu não quero saber! — Joe rangeu os dentes. — Se você não sair, eu vou tirar você. E não me aborrece, que eu estou chateado.
— Joe, você quer bater em mim, então bate, mas... — Jacob não terminou a frase, pois Joe pegou pelos ombros do garoto e quase o tampou na parede, passando pela porta pisando forte.
— Joe! Espera! JOE!

Caminhão abandonado, próximo ao Highland, Nova York

— E aí? O que você tem? — Perguntou Madison á Samuel, que estava sentado em algum canto, com a cara fechada.
— Estou chateado. — Ele grunhiu, revirando os pequenos olhos verdes.
— Comigo? — Ela franziu o cenho. — Porque? Eu não te fiz nada.
— Com você não. — Ele suspirou. — É com a Demi.
— Com a Demi? — Ela se aproximou de Samuel, largando a lata de tinta que antes mexia nela. Madison estava mais animada com a reforma da "casa" de Samuel do que todos. — Depois de tudo o que ela trouxe? Porque?
— Ela foi embora sem se despedir! — Ele baixou os olhos, mas parecia revoltado. — Não me deu um beijo, nem nada. — Ele cruzou os braços, bufando. Madison riu.
— E você vai começar a chorar? — Ela ergueu uma sobrancelha. Samuel baixou ainda mais a cabeça, para tentar esconder as lágrimas que ele sabia que viria. Madison olhou para seu olhos. — Hein?
— Não estou chorando! — Ele bufou, passando as costas das mãos nos olhos rapidamente. Madison suspirou.
— Sabe porque está de mau-humor? De tanto ficar trancado aqui.
— É. — Ele suspirou, assentindo com a cabeça. — Isso também é uma chatice.
— Olha, não esquenta. Ryan já vai chegar. — Ela deu um sorrisinho. — Aí você vai embora com ele e vai ter uma casa de verdade. E não vai ter mais que se esconder. — Ela se mostrava animada. Samuel não mostrava um pingo de emoção, nem ao menos um sorriso mostrou. Mesmo assim, balançou a cabeça, tentando enfiar aquela ideia na cabeça. — Porque essa cara? Não estou explicando pra você? — Samuel respirou fundo. — Vai, dá um sorriso! — Ela o causou uma crise de cócegas. O garoto riu, mas logo afastou as mãos de Madison. — Olha, já te contei que pratico artes marciais? — Ela sorriu.
— Com esses bracinhos e perninhas tão finas? — Ele ergueu as sobrancelhas.
— Haha! — Ela gargalhou.
— Me ensina então! — Ele a desafiou.

To be continued!

Boa noite, meninas *-* como sempre, horário de verão me matando! Mas e então, como vocês estão? Eu tô bem e bem animada com a história. Espero que vocês também estejam. Pretendo postar a cada dia, todo dia mesmo, mas quero pelo menos uns 3 comentários. O mínimo que posso pedir, meninas, please! Quero ver se estão mesmo gostando. Então, visitem esses blogs: Top Model - Sexy - Just In Love.
Mil beijos e tchau ;*

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Um Dia de Cada Vez - 04

"Sempre fui um pouco áspero, fechado, sempre tive dificuldade de receber amor. (…) Na verdade, eu sempre precisei de afeto, só que antes eu não admitia." — Caio Fernando Abreu. 

Saguão, Highland Private
' Por Selena G.

 Após a conversa com o meu pai, que eu prefiro nem comentar aqui o que ele disse, eu fui até o refeitório, aparentemente procurando Isabella e Emily. A aula já havia acabado e até agora eu não estava acreditando no que eu havia acabado de fazer. Era uma coisa horrível, mas de repente eu não concordava com nada do que Joe e os outros garotos julgavam ser correto. Não conseguia aceitar, e quando não aceito uma coisa eu digo mesmo. Tudo bem que eu não suportava Demi e essas coisas, mas todos nós havíamos aceitado a loucura dela. E ainda mais, havíamos a seguido! Sorry, mas não consigo concordar com as pessoas que a estavam acusando. Ela era louca e tudo mais, metade dos alunos do Highland deveriam ter fotos dela na parede do quarto só para tampar pregos, mas mesmo assim, eu não conseguia concordar. Mas não era aquilo que estava queimando minha cabeça no momento, e sim a minha conversa com meu pai. Aquilo não havia me entristecido, mas sim, ele havia me falado poucas e boas e me cortado algumas coisas. Aliás, muitas coisas. Odiei aquilo mas no fundo eu mereci.
 What?! Não mereci não.
 Cheguei á mesa e encontrei exatamente Isabella e Emily. Emily mexia no celular ao mesmo tempo que comia um doce e Isabella  estava com uma compressa enorme de gelo nas mãos, e a colocava em cima da cabeça. Imaginei a dor que ela ainda sentia pela intoxicação.
— O que aconteceu? — perguntou Emily quando sentei bufando na mesa junto com elas.
— O pior! — resmunguei.
— Expulsaram você do colégio? — ela arregalou os olhos.
— Não me expulsaram, mas meu pai cortou os meus cartões de crédito — gemi, aflita. — Me diz, tem alguma coisa pior que isso?
 Emily balançou a cabeça. Isabella parecia não estar prestando atenção em nossa conversa, só sabia ficar se lamentando pela dor que estava sentindo. Ok, vamos deixá-la em paz, isso é o preço que ela paga por ter bebido demais naquele antro de festa. Emily deu mais uma mordida naquele doce e olhou pra mim novamente.
— O que aconteceu com a idiota da Demi? — perguntou ela.
— Sei lá — suspirei. — Quando fui á direção, estavam lá o diretor e a sem classe da mãe dela. Sei lá.
 Emily ergueu as sobrancelhas e voltou a se concentrar em seu doce e vi que ela só havia me perguntado aquilo pra gastar segundos de sua vida, pois ela não se importava um mínimo com Demi. Na verdade, se Demi fosse embora seria um alívio. Pra mim também, é claro. Só me entreguei pra ser um pouco justa. Olhei para Isabella e vi que a mesma estava com uma cara de doente. Que horror.
— Como se sente, Isabella? — perguntei, com a voz abafada. — Está melhor?
— Não — ela suspirou. — Estou super pra baixo, amiga. O álcool está me matando.
 Pisquei os olhos pra ela, meio abismada. Nunca imaginei ver Isabella naquele estado.
— É que você bebeu tanto que parecia que o álcool iria acabar pra sempre — falei, como se fosse óbvio.
— Eu estava me sentindo muito mal — ela abaixou a cabeça. — E vocês duas de segredinhos pra baixo e pra cima, não me contaram nada.
 Eu suspirei, olhando de canto para Emily.
— Não é nada contra você, amiga — falei. — Mas são coisas que no momento temos que guardar segredo, ok?
 Me lembrei de Emily e Jacob naquela noite e me subiu uma raiva. Não raiva deles, mas por Isabella estar pensando que não quero contá-la. Ainda vou colocar Emily e Jacob no eixo, esses dois não podem continuar assim. Isso uma hora vai ter que acabar.
— Está bem — ela assentiu, suspirando. — Mas o que mais me irritou foi ver a filha daquela cantora sem classe, aquela oferecida! Ela estava dançando com o Nick. — Ela rangeu os dentes, estava realmente nervosa.
 Lembrar daquela cena me causou o mesmo efeito, a mesma onda de ódio por Demi. Nem só por Demi, mas porque Nick também dava bola demais áquela menina, o que causava o sofrimento constante de Isabella. Que ódio daquele garoto. Odiava ter que fingir qualquer ódio por ele. Droga.
— Eu fiquei cheia de cíumes. — Ela bufou.
— Ah, esquece isso! — Tentei forçar um riso, pra ver se conseguia abafar o caso. Aquele não era um assunto bom pra aquele momento. De repente nós 3 ouvimos vozes e, olhando para trás, vimos Joe e Jacob se aproximando de nós. Eles nos cumprimentaram e Joe tascou um enorme beijo em Emily enquanto Jacob beijava minha testa e a testa de Isabella em forma de afeto.
— Então, aproveitando essa situação da Demi, nós vamos falar com o diretor. Vamos pedir pra gente sair, que tal? — supôs Joe, enquanto abraçava Emily.
— E o melhor seria se pedíssemos para sair á tarde — falou Jacob.
— E aí, meninas? — Joe ergueu as sobrancelhas.
— Ok então.

