sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Depois da Chuva - 05

“Somente uma coisa me faria bem agora. Seria adormecer com a cabeça no seu colo, você me dizendo bobagenzinhas gostosas para eu esquecer a ruindade do mundo.” — Clarice Lispector.

   Joe e Jacob continuavam em sua farra particular na casa do amigo. A essa altura, que já era noite, a casa já estava uma bagunça e a grama estava infestada de cervejas e cigarros. Os garotos estavam curtindo e não queriam saber de mais nada.
 Até o telefone tocar.
 Joe se levantou da grama num salto.
 — O telefone está tocando. — ele disse pra Jacob, meio apavorado, mas nem tanto, agora que estava um pouco bêbado.
 — Telefone? — Jacob parecia tentar se lembrar o que era aquilo.
 — É... — Joe vasculhava a bagunça rapidamente. O telefone havia sumido, mas podiam ouvir seus toques.
 — Onde está?
 Joe rolou os olhos pelo gramado. No meio dos escombros de algumas latas de cerveja, estava o telefone.
 — Ali! — ele o pegou, entregando a Jacob.
 O garoto bufou.
 — Só vou atender porque pode ser da escola. — ele pegou mais uma vez o guardanapo, colocando na entrada de som, fazendo sua voz grossa e diferente — Alô, boa noite.
 O garoto deu uma pausa. Em seguida, ele tirou o guardanapo do telefone e falou com sua voz normal, parecendo um tanto aliviado.
 — Ah, oi, ele não está. — ele olhou pra Joe, que não entendia nada — Ele saiu a uns dois dias, quem fala? — ele deu uma pausa e tampou a entrada de som com a mão, se virando para Joe, sussurrando — É uma tal de Olívia Miller, amiga do meu irmão!
 Os olhos dos garotos brilharam. Parecia que estava escrito na testa de Jacob: "Uau, atenção! Mulheres mais velhas!"
 Jacob colocou o telefone no viva-voz.
 — Ah, eu queria ir com ele ao Café Loud, que vai ser inaugurado hoje a tarde. — falou a garota.
 Joe rapidamente pegou o telefone.
 — Não importa, Olívia. O Alexander não está, mas eu estou.
 — E quem é você?
 — Um amigo dele. Mas agora eu estou com outro amigo. — ele olhou para Jacob, sorrindo — Que tal pegarmos você e irmos os quatro? Você tem uma amiga?
 Jacob deu um sorriso malicioso.
 — Tenho, mas... Como vamos reconhecer vocês? — perguntou ela.
 — Ah, nos reconhecer vai ser fácil. Somos os mais bonitos, estamos na moda... E, além disso, temos um carrão. — ele percebeu o olhar confuso de Jacob — E aí?
 — Ér... Pode ser. — Olívia riu do outro lado da linha.
 — Perfeito. Então a gente se vê mais tarde. — ele desligou o telefone.
 Jacob deu um urro. Ele deu um soco no ombro de Joe, sorrindo abobado.
 — Cara, vamos nos dar muito bem! — ele sorriu — Mas espera aí, como nós vamos transformar um táxi num carrão?
 Joe olhou pro amigo como se ele fosse de outro planeta.
 — Jacob, deixa de ser burro, vamos com o carro da sua mãe. — ele deu de ombros, como se o Sr. Óbvio.
 O sorriso de Jacob desapareceu.
 — Não, espera aí, cara, nada disso! — ele repreendeu Joe — Você sabe que eu te apoio em tudo, mas sair com o carro da minha mãe não, ela não vai gostar.
 Joe revirou os olhos.
 — Ninguém vai ficar sabendo...
 — Joe...
 — Vai dar tudo certo! — ele segurou os ombros de Jacob — Eles estão a mais de 500 km daqui.
 A expressão do garoto pareceu não mudar. Aquela ideia o apavorou mais do que tudo.
 — Você avisou os seus pais que eu iria ficar na sua casa, não é?
 — Não, isso não importa. Olha, com todos os amigos que chegam com o meu irmão, meus pais nunca sabem quem está ou quem não está. — ele deu de ombros — Mas tudo bem, você ligou pros seus pais, cara?
 Joe balançou a cabeça.
 — Não. — ele suspirou — Mas depois eu ligo. Vamos nessa? — ele apontou pra piscina.
 Jacob sorriu e tirou a camisa. Os dois pularam de ponta na piscina.

