terça-feira, 5 de junho de 2012

Depois da Chuva - 64

Que coisa maluca a distância, a memória. Como um filtro seletivo, vão ficando apenas as coisas e as pessoas que realmente contam. — Caio F. Abreu.

  (...) No quarto de Nick

Aiden: Tem certeza do que vai fazer? - perguntou, enquanto Nick trocava de roupa no quarto, se preparando para ir a casa de Isabella.
Nick: Não, não tenho certeza. Não tenho certeza de nada.
Aiden: Espera, olha só: você concorda que depois de um fim de semana na casa dela, não vai ser mais difícil terminar com ela depois?
Nick: Aiden, eu sei - suspirou.
Aiden: Então...? - insistiu. - É sério, eu não te entendo.
Nick: Olha, Aiden, se você estivesse lá no momento que a mãe da Isabella estava dizendo todas aquelas coisas, você me entenderia. Isabella estava cheia de dor e de vergonha. Eu não posso acreditar que exista gente assim, especialmente pais que digam essas coisas aos seus filhos...
Aiden: Eu sei, Nick, mas você não é o super homem pra resolver os problemas de todos - interrompeu.
Nick: Não sou o super homem, mas o que custa ajudar?
 Aiden suspirou.
Aiden: Eu não estou te criticando. Eu só quero te ajudar.
Nick: É, eu sei - suspirou.
Aiden: Eu não quero te ver pior, e depois como vamos te ajudar, Nick?
Nick: Seria pior se fizesse de conta que não houve nada - ele bufou. - Do que manter um relacionamento que não existe.
Aiden: Porque?
Nick: Olha, Aiden... - supirou, e abaixou a cabeça, pensando antes de falar: - Eu tinha um amigo... Eu tinha um amigo que... Estava com problemas. E, infelizmente, quando descobri isso, já era tarde demais.
 Aiden suspirou.
Aiden: Se era um amigo, pode... Pegar um papel, uma caneta, e escrever uma carta. Você sabe o que dizem... Escrevendo... O que você tem? - perguntou.
 Uma lágrima rolava pelo rosto de Nick.
Nick: Infelizmente no céu não tem uma... agência dos correios;
 Nick suspirou e pegou sua mochila, caminhando até a porta.

(...) A limusine de Emma estava parada na porta do colégio, ainda

Emma: Como foi capaz de fazer uma coisa assim, Demi? - perguntou, enquanto Demi tomava uma caipirinha.
Demi: Bom, sempre inventam coisas sobre você, o que tem inventarem mais uma? O mundo não vai acabar, e nem os shows também, mãe.
Emma: Não é mais uma, Demi. Você me meteu num problema terrível. Mas dessa vez você vai cuidar disso, vai dar a cara a tapa por mim.
Demi: Ta bem, ta bem - suspirou. - Depois eu vou ao jornal e explico tudo ao jornalista, tá contente?
Emma: Não, ao jornalista não, querida. Quero que você fale com esse senhor. Você vai dizer toda a verdade.
 Demi se assustou, largando o copo em um canto do carro;
Demi: Não! Não, mãe, me peça o que quiser, menos isso.
Emma: Ah, vai fazer isso, goste ou não, porque eu sou sua mãe e vai me obedecer!
Demi: Mãe, eu te imploro, não me obriga a fazer isso - pediu Demi, se sentando ao lado da mãe. - A filha desse senhor me deixou fora do grupo porque disse que eu... Eu danço mal.
Emma: O que?! Minha filha dança mal? - Demi balançou a cabeça, assentindo. - Ela é maluca ou é cega?
Demi: Não, não, é uma imbecil. Além disso, está sempre contra mim - ela faz uma voz doce. - E além disso, hoje ela me bateu!
Emma: Ela bateu em você?! - Emma se assusta, passando a mão no rosto de Demi. - Ah, eu não acredito, esse colégio é pior do que uma prisão de mulheres.
Demi: Mãezinha, por favor, não me faça ir lá, eu te imploro, vai ser uma humilhação horrível - ela finge uma voz embargada.
Emma: Não, minha filha, tudo bem. Quem vai lá sou eu, tudo - ela passa as mãos no rosto de Demi. - O pai e essa menina vão me ouvir, você vai ver, vão me ouvir. Matthew! - grita ao motorista. - Vamos partir.

(...) Depois de todos os alunos entrarem em seus carros e voltarem pra casa, como sempre sobrava Chloe na escola;

Chloe: Porque eu não posso ir, pai? - perguntou, indo atrás do pai, sobre a sua festa.
Ethan: Porque não!
Chloe: Mas isso não é razão!
Ethan: Quer uma razão? Você não vai porque eu não gosto do Joe Walker e porque eu não gosto desse ambiente!
Chloe:  Não gosta do ambiente, mas adora os presentes que te dão, não é? - ela grita, mas fica em silêncio após o tapa que Ethan deu em seu rosto, com ferocidade.