Saguão (área de lazer), Highland Private
' Tarde

 Algum tempo depois, Selena e as meninas, acompanhadas por Joe e Jacob, ainda se encontravam sentados na mesa no mesmo lugar, conversando sobre coisas variadas. Joe ainda estava supondo ideias do que iriam fazer naquele dia, já que todos os alunos iriam para suas casas. Isabella, na maioria das vezes, dava sorrisos forçados aos amigos, pois seu mau-estar ainda a estava atormentando. Várias indicações em sua cabeça pairavam, dizendo para contar á Selena que havia bebido na festa por causa de Joe, mas ela sempre varria essa possibilidade. Não que fosse tão grave assim, mas ela preferia. Era melhor. Emily e Joe estavam abraçados, trocando beijos e carícias, enquanto Jacob ria com eles, mas não deixava de ficar vidrado no olhar Emily. Mesmo com Joe por perto, os dois se encaravam muito, e Jacob não deixava de olhar "apaixonado" pra ela. Emily conseguia disfarçar os olhares, mas sempre acabava dando um terço de seu tempo olhando para o garoto. A culpa não a invadia, é claro. E Selena não prestava atenção nos dois, achava que isso era o melhor que ela fazia. As conversas foram recorrendo até Logan entrar na área de lazer e se deparar com a mesa de seus "amiguinhos". Ao ver Logan, Joe o mandou um olhar furtivo, que só podia ser entendido pelos dois. O incidente de algum tempo atrás no banheiro ainda era lembrado e pela cara de Joe, não iria ser esquecido. Logan apenas observou á todos na mesa, e passou reto. A cabeça de Selena se abaixou automaticamente. Não queria falar com Logan por um tempo, talvez fosse melhor.
 O grupo na mesa ria animadamente quando algo pousou no colo de Selena. Todos olharam ao mesmo tempo quando Selena olhava a carta branca que havia acabado de cair em cima de suas pernas. Ela juntou as sobrancelhas, completamente confusa, pegando o pedaço de papel nas mãos. Automaticamente, Joe e Jacob olharam para os lados, se perguntando como aquilo havia parado no colo de Selena do nada, sem mais nem menos. E, como um rompante, as meninas viram Joe e Jacob se levantando rápido da mesa, após os dois terem trocado alguns olhares como se fosse um tipo de conversa interna entre eles. Os dois correram, para a direção mais afundo da área de lazer, empurrando algumas pessoas no caminho. Com certeza estariam procurando algum indício de alguém ter jogado a carta para Selena, mesmo que isso fosse apenas uma maluquice. Os pés dos garotos pareciam voar, o tanto que corriam. Tinham leves impressões do que poderia ser a carta que Selena segurava, mas não quiseram pensar nisso. Aquilo era o inferno do Highland. Voaram pelas escadas dos banheiros e das saunas e nada. Por fim, os garotos voltaram á mesa.
— Escapou! — murmurou Jacob para Joe enquanto caminhavam até a mesa, onde viram Selena e as garotas olhando com curiosidade para a carta, que estava intacta.
— Espera — Selena falou, de repente "acordando". — É outra daquelas cartas anônimas.
— Ah é — Jacob deu de ombros, de repente não tão interessado como antes pela carta.
 Selena se levantou da mesa, abrindo a carta com cuidado.
— O que diz aí? — perguntou Joe, se aproximando de Selena. Ele sim estava com um interesse agudo nos olhos.
 Selena abriu a carta e logo puderam ver seus olhos arregalados. Todos agora haviam se levantado da mesa e estavam atentos, esperando que Selena lesse o pedaço de papel em voz alta. Joe estava quase sendo capaz de arrancar aquilo da mão de Selena, tamanha era sua curiosidade. Selena bufou e pareceu não estar mais "pálida" e incrédula. Em vez disso, balançou a cabeça e decidiu abafar o caso.
— Ah não. Só diz besteira — ela suspirou, olhando da carta para os outros. — Acho que não devíamos ler — Selena embrulhou a carta de volta no envelope.
 Ouviram-se vozes murmurando e discordando. É claro, naquele momento iriam querer matar Selena.
— Claro que não! — gritou Emily, e tentou pegar a carta da mão de Selena, mas a mesma afastou. — Primeiro nós temos que ler! — ela rangeu os dentes.
— Emily tem razão! — falou Joe, apontando para a namorada. Ele não estava entendo lhufas da atitude de Selena, e sempre tivera uma curiosidade extrema pelas cartas anônimas.
— Mas isso não interessa! — retrucou Selena. — Pra quê continuar com essa brincadeira? Para, Joe! — ela gritou ao ver que Joe puxava o papel de suas mãos. — Não leia...
 Tarde demais, em 2 segundos Joe já estava com o pedaço de papel nas mãos, o que fez a garotaolhar com raiva, mas de certa forma preocupada. Naquela carta havia algo que, da opinião de Selena, ninguém iria querer ler mesmo.
— Vamos ler com calma. — Falou Joe para Selena, tentando amenizar a preocupação dela.
— Muito engraçadinha, você já leu, né? — Jacob levantou as sobrancelhas e Selena o olhou de cara feia.
 Joe abriu a carta, e rapidamente ele mordeu os lábios, abrindo um pequeno sorriso.
"Atenção!" — Joe ditou, rolando os olhos para olhar Jacob com um ar divertido. — "Está formado o novo casal do colégio. Mas dessa vez com um ingrediente adicional." — Ele riu para Jacob, que fez o mesmo. Ao voltar á carta, o sorriso de Joe sumiu, dando lugar á testa vincada. — "Ela tem namorado. Adivinha quem tem os chif..."
— Não, Joe! — Jacob interrompeu a leitura e de repente o garoto estava mais branco do que o normal. Emily e Selena também de repente abaixaram as cabeças, e podia se ver uma certa cara de culpa. O coração de Emily pareceu disparar mais rápido do que o habitual... E se a entregassem na carta? Joe estava ali, Joe e Jacob. — Não precisa continuar, Joe! — Pediu ele mais uma vez, agora tentando agarrar a carta das mãos do amigo.
— Espera aí! — Joe afastou as mãos do amigo, dando um leve riso. — Vamos ver quem é o chifrudo!
 Jacob colocou as mãos na cabeça e, sem perceber, alguma parte dos alunos do saguão já prestava uma atenção na rodinha ali que estavam lendo a carta. Aquilo não era nada normal, e dessa vez a carta anônima faria ridicularizar bastante coisa. Jacob não lutou mais contra o amigo para conseguir pegar a carta, mas estava mais nervoso do que nunca. Emily não conseguia falar, parecia que seus músculos estavam travados. Joe voltou a ler a carta, e logo seu sorriso desapareceu completamente. O rosto do garoto entregava o que Jacob, Selena e Emily mais temiam. Parecia que ele havia levado um choque elétrica, tamanha era sua surpresa.
 Mas logo isso foi substituído por uma expressão de raiva, ódio. Joe dobrou a carta em suas mãos, levemente, ainda de cabeça baixa. Estava mais confuso do que nunca.
— Você está saindo com a Emily? — Disse ele calmamente, enquanto olhava nos olhos de Jacob. Seu rosto era a marca de uma traição.