 Isabella e Selena estavam novamente no quarto juntas. Depois de Jayden sair, Selena viu o território livre pra chorar e espernear a vontade. Apesar de ela reconhecer que seu choro não mudaria nada, ela ainda assim estava muito chateada. Contou pra Isabella o que havia acontecido, e a garota também ficara um pouco ressentida com a amiga. Afinal, seriam as primeiras férias que ela passaria com o pai depois de anos.
 Agora as duas estavam na parte de cima do quarto. Selena estava sentada em frente ao espelho largo, passando máscaras no rosto e mais maquiagem para disfarçar que havia chorado. Isabella estava com as mãos no corrimão, olhando pra baixo. Olhando pra porta. Parecia estar contando os segundos pra que alguém entrasse.
 — O que foi, Isabella? — Selena perguntou ao ver a amiga perdida em pensamentos.
 Isabella pareceu "acordar".
 — Nada. — respondeu ela — Mas é que... Eu não gosto de deixar você sozinha. — ela suspirou — A Ava já foi e...
 — Não, a Ava vai ficar fora pouco tempo. — Selena se levantou, indo se colocar ao lado de Isabella — Além disso, não vou ficar sozinha, vou ficar com todo o pessoal do Club de Vacaciones. — ela deu um sorriso.
 Isabella a olhou espantada.
 — Ah, amiga! Os perdedores! — ela diz com certo tom de nojo.
 Selena suspirou.
 — Eu sei. — disse ela, indo até o alto da escada e começando a descê-la para a parte de baixo — Mas lembre-se que eu gosto de transformar as pessoas. Eu gosto que um menino ou uma menina que seja de um jeito, de repente se transforme em alguém como você ou como eu. — ela sorriu — E tem mais, sabe o que eu pensei? Que nessas férias eu vou andar muito com as alunas novas, porque eu vou transformá-la no meu mais novo projeto, e isso leva muito tempo. — ela se virou para olhar Isabella quando já estava na frente de sua cama — Não é?
 Isabella apenas olhava a amiga. Aquele sorriso, aquela animação... Nada daquilo era de verdade. Isabella suspirou, cruzando os braços.
 — Selena, você não me engana. Você acha tudo isso muito legal, mas eu sei que você ta super mal por causa do seu pai.
 Selena encarou Isabella com certo tom de raiva por apenas ter tocado naquele assunto, que já havia lacrado como proibido.
 — Qual pai? — ela trincou os dentes — Eu não tenho nenhum pai.
 Ela se virou para sua mesinha onde havia a foto de Jayden e a abaixou com força.
 — Escuta, Isabella, eu sou uma menina órfã. O que você acha? — ela bufou — Agora vai embora porque estão te esperando. — ela virou a cara e se sentou na cama.
 Isabella olhou para Selena com certa compaixão e graça. Ela sabia fazer seus dramas naquele tipo de ocasião, e isso fazia ser quem ela era. Isabella se sentou ao lado de Selena.
 — Selena, sabe... Eu fui o seu melhor projeto. — ela disse, olhando nos olhos de Selena, enquanto sorria — Eu não existia. Graças a você, todo mundo me conhece. Eu nunca vou ter como te agradecer por isso.
 Selena corou e baixou os olhos, abrindo um sorriso. Mas esse era sincero. Isabella era sua melhor amiga, ela sempre faria de tudo por ela, não importava o que fosse.
 Isabella não era ninguém quando chegou á Yancy. Era discriminada por ser gorda e invisível, e ainda não sabia se vestir. Selena viu ali uma chance pra transformar a garota, mas também viu uma chance de serem amigas. E não deu outra. A amizade das duas era tão forte que os que a percebiam, chegavam a ter inveja.
 — Sabe o que você tem que fazer agora? — Selena falou, mexendo nos cabelos de Isabella — A dieta, mocinha! — as duas riram, pondo-se de pé — Agora vem cá, temos que conversar muito sério! O assunto é aquele, chocolate excessivo.
 — O que? — Isabella pareceu confusa.
 Selena bufou.
 — Sem chocolate, falou? — ela ergueu uma sobrancelha — Agora vai, amiga. E faça uma dieta.
 Isabella riu e se virou para pegar sua mala, já pronta em cima da cama.
 — Ah, e não se vista como uma idiota, pelo amor de Deus! — falou Selena mais uma vez — Agora vamos. Postura, encolha a barriga, desse jeito...
 Selena colocou os braços nos ombros de Isabella enquanto as duas se retiravam do quarto.

 Um carro completamente explêndido e incrível acabava de estacionar á frente dos portões da Yancy. Parecia mais uma limusine, de tão enorme e alto, tanto que vários rostos se viraram para espiar. Naquele momento, haviam muitos carros ali parados e algumas pessoas, a maioria alunos, que se despediam para irem a suas férias de verão.
 Uma mulher, igualmente esbelta, saltou do carro. Ela vestia um vestido preto com sua parte da saia cinza, com um laço preto arrumado. Seus saltos eram enormes e bem caros, e usava um óculos de sol que caía bem em seus cabelos curtos e loiros, seus cachos bem feitos áquela tarde. Era Sophia Jones.
 Ela estava parada á frente da porta do carro ainda aberta, olhando pra dentro com uma expressão impaciente.
 — Vamos, Demi. — disse ela, bufando — Desce de uma vez, filha. Anda!
 Demi a olhou com raiva e desceu do carro a passadas fortes. A garota parecia diferente. Seus cabelos pretos esvoaçantes estavam em cachos muito soltos e ela havia colocado uma lente vermelha. (roupa de Demi) Usava uma bota preta que quase chegava a seus joelhos e na mão estava sua inseparável lata de red bull.
 Sophia a olhou com desaprovação.
 — Justo hoje tinha que aparecer assim, não é, minha filha? — ela suspirou — Não é uma boa imagem pra um colégio.
 Demi deu de ombros.
 — O velho decrépito paga a conta, então... Perfeito, vão ter que me aceitar como sou, se não eu vou embora feliz da vida. — ela tomou um gole da bebida, se sentindo completamente satisfeita.
 Sophia juntou as mãos, parecendo fazer um pedido.
 — Por favor, Demi, faça um esforço. — falou ela — Pelo menos uma vez na sua vida, tem que fazer alguma coisa que não quer.
 — Ok, mas olhe o que eu tenho que fazer! — ela olhou com nojo para os lados — Por favor, mãe, isso parece um jardim de infância. Olha só, tem bebê. Parece que eu vim desfilar de lancheira, isso sim.
 Sophia pareceu confusa e espantada.
 — Mas... Eles tem a mesma idade que você, Demi. — ela disse como se fosse óbvio, e que não fazia o menor sentido as palavras de Demi.
 A garota gargalhou.
 — Haha, física, e não mental. Eu estou a anos-luz deles.
 — Demi, são só dois anos, está bem? — Sophia suspirou — Quando se formar, eu pago uma viagem pelo mundo. Mas agora comporte-se bem, por favor.
 Demi ficou calada, tomando mais goles de sua bebida, como se aquilo a acalmasse. Sophia levantou a mão para acariciar os cabelos de Demi.
 — Demi, eu morro se me separam de você, filha. Eu te amo. — ela disse em tom doce.
 Demi imediatamente se esquivou do toque da mãe, como se aquilo fosse muito errado.
 — Mãe, porque não joga gasolina em mim e acende um fósforo? — irônica, ela trincou os dentes, agora olhando para os lados com preocupação — Se quer me queimar, não precisa me abraçar na frente de toda essa gente, fala sério!
 Sophia tirou os óculos, avaliando Demi com tristeza. Aquela não era a única vez que a filha a esnobava daquele jeito, mas mesmo assim, não era bom.
 — Demi, é que eu... Eu só quero te fazer um carinho, filha. — ela voltou a tentar passar as mãos nos cabelos de Demi, mas a garota se esquivou novamente.
 — Mãe, não faz drama, ok? — ela se aproximou de Sophia, falando mais baixo — Ninguém vai nos separar.