Chloe encarou o pai, segurando as lágrimas.

Demi On

 Cheguei ao meu lugar desejado, com o Matthew cantando músicas italianas no banco do motorista. Suspirei e ao ver o carro estacionando.
 - Anda logo! - gritei, saindo do carro. - Que bom. Daqui a mais um minuto nós vamos buscar a minha mãe, está bem? - avisei.
 - Madame, não fique zangada - ele ainda me chamava de madame? -, tem que dar tempo ao tempo. Você ainda é muito jovem, tem muito tempo.
 Suspirei.
 - Tá bom, tem razão - concordei. - Afinal, a minha mãe vai levar um bom tempo conversando com aquele homem. Mas enfim, você fica aqui e me dá uma cobertura, ok? - disse enquanto caminhava até a enorme casa.
 - Sim, madame, estou aqui para isso - respondeu.
 - Está bem.
 Apertei o interfone.
 - Quem é? - uma voz de homem perguntou.
 - Oi, sou a Demi. Am... Eu vim buscar um envelope deixado pra mim pelo morador do apartamento 3 - anunciei.
 Por um instante, ninguém falou nada.
 Toquei novamente o interfone e ouvi a enorme porta se abrindo atrás de mim.
 - Até que enfim chegou - disse um homem de uniforme. - O senhor Ryan me disse que você chegaria cedo e só agora apareceu?
 - É o mais cedo que eu pude vir e eu tenho que ir rápido - respondi. - Então, vai me dar ou não?
 Ele bufou e entrou para dentro do prédio novamente, fechando a porta.
 - Qual é o problema? - gritei, e percebi que ele havia trancado a porta. - Velho maluco - bufei. - Tanta confusão por um envelope - olhei para Matthew. - Matthew! - gritei.
 - Sim, madame? - ele gritou.
 - Tenha cuidado - me virei para a porta do prédio -, aqui tem um velho meio doido, cruiz credo! - gritei.

Demi Off

(...) Emma realmente era louca? Suas botas chegavam a quase quebrar o piso liso e fino de Jayden, enquanto ela aguardava o homem vir;
 - Esse homem não vai me fazer ficar esperando como um objeto - ela suspirou e desceu as mesmas escadas novamente, a qual dava náuseas só de lembrar.
 Ao fim da escada, William apareceu.
 - O patrão pediu pra você entrar - disse ele.
 - Diga ao seu patrão pra ele sair - bravou ela. - Eu não posso, porque já já, alguém vai me buscar.
 - Senhora, é que...
 - Mas o que é? Ficou surdo agora, além de medroso? - gritou Emma. - Daqui eu não saio, senhor.
 Emma batia o salto agulha furiosamente nas escadas. Estava quase na metade.
 - Pode deixar, William - disse Jayden, chegando até o aposento. - Retire-se.
 - Tchau! - gritou Emma.
 William se retira, e Jayden se põe no lugar dele, ao final das escadas, encarando Emma.
 - Então veio fazer outro escândalo aqui, não é senhora? - perguntou ele, suspirando. Tinha a expressão cansada.
 - Não é nenhum escândalo. Dessa vez vou ser mais breve - suspirou. - A nota do jornal foi um erro do jornalista. Pronto. Terminei. Até logo.
 Ela sorriu forçadamente e se virou para subir as escadas.
 - Acha fácil, não é? - disse Jayden, fazendo Emma parar aonde estava. - Complica a minha vida... Em dois dias, o país inteiro me ligou... Isso vai acabar quando a senhora se retratar publicamente - ele dizia enquanto subia as poucas escadas que o afastavam de Emma. - Senão, vou continuar com a investigação até encontrar o verdadeiro culpado.
 Emma se hesita, odiando pensar que sua própria filha havia inventado tudo.
 - Está bem, eu vou me retratar - respondeu ela. - Acho que o senhor está exagerando. Essas coisas acontecem todos os dias, e ninguém fica tão revoltado como o senhor.
 - Essas coisas acontecem no seu mundo, não no meu.
 - Também não vale bancar o perfeito, não fica bem - ela conserta a alça de sua bolsa. - Já disse que vou me retratar, mas depois de uma coisa.
 Jayden juntou as sobrancelhas, querendo acabar logo com aquilo.
 - De quê?
 - De a sua filinha, aquela filhota de cascabel venenosa, pedir perdão a minha filha por dado uma surra nela.
 Jayden arregalou os olhos, pasmo.
 - Selena?
 Emma bufa e sobe as escadas. "Passar muito bem", foi o que disse antes de se retirar daquele ambiente.

Continua.