Sala da direção, Highland Private

 Após a conversa de Emma e Demi, a garotinha saiu da sala, ainda bufando e xingando mentalmente o diretor. Será que havia saída para Demi? Ou será que o diretor Ethan estava cometendo um enorme erro expulsando Lovato do Highland? Minutos depois, Ethan e Emma se sentaram em uma poltrona vermelha na sala da direção, que no meio encontrava uma mesinha de madeira clara que ele havia insistido em colocar um café.
— Eu lamento, mas não tem outra saída a não ser a expulsão. — Concluiu ele após algum tempo de conversa. Emma juntou as sobrancelhas, o encarando agora meio estupefata.
— Ah, você está exagerando. Dramatizando! — Disse ela, com voz abafada. — O caso não é pra tanto.
— Não? — Ethan foi irônico, dando um risinho, logo voltando á expressão séria. — Mas foi sim. E tenho que tomar uma medida por isso.
 Emma suspirou, se levantando da poltrona e começando a dar leves passos pela sala.
— Acho que a melhor medida que você deve tomar é deixar as coisas do jeito que estão. — Falou ela, parando atrás da cadeira do diretor. Ethan sentiu um leve calafrio com o toque de Emma.
— Porque está dizendo isso? — Perguntou ele, sem se virar.
— Imagine só — Começou ela, colocando suas mãos nos ombros de Ethan. —, não se trata um assunto de um grupo de adolescentes desse jeito. Ainda mais se eles fizeram pouco caso de você. — Ethan deu de ombros, o que causou certo nervosismo em Emma. — Se expulsarem minha filha, você vai entrar na boca de todo mundo. Até os jornais e a imprensa vão querer saber o porquê dessa expulsão, imagina? — Ela se afastou de trás da cadeira, indo até a janela.
 Um horror se passou pelo rosto do diretor repentinamente, o que o fez levantar da poltrona rapidamente, se aproximando de Emma.
— Você acha? — Perguntou ele, baixando os óculos de grau.
— É claro. — Ela disse como se fosse óbvio, levantando os ombros. — Imagine só, vai ficar queimado por todo mundo.
— Am... E o que você me aconselha? — Ele perguntou, olhando toda a extensão do corpo de Emma no vestido justo de modo estranho. Emma sorriu.
— Isso me lembra os velhos tempos. Você lembra? — Ela passou as mãos pelo rosto de Ethan, de algum modo estava fingindo.
 Ethan deu um sorriso meio sem graça e meio malicioso. Frashbacks de seu passado lindo e remoto com Emma Brown pareceram vir á sua mente como um furacão. Agora ele nem se lembrava de que a mulher linda á sua frente fora seu amor do passado e que viveram tanta coisa juntos. Do nada, já estava soltando pequenos risinhos junto com Emma.
— Bom, você era uma adolescente. — Ele riu, recolocando seus óculos. — Mas sempre acertava nos seus conselhos.
 Emma deu um sorriso doce.
— O que você tem que fazer é deixar que o fogo se consuma... E que as cinzas sejam levadas pelo vento. — Falou ela. — Ou seja, não faça nada! — Ela riu, contagiando o diretor. Mas logo ele tomou sua expressão séria e carrancuda de sempre.
— Pode ser. — Ele suspirou. — Acho que você tem razão. — Ele abriu um minúsculo sorriso de lado, se afastando uns 2 passos de Emma.
— Eu sempre tenho. — Garantiu ela, sorrindo.
— Mas... Não. — Ele ficou sério, encarando Emma. O sorriso dela desapareceu, agora receosa. — As coisas não podem ficar assim. — Ele se aproximou de Emma novamente, falando com autoridade. — Vou fazer alguma coisa com a sua filha.
 Ethan virou as costas, se encaminhando até sua mesa enquanto Emma o olhava meio perplexa. Jurava que o havia tiçado a deixar essa ideia de lado e agora estava mais nervosa do que nunca.
— Já sei! — Falou ele, se virando para Emma, dando um leve sorriso. — Não vou expulsá-la. Mas... Com uma condição. — Ele se aproximou de Emma, o que a fez ficar receosa. Ethan retirou os óculos e a olhou no fundo dos olhos, o que a causou embrulho no estômago.
— Q-qual? — Gaguejou ela.
— Ela tem que fazer uma terapia. — Respondeu ele simplesmente. Os olhos de Emma se arregalaram e ela se segurou para não dar um tapa em Ethan.
— Está me dizendo que quer que a Demi procure um psiquiatra? — Ela estava pasma.
— Ou um psicólogo. — Ele deu de ombros. — Se não se submeter um tratamento, não pode ficar aqui.

Saguão (área de lazer), Highland Private

— Joe, fala sério! — Jacob se manteve firme e rezou para não gaguejar e não parecer nem um pouco nervoso. Os olhos de Joe estavam tomados por ódio, ele podia ver. Aquilo o causava certo medo, já haviam pessoas olhando meio abismadas, como se presenciassem uma explosão. — Não vai acreditar no que dizem essas cartas anônimas, não é? Sabe que é tudo fofoca...
— Jacob! — Interrompeu Joe, enquanto se aproximava cada vez mais do amigo, que retornava alguns passos. — Aqui diz que Selena e Emily falaram isso no banheiro da boate.
— E você acredita nisso?! — Gritou Jacob. O garoto estava apavorado, via-se em seus olhos. Joe bufou e se virou para as garotas, que estavam tão trêmulas quanto Jacob.
— Isso é verdade? — Perguntou Joe, controlando a calma em sua voz.
— Como você pode acreditar nesse tipo de coisa? — Falou Emily, e sua voz estava pior do que a de Jacob. — Dizem umas mentiras que não tem nada a ver! — Selena apenas abaixou a cabeça.
 Logan assistia de longe o "show". Agradeceu mentalmente por Joe não o ter visto, mas ele estava gargalhando dentro de si. Ver aquilo o agradava. Ele o tinha avisado, essa era a melhor parte. Seu sorriso não sumia do rosto.
— Era isso que não queriam me contar, não era? — Manifestou-se Isabella, olhando para Selena e Emily.
— Isabella! — Gritou Selena, rangendo os dentes.
 Foi o bastante para Joe. O garoto balançou a cabeça e caminhou a passos fortes para fora do saguão, não olhando para ninguém. Parecia que um peso havia se estabelecido pelo corpo de Emily. Aquilo era pra ser uma vingança, mas não tinha como sentir alegria naquela hora.
— Joe, espera! — Jacob pegou no braço do garoto.
— Me solta! — Joe berrou, afastando seu braço de Jacob com brutalidade, e continuou a caminhar.
— Joe, espera, cara! Deixa eu te explicar... — Jacob seguiu Joe para fora do saguão, e os cochichos haviam começado.
— Emily, fala sério. — Selena falou baixo, bufando. — Viu o que você provocou?

Cafeteria One-Eyed Pete's, Nova York

 Nick fora se encontrar com Jayden em uma cafeteria da cidade após a confusão na diretoria. Sua consciência estava limpa, ele achara que fizera o mais certo sendo justo e se entregando, mas aquilo não havia resultado em nada no momento. Nick viu que a One-Eyed Pete's estava cheia. Logo encontrou Jayden sentado em uma das poucas mesas lendo um jornal. O lugar deveria ser batante sofisticado e só bem frequentado, pois sua aparência e as pessoas que o frequentavam já dizia isso. Jayden ficou satisfeito ao ver o garoto, e já começavam uma conversa.
— Bom, agora que o diretor o liberou do castigo, vai lá em casa. Tem trabalho pra você. — Falou Jayden após algum tempo.
— Com muito prazer. — Concordou Nick. — Mas acredito que Selena...
— Não se preocupe. — Interrompeu. — A casa é bem grande para que não se encontrem. Além do mais, Selena nunca vai em meu escritório. Acredita que lá não é muito bom pra sua pele. — Ele riu, contagiando Nick. Selena e suas manias de patricinha, os dois conheciam bem.
— Então tá, tudo bem. — Nick sorriu.
— E depois que ela está furiosa porque tirei os cartões de crédito dela, então não vai sair do quarto, eu acredito. — Falou o empresário e Nick ficou sério. Sinceramente, não queria mesmo encontrar Selena na casa. Se a encontrasse, a garota com certeza iria perder o controle ao vê-lo ali. Mas ao falar de Selena uma sensação estranha passava pela pele dele, pelo estômago... Ele afastava essa sensação mais rápido do que imaginava. Era proibido sentir isso pela garota, ele já colocara na cabeça.
— Perfeito. — Falou Nick. — Então estarei lá.
— Muito bem. Te vejo mais tarde. — Ele se levantou, colocando algumas notas em cima da mesa.
— Ok. — Nick deu um sorriso forçado. Após ver Jayden saindo, seu sorriso desapareceu, e seus pensamentos voaram para a vingança.

Salão principal, Highland Private

 Jacob havia desistido de convencer Joe, e sinceramente ele não queria falar com ninguém. Após receber a notícia de que poderia ir pra casa, ele foi rapidamente ao quarto trocar de roupa e logo mais desceu as enormes escadas do Highland até o salão principal, onde já se podia ver uma aglomeração dos alunos que esperavam ansiosamente seus pais para poderem ir pra casa. Enquanto pegava seu celular do bolso, Joe sentiu algo em sua cabeça. Ouviram-se alguns risos de pessoas ali e ele passou as mãos pela cabeça, agarrando então uma casca de banana. Ele a jogou no chão e olhou pra cima, vendo quem ele menos queria.
— Bom fim de semana, neném! — Falou Demi, escorada em algum corrimão, rindo de Joe. O garoto balançou a cabeça, cansado de se estressar.
— Porque ao invés de zuar da minha cara, não dá um jeito da sua mãe não mostrar a calcinha? — Ele ergueu as sobrancelhas, olhando para cima, com um sorriso furtivo. Demi sorriu.
— Não dá pra ver, porque ela não usa. — Ela deu de ombros. — Mas em todo caso, acho que é mais digno do que vivem os seus chifres. — Ela sorriu e Joe revirou os olhos. — Sabe o que é? Pelo menos a vida é justa. Os garotos com os garotos, as piranhas com as piranhas.
— Porque não dá um tempo, garota?!
— Olha, Joezinho, a algum tempo eu juro que te ajudava. Mas agora, olhando pra você, eu juro... Me dá tanta pena. — Ela fez um biquinho falso. — Imbecil! — Ela riu.
 Só depois que Demi percebeu que Joe rapidamente subia as escadas atrás dela, o que a fez rir mais e sair correndo. Ao chegar no topo, Demi já havia desaparecido, deixando Joe mais nervoso do que já estava.