 — Ah, você já viu a aluna nova? — perguntou Selena, apontando na direção de Demi.
 Selena e Isabella já haviam chegado na entrada do colégio, onde esperavam pacientemente a família de Isabella chegar pra buscá-la. Claro que estavam reparando em todos que chegavam, inclusive Selena não parava de olhar para os lados procurando carne nova no pedaço.
 — Tadinha. — Selena disse com um tom de pena — Ela é daquelas que acordam e colocam a primeira roupa que encontram.
 Isabella torceu o nariz, também não parava de encarar Demi.
 — Que horror, não é? — falou ela, com um tom mais para o nojo.
 — Não, Isabella, não é um horror. — Selena agora esboçava um sorriso — Porque assim eu tenho alguma pra fazer. Só que eu acho que eu vou levar o verão inteiro pra transformar essa coitadinha, porque essa é uma missão muito complicada. — ela balançou a cabeça, parecendo já planejar os primeiros passos.
 Isabella parecia não concordar com Selena. Olhava para Demi como se a mesma fosse uma aberração.
 — Você quer dizer missão impossível, não é? — ela murmurou.
 — Não, não. — Selena riu — Pra Selena Gomez, nada é impossível, querida! Vamos.
 Selena pegou na mão de Isabella, e sem mais delongas, as duas já estavam se aproximando de Demi e Sophia, que continuam conversando - ou discutindo - na frente da limusine branca enorme.
 Não pareceram perceber isso, pois quando chegaram até elas, as duas estavam em silêncio.
 — Olá. — cumprimentou Selena com um sorriso simpático, estendendo a mão — Eu sou Selena Gomez. E você?
 Por um minuto, Demi se assustou com Selena aparecendo do nada, parecendo que havia brotado do chão. Olhou para a menina com a mesma carranca de sempre e revirou os olhos, bebendo mais um gole longo da bebida, ignorando completamente a mão estendida de Selena.
 Sophia pareceu corar diante dessa atitude de Demi. Rapidamente, ela agarrou a mão estendida de Selena, vendo que Demi não estava afim.
 — Oi, eu sou Sophia Jones. — falou ela, em um sorriso amigável — Essa é a minha filha Demi. Cumprimente essas meninas lindas, Demi, por favor. — pediu Sophia, entredentes, parecendo suplicar para que Demi fosse um pouco legal.
 Demi olhou para as garotas. Em seguida, deu um sorriso tão forçado que era melhor que nem tivesse sorriso.
 — E aí. — ela disse, e voltou sua atenção para todos os lados.
 Selena não sabia o que dizer. Não era aquilo que ela estava esperando. Nunca havia topado com tal pessoa em toda sua vida, e com certeza não tinha se agradado daquilo. De repente ela estava tremendamente arrependida de ter deixado seu lugar para ir ser simpática com uma troglodita desconhecida.
 — Fica aí conversando com elas que eu vou ver o diretor, ok? — falou Sophia após alguns minutos de silêncio entre as garotas, enquanto Demi continuava olhando para o chão ou para sua latinha, e Selena revia vários jeitos para sair dali sem ser mal educada — Com licença.
 Sophia se retirou para dentro do colégio e Selena parecia meio encurralada. Isabella não dissera uma palavra até agora, parecia horrorizada demais com a situação.
 Finalmente, Selena falou.
 — Olha, me desculpe, mas... Eu não sei, eu acho que a sua mãe não gosta muito de você. — ela murmurou, olhando novamente para Demi dos pés a cabeça com uma expressão ruim — Ela só compra essas roupas feias pra você, não é?
 Demi arqueou uma sobrancelha, como se estivesse surpresa e ao mesmo tempo estava achando graça daquilo.
 — Mas não se preocupe, eu entendo muito de moda. — Selena agora esboçava um sorriso vibrante — Então hoje vamos fazer um ritual. Vamos fazer uma fogueira e queimar todas as roupas feias que você trouxe, e eu tenho roupas novas incríveis, e eu posso te emprestar, assim como eu faço com as outras meninas, é legal.
 Demi assentiu, concordando. Algo dentro dela se segurava ao máximo para não cair na risada.
 — Olha, eu acho que primeiro temos que levá-la ao salão de beleza, porque ela precisa mudar esse visual. — Isabella falou pela primeira vez, olhando principalmente para os cabelos negros de Demi e suas horríveis lentes vermelhas, que tornavam a imagem da garota um tanto bizarra.
 — É, tem razão. — concordou Selena.
 Demi ficou séria, após ter rido muito por dentro. Agora ela já entendia tudo. Já não queria ir parar num ambiente como aquele, se todas as pessoas fossem do jeito que aquelas duas garotas completamente estúpidas á sua frente estavam sendo, ela já queria sair correndo dali imediatamente.
 Ela se aproximou das duas garotas, dando um sorriso sarcástico.
 — Não tanto quanto vocês duas precisam de uma mudança de cérebro. — ela piscou.
 Em seguida, aconteceu algo muito rápido. Demi literalmente enfiou sua latinha de red bull no meio dos seios de Isabella, que com o peso a mais que a garota tinha, quase pulavam pra fora de sua blusa marrom. Isabella deu um berro estridente, chamando a atenção de todos os alunos que se encontravam ali, que começaram a acompanhar a cena.
 — O que é isso! Ta gelado, sua idiota! — gritou Isabella, tirando a lata de seus seios, parecendo com muita raiva.
 Selena parecia chocada.
 — Espera aí, qual é o seu problema? — ela disse, olhando pra Demi.
 — Ué, foi a coisa mais parecida com uma lata de lixo que eu encontrei. Redonda e marrom. — Demi deu de ombros, como se ela não tivesse feito absolutamente nada.
 Isabella arregalou os olhos.
 — Você é uma estúpida! — gritou mais uma vez, agora realmente com raiva.
 Os risos dos alunos em volta eram altos, agora todos acompanhavam a recente discussão entre as meninas.
 — Espera, você não vai falar assim com a minha amiga. — Selena se colocou na frente Isabella, agora começando a sentir uma raiva semelhante.
 Demi levantou as sobrancelhas, como se aquilo fosse um saboroso desafio pra ela.
 — Fica calma, menina, também tem pra você. — ela sorriu e pegou a lata da mão de Isabella.
 Em seguida, Demi virou o líquida da lata no cabelo de Selena. Um choque tremendo pareceu se passar entre os alunos, assim como as risadas, dessa vez mais altas. Selena berrou com urgência. Aquilo nunca a havia acontecido antes, em momento nenhum.
 Selena estava com tanta raiva que seria capaz de explodir. Demi ria ás gargalhadas enquanto ela estava com seu cabelo colando molhado com energético.
 — O que está pensando?! — Selena gritou, tamanha era sua raiva.
 — Tchauzinho, queridas! Foi um prazer conhecer vocês!
 Demi mandou beijinhos no ar para Selena e Isabella e desapareceu para dentro da escola.

