sexta-feira, 1 de junho de 2012

Depois da Chuva - 60

Ninguém sabe direito o que é felicidade, mas, definitivamente, não é acomodação. Acomodar-se é o mesmo que fazer uma longa viagem no piloto automático. Muito seguro, mas que aborrecimento. É preciso um pouquinho de turbulência para a gente acordar e sentir alguma coisa, nem que seja medo. — Martha Medeiros.
  Corredor / Upper East Side .

 - Escapou! - gritou Logan, batendo o punho no armário, repleto de ódio.
 - Cara, fica frio - disse Joe.
 - Ah, qual é o seu problema? Como que ela escapou? - perguntou Jacob, dando um leve sorriso.
 O sorriso de Jacob desapareceu.
 - Ah, não brinca, Logan, você estava atrás dela?
 - Não sou seu empregado! - gritou Logan.
 - Não grita comigo!
 - Não sou seu empregado, ok? Se você queria tanto, porque não foi atrás dela?
 - Agora estamos na mesma... - disse Joe, tentando apartar a situação.
 - Não grita, cara. Ta me deixando de mau humor - disse Jacob. - Estamos outra vez na mesma.
 - Não, a gente não tá na mesma - disse Logan, suspirando. - Porque, obviamente, a gente já sabe que essa menina deve ser muito magra, não é a Chloe, porque a Chloe é mais gostosa!
 - Ai, Logan, não brinca - bufou Jacob. - A gente nem viu direito, do que tá falando?
 - Gente, acabou. Vamos pra sala, ok? - disse Joe, bufando.
 Os dois o ignoraram e Joe encarou o chão, como não suportava aquilo. Seus olhos se apertaram para um objeto caído no chão, e ele se abaixou. Pegou um objeto brilhante - uma jóia.
 - O que é isso? - Joe se perguntou, e os garotos o olharam.
 Ele riu.
 - Legal - Joe sorriu. - Já sabemos que escreveu as cartas - ele estendeu o objeto aos amigos.
 - Quem? - indagou Jacob.
 - Nossa escritora apaixonada é dona disso aqui - ele mostrou o objeto.
 Jacob riu e pegou o objeto.
 - Até que enfim, tá vendo? Pelo menos estamos avançando. Sério, olha, isso não é muito, mas...
 Quem seria a garota misteriosa?

Sala de dança / Upper East Side .