To be continued!

Avá, gostei do capítulo. Não muito, mas dá pra aguentar. Enfim, agora prometo que posto com mais frequência, mas por favor, cadê os commmmmments? Estou sentindo falta deles, muita mesmo. Me desculpem por não estar respondendo, mas quero agradecer a todas que comentaram, quero agradecer mesmo! Obrigada por tudo, esse blog não existiria sem vocês. Mas e então, gostaram de finalmente o Joe abrir os olhos? Eu adorei rs. Minha internet está um horror e eu vou tentar melhorar os capítulos, prometo. Sempre prometo, mas nunca melhoro, bláaaaa! -n
Vou saindo, comentem, plixxxxxx! *-* mil beijos e tchau.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Um Dia de Cada Vez - 03

“Tudo mudou. As lições já não importam mais, A guerra superou a paz, E a sociedade ficou incapaz de tudo. Inclusive de notar essas diferenças.” — Luís Fernando Veríssimo.


Sala da direção, Highland Private
' Por Demi L.

 Saí da piscina, não me importando com os gritos de Madison que já se tornavam histéricos. Não havia porquê desistir da minha ideia, dessa vez eu havia ferrado com tudo. A ideia da festa parecia ser perfeita no começo, mas depois tudo desmoronou. Pareceu que minha ideia foi absurda, e sinceramente todos agora deveriam estar falando mal não só de mim, mas como da festa inteira. Droga, minha situação nesse momento não estava das melhores. Praticamente corri até a sala do diretor, querendo acabar com aquele pesadelo que estava me atormentando. Parecia que todos os monstros daquela escola estavam se levantando contra mim, e já apontavam suas armas. Mas eu já iria me livrar dali, não eram essas as palavras do diretor? Então pronto, eu daria esse gostinho á todos. Cheguei á porta da sala da direção, encontrando Sophia saindo de lá, ajeitando sua saia e sua blusa, que estavam tortos. Juntei as sobrancelhas e ela me olhou assustada, de repente ficando pálida.
  Fica tranquila, não vou contar pra ninguém.  Falei, apontando para sua roupa e seu cabelo bagunçado.  Avisa ao Hitler que já tem o que queria.
 Me encostei na parede e ela voltou a sua expressão carrancuda de sempre. Ajeitou os óculos em seu rosto, e me olhou de cara feia. A cara que ela sempre fazia pra mim, desde que pisei aqui, aquilo não era novidade alguma.
  O senhor diretor deve ser respeitado.  Ela grunhiu, o que me causou medo.
 Antes que eu pudesse falar alguma coisa, ou até rir da cara dela, o diretor Ethan apareceu atrás de Sophia, saindo da sala da direção. Arregalei ainda mais meus olhos. Porque Sophia estava com o cabelo bagunçado daquele jeito e sozinha na sala da direção com o diretor? Que estranho. E Ethan pareceu também ficar incomodado por eu ter visto Sophia daquele jeito, mas se os dois estavam em qualquer momento íntimo, eu não estou nem aí pra isso no momento. Quando me viu, Ethan logo fechou a cara, e pareceu estar vendo a pior coisa do mundo. Normal, ok? Ethan já me olhara de formas piores.
 ▬ O que essa aluna faz aqui? ▬ Ele bufou, me olhando com desconfiança.
 Sério mesmo que ele não desconfiava nem um pouquinho? Ou só estava se fazendo de sonso? Porque eu sou a aluna do Highland que mais vivia na sala da direção, isso era um fato mais que óbvio. Eu me desencostei da parede, suspirando. Estava mais do que disposta a enfrentar aquilo, quantas vezes eu já havia enfrentado Ethan Jones? Ah sim, mil vezes!
 - Essa aluna veio dizer que foi ela que organizou a festa. - Dei de ombros.
 Sophia arregalou os olhos e m olhou espantada. Já o diretor caiu na gargalhada, como eu mesma estava prevendo. Ele não iria se assustar se eu chegasse e falasse isso, eu já a suspeita número um dele mesmo. Sua gargalhada ecoava pelo corredor, e ele me olhava com graça. Ok, tive vontade de dar um tapa em seu rosto, mas me conti. Ele não tinha o direito de ficar me zuando agora, sem mais!
 - Eu já sabia. - Ele suspirou, voltando a sua expressão séria. - Nós tínhamos um trato, Demi. Nos conhecemos antes de eu tomar uma decisão. Eu te dei uma oportunidade, mas vejo que não funcionou, não é verdade?
 Eu revirei os olhos, não querendo olhar pra ele naquele momento. Na hora, me lembrei da vez que pisei nessa escola pela primeira vez, e me lembrei de quando minha mãe fez do possível ao impossível pra me colocar aqui dentro. No começo não parecia nada legal, agora então havia ficado pior. Tudo bem que eu havia conhecido pessoas legais aqui, mas não aguentava mais essa escola.
 - É óbvio que não se adapta ao colégio. - ele ergueu as sobrancelhas.
 Eu bufei, automaticamente abaixando minha cabeça. Era o mais certo a se fazer naquele momento. Na verdade, nada parecia certo naquele momento. Eu não estava fazendo nada certo, na verdade. Só fazia o que me dava na telha e estava tudo bem. Foi quando ouvimos passos correndo no corredor, e me virei para ver. Levei um susto ao ver Nick, Miley, Madison e Aiden adentrando no corredor comprido, parecendo desesperados.
 - O senhor não pode fazer isso! - Gritou Nick, ficando ao meu lado. - Nós também estávamos envolvidos na festa! - Apontou para os que estavam ao seu lado. - Eu aluguei a boate!
 - E eu chamei as caminhonetes! - gritou Madison, levantando os braços.
 O diretor olhou confuso para Nick e os outros. Eu cocei a cabeça, olhando meio surpresa para eles. Será que eles já não desconfiavam nem um pouco que eu viria aqui fazer isso? Não eram pra me interromper nisso, não estava nos planos. Ethan parecia não estar entendendo nada da situação, e por um lado, eu muito menos.
 - E se vai castigar ela, tem que castigar a gente também. - falou Aiden, meio acanhado. Com certeza ele foi obrigado a fazer aquilo, o garoto odiava confusões.
 Eu podia ver o tanto de pontos de interrogação que se passavam pela cabeça do diretor Ethan naquele momento. Ele não estava entendendo o motivo da baderna, e eu também não entendia porque aqueles infelizes estavam fazendo aquilo, mas não queria que eles fizessem, não queria mesmo.
 - Espera aí, pessoal! - gritou Ethan, juntando as sobrancelhas. - Vamos esclarecer de uma vez por todas...
 - Não, não! - interrompi, finalmente. O papel de acabar com aquilo era meu e apenas. Me virei para Nick e os outros, dando um sorrisinho fraco. - Muito obrigada, amigos, mas... Não foi isso. - Dei de ombros e me virei para Ethan - Senhor diretor, a culpa é toda minha. - Bufei - Eu só queria repôr o material do Nick que a Seita destruiu!
 Os olhos de Ethan naquele momento pareceram que iriam saltar das órbitas e ele me lançou um dos seus piores olhares. Via-se repentinamente o ódio os invadindo, e eu quase dei um passo pra trás. O diretor havia ficado realmente nervoso ou eu estava vendo errado? O que eu havia falado de errado?
 - Aqui não existe nenhuma Seita, senhorita! - Ele berrou, bufando. Ah sim, ele insistia que aquela história era mentira, como sempre, estava se fazendo de cego e tapando seus olhos diante da verdade. Típico de Ethan Jones.
 - Tudo bem, o senhor pode falar o que quiser! - Ergui minhas mãos, tentando interrompê-lo a começar outro discurso - Tá bom, eu só queria repôr o material no caso de uma emergência!
 Eu suspirei e ele parecia sem expressão. É claro que estava pouco se lixando com o que saía da minha boca, ele não iria dar importância a nada a não ser sua consciência. Mas o pior foi quando ouvi mais passos saindo da sala atrás dele e me deparei com minha mãe com o papaizinho de Selena, Jayden. Eu bufei, querendo naquele momento bater minha cabeça na parede. Pra piorar, minha mãe tinha que aparecer. E ela nem ao menos havia me avisado que iria no colégio hoje. Argh!
 - Era só o que me faltava! - Bufei, revirando os olhos dela. Tudo poderia piorar, minha mãe estava no mesmo ambiente. Emma Brown deveria estar fazendo um show, eu estava desejando aquilo! Queria que ela fosse embora.
 - Você e eu temos que conversar sério, Demi. - Ouvi a voz dela atrás de mim.
 Aquilo era o cúmulo! Eu já podia ouvir o discurso de broncas que ela iria me dar, eu já podia prever tudo o que ela queria me falar. Dessa vez iria mesmo jogar na minha cara que eu sou uma irresponsável, não fazia nada direito e que principalmente não iria me adaptar a lugar nenhum que me colocasse. Ninguém merece eu ter que ouvir isso agora, depois de tamanhas coisas que passei. Mas era o jeito, iria ter que escutar.
 Mas antes que eu pudesse dizer algo, que inicialmente não iria mudar nada, ouvi mais passos inundando o corredor, e vi que Selena chegava até nós, com uma expressão de raiva (?). Êh, que legal, mais uma palhaça pra completar o espetáculo.
 - Se estão pensando em me salvar, esqueçam! Porque também estou envolvida nisso tudo. - Ela se amontoou no meio de todos, praticamente empurrando Nick pra longe e se pondo a frente do diretor, ao meu lado.
 Não acredito! Como Selena conseguia tantas vezes ser mimada e grotesca ao mesmo tempo? O que dera na cabeça sem cérebro da garota agora? Sabia muito bem que os neurônios ali dentro não funcionavam bem, mas aquilo já era demais. Eu revirei os olhos, começando a ficar entendiada. Agora a escola inteira iria se entregar? Que merda era aquela? Olhei para o lado e vi que Jayden, o pai de Selena, havia arregalado os olhos.
 - Como é que é?! - Ele realmente havia se assustado.
 Selena rapidamente se virou e olhou o pai. A garota automaticamente pareceu ficar pálida e ela levou as mãos á boca, balançando a cabeça.
 - Droga! O meu pai! - Ouvi ela sussurrar, e podia sentir a vergonha que ela estava sentindo naquele momento. Que exemplo a filhinha do empresário estava dando! Lindo isso!
 Balancei a cabeça e percebi que aquilo não nos iria levar á nada. Francamente, não estávamos chegando em um ponto. Nick e os outros queriam me salvar, mas sinceramente, não iria dar em nada. Eu iria ser expulsa e ponto final, eles tinham que entender isso. Mas de repente sinto uma mão em meus braços, me puxando para a sala da direção.
 - Venha, vamos sair daqui. - Disse minha mãe, me puxando. Fui com ela, afinal, não havia mais nada a fazer ali mesmo.