 Uma música alta eclodia de dentro do carro onde Joe e Jacob estavam. (a música) Os garotos dirigiam pelas ruas pequenas de Salinas, rindo sem parar de várias histórias que eles faziam questão de relembrar. Não foi difícil achar o Café Loud, não era uma cidade assim tão grande. Era um estabelecimento pequeno com dois andares, onde tinha uma placa enorme indicando o lugar. Haviam mesas do lado de fora e várias do lado de dentro, onde garçons andavam sem parar de um lado pro outro, o que significava que o movimento estava bom.
 Joe estacionou bem na frente do Café, e rapidamente olhou pra cima, onde haviam apenas duas garotas sentadas em uma mesa pequena do lado de fora, olhando pra baixo.
 — Devem ser aquelas ali. — apontou Joe.
 Uma das garotas era alta e magra. Tinha um cabelo curtinho, mal chegando aos ombros, muito loiros, cortados em estilo chanel. (roupa da garota) Seus olhos eram castanhos e ela pareceu reconhecer Joe assim que o carro estacionou. A outra garota tinha os cabelos castanhos avermelhados e encaracolados, e tinha um sorriso gracioso, com algumas pouquíssimas sardas pelo rosto. (roupa)
 Na mesa das duas, haviam cervejas e as duas fumavam cigarros. Pareciam duas mulheres de 30 anos.
 — Cara, elas são mais velhas do que a gente. — comentou Jacob após estacionarem.
 — Tranquilo, cara. — Joe riu — É melhor que sejam mais velhas, não é?
 Jacob riu e concordou. Joe abriu o teto solar do carro, e os dois puseram as cabeças pra fora. As garotas eram realmente lindas.
 — Olívia! — chamou Joe — Sou eu. Joe.
 A loira sorriu pra ele.
 — Olá, Joe. — ela acenou — Vem até aqui, não quer subir?
 — Não, não, vamos dar uma volta enquanto está meio vazio. Depois a gente volta. — Joe deu de ombros, sorrindo — O que acha? Vem.
 As garotas riram.
 — Eles são muito novinhos. — cochichou a garota do cabelo cacheado para Olívia. A garota apenas assentiu e riu mais um pouco — Olha, ele tem um carro lindo, mas eu acho que não.
 — O que foi? — perguntou Joe — Está com medo?
 Joe sorriu malicioso, fazendo Olívia rir ás gargalhadas. Mas olhou pra ele com mais interesse.
 — Eu não tenho medo. — respondeu ela — Meu ex namorado sempre me levava ás corridas.
 Joe bufou.
 — O que está esperando?
 As garotas se olharam e, em seguida, desceram.