 - Eu tenho que fazer o teste com a filha daquele vedete vulgar - reclamou Selena com Isabella, entrando na sala. - Além disso, vou ter que ver a cara dela todo dia. Isabella, eu preciso que me ajude.
 Isabella riu ironicamente.
 - Você acha que uma gorda como eu pode ajudar você em alguma coisa? - perguntou ela.
 - Há quantos anos estou tentando tirar essa ideia da sua cabeça? - suspirou Selena. - A única pessoa que se sente horrível aqui é você, não sei porque.
 - Bom, nisso você tem razão - Isabella sorriu. - Você sempre me ajudou.
 - Viu? Mas você gosta de me acusar injustamente - Selena bufou. - Isabella, você é a única pessoa nesse mundo que sabe o quanto é difícil ser eu. Ainda mais hoje! Eu não sei porque me acontecem essas coisas.
 - Mas é que eu não suporto como você trata o Nick, esse é o meu problema - Isabella parecia alarmada. - É sério, o Nick não te fez nada, e... é a primeira vez que eu me apaixono, é tão especial pra mim - a garota sorriu, no mundo da lua. - Sabe, se eu tivesse que morrer amanhã, eu não me importaria. Porque a minha felicidade seria completa sabendo que eu estive com o Nick e namorei com ele, e... desde então a minha vida passou a ter muito sentido...
 - Isabella! - interrompeu Selena, aturdida.
 Selena não suportava. Não, era demais. Demais pra ela. Isabella realmente amava Nick! Isabella falava nele tão docemente, do quanto ele era perfeito, maravilhoso, do quanto a fazia voar, de como ele a tratava, babava a cada vez que falava o nome do garoto, quando o via só faltava desmaiar... Selena não suportava isso. Ela não suportava porque sentia a mesma coisa. A mesma intensidade que Isabella sentia quando via Nick, quando pensava em Nick; parece que um choque se passava por Selena. Seu coração acelerava quando o via, ainda mais quando o tocava, mesmo sendo poucas vezes. Ela queria tê-lo. Mas ele agora tinha Isabella, e pareciam estar bem. Ele era sincero, honesto, homem e principalmente, era lindo e não suportava Selena. Na verdade, ele a desprezava. Por isso mesmo, Selena o queria. Nunca houve um sequer que rejeitasse Selena. Ela era perfeita, todos a queriam, não passava despercebida, era linda. Mas o caipira a rejeitara.
 E ela sentia tamanha vontade de estar com ele, ao lado dele, que sentia, pela primeira vez, inveja de Isabella.
 Mal sabia Selena o que o próprio Nick em relação a ela.
 - Isabella, está vendo? É isso que me preocupa - disse Selena, se recompondo de seus pensamentos. - Você não pode ficar assim por alguém que mal conhece, que nem sabe... nem sabe como é, que costumes tem.
 - Diz isso porque nunca se apaixonou - Isabella balançou a cabeça. - O amor... o amor é um sentimento que te preenche, e você não para de pensar nessa pessoa o dia todo - ela suspira. - Qualquer coisa, qualquer coisa é insignifcante, você faz por ele e pra ele.
 Selena observava Isabella, com um aperto no coração. Ela conhecia bem essa sensação. Conhecia até demais. Mas nunca deixaria que Isabella soubesse, ou desconfiasse.
 - Bom...
 - Mas você não entende nada disso - interrompeu Isabella.
 - É... eu não entendo - Selena suspirou. - Mas eu prometo que... que eu não vou me meter mais com o caipira. Mas que isso não nos separe, ok? Você e eu juramos que nunca iríamos brigar por nenhum menino.
 - Essa é a diferença, Nick não é nenhum menino - Isabella sorriu. - Nick é um homem maduro, gentil, bonito - ela suspirou. - Ele cuida de mim. Você não faz ideia, ele fala de uma maneira impressionante. Parece que ele sabe de tudo do mundo. É a única pessoa que me fez me sentir... uma princesa.
 Selena não aguentava. Ela estava com cíumes mesmo? Nunca imaginou isso em momento nenhum em sua vida. Sentir cíumes, inveja, da melhor amiga. Da própria melhor amiga. Selena tinha certeza: estava apaixonada por Nick! Queria chorar ouvindo as palavras de Isabella, queria correr até Nick e ter uma conversa de paz com ele, queria estar ao lado dele, queria senti-lo. Era tão complicado. Ela se odiava por estar apaixonada por aquele caipira bonitão. Odiava mais do que tudo.
 - Selena! - Emily gritou, interrompendo os pensamentos de Selena, entrando na sala. - Eu acabei de ver a Demi, você não tem ideia de como ela tá ridícula, e tá vindo pra cá.
 - Ah não, espera - Selena respondeu, se inclinando até a mesa e pegando sua prancheta. - Olha, vamos fazer essa seleção rápido, vamos deixá-la dançar um pouquinho, fazendo um papel ridículo e depois dizemos "Bye, Bye" - ela sorriu.
 - Beijinhos a todas e bye bye - Isabella sorriu e as três riram.
 - Mas onde está essa menina que não chega? - disse Selena.
 Sua pergunta foi respondida por Demi entrando na sala, completamente... esquisita.
 Demi havia prendido o cabelo preto e sedoso em maria-chiquinha e as garotas fizeram o mesmo. Havia amarrado fitas também. Com certeza, estavam tortos. Vestiam mini-shorts e mini-blusas e várias jóias.
 - Demi, o que é isso? - Selena perguntou, pausadamente, boquiaberta. Aquilo estava horroroso, na opinião própria de Selena.
 - São as candidatas, não está vendo? - perguntou Demi. - Então, vamos começar?
 - Não, não - respondeu Selena. - Acontece que tem um pequeno detalhe: essa seleção era pra você sozinha! Ok? Porque não chegou na hora no outro dia. Ponto! Pode levar tudo isso pro seu circo com seus palhacinhos juntos - apontou para as garotas.
 Demi riu. Na verdade, gargalhou.
 - Espera aí, projeto de Paris Hilton - disse ela. - Nós viemos pra seleção porque a professora nos chamou, ok?
 - Tudo bem. Mas nós não temos tempo, tá legal? - disse Emily, e se virou para as amigas. - E aí meninas, vamos?
 - Me dá o CD - pediu Demi a uma garota de seu grupo, que a entregou. Ela se voltou para o grupo de Selena. - Mas nós temos tempo. Então, teremos a tarde toda, eu acho. Vai, bota aí - ela entregou o CD para Isabella.
 - Vai, bota - gritou uma garota do grupo de Demi.
 Isabella encarou o CD e as garotas com nojo, e foi para o som.
 - Vamos dançar, projetos de Ciara - gritou Selena se sentando na mesa.
 - Isso aí - gritou Demi, sorrindo. - Vamos lá, galera.
 - Anda logo, eu quero ver - disse Selena, se apoiando em seus cotovelos, olhando cinicamente para Demi.
 As duas se encaravam freneticamente.