Sala de aula, Highland Private
' Por Joe W.

 Saí da piscina e voltei á sala de aula, onde encontrei algumas pessoas, mas poucas. Não sei se vários iriam matar aula, mas naquele dia a escola estava completamente fora do comum. Todos estavam comentando sempre sobre o mesmo assunto da festa e estava se tornando chato. Minha cabeça ainda doía pela bebedeira de ontem, mas principalmente eu tentava esquecer os acontecimentos de ontem. Já havia expulsado muitas vezes o "arrependimento" que me invadia por ter acusado Demi na frente de todos, mas ele insistia em ficar. Merda, eu não poderia me arrepender daquilo. Mas eu imaginava que a cabeça dela agora estava um nó quando se lembrava de mim, e a minha também. Ontem eu a beijo e hoje estou assim... Não posso perder minha pose, apenas isso!
 Me sentei em uma das cadeiras da frente, e várias outras pessoas se juntaram ao redor. Logo mais começou o assunto novamente, o assunto que eu queria fugir, mas não tinha feito. Decidi entrar na conversa, de qualquer maneira.
 - Na minha opinião, a Demi vai ter que se entregar. - Opinei, dando de ombros.
 - Pois é, a Selena se entregou. - Falou Emily, mexendo em suas unhas.
 - Fala sério! - Ri sem humor. Aquilo era ridículo - A Demi é a culpada, a cabeça que a vai rodar é a dela, não é? - Ergui as sobrancelhas.
 Vi Jacob se hesitando, e automaticamente abaixando a cabeça. Não imaginava o que ele estava pensando, mas não gostava de ser contrariado. Jacob sabia disso.
 - Ah, eu acho que ela tem que aguentar. - Falou ele.
 Ouvi Emily bufar, balançando a cabeça.
 - Pessoal, não foi bem assim! - Ela suspirou.
 - Foi como então? - Jacob se virou pra ela, erguendo as sobrancelhas.
 - Como o professor John disse, o culpado somos todos nós! Todo mundo colaborou! - Ela gritou.
 Eu revirei os olhos, começando a ficar abismado com Emily. Agora ela queria mesmo seguir a ideia daquele mero professor? Não estava acreditando que ela defendia aquele ponto de vista, que ela estava a favor do que John havia dito.
 - O que isso tem a ver? - Eu disse como se fosse óbvio - Demi não pertence ao nosso grupo! Além disso, esse colégio precisa de uma limpeza dessa gente. - Dei um sorriso.
 Emily revirou os olhos e não concordou com a minha ideia, pude ver pelo seu rosto. Mas ela tinha que aceitar que eu falava a verdade. Demi tinha que sair daquela escola, aquilo era óbvio, e seria bom pra minha sanidade mental, digamos. Eu bufei e ouvi alguns concordarem comigo, como sempre. Depois, ouvimos alguns gritos do inspetor James e vimos os outros alunos entrarem na classe, praticamente sendo empurrados e carregados pelos cabelos. Ninguém hoje estava muito afim de assistir as aulas, só queriam mesmo era falar do assunto que naquele momento eu queria que acabasse, mas eu sabia que não seria assim tão fácil.
 - Todos sentados! - ordenou James, fazendo todos na mesma hora se aquietarem em suas carteiras.
 Depois de um tempo, a aula já rolava. Não bem que James fosse um professor, mas ele era formado em várias coisas e nós não tínhamos as famosas aulas vagas por causa dele, o que não nos resultava um descanso. Em momento nenhum eu vi Demi ou Nick ou seu grupinho entrando na sala de aula, e o professor James parecia já saber onde os depravados estavam, por isso não me importei. Durante a aula, senti meu celular vibrando no bolso. Peguei-o escondido e vi que era uma mensagem de Logan: "Joe, eu preciso falar com você. Me encontra no banheiro, inventa qualquer coisa, mas vai lá. É com muita urgência." Bufei e fechei o celular. Não estava com tempo pra ficar ouvindo as palhaçadas de Logan naquele momento. Na verdade, não era assim tão divertido ter que ficar ouvindo os problemas dele, mas eu iria dar um crédito.
 - Professor! - Ouvi a voz dele no fundo da sala, e o vi se levantando - Posso ir ao banheiro?
 - É muito urgente? - Perguntou James, distraído.
 - É que eu estou tomando uns complexos vitamínicos e...
 - Corre! - Gritou James - Mas volta antes da aula começar.
 Vi Logan correr pela sala. Que desculpa ridícula ele deu.
 - Tem mais alguém que quer ir ao banheiro?

Sala da direção, Highland Private
' Por Demi L.