 Mal haviam se passado duas horas e todos já estavam completamente bêbados no carro. Pelo visto, o fato de Joe e Jacob serem novinhos demais não afetou em nada para Olívia e sua amiga, já que Joe trocava algumas carícias quentes com Olívia enquanto Jacob enfiava a língua na boca da outra garota. Em certos momentos, os garotos revezavam para ver quem dirigia. Após algumas voltas por lugares da cidade que nunca tinham visto, Joe passou o volante para Jacob e ele e Olívia foram pra trás do carro, onde se engoliam ferozmente e Joe fez questão de tirar o vestido da garota. Jacob e a outra pareciam não perceber, ou não estavam nem aí pra isso.
 Joe deitou a garota no banco do carro e retirou sua camisa de botões, fazendo Olívia apreciar seu físico. Ele retirou-lhe o vestido, e a garota parecia suplicar para que ele continuasse. A garota mesmo retirou sua calcinha, vendo que Joe estava meio devagar com o carro em movimento. Ela retirou a calça de Joe rapidamente com agilidade e massageou seu órgão genital com prazer. Joe beijou Olívia com vontade, abrindo suas pernas e as encaixando em sua cintura enquanto ele a penetrava com força, e a garota gemia em meios aos risos. Jacob bebia mais no banco da frente do carro enquanto Joe transava com Olívia. Ele não sabia como, já que o carro estava em alta velocidade e Jacob não parava de rir com o efeito da bebida.
 Em seguida, Joe passou para o banco da frente no lugar de Jacob, e ele e a outra garota foram pra trás, ficando Joe e Olívia na frente novamente. Os dois estavam suados e riam escandalosamente. Joe pegou algo no bolso e acendeu um isqueiro. Maconha. Ele disse que precisava relaxar.
 Após isso, tudo aconteceu muito rápido.
 Joe parecia não olhar a estrada. Tudo a sua frente ficou nebuloso e embaçado. Quando se deu por si, Joe perdeu o controle do volante e o carro deu um zigue-zague que quase atropelou algumas pessoas na pista. Isso seria o de menos, se o carro ainda não estivesse revirando louco pela estrada. Foi quando Jacob também pareceu acordar.
 — Joe, pare! — o garoto berrou.
 Mas Joe não estava ouvindo. O carro parecia descontrolado. Á frente deles se encontrava uma rua feita inteiramente de cabanas de feiras, e estava lotada de pessoas, e o carro avançava para aquele lado. Joe virava o volante como um maluco tentando parar o carro ou virá-lo em outra direção, mas não conseguia. As garotas agora gritavam apavoradas dentro do carro. Em menos de 2 minutos, eles estavam passando a uma velocidade inacreditável pelas barracas de feira, destruindo que viam pela frente, derrubando alimentos no chão e quase matando umas dezenas de pessoas.
 O carro seguia desgovernado. As pessoas saltavam ao ver que o carro se aproximava deles e destruía tudo que se via pela frente, fazendo o vidro do carro estar cheio de coisas amassadas como melancias e mamões. Joe não enxergava nada, mas tentava como um louco parar o carro.
 Mas, infelizmente, mal vendo as coisas á sua frente, Joe sentiu um baque no peito e os vidro se quebrando a sua frente. De repente ele não enxergava nada. Tudo ficou escuro e ele fechou os olhos, mergulhando na inconsciência.

4 comentários:

  1. ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

    ta lindo lindo e lindo

    desculpa por num ter comentado o outro

    posta logo

    ResponderExcluir
  2. Awn que perfeito, amei *----------*
    hehe' amei a Ashley .
    Own Diva posta logo please.
    bjos'

    ResponderExcluir
  3. Aiin *---*
    Eu amo a Ashley :)
    Rafa, você é diva, cara. Uma das melhores escritoras que eu já vi. Você consegue postar um por dia, cara 0_0
    Amo sua história xD
    Posta rápido, tá?
    Beeijo.

    ResponderExcluir
  4. Ashley ♥
    Nossa, pensei mesmo que a Ashley não iria conseguir a vaga. Mas que bom que ela conseguiu pra continuar animando a história.
    Beeijos ;*

    ResponderExcluir

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Depois da Chuva - 05

“Somente uma coisa me faria bem agora. Seria adormecer com a cabeça no seu colo, você me dizendo bobagenzinhas gostosas para eu esquecer a ruindade do mundo.” — Clarice Lispector.