Mansão Emma Brown .

 - Eu já perdi a minha manhã toda - disse Emma ao advogado de Jayden, sentado em sua sala. - Vamos terminar cm isso.
 - Tudo bem - ele suspirou. - Bem, sabe como é, senhora. As vezes é melhor um bom acordo do que um bom processo.
 - Tem razão, Emma - disse Mia. - Esses processos são terríveis.
 - Mas eu adoro - Emma sorriu cinicamente. - Este não seria o primeiro e nem o último, mas fique sabendo que eu ganhei todos.
 - A senhora é uma pessoa inteligente - o advogado sorriu. - Sabe que é impossível ganhar este.
 - E porque? - Emma levantou as sobrancelhas. - Porque o seu cliente é um homem muito poderoso? Eu não entendo porque.
 - Porque é fácil provar que foi a senhora que provocou tudo isso - respondeu o advogado.
 - Mas não fui eu - Emma se levantou. - E tem mais, vou localizar o jornalista que deu a nota, ele é um amigo meu. Por isso ele vai testemunhar que foi esse Gumez que inventou tudo.
 - Gomez! - o advogado corrigiu.
 - Gomez - ela pronunciou com nojo -, que inventou tudo - ela bufou. - Suquinho, Benjamin. Já estou falando besteira - ela pediu ao assistente.
 - Isso não faz nenhum sentido - disse o homem. - O que meu cliente ganha sendo acusado de assédio sexual?
 - Eu não sei - respondeu ela. - Olha, talvez o sujeito seja impotente, ou seja gay... o senhor é que sabe, o senhor quem limpar a imagem dele, não é isso?
 - Por favor, senhorita...
 - Senhora! - gritou Mia.
 - Senhora! - gritou Emma.
 - Senhora - disse o homem. -, meu cliente já saiu com supermodelos e empresárias, na Europa é um dos víuvos mais cobiçados.
 - Obrigada, Benjamin - ela sorriu, quando o garoto a deu um suco, e voltou sua atenção ao advogado. - Ele é viúvo? Com certeza a mulher dele morreu de tédio ou ficou dormindo e nunca acordou - ela riu com Mia.
 - A esposa dele morreu a muitos anos. Num acidente - o homem suspirou. - Desde então ele se preocupou em não sair em jornais e revistas, manteve total discrição. Com que intenção vai querer aparecer nos jornais agora?
 - Meu filho, eu não sei, eu não tenho a menor ideia - disse Emma, nervosa.
 - Meu cliente oferece um acordo justo - insistiu o homem. - Não vai exigir da senhora nenhum centavo. Só pede que se retrate. E tem mais: se precisa de publicidade, posso botá-la em contato com as melhores agências.
 - Eu não preciso de publicidade, estou na melhor fase da minha carreira! - bravou Emma. - Publicidade eu tenho de sobra, não seja ignorante!
 - Então porque faz isso?
 - Não se faça de bobo. O senhor sabe muito bem que eu não fiz nada, e já me cansei, vai embora, por favor. Benjamin, bota pra fora! - ela gritou.
 Em 2 segundos, Benjamin - que era um brutamontes -, já estava agarrando pelos braços do advogado e o arrastando para fora.
 - Eu entendo - gritou o advogado. - Mas se não aceitar o trato, vamos ter que nos ver novamente.
 - Vai logo, por favor, Benjamin - ela gritou, ignorando completamente o advogado. - Bota pra fora!
 Emma suspirou depois de o homem ter saído.
 - Desse jeito eu não vou a nenhuma prova de figurino - ela caminhou até o quarto.
 - Eu vou te fazer um chá de camomila bem caprichado - disse Mia, indo atrás. - Respira profundamente.
 Emma se sentou na cama, com a cabeça entre as mãos, respirando fundo.
 - Agora que você está mais calma, pensa uma coisa - continuou Mia -, e se o homem não mentiu? E Gomez não quis ganhar publicidade?
 - Quem foi então? - disse Emma.
 - E se foi uma invenção do jornalista?
 Emma juntou as sobrancelhas e balançou a cabeça. Aquilo era demais.
 - Não não - ela suspirou. - Eu o conheço muito bem. Ele é um bom sujeito.
 - Talvez tenha sido obrigado. Ou uma informação errada - manifestou Mia. - Porque antes de armar um escândalo na TV, você não confirma se ele não tem culpa, sei lá?
 Emma bufou, e pareceu pensar.
 - Não, espera aí - ela suspirou. - Liga pra ele de novo, e se cair na caixa postal deixa um recado pra ele me ligar. Ou então eu chamo a polícia.
 Mia assentiu e saiu do quarto.
 Emma suspirou e se deitou.
 - Ainda bem que a Demi vai sair hoje - disse a si mesma, sorrindo involuntariamente. - Pensar que eu vou passar o fim de semana com a minha filha é a única coisa que me acalma.