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terça-feira, 5 de junho de 2012

Depois da Chuva - 64

Que coisa maluca a distância, a memória. Como um filtro seletivo, vão ficando apenas as coisas e as pessoas que realmente contam. — Caio F. Abreu.

  (...) No quarto de Nick

Aiden: Tem certeza do que vai fazer? - perguntou, enquanto Nick trocava de roupa no quarto, se preparando para ir a casa de Isabella.
Nick: Não, não tenho certeza. Não tenho certeza de nada.
Aiden: Espera, olha só: você concorda que depois de um fim de semana na casa dela, não vai ser mais difícil terminar com ela depois?
Nick: Aiden, eu sei - suspirou.
Aiden: Então...? - insistiu. - É sério, eu não te entendo.
Nick: Olha, Aiden, se você estivesse lá no momento que a mãe da Isabella estava dizendo todas aquelas coisas, você me entenderia. Isabella estava cheia de dor e de vergonha. Eu não posso acreditar que exista gente assim, especialmente pais que digam essas coisas aos seus filhos...
Aiden: Eu sei, Nick, mas você não é o super homem pra resolver os problemas de todos - interrompeu.
Nick: Não sou o super homem, mas o que custa ajudar?
 Aiden suspirou.
Aiden: Eu não estou te criticando. Eu só quero te ajudar.
Nick: É, eu sei - suspirou.
Aiden: Eu não quero te ver pior, e depois como vamos te ajudar, Nick?
Nick: Seria pior se fizesse de conta que não houve nada - ele bufou. - Do que manter um relacionamento que não existe.
Aiden: Porque?
Nick: Olha, Aiden... - supirou, e abaixou a cabeça, pensando antes de falar: - Eu tinha um amigo... Eu tinha um amigo que... Estava com problemas. E, infelizmente, quando descobri isso, já era tarde demais.
 Aiden suspirou.
Aiden: Se era um amigo, pode... Pegar um papel, uma caneta, e escrever uma carta. Você sabe o que dizem... Escrevendo... O que você tem? - perguntou.
 Uma lágrima rolava pelo rosto de Nick.
Nick: Infelizmente no céu não tem uma... agência dos correios;
 Nick suspirou e pegou sua mochila, caminhando até a porta.

(...) A limusine de Emma estava parada na porta do colégio, ainda

Emma: Como foi capaz de fazer uma coisa assim, Demi? - perguntou, enquanto Demi tomava uma caipirinha.
Demi: Bom, sempre inventam coisas sobre você, o que tem inventarem mais uma? O mundo não vai acabar, e nem os shows também, mãe.
Emma: Não é mais uma, Demi. Você me meteu num problema terrível. Mas dessa vez você vai cuidar disso, vai dar a cara a tapa por mim.
Demi: Ta bem, ta bem - suspirou. - Depois eu vou ao jornal e explico tudo ao jornalista, tá contente?
Emma: Não, ao jornalista não, querida. Quero que você fale com esse senhor. Você vai dizer toda a verdade.
 Demi se assustou, largando o copo em um canto do carro;
Demi: Não! Não, mãe, me peça o que quiser, menos isso.
Emma: Ah, vai fazer isso, goste ou não, porque eu sou sua mãe e vai me obedecer!
Demi: Mãe, eu te imploro, não me obriga a fazer isso - pediu Demi, se sentando ao lado da mãe. - A filha desse senhor me deixou fora do grupo porque disse que eu... Eu danço mal.
Emma: O que?! Minha filha dança mal? - Demi balançou a cabeça, assentindo. - Ela é maluca ou é cega?
Demi: Não, não, é uma imbecil. Além disso, está sempre contra mim - ela faz uma voz doce. - E além disso, hoje ela me bateu!
Emma: Ela bateu em você?! - Emma se assusta, passando a mão no rosto de Demi. - Ah, eu não acredito, esse colégio é pior do que uma prisão de mulheres.
Demi: Mãezinha, por favor, não me faça ir lá, eu te imploro, vai ser uma humilhação horrível - ela finge uma voz embargada.
Emma: Não, minha filha, tudo bem. Quem vai lá sou eu, tudo - ela passa as mãos no rosto de Demi. - O pai e essa menina vão me ouvir, você vai ver, vão me ouvir. Matthew! - grita ao motorista. - Vamos partir.

(...) Depois de todos os alunos entrarem em seus carros e voltarem pra casa, como sempre sobrava Chloe na escola;

Chloe: Porque eu não posso ir, pai? - perguntou, indo atrás do pai, sobre a sua festa.
Ethan: Porque não!
Chloe: Mas isso não é razão!
Ethan: Quer uma razão? Você não vai porque eu não gosto do Joe Walker e porque eu não gosto desse ambiente!
Chloe:  Não gosta do ambiente, mas adora os presentes que te dão, não é? - ela grita, mas fica em silêncio após o tapa que Ethan deu em seu rosto, com ferocidade.