   Joe e Jacob continuavam em sua farra particular na casa do amigo. A essa altura, que já era noite, a casa já estava uma bagunça e a grama estava infestada de cervejas e cigarros. Os garotos estavam curtindo e não queriam saber de mais nada.
 Até o telefone tocar.
 Joe se levantou da grama num salto.
 — O telefone está tocando. — ele disse pra Jacob, meio apavorado, mas nem tanto, agora que estava um pouco bêbado.
 — Telefone? — Jacob parecia tentar se lembrar o que era aquilo.
 — É... — Joe vasculhava a bagunça rapidamente. O telefone havia sumido, mas podiam ouvir seus toques.
 — Onde está?
 Joe rolou os olhos pelo gramado. No meio dos escombros de algumas latas de cerveja, estava o telefone.
 — Ali! — ele o pegou, entregando a Jacob.
 O garoto bufou.
 — Só vou atender porque pode ser da escola. — ele pegou mais uma vez o guardanapo, colocando na entrada de som, fazendo sua voz grossa e diferente — Alô, boa noite.
 O garoto deu uma pausa. Em seguida, ele tirou o guardanapo do telefone e falou com sua voz normal, parecendo um tanto aliviado.
 — Ah, oi, ele não está. — ele olhou pra Joe, que não entendia nada — Ele saiu a uns dois dias, quem fala? — ele deu uma pausa e tampou a entrada de som com a mão, se virando para Joe, sussurrando — É uma tal de Olívia Miller, amiga do meu irmão!
 Os olhos dos garotos brilharam. Parecia que estava escrito na testa de Jacob: "Uau, atenção! Mulheres mais velhas!"
 Jacob colocou o telefone no viva-voz.
 — Ah, eu queria ir com ele ao Café Loud, que vai ser inaugurado hoje a tarde. — falou a garota.
 Joe rapidamente pegou o telefone.
 — Não importa, Olívia. O Alexander não está, mas eu estou.
 — E quem é você?
 — Um amigo dele. Mas agora eu estou com outro amigo. — ele olhou para Jacob, sorrindo — Que tal pegarmos você e irmos os quatro? Você tem uma amiga?
 Jacob deu um sorriso malicioso.
 — Tenho, mas... Como vamos reconhecer vocês? — perguntou ela.
 — Ah, nos reconhecer vai ser fácil. Somos os mais bonitos, estamos na moda... E, além disso, temos um carrão. — ele percebeu o olhar confuso de Jacob — E aí?
 — Ér... Pode ser. — Olívia riu do outro lado da linha.
 — Perfeito. Então a gente se vê mais tarde. — ele desligou o telefone.
 Jacob deu um urro. Ele deu um soco no ombro de Joe, sorrindo abobado.
 — Cara, vamos nos dar muito bem! — ele sorriu — Mas espera aí, como nós vamos transformar um táxi num carrão?
 Joe olhou pro amigo como se ele fosse de outro planeta.
 — Jacob, deixa de ser burro, vamos com o carro da sua mãe. — ele deu de ombros, como se o Sr. Óbvio.
 O sorriso de Jacob desapareceu.
 — Não, espera aí, cara, nada disso! — ele repreendeu Joe — Você sabe que eu te apoio em tudo, mas sair com o carro da minha mãe não, ela não vai gostar.
 Joe revirou os olhos.
 — Ninguém vai ficar sabendo...
 — Joe...
 — Vai dar tudo certo! — ele segurou os ombros de Jacob — Eles estão a mais de 500 km daqui.
 A expressão do garoto pareceu não mudar. Aquela ideia o apavorou mais do que tudo.
 — Você avisou os seus pais que eu iria ficar na sua casa, não é?
 — Não, isso não importa. Olha, com todos os amigos que chegam com o meu irmão, meus pais nunca sabem quem está ou quem não está. — ele deu de ombros — Mas tudo bem, você ligou pros seus pais, cara?
 Joe balançou a cabeça.
 — Não. — ele suspirou — Mas depois eu ligo. Vamos nessa? — ele apontou pra piscina.
 Jacob sorriu e tirou a camisa. Os dois pularam de ponta na piscina.

 Isabella e Selena estavam novamente no quarto juntas. Depois de Jayden sair, Selena viu o território livre pra chorar e espernear a vontade. Apesar de ela reconhecer que seu choro não mudaria nada, ela ainda assim estava muito chateada. Contou pra Isabella o que havia acontecido, e a garota também ficara um pouco ressentida com a amiga. Afinal, seriam as primeiras férias que ela passaria com o pai depois de anos.
 Agora as duas estavam na parte de cima do quarto. Selena estava sentada em frente ao espelho largo, passando máscaras no rosto e mais maquiagem para disfarçar que havia chorado. Isabella estava com as mãos no corrimão, olhando pra baixo. Olhando pra porta. Parecia estar contando os segundos pra que alguém entrasse.
 — O que foi, Isabella? — Selena perguntou ao ver a amiga perdida em pensamentos.
 Isabella pareceu "acordar".
 — Nada. — respondeu ela — Mas é que... Eu não gosto de deixar você sozinha. — ela suspirou — A Ava já foi e...
 — Não, a Ava vai ficar fora pouco tempo. — Selena se levantou, indo se colocar ao lado de Isabella — Além disso, não vou ficar sozinha, vou ficar com todo o pessoal do Club de Vacaciones. — ela deu um sorriso.
 Isabella a olhou espantada.
 — Ah, amiga! Os perdedores! — ela diz com certo tom de nojo.
 Selena suspirou.
 — Eu sei. — disse ela, indo até o alto da escada e começando a descê-la para a parte de baixo — Mas lembre-se que eu gosto de transformar as pessoas. Eu gosto que um menino ou uma menina que seja de um jeito, de repente se transforme em alguém como você ou como eu. — ela sorriu — E tem mais, sabe o que eu pensei? Que nessas férias eu vou andar muito com as alunas novas, porque eu vou transformá-la no meu mais novo projeto, e isso leva muito tempo. — ela se virou para olhar Isabella quando já estava na frente de sua cama — Não é?
 Isabella apenas olhava a amiga. Aquele sorriso, aquela animação... Nada daquilo era de verdade. Isabella suspirou, cruzando os braços.
 — Selena, você não me engana. Você acha tudo isso muito legal, mas eu sei que você ta super mal por causa do seu pai.
 Selena encarou Isabella com certo tom de raiva por apenas ter tocado naquele assunto, que já havia lacrado como proibido.
 — Qual pai? — ela trincou os dentes — Eu não tenho nenhum pai.
 Ela se virou para sua mesinha onde havia a foto de Jayden e a abaixou com força.
 — Escuta, Isabella, eu sou uma menina órfã. O que você acha? — ela bufou — Agora vai embora porque estão te esperando. — ela virou a cara e se sentou na cama.
 Isabella olhou para Selena com certa compaixão e graça. Ela sabia fazer seus dramas naquele tipo de ocasião, e isso fazia ser quem ela era. Isabella se sentou ao lado de Selena.
 — Selena, sabe... Eu fui o seu melhor projeto. — ela disse, olhando nos olhos de Selena, enquanto sorria — Eu não existia. Graças a você, todo mundo me conhece. Eu nunca vou ter como te agradecer por isso.
 Selena corou e baixou os olhos, abrindo um sorriso. Mas esse era sincero. Isabella era sua melhor amiga, ela sempre faria de tudo por ela, não importava o que fosse.
 Isabella não era ninguém quando chegou á Yancy. Era discriminada por ser gorda e invisível, e ainda não sabia se vestir. Selena viu ali uma chance pra transformar a garota, mas também viu uma chance de serem amigas. E não deu outra. A amizade das duas era tão forte que os que a percebiam, chegavam a ter inveja.
 — Sabe o que você tem que fazer agora? — Selena falou, mexendo nos cabelos de Isabella — A dieta, mocinha! — as duas riram, pondo-se de pé — Agora vem cá, temos que conversar muito sério! O assunto é aquele, chocolate excessivo.
 — O que? — Isabella pareceu confusa.
 Selena bufou.
 — Sem chocolate, falou? — ela ergueu uma sobrancelha — Agora vai, amiga. E faça uma dieta.
 Isabella riu e se virou para pegar sua mala, já pronta em cima da cama.
 — Ah, e não se vista como uma idiota, pelo amor de Deus! — falou Selena mais uma vez — Agora vamos. Postura, encolha a barriga, desse jeito...
 Selena colocou os braços nos ombros de Isabella enquanto as duas se retiravam do quarto.