Sala de dança / Upper East Side .

 Começou a seleção. E devemos dizer, estava incrível. Mas será que aos olhos das nossas júris estava. A cada garota que entrava e saía depois de um espetáculo era um múrmurio diferente. Selena, Isabella e Emily queriam avaliar uma por uma primeiro, para depois ver como todas dançavam juntas, se dançavam em um ritmo bom. Na verdade, todas as garotas estavam incríveis, dançavam em um movimento brusco e suavizante, principalmente Demi, que chamou a atenção das garotas. Depois todas tiveram que dançar juntas, e bem, foi incrível, devemos dizer.

 Dança.

 - Bueno, bueno, bueno - disse Selena, em espanhol como gostava, se levantando da cadeira depois da apresentação. - Bueno, chicas! - ela sorriu. - Esse ano encontrei um bom nível entre vocês. E apesar do meu grupo sempre ter sido super reduzido e sempre muito exlusivo, eu acho que esse ano ele vai crescer.
 Selena sorriu, o que encheu as candidatas de esperança.
 - Porque a verdade é que todas vocês se saíram muito bem - continuou Selena. - E eu tenho ótimas notícias: todas passaram! - ela sorriu.
 As garotas murmuraram, surpresas. Como assim passaram? Tentaram por anos e do nada passam? As garotas ficaram aturdidas, mal podiam pensar direito.
 Mas Demi estava achando aquilo muito estranho.
 - Todas menos uma - o sorriso de Selena desapareceu.
 O sorriso de todas desapareceu.
 - Menos você, Demi - Selena fez biquinho. Todas as garotas ficaram boquiabertas. - Sabe porquê? Olha, eu acho que você tá muito fraca, e ano que vem pode ser melhor. Excusar (desculpa).
 - Ah é? - Demi levantou as sobrancelhas. Estava explodindo em ódio - Então vai ver meu nível, estúpida!
 E a briga começou. Demi puxou o cabelo de Selena, completamente maluca de ódio. Ela havia treinado as garotas, havia feito tudo certinho, e no final seria a única que não passaria? Não. Demi Lovato não aceitaria isso.
Continua.