 Minha mãe fechou a porta do gabinete, e ficou com os ouvidos na porta em seguida. Meu Deus, como minha mãe pode ser desse jeito? Já não bastou ter me atrapalhado em assumir os meus erros, e agora estava ali, atrapalhando minha vida novamente. Eu realmente mereço! Eu suspirei e me encostei na parede, fechando os olhos. Estava cansada naquela manhã e era um alívio que minha mãe não tinha visto meu machucado na sobrancelha. Eu rapidamente colocava minha franja na frente, senão ela iria surtar. Eu não estava entendendo o que tanto ela olhava pela fresta da porta, aquilo estava ridículo.
     O que está fazendo, mãe?    Perguntei, bufando.
     Shhh!   ▬ Ela fez sinal para eu ficar quieta.    Eu quero escutar o que aquele cara de morto diz pra filha!     Se referiu á Jayden e Selena.
  Eu não acreditava naquilo! Minha mãe conseguia ser ridícula nas mínimas coisas. Cadê a bronca? Aliás, cadê o discurso que eu sabia que já estava preparado em sua mente? Cadê? Eu não conseguia entender porque ela ainda não havia começado a gritar e a me chamar de irresponsável. Cadê os xingamentos que eu sabia que ela seria capaz de soltar naquele instante? Minha mãe estava com sérios problemas,só pode!
     Para de ser enxerida e pode começar!     Falei.    Vamos, briga comigo! Se pergunta novamente, porque você teve uma filha assim e bla bla bla!    Suspirei.
  Ela me olhou confusa. Sim, sua expressão estava completamente confusa. Ela parecia não entender o que eu estava querendo dizer e parecia que eu falava outra língua. Ela saiu de perto da porta, se aproximando de mim.
     Está muito claro o que eu fiz pra merecer uma filha assim.    Começou ela.     Te eduquei como uma pessoa de bem. E você aprendeu muito bem a lição.    Ela deu um enorme sorriso.     Estou muito orgulhosa de você!
  Olhei pra ela, achando realmente que eu não tinha uma mãe normal. Como assim estava orgulhosa? Minha cabeça girou muito naquele momento. Como ela poderia estar orgulhosa? Deveria estar querendo me matar, aí sim eu estaria me sentindo bem mais normal. Ela me lançava um enorme sorriso, e não parecia estar sendo forçado. Ela estava sorrindo mesmo, e parecia feliz de verdade. Eu não conseguia dizer nada, e também não estava entendendo nada.
     Você está usando drogas ou está bêbada?     Foi só o que eu consegui dizer.
  Ela sorriu ainda mais e passou a mão em meu rosto.
     Eu sei bem o que eu digo, filha! Eu achei excelente a ideia que você teve pra arrecadar o material para o seus colegas. É exatamente como eu sonhei desde que te coloquei nesse mundo.
  Eu dei um sorriso fraco. De repente um frio invadiu meu estômago. Minha mãe havia visto a única coisa boa que essa confusão causou, e ela havia valorizado. Na verdade, essa festa era realmente pra arrecadar materiais para ajudar Nick e os outros, e ninguém havia prestado atenção nisso. Ninguém havia se focado nisso, ninguém havia prestado atenção nisso. Minha mãe havia dado valor á isso, á coisa principal da festa. De repente eu sorria, e ela passava a mão em meu cabelo.
     Uma lutadora é capaz de enfrentar todo mundo pra defender os seus ideais.    Ela sorriu.
  Deixei um pequeno sorriso escapar, mas foi fraco. Não conseguia sorrir naquele momento. De que adiantava minha mãe ter visto tudo aquilo de bom que eu havia feito por aquela festa, e ninguém mais enxergar isso? Já havia me entregado, não havia mais chance. Já estava fora do Highland.
     Muito obrigada, mãe.     Sussurrei.     Mas esse colégio me deixa muito pra baixo. Todos aqui são uns egoístas, são uns desunidos, são... São todos maus!     Aumentei o tom.    Sinto falta dos meus amigos!
      Mas aqui tem pessoas muito boas. Um grupo deu a cara por você!     Referiu-se á Nick e os outros.     Até aquela magrinha ridícula nos surpreendeu!
      Mãe, mas só são eles.     Bufei.      É toda a escola que é uma merda. Começando pelo nazista que tem no comando!      Eu tinha que falar de Ethan, ok?
  Minha mãe piscou os olhos, meio perplexa com o que eu tinha dito. Não era pra ela me olhar assim, já estava acostumada com algumas frases que eu dizia que deixariam qualquer um abismado. Eu revirei os olhos, esperando que ela balangasse naquele momento.
     Você sabe porque os nazistas não conseguiram dominar o mundo, filha?     Começou ela. Eu balancei a cabeça, negando.     Porque tinha um pequeno grupo que se rebelou. Mas depois esse grupo foi crescendo e não teve mais jeito de detê-los, filha.
     Isso não me importa!     Interrompi, gritando.     Porque aquele velho nojento me colocou aqui, mãe? Eu não suporto ele! Eu não aguento mais ficar aqui!
     Talvez nem tudo seja tão ruim como você pensa! E a vida tenha te trazido aqui por algum motivo.
     Porque?     Eu ri sem humor. Que ridículo o que ela falava!
     N-não sei.     Ela suspirou.     Talvez você tenha uma missão pra cumprir aqui na terra, filha. Aqui nesse lugar. Não é?     Ela realmente achava que eu iria acreditar nas baboseiras que ela dizia. Tem que pensar nas coisas, filha. Não fique assim.
  Ela me abraçou, e aquilo era tudo que eu precisava naquele momento. Estranho, não é? Nas maiores encrencas eu precisava de um abraço de minha mãe, a pessoa que eu rejeitava.Não fazia isso por querer, mas ás vezes eu admitia que necessitava apenas de um abraço dela. Não de uma bronca ou de gritos, era só de um abraço de Emma Brown. Mas nosso abraço foi cessado após a porta da sala sendo aberta e minha mãe me soltou rapidamente ao ver que era Ethan, o nazista!
     E não quero mais saídas até o fim do ano!     Gritou ela pra mim, de repente formando uma expressão séria no rosto. Não era a toa que ela era uma boa atriz.     Eu já dei uma bronca nessa mocinha, ela tem que aprender! Só me dá desgosto!     Falou com Ethan.
     Tudo bem.     Ele suspirou.     Mas isso é muito mais sério do que você pensa. Temos que conversar.     Ele lançou um olhar temeroso pra mim.     A sós!
  Eu senti nojo ao vê-lo. Dessa vez era realmente nojo de verdade.
     Meu amor, me espere lá fora!     Pediu minha mãe, olhando firme para Ethan.
  Eu o lancei um olhar cínico e saí da sala, me livrando daquele ambiente.

Banheiro masculino, Highland Private
' Por Logan L.

     Joe!     Bati nas costas de um garoto que urinava em uma das cabines.
     Tá me estranhando?!     O garoto se virou e eu vi que não era Joe. Dei um sorriso forçado e ele saiu.
 Onde estava Joe? Será que ele havia vindo mesmo? Eu já esperava a muitos minutos.
     Eu estou aqui!     Ouvi a voz de Joe, que acabava de sair de uma das cabines do banheiro e se aproximava de mim.     O que tinha de tão urgente pra dizer?
 Eu ri por dentro.
     Vem cá, Joe, me responde uma pergunta: Você ainda é o namorado da Emily?
     É claro!     Ele sorriu, dando um soquinho em meu ombro.     Porque a pergunta?
     Porque... Eu acho que... O Jacob quer tirar ela de você...
 Não terminei a frase, pois Joe segurou no colarinho de minha camisa, me imprensando na parede. Quando olhei, ele estava realmente com fúria. Ah, ninguém merece! So me faltava agora ele ficar bravo por eu estar falando a verdade.
     O que está dizendo?!     Ele rangeu os dentes. Eu ri.
     Olha, em primeiro lugar!     Eu o afastei de mim, ajeitando minha roupa.     Tire suas mãos da minha camisa que é importada e foi feita á mão. É de alta costura, ok? E em segundo: Só porque ele não te conta as coisas, não quer dizer...
     VAI EMBORA ANTES QUE EU QUEBRE A SUA CARA!    Ele me empurrou.
     Como quiser, Joe! Mas eu vou te dizer uma coisa, vai ter que me pedir desculpa quando descobrir o que aconteceu!
     SAI DAQUI!

To be continued!

Esse capítulo não está bom, e eu sempre prometo melhorar, sei! Mas agora estou na correria, minha prima quer o pc então como é dela não posso pegar rs. Mas aceitem o capítulo, sei que não tá bem elaborado, não está do jeito que imaginavam, mas obrigada por tudo. E lindas, cadê os comentários? Os comentários que eu tanto espero nos capítulos só teve um poxa ;/ Gente, vamos lá. Sou movida a comentários, por favor! Comentem, gente! Pelo menos 2 para o próximo capítulo. Mil beijos e tchau ;*

domingo, 6 de janeiro de 2013

Um Dia de Cada Vez - 02

“Veja bem. Não tô dizendo que superei, as feridas estão comigo, servindo de baliza pra reconhecer esse lado quente e fresco das coisas. Mas eu preciso ir, não posso falar contigo agora. Tenho pressa de apertar o play. Dá licença? Então sai debaixo da minha sacada. E da próxima vez que sair na chuva, vê se antes aprende a se molhar.” - Gabito Nunes
Banheiro - Highland Private
' Por Selena G.