 Um carro completamente explêndido e incrível acabava de estacionar á frente dos portões da Yancy. Parecia mais uma limusine, de tão enorme e alto, tanto que vários rostos se viraram para espiar. Naquele momento, haviam muitos carros ali parados e algumas pessoas, a maioria alunos, que se despediam para irem a suas férias de verão.
 Uma mulher, igualmente esbelta, saltou do carro. Ela vestia um vestido preto com sua parte da saia cinza, com um laço preto arrumado. Seus saltos eram enormes e bem caros, e usava um óculos de sol que caía bem em seus cabelos curtos e loiros, seus cachos bem feitos áquela tarde. Era Sophia Jones.
 Ela estava parada á frente da porta do carro ainda aberta, olhando pra dentro com uma expressão impaciente.
 — Vamos, Demi. — disse ela, bufando — Desce de uma vez, filha. Anda!
 Demi a olhou com raiva e desceu do carro a passadas fortes. A garota parecia diferente. Seus cabelos pretos esvoaçantes estavam em cachos muito soltos e ela havia colocado uma lente vermelha. (roupa de Demi) Usava uma bota preta que quase chegava a seus joelhos e na mão estava sua inseparável lata de red bull.
 Sophia a olhou com desaprovação.
 — Justo hoje tinha que aparecer assim, não é, minha filha? — ela suspirou — Não é uma boa imagem pra um colégio.
 Demi deu de ombros.
 — O velho decrépito paga a conta, então... Perfeito, vão ter que me aceitar como sou, se não eu vou embora feliz da vida. — ela tomou um gole da bebida, se sentindo completamente satisfeita.
 Sophia juntou as mãos, parecendo fazer um pedido.
 — Por favor, Demi, faça um esforço. — falou ela — Pelo menos uma vez na sua vida, tem que fazer alguma coisa que não quer.
 — Ok, mas olhe o que eu tenho que fazer! — ela olhou com nojo para os lados — Por favor, mãe, isso parece um jardim de infância. Olha só, tem bebê. Parece que eu vim desfilar de lancheira, isso sim.
 Sophia pareceu confusa e espantada.
 — Mas... Eles tem a mesma idade que você, Demi. — ela disse como se fosse óbvio, e que não fazia o menor sentido as palavras de Demi.
 A garota gargalhou.
 — Haha, física, e não mental. Eu estou a anos-luz deles.
 — Demi, são só dois anos, está bem? — Sophia suspirou — Quando se formar, eu pago uma viagem pelo mundo. Mas agora comporte-se bem, por favor.
 Demi ficou calada, tomando mais goles de sua bebida, como se aquilo a acalmasse. Sophia levantou a mão para acariciar os cabelos de Demi.
 — Demi, eu morro se me separam de você, filha. Eu te amo. — ela disse em tom doce.
 Demi imediatamente se esquivou do toque da mãe, como se aquilo fosse muito errado.
 — Mãe, porque não joga gasolina em mim e acende um fósforo? — irônica, ela trincou os dentes, agora olhando para os lados com preocupação — Se quer me queimar, não precisa me abraçar na frente de toda essa gente, fala sério!
 Sophia tirou os óculos, avaliando Demi com tristeza. Aquela não era a única vez que a filha a esnobava daquele jeito, mas mesmo assim, não era bom.
 — Demi, é que eu... Eu só quero te fazer um carinho, filha. — ela voltou a tentar passar as mãos nos cabelos de Demi, mas a garota se esquivou novamente.
 — Mãe, não faz drama, ok? — ela se aproximou de Sophia, falando mais baixo — Ninguém vai nos separar.