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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Depois da Chuva - 60

Ninguém sabe direito o que é felicidade, mas, definitivamente, não é acomodação. Acomodar-se é o mesmo que fazer uma longa viagem no piloto automático. Muito seguro, mas que aborrecimento. É preciso um pouquinho de turbulência para a gente acordar e sentir alguma coisa, nem que seja medo. — Martha Medeiros.
  Corredor / Upper East Side .

 - Escapou! - gritou Logan, batendo o punho no armário, repleto de ódio.
 - Cara, fica frio - disse Joe.
 - Ah, qual é o seu problema? Como que ela escapou? - perguntou Jacob, dando um leve sorriso.
 O sorriso de Jacob desapareceu.
 - Ah, não brinca, Logan, você estava atrás dela?
 - Não sou seu empregado! - gritou Logan.
 - Não grita comigo!
 - Não sou seu empregado, ok? Se você queria tanto, porque não foi atrás dela?
 - Agora estamos na mesma... - disse Joe, tentando apartar a situação.
 - Não grita, cara. Ta me deixando de mau humor - disse Jacob. - Estamos outra vez na mesma.
 - Não, a gente não tá na mesma - disse Logan, suspirando. - Porque, obviamente, a gente já sabe que essa menina deve ser muito magra, não é a Chloe, porque a Chloe é mais gostosa!
 - Ai, Logan, não brinca - bufou Jacob. - A gente nem viu direito, do que tá falando?
 - Gente, acabou. Vamos pra sala, ok? - disse Joe, bufando.
 Os dois o ignoraram e Joe encarou o chão, como não suportava aquilo. Seus olhos se apertaram para um objeto caído no chão, e ele se abaixou. Pegou um objeto brilhante - uma jóia.
 - O que é isso? - Joe se perguntou, e os garotos o olharam.
 Ele riu.
 - Legal - Joe sorriu. - Já sabemos que escreveu as cartas - ele estendeu o objeto aos amigos.
 - Quem? - indagou Jacob.
 - Nossa escritora apaixonada é dona disso aqui - ele mostrou o objeto.
 Jacob riu e pegou o objeto.
 - Até que enfim, tá vendo? Pelo menos estamos avançando. Sério, olha, isso não é muito, mas...
 Quem seria a garota misteriosa?

Sala de dança / Upper East Side .