Eu ainda estava pasma por ver Isabella daquele jeito. Minha cabeça estava girando. Como ela havia chegado naquele ponto? Porque estava vomitando daquele jeito? E ela não parecia nada bem, podia ver a agonia que ela estava.

Selena: Isabella, não brinca! O que você tem? - Cheguei perto da cabine. - Quer saber? Eu vou avisar o inspetor pra levarem você pra enfermaria.
Isabella: NÃO! - Ela rapidamente levantou sua cabeça do sanitário.
Selena: Está bem! - Eu juntei as sobrancelhas. Que situação estranha.
Isabella: Eu estou bem. - Ela se levantou, e se sentou no chão, no meio do banheiro. Eu revirei os olhos, bufando.
Selena: Isabella, pare de se comportar como se tivesse dois anos. Você comeu alguma coisa estragada e está intoxicada. - Me ajoelhei ao seu lado.
Isabella: Não. - Ela tossiu. - É uma intoxicação, mas de álcool.
Selena: Isabella, me diz, porque você bebeu tanto? - Eu bufei, de raiva. - Eu não entendo. O que eu faço agora? Eu ligo pro seu pai, sua mãe...
Isabella: Não, pelo amor de Deus. Se os meus pais souberem, eles me matam. - Ela se levantou.

Mas antes de ficar em pé, ela novamente enterrou a cabeça no vaso. Argh! Como ela pôde chegar nesse ponto? Isabella nunca bebia, e não iria beber daquele jeito por ela própria. Ainda vou descobrir como ela ficou assim.

Corredor - Highland Private
' Por Nick J.

Fui até o meu armário, mexendo incansavelmente em meus bolsos. Aquela calça parecia sumir com a chave de meu armário. Finalmente a achei, abrindo-o logo em seguida.

- Oi, Nick. - Olhei para o lado e vi uma garota encostada em meu armário, sorrindo pra mim. - Como você está?
Nick: Lillian Green, certo? - A reconheci de repente. Ela murmurou um "uhum" e continuou sorrindo. - Legal. Como está?
Lillian: Muito bem, e você? - Apenas assenti como resposta. - Olha, eu queria perguntar... Não se ofende, ok? É só uma perguntinha.
Nick: Pode mandar.
Lillian: Será que um dia desses você está afim de sair comigo pra tomar um café? - Ela sorriu. Eu juntei as sobrancelhas, confuso.
Nick: Am... Claro, tá bom. Pode ser sim.
Lillian: Tá bom então. - Ela deu uma piscada.
Nick: Então... A gente se fala depois. - Dei um meio sorriso e ela saiu, murmurando palavras sozinha. Eu balancei a cabeça, completamente confuso. Garota nenhuma da escola nunca havia me chamado pra sair, elas mal falavam comigo. E agora do nada estavam ali... Que estranho. Voltei ao meu armário, ainda abrindo-o.
 - Olá, Nick! - Ouvi mais uma garota, mas dessa vez ela não estava do meu lado. Em vez disso, senti alguém apertar a minha bunda e me virei rapidamente, vendo uma garota sair sorrindo. Que negócio era aquele? As garotas do Highland decidiriam me assediar agora? Repito: aquilo era assédio.

Esqueci as garotas e voltei a atenção para o meu armário. Finalmente o abri. Mas de repente um papel caiu de dentro dele. Como aqueles bilhetinhos que sempre deixam nos armário. O bilhete caiu no chão, e eu o peguei. Quando o abri, meu coração gelou. Vi novamente aquele desenho da mão negra no papel. A Seita novamente? Havia jurado que eles me deixariam em paz. Abri o bilhete, onde continha as palavras: "É hoje. Se não sair do colégio, vai pagar muito caro." Bufei, e amassei rapidamente o papel. De repente me lembrei que hoje era sexta feira. Em nosso último encontro, havia prometido aos membros da organização que saíria do Highland naquele dia. Agora minha mente girava. Não sabia o que fazer e muito menos sabia do que a Seita era capaz.

Salão Principal - Highland Private
' Por Demi L.

 Após a aula, eu fui para o salão principal, e Madison e Miley vieram atrás de mim. Logo mais, todos os alunos estavam no salão, e discutiam sobre a mesma coisa. Percebi que muitos me olhavam, a maioria com reprovação, como eu estava prevendo. Já imaginava que seria assim.

Madison: Fica fria, Demi. Ninguém vai te acusar de nada. - Ela tentou me confortar após eu lembrar das palavras de Joe. - Não é, meninas?
"Claro que não. Não vai acontecer nada.", disse uma loirinha ao lado de Madison, que no momento eu não a reconhecia.
Madison: Além disso, qual é o problema de ficar aqui no fim de semana? Não tem nada demais.
Emily: Ah, claro, pra você é bom, não é? - A loirinha grotesca se manifestou, aparecendo de repente, encarando Madison. - Você não tem casa, não é?
Madison: E eu vou quebrar a sua cara se ficar fazendo gracinha!
Emily: Você está me ameaçando? - Levantou as sobrancelhas. Madison assentiu. - Você é uma ignorante. Porque quer resolver tudo com agressão? - Madison retirou sua mochila, se preparando para acabar com Emily.
Demi: Amiga, não vale a pena! - Puxei Madison antes de chegar em Emily. - Deixa pra lá.
Madison: Como não vale a pena?! - Eu bufei.
Demi: Amiga, por mais que bata nela, ela não vai deixar de ter bolhas no cérebro! - As garotas ao meu redor riram, menos Madison.
Madison: De repente se eu bater nela, os neurônios voltem a funcionar! - Ela rosnou, ainda encarando Emily.
Demi: Bobagem! Para com isso! - Eu a puxei novamente.
"Meninas, queria falar com vocês!" - A professora de dança apareceu de repente, se metendo em nossa rodinha. "Eu tenho uma reunião com o diretor pra falar sobre o grupo de dança."
Demi: E aí? Já disse que podem ser dois grupos?
"Depois falamos sobre isso."
Emily: Mas porque depois? - Ela gritou.
"Porque nessa escola não se faz o que vocês querem! Já bastou a fuga de vocês ontem á noite!", ela balançou a cabeça e deu as costas, saindo de perto da gente. Realmente, aquela fuga de onte deu o que falar.

Secretaria - Highland
' Por Jayden G.

Cheguei ao Highland. Foi o único jeito que encontrei para falar com o diretor, já que ele não atendia minhas ligações. Fui diretamente para a secretaria, com um cuidado extremo de não deixar que ninguém me visse, ainda mais Selena. Iria fazer muitas perguntas se me visse por ali. Cheguei á secretaria, onde vi Sophia mexendo em alguns papeis.

Jayden: Com licença. - Eu falei e ela parou de mexer rapidamente nos papeis, se assustando. - Pode me dizer se a reunião já terminou?
Sophia: Am... - Ela parecia pensar no que dizer. - Por favor, queira sentar, senhor Gomez. - Ela apontou para as poltronas brancas atrás de mim. Eu me virei e bufei. Emma estava ali, sentada, lendo uma revista.
Jayden: A senhora outra vez? - Disse, desanimado. Ela me olhou com desdém.
Emma: Caso não tenha notado, eu cheguei antes do senhor pra falar com o diretor.
Jayden: Depois do papel ridículo que fez ontem, eu tenho sérias dúvidas sobre a sua integridade moral. - Revirei meus olhos. Ela largou a revista.
Emma: Não fala assim comigo! Eu não sou nenhuma desintegrada! E goste ou não, eu cheguei antes do senhor pra ver o diretor, o que acha?
Jayden: Senhora, me desculpe, mas não perca seu tempo. A senhora não tem nenhuma autoridade moral sobre esse assunto. - Falei como se fosse óbvio. Ela por acaso se lembrava do que havia feito ontem? Das coisas que havia falado? - Porque a senhora não cuida dos seus assuntos?
Emma: Minha filha e os amigos também são meus assuntos! - Ela se levantou, se aproximando de mim. Eu ri irônico.
Jayden: Não vou falar com a senhora. - Eu revirei os olhos.
Emma: Ah não? - Ela levantou as sobrancelhas. - Pois sou eu que não vou falar com o senhor. O dia que o senhor se der ao luxo de ter uma reputação sólida por mais de seis anos, eu volto a falar com você. Antes disso, dá licença e cala essa boca! - Ela bufou e também revirou os olhos. Eu a olhei, completamente estupefato. O jeito como ela me irritava era incrível.
Sophia: Senhores! - Nós dois a olhamos, e vimos que ela nos olhava assustada. - O que os senhores acham de primeiro entrar a senhora Emma e depois o senhor Gomez?
Emma: Não, Sophia, deixa ele! - Ela mexeu nos cabelos, se encostando na mesa de Sophia, me dando um empurrão com o ombro. - Esse senhor tem tanta pressa que não consegue respeitar uma dama, então deixa ele entrar.
Jayden: Só me faltava essa! - Eu bufei. - Deixa ela entrar!
Emma: Não! Depois do escândalo que fez, é melhor o senhor entrar.
Jayden: De maneira alguma.
Sophia: O que acham de entrarem os dois juntos? - Ela sorriu.
Jayden/Emma: NÃO! - Gritamos juntos, quase rosnando.
Sophia: Perdão. - Ela nos olhou assustada mais uma vez. - Entre os dois há algum problema?
Jayden: Não. - Respondi rapidamente.
Sophia: Então aceitem minha sugestão. Entrem os dois juntos.