Chloe encarou o pai, segurando as lágrimas.

Demi On

 Cheguei ao meu lugar desejado, com o Matthew cantando músicas italianas no banco do motorista. Suspirei e ao ver o carro estacionando.
 - Anda logo! - gritei, saindo do carro. - Que bom. Daqui a mais um minuto nós vamos buscar a minha mãe, está bem? - avisei.
 - Madame, não fique zangada - ele ainda me chamava de madame? -, tem que dar tempo ao tempo. Você ainda é muito jovem, tem muito tempo.
 Suspirei.
 - Tá bom, tem razão - concordei. - Afinal, a minha mãe vai levar um bom tempo conversando com aquele homem. Mas enfim, você fica aqui e me dá uma cobertura, ok? - disse enquanto caminhava até a enorme casa.
 - Sim, madame, estou aqui para isso - respondeu.
 - Está bem.
 Apertei o interfone.
 - Quem é? - uma voz de homem perguntou.
 - Oi, sou a Demi. Am... Eu vim buscar um envelope deixado pra mim pelo morador do apartamento 3 - anunciei.
 Por um instante, ninguém falou nada.
 Toquei novamente o interfone e ouvi a enorme porta se abrindo atrás de mim.
 - Até que enfim chegou - disse um homem de uniforme. - O senhor Ryan me disse que você chegaria cedo e só agora apareceu?
 - É o mais cedo que eu pude vir e eu tenho que ir rápido - respondi. - Então, vai me dar ou não?
 Ele bufou e entrou para dentro do prédio novamente, fechando a porta.
 - Qual é o problema? - gritei, e percebi que ele havia trancado a porta. - Velho maluco - bufei. - Tanta confusão por um envelope - olhei para Matthew. - Matthew! - gritei.
 - Sim, madame? - ele gritou.
 - Tenha cuidado - me virei para a porta do prédio -, aqui tem um velho meio doido, cruiz credo! - gritei.

Demi Off

(...) Emma realmente era louca? Suas botas chegavam a quase quebrar o piso liso e fino de Jayden, enquanto ela aguardava o homem vir;
 - Esse homem não vai me fazer ficar esperando como um objeto - ela suspirou e desceu as mesmas escadas novamente, a qual dava náuseas só de lembrar.
 Ao fim da escada, William apareceu.
 - O patrão pediu pra você entrar - disse ele.
 - Diga ao seu patrão pra ele sair - bravou ela. - Eu não posso, porque já já, alguém vai me buscar.
 - Senhora, é que...
 - Mas o que é? Ficou surdo agora, além de medroso? - gritou Emma. - Daqui eu não saio, senhor.
 Emma batia o salto agulha furiosamente nas escadas. Estava quase na metade.
 - Pode deixar, William - disse Jayden, chegando até o aposento. - Retire-se.
 - Tchau! - gritou Emma.
 William se retira, e Jayden se põe no lugar dele, ao final das escadas, encarando Emma.
 - Então veio fazer outro escândalo aqui, não é senhora? - perguntou ele, suspirando. Tinha a expressão cansada.
 - Não é nenhum escândalo. Dessa vez vou ser mais breve - suspirou. - A nota do jornal foi um erro do jornalista. Pronto. Terminei. Até logo.
 Ela sorriu forçadamente e se virou para subir as escadas.
 - Acha fácil, não é? - disse Jayden, fazendo Emma parar aonde estava. - Complica a minha vida... Em dois dias, o país inteiro me ligou... Isso vai acabar quando a senhora se retratar publicamente - ele dizia enquanto subia as poucas escadas que o afastavam de Emma. - Senão, vou continuar com a investigação até encontrar o verdadeiro culpado.
 Emma se hesita, odiando pensar que sua própria filha havia inventado tudo.
 - Está bem, eu vou me retratar - respondeu ela. - Acho que o senhor está exagerando. Essas coisas acontecem todos os dias, e ninguém fica tão revoltado como o senhor.
 - Essas coisas acontecem no seu mundo, não no meu.
 - Também não vale bancar o perfeito, não fica bem - ela conserta a alça de sua bolsa. - Já disse que vou me retratar, mas depois de uma coisa.
 Jayden juntou as sobrancelhas, querendo acabar logo com aquilo.
 - De quê?
 - De a sua filinha, aquela filhota de cascabel venenosa, pedir perdão a minha filha por dado uma surra nela.
 Jayden arregalou os olhos, pasmo.
 - Selena?
 Emma bufa e sobe as escadas. "Passar muito bem", foi o que disse antes de se retirar daquele ambiente.

Continua.

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