 - Eu tenho que fazer o teste com a filha daquele vedete vulgar - reclamou Selena com Isabella, entrando na sala. - Além disso, vou ter que ver a cara dela todo dia. Isabella, eu preciso que me ajude.
 Isabella riu ironicamente.
 - Você acha que uma gorda como eu pode ajudar você em alguma coisa? - perguntou ela.
 - Há quantos anos estou tentando tirar essa ideia da sua cabeça? - suspirou Selena. - A única pessoa que se sente horrível aqui é você, não sei porque.
 - Bom, nisso você tem razão - Isabella sorriu. - Você sempre me ajudou.
 - Viu? Mas você gosta de me acusar injustamente - Selena bufou. - Isabella, você é a única pessoa nesse mundo que sabe o quanto é difícil ser eu. Ainda mais hoje! Eu não sei porque me acontecem essas coisas.
 - Mas é que eu não suporto como você trata o Nick, esse é o meu problema - Isabella parecia alarmada. - É sério, o Nick não te fez nada, e... é a primeira vez que eu me apaixono, é tão especial pra mim - a garota sorriu, no mundo da lua. - Sabe, se eu tivesse que morrer amanhã, eu não me importaria. Porque a minha felicidade seria completa sabendo que eu estive com o Nick e namorei com ele, e... desde então a minha vida passou a ter muito sentido...
 - Isabella! - interrompeu Selena, aturdida.
 Selena não suportava. Não, era demais. Demais pra ela. Isabella realmente amava Nick! Isabella falava nele tão docemente, do quanto ele era perfeito, maravilhoso, do quanto a fazia voar, de como ele a tratava, babava a cada vez que falava o nome do garoto, quando o via só faltava desmaiar... Selena não suportava isso. Ela não suportava porque sentia a mesma coisa. A mesma intensidade que Isabella sentia quando via Nick, quando pensava em Nick; parece que um choque se passava por Selena. Seu coração acelerava quando o via, ainda mais quando o tocava, mesmo sendo poucas vezes. Ela queria tê-lo. Mas ele agora tinha Isabella, e pareciam estar bem. Ele era sincero, honesto, homem e principalmente, era lindo e não suportava Selena. Na verdade, ele a desprezava. Por isso mesmo, Selena o queria. Nunca houve um sequer que rejeitasse Selena. Ela era perfeita, todos a queriam, não passava despercebida, era linda. Mas o caipira a rejeitara.
 E ela sentia tamanha vontade de estar com ele, ao lado dele, que sentia, pela primeira vez, inveja de Isabella.
 Mal sabia Selena o que o próprio Nick em relação a ela.
 - Isabella, está vendo? É isso que me preocupa - disse Selena, se recompondo de seus pensamentos. - Você não pode ficar assim por alguém que mal conhece, que nem sabe... nem sabe como é, que costumes tem.
 - Diz isso porque nunca se apaixonou - Isabella balançou a cabeça. - O amor... o amor é um sentimento que te preenche, e você não para de pensar nessa pessoa o dia todo - ela suspira. - Qualquer coisa, qualquer coisa é insignifcante, você faz por ele e pra ele.
 Selena observava Isabella, com um aperto no coração. Ela conhecia bem essa sensação. Conhecia até demais. Mas nunca deixaria que Isabella soubesse, ou desconfiasse.
 - Bom...
 - Mas você não entende nada disso - interrompeu Isabella.
 - É... eu não entendo - Selena suspirou. - Mas eu prometo que... que eu não vou me meter mais com o caipira. Mas que isso não nos separe, ok? Você e eu juramos que nunca iríamos brigar por nenhum menino.
 - Essa é a diferença, Nick não é nenhum menino - Isabella sorriu. - Nick é um homem maduro, gentil, bonito - ela suspirou. - Ele cuida de mim. Você não faz ideia, ele fala de uma maneira impressionante. Parece que ele sabe de tudo do mundo. É a única pessoa que me fez me sentir... uma princesa.
 Selena não aguentava. Ela estava com cíumes mesmo? Nunca imaginou isso em momento nenhum em sua vida. Sentir cíumes, inveja, da melhor amiga. Da própria melhor amiga. Selena tinha certeza: estava apaixonada por Nick! Queria chorar ouvindo as palavras de Isabella, queria correr até Nick e ter uma conversa de paz com ele, queria estar ao lado dele, queria senti-lo. Era tão complicado. Ela se odiava por estar apaixonada por aquele caipira bonitão. Odiava mais do que tudo.
 - Selena! - Emily gritou, interrompendo os pensamentos de Selena, entrando na sala. - Eu acabei de ver a Demi, você não tem ideia de como ela tá ridícula, e tá vindo pra cá.
 - Ah não, espera - Selena respondeu, se inclinando até a mesa e pegando sua prancheta. - Olha, vamos fazer essa seleção rápido, vamos deixá-la dançar um pouquinho, fazendo um papel ridículo e depois dizemos "Bye, Bye" - ela sorriu.
 - Beijinhos a todas e bye bye - Isabella sorriu e as três riram.
 - Mas onde está essa menina que não chega? - disse Selena.
 Sua pergunta foi respondida por Demi entrando na sala, completamente... esquisita.
 Demi havia prendido o cabelo preto e sedoso em maria-chiquinha e as garotas fizeram o mesmo. Havia amarrado fitas também. Com certeza, estavam tortos. Vestiam mini-shorts e mini-blusas e várias jóias.
 - Demi, o que é isso? - Selena perguntou, pausadamente, boquiaberta. Aquilo estava horroroso, na opinião própria de Selena.
 - São as candidatas, não está vendo? - perguntou Demi. - Então, vamos começar?
 - Não, não - respondeu Selena. - Acontece que tem um pequeno detalhe: essa seleção era pra você sozinha! Ok? Porque não chegou na hora no outro dia. Ponto! Pode levar tudo isso pro seu circo com seus palhacinhos juntos - apontou para as garotas.
 Demi riu. Na verdade, gargalhou.
 - Espera aí, projeto de Paris Hilton - disse ela. - Nós viemos pra seleção porque a professora nos chamou, ok?
 - Tudo bem. Mas nós não temos tempo, tá legal? - disse Emily, e se virou para as amigas. - E aí meninas, vamos?
 - Me dá o CD - pediu Demi a uma garota de seu grupo, que a entregou. Ela se voltou para o grupo de Selena. - Mas nós temos tempo. Então, teremos a tarde toda, eu acho. Vai, bota aí - ela entregou o CD para Isabella.
 - Vai, bota - gritou uma garota do grupo de Demi.
 Isabella encarou o CD e as garotas com nojo, e foi para o som.
 - Vamos dançar, projetos de Ciara - gritou Selena se sentando na mesa.
 - Isso aí - gritou Demi, sorrindo. - Vamos lá, galera.
 - Anda logo, eu quero ver - disse Selena, se apoiando em seus cotovelos, olhando cinicamente para Demi.
 As duas se encaravam freneticamente.