Olhei para as duas. Emma me olhava, sem dizer nada. Eu vi que não tinha escolha.

Lanchonete - Highland Private
' Por Logan L.

Jacob: Aí cara, deu a maior confusão a nossa ida á essa boate. - Falou enquanto tomava um gole do suco.
Logan: Aham. - Eu suspirei, avaliando minhas unhas.
Jacob: Tá complicado.
Logan: Mas você se divertiu bastante, não foi? - O encarei.
Jacob: O que quer dizer com isso? - Juntou as sobrancelhas, confuso.
Logan: Porque a Chloe me contou que vocês eram um casal muito aberto.
Jacob: Isso aí. - Ele riu. - O que tem isso?
Logan: Mas... MUITO aberto! - Eu ergui uma sobrancelha. Jacob achava realmente que eu não tinha visto a cena da noite anterior. Achava mesmo que eu não tinha visto o beijo dele com Emily.
Jacob: Ok, e daí?
Logan: Acontece que no outro dia, sem querer, eu vi quando você estava chegando azarando a Emily.
Jacob: O que?! - Ele arregalou os olhos. - Espera aí, pense no que está dizendo! A Emily é a namorada do Joe e ele pediu pra eu cuidar dela! Presta atenção, Logan! Que idiota! - Eu ri ao ver ele nervoso. Depois, vimos Emily entrar na lanchonete do nada.
Emily: Ah, eu estou cansada! - Falou, sentando no colo de Jacob. - Vem, me dá um carinho. - Ela deu um beijinho no nariz.
Jacob: Não, espera, Emily... - Ele me encarou. Eu ri.
Logan: Tudo bem, Jacob. Eu já vou indo. - Eu me levantei. - Porque eu acho que to... Sobrando! - Pisquei e saí.

Sala da direção - Highland Private
' Por Emma B.

Ethan: Eu dou minha palavra que isso nunca mais vai se repetir. - Ele dizia enquanto eu me olhava em meu pequeno espelho.
Jayden: Não devia ter acontecido nunca.
Ethan: Senhor Gomez, eu já falei com a empresa de segurança e nós vamos dobrar o pessoal. - Ele riu nervoso, se levantando.
Jayden: Bom, mas... - Ele se interrompeu no meio da frase, ao ver que minha pequena bolsa havia caído no chão. Ele me olhou sem entender e a pegou do chão, me entregando. Eu deixei um sorriso falso escapar e murmurei um "Muito gentil", só por educação. - Com a mensalidade que pagamos aqui, podia ter mais seguranças. - Ele continuou. Ethan riu.
Ethan: Eu sei, mas eu já expliquei. Na realidade, ocorreu uma situação... Ocorreram casos raros que fizesse os alunos fugirem do colégio.
Emma: Ah que horror! Eu não consigo acreditar que estejam assustados por causa de uma trevessura feitos por alguns adolescentes, eu não consigo acreditar. - Bufei. - Eu me recuso a ficar escutando.
Ethan: Essa é uma instituição educativa, pela qual deve ser retida por normas.
Emma: Ah, normas! - Eu bufei, me levantando. - Eu não posso acreditar que existam homens que não se lembram de sua adolescência. Se algum dia foram adolescentes. - Levantei a sobrancelha. - E se tornaram tão conservadores que agora parecem múmias.
Jayden: O que eu não entendo é como tem gente que leva as coisas sérias da vida na brincadeira. - Ele me encarou.
Emma: E eu não entendo como tem gente que não percebe que já morreu e esqueceram de enterrar! - Murmurei. Ele balançou a cabeça, suspirando.
Ethan: Vamos falar do nosso assunto. Eu garanto que vai acabar aparecendo um responsável e que tudo vai voltar ao normal nesse colégio.
Jayden: É o que eu espero.
Ethan: Eu conheço os meus alunos. - Ele sorriu. - É uma questão de tempo e eles...
Emma: Ah, conhece eles tão pouco! - Interrompi. - Os garotos não denunciam uns aos outros. Eles são melhores do que muitos adultos! - Encarei Jayden, que percebeu meu olhar. - Por sorte!
Jayden: Está se referindo a mim? - Levantou as sobrancelhas.
Emma: Não. Nem passou pela minha cabeça. - Fui irônica.

Piscina - Highland Private
' Por Demi L.

Demi: PESSOAL! - Gritei, fazendo todos ali pararem de conversar e me olharem, que eu já havia subido na mesa. Todos discutiam sobre a mesma coisa, ainda sobre o assunto da festa. Aquilo estava me dando nos nervos. - Vem cá, o que há com vocês? Esqueceram que nos unimos pela primeira vez TODOS para irmos a essa festa? Todos!
Jacob: Ah, Demi, cala essa boca!
Joe: Todos nada, isso foi uma aliança! - Ele se aproximou de mim.
Demi: Vem cá, isso não é a exatamente a mesma coisa?
Joe: Não. Na política, são feitas para alcançar um objetivo. Entendeu? Uma vez alcançado, são rompidas. - Ele sorriu.
"Você colocou todos nós nessa, agora vai ter que nos salvar", gritou um gordinho da nossa classe apontando pra mim, que eu não me recordava de seu nome.
"É isso mesmo", falou outra garota.
Demi: Claro! - Bufei, olhando para aqueles idiotas. - Já esperava! - Desci da mesa, e caminhei para dentro da escola.
Madison: Demi! - Gritou, agarrando meu braço. - O que vai fazer?
Demi: Nada, vou entregar o responsável. - Apontei pra mim.
Madison: Você ficou louca?!
Demi: Não, não estou louca, você não escutou? Eu não tenho outra saída!
Madison: Como não? Qual é, deixa que eles se danem! - Apontou para Joe e seu grupinho.
Demi: Ah, na boa, me deixa. Eu sei o que tenho que fazer.

Madison tentou me segurar, mas eu já havia decidido. Segui para a sala da direção. Iria resolver aquilo de uma vez.

To be continued!
Gente, esse capítulo está assim desse jeito porque eu fiz ele completamente correndo, eu tava atrasada porque ia viajar  enfim, foi isso mesmo rs. Mas ok, eu consegui um computador e consegui postar, o que acharam? Eu não gostei muito, e vou melhorar, prometo! É que agora tá de madrugada, amanhã penso em alguma coisa. Mas MUITO obrigada a todas que comentaram, eu até ganhei um selinho *o* cara, isso é muito importante pra mim. Muito mesmo, obrigada. E vou tentar postar com mais frequência e prometo que vai estar do mesmo jeito de antes, as narrações vão ser bem mais explicadas e etc. Eu fiz esse capítulo desse jeito porque foi na correria e eu estava com saudade daqui rs. Enfim, obrigada por tudo. Divulguem o Rebeldes e continuem comentando que é muito importante.
Enfim, divulgando: Sexy - Just In Love - www.amorquematajemi.blogspot.com (esse está com a permissão negada ;x)
E obrigada pelo presente *-* Gente, to saindo agora, só vou responder os comentários e fim. Continuem cmentando e divulgando meu blog no espaço de vocês que eu vou ser muito grata, ok? Prometo melhorar o capítulo, prometo isso a mim mesma que odiei esse. Enfim, mil beijos e tchau ;*