Mansão Emma Brown .

 - Eu já perdi a minha manhã toda - disse Emma ao advogado de Jayden, sentado em sua sala. - Vamos terminar cm isso.
 - Tudo bem - ele suspirou. - Bem, sabe como é, senhora. As vezes é melhor um bom acordo do que um bom processo.
 - Tem razão, Emma - disse Mia. - Esses processos são terríveis.
 - Mas eu adoro - Emma sorriu cinicamente. - Este não seria o primeiro e nem o último, mas fique sabendo que eu ganhei todos.
 - A senhora é uma pessoa inteligente - o advogado sorriu. - Sabe que é impossível ganhar este.
 - E porque? - Emma levantou as sobrancelhas. - Porque o seu cliente é um homem muito poderoso? Eu não entendo porque.
 - Porque é fácil provar que foi a senhora que provocou tudo isso - respondeu o advogado.
 - Mas não fui eu - Emma se levantou. - E tem mais, vou localizar o jornalista que deu a nota, ele é um amigo meu. Por isso ele vai testemunhar que foi esse Gumez que inventou tudo.
 - Gomez! - o advogado corrigiu.
 - Gomez - ela pronunciou com nojo -, que inventou tudo - ela bufou. - Suquinho, Benjamin. Já estou falando besteira - ela pediu ao assistente.
 - Isso não faz nenhum sentido - disse o homem. - O que meu cliente ganha sendo acusado de assédio sexual?
 - Eu não sei - respondeu ela. - Olha, talvez o sujeito seja impotente, ou seja gay... o senhor é que sabe, o senhor quem limpar a imagem dele, não é isso?
 - Por favor, senhorita...
 - Senhora! - gritou Mia.
 - Senhora! - gritou Emma.
 - Senhora - disse o homem. -, meu cliente já saiu com supermodelos e empresárias, na Europa é um dos víuvos mais cobiçados.
 - Obrigada, Benjamin - ela sorriu, quando o garoto a deu um suco, e voltou sua atenção ao advogado. - Ele é viúvo? Com certeza a mulher dele morreu de tédio ou ficou dormindo e nunca acordou - ela riu com Mia.
 - A esposa dele morreu a muitos anos. Num acidente - o homem suspirou. - Desde então ele se preocupou em não sair em jornais e revistas, manteve total discrição. Com que intenção vai querer aparecer nos jornais agora?
 - Meu filho, eu não sei, eu não tenho a menor ideia - disse Emma, nervosa.
 - Meu cliente oferece um acordo justo - insistiu o homem. - Não vai exigir da senhora nenhum centavo. Só pede que se retrate. E tem mais: se precisa de publicidade, posso botá-la em contato com as melhores agências.
 - Eu não preciso de publicidade, estou na melhor fase da minha carreira! - bravou Emma. - Publicidade eu tenho de sobra, não seja ignorante!
 - Então porque faz isso?
 - Não se faça de bobo. O senhor sabe muito bem que eu não fiz nada, e já me cansei, vai embora, por favor. Benjamin, bota pra fora! - ela gritou.
 Em 2 segundos, Benjamin - que era um brutamontes -, já estava agarrando pelos braços do advogado e o arrastando para fora.
 - Eu entendo - gritou o advogado. - Mas se não aceitar o trato, vamos ter que nos ver novamente.
 - Vai logo, por favor, Benjamin - ela gritou, ignorando completamente o advogado. - Bota pra fora!
 Emma suspirou depois de o homem ter saído.
 - Desse jeito eu não vou a nenhuma prova de figurino - ela caminhou até o quarto.
 - Eu vou te fazer um chá de camomila bem caprichado - disse Mia, indo atrás. - Respira profundamente.
 Emma se sentou na cama, com a cabeça entre as mãos, respirando fundo.
 - Agora que você está mais calma, pensa uma coisa - continuou Mia -, e se o homem não mentiu? E Gomez não quis ganhar publicidade?
 - Quem foi então? - disse Emma.
 - E se foi uma invenção do jornalista?
 Emma juntou as sobrancelhas e balançou a cabeça. Aquilo era demais.
 - Não não - ela suspirou. - Eu o conheço muito bem. Ele é um bom sujeito.
 - Talvez tenha sido obrigado. Ou uma informação errada - manifestou Mia. - Porque antes de armar um escândalo na TV, você não confirma se ele não tem culpa, sei lá?
 Emma bufou, e pareceu pensar.
 - Não, espera aí - ela suspirou. - Liga pra ele de novo, e se cair na caixa postal deixa um recado pra ele me ligar. Ou então eu chamo a polícia.
 Mia assentiu e saiu do quarto.
 Emma suspirou e se deitou.
 - Ainda bem que a Demi vai sair hoje - disse a si mesma, sorrindo involuntariamente. - Pensar que eu vou passar o fim de semana com a minha filha é a única coisa que me acalma.

Sala de dança / Upper East Side .

 Começou a seleção. E devemos dizer, estava incrível. Mas será que aos olhos das nossas júris estava. A cada garota que entrava e saía depois de um espetáculo era um múrmurio diferente. Selena, Isabella e Emily queriam avaliar uma por uma primeiro, para depois ver como todas dançavam juntas, se dançavam em um ritmo bom. Na verdade, todas as garotas estavam incríveis, dançavam em um movimento brusco e suavizante, principalmente Demi, que chamou a atenção das garotas. Depois todas tiveram que dançar juntas, e bem, foi incrível, devemos dizer.

 Dança.

 - Bueno, bueno, bueno - disse Selena, em espanhol como gostava, se levantando da cadeira depois da apresentação. - Bueno, chicas! - ela sorriu. - Esse ano encontrei um bom nível entre vocês. E apesar do meu grupo sempre ter sido super reduzido e sempre muito exlusivo, eu acho que esse ano ele vai crescer.
 Selena sorriu, o que encheu as candidatas de esperança.
 - Porque a verdade é que todas vocês se saíram muito bem - continuou Selena. - E eu tenho ótimas notícias: todas passaram! - ela sorriu.
 As garotas murmuraram, surpresas. Como assim passaram? Tentaram por anos e do nada passam? As garotas ficaram aturdidas, mal podiam pensar direito.
 Mas Demi estava achando aquilo muito estranho.
 - Todas menos uma - o sorriso de Selena desapareceu.
 O sorriso de todas desapareceu.
 - Menos você, Demi - Selena fez biquinho. Todas as garotas ficaram boquiabertas. - Sabe porquê? Olha, eu acho que você tá muito fraca, e ano que vem pode ser melhor. Excusar (desculpa).
 - Ah é? - Demi levantou as sobrancelhas. Estava explodindo em ódio - Então vai ver meu nível, estúpida!
 E a briga começou. Demi puxou o cabelo de Selena, completamente maluca de ódio. Ela havia treinado as garotas, havia feito tudo certinho, e no final seria a única que não passaria? Não. Demi Lovato não aceitaria isso.
Continua.

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