 — Ah, você já viu a aluna nova? — perguntou Selena, apontando na direção de Demi.
 Selena e Isabella já haviam chegado na entrada do colégio, onde esperavam pacientemente a família de Isabella chegar pra buscá-la. Claro que estavam reparando em todos que chegavam, inclusive Selena não parava de olhar para os lados procurando carne nova no pedaço.
 — Tadinha. — Selena disse com um tom de pena — Ela é daquelas que acordam e colocam a primeira roupa que encontram.
 Isabella torceu o nariz, também não parava de encarar Demi.
 — Que horror, não é? — falou ela, com um tom mais para o nojo.
 — Não, Isabella, não é um horror. — Selena agora esboçava um sorriso — Porque assim eu tenho alguma pra fazer. Só que eu acho que eu vou levar o verão inteiro pra transformar essa coitadinha, porque essa é uma missão muito complicada. — ela balançou a cabeça, parecendo já planejar os primeiros passos.
 Isabella parecia não concordar com Selena. Olhava para Demi como se a mesma fosse uma aberração.
 — Você quer dizer missão impossível, não é? — ela murmurou.
 — Não, não. — Selena riu — Pra Selena Gomez, nada é impossível, querida! Vamos.
 Selena pegou na mão de Isabella, e sem mais delongas, as duas já estavam se aproximando de Demi e Sophia, que continuam conversando - ou discutindo - na frente da limusine branca enorme.
 Não pareceram perceber isso, pois quando chegaram até elas, as duas estavam em silêncio.
 — Olá. — cumprimentou Selena com um sorriso simpático, estendendo a mão — Eu sou Selena Gomez. E você?
 Por um minuto, Demi se assustou com Selena aparecendo do nada, parecendo que havia brotado do chão. Olhou para a menina com a mesma carranca de sempre e revirou os olhos, bebendo mais um gole longo da bebida, ignorando completamente a mão estendida de Selena.
 Sophia pareceu corar diante dessa atitude de Demi. Rapidamente, ela agarrou a mão estendida de Selena, vendo que Demi não estava afim.
 — Oi, eu sou Sophia Jones. — falou ela, em um sorriso amigável — Essa é a minha filha Demi. Cumprimente essas meninas lindas, Demi, por favor. — pediu Sophia, entredentes, parecendo suplicar para que Demi fosse um pouco legal.
 Demi olhou para as garotas. Em seguida, deu um sorriso tão forçado que era melhor que nem tivesse sorriso.
 — E aí. — ela disse, e voltou sua atenção para todos os lados.
 Selena não sabia o que dizer. Não era aquilo que ela estava esperando. Nunca havia topado com tal pessoa em toda sua vida, e com certeza não tinha se agradado daquilo. De repente ela estava tremendamente arrependida de ter deixado seu lugar para ir ser simpática com uma troglodita desconhecida.
 — Fica aí conversando com elas que eu vou ver o diretor, ok? — falou Sophia após alguns minutos de silêncio entre as garotas, enquanto Demi continuava olhando para o chão ou para sua latinha, e Selena revia vários jeitos para sair dali sem ser mal educada — Com licença.
 Sophia se retirou para dentro do colégio e Selena parecia meio encurralada. Isabella não dissera uma palavra até agora, parecia horrorizada demais com a situação.
 Finalmente, Selena falou.
 — Olha, me desculpe, mas... Eu não sei, eu acho que a sua mãe não gosta muito de você. — ela murmurou, olhando novamente para Demi dos pés a cabeça com uma expressão ruim — Ela só compra essas roupas feias pra você, não é?
 Demi arqueou uma sobrancelha, como se estivesse surpresa e ao mesmo tempo estava achando graça daquilo.
 — Mas não se preocupe, eu entendo muito de moda. — Selena agora esboçava um sorriso vibrante — Então hoje vamos fazer um ritual. Vamos fazer uma fogueira e queimar todas as roupas feias que você trouxe, e eu tenho roupas novas incríveis, e eu posso te emprestar, assim como eu faço com as outras meninas, é legal.
 Demi assentiu, concordando. Algo dentro dela se segurava ao máximo para não cair na risada.
 — Olha, eu acho que primeiro temos que levá-la ao salão de beleza, porque ela precisa mudar esse visual. — Isabella falou pela primeira vez, olhando principalmente para os cabelos negros de Demi e suas horríveis lentes vermelhas, que tornavam a imagem da garota um tanto bizarra.
 — É, tem razão. — concordou Selena.
 Demi ficou séria, após ter rido muito por dentro. Agora ela já entendia tudo. Já não queria ir parar num ambiente como aquele, se todas as pessoas fossem do jeito que aquelas duas garotas completamente estúpidas á sua frente estavam sendo, ela já queria sair correndo dali imediatamente.
 Ela se aproximou das duas garotas, dando um sorriso sarcástico.
 — Não tanto quanto vocês duas precisam de uma mudança de cérebro. — ela piscou.
 Em seguida, aconteceu algo muito rápido. Demi literalmente enfiou sua latinha de red bull no meio dos seios de Isabella, que com o peso a mais que a garota tinha, quase pulavam pra fora de sua blusa marrom. Isabella deu um berro estridente, chamando a atenção de todos os alunos que se encontravam ali, que começaram a acompanhar a cena.
 — O que é isso! Ta gelado, sua idiota! — gritou Isabella, tirando a lata de seus seios, parecendo com muita raiva.
 Selena parecia chocada.
 — Espera aí, qual é o seu problema? — ela disse, olhando pra Demi.
 — Ué, foi a coisa mais parecida com uma lata de lixo que eu encontrei. Redonda e marrom. — Demi deu de ombros, como se ela não tivesse feito absolutamente nada.
 Isabella arregalou os olhos.
 — Você é uma estúpida! — gritou mais uma vez, agora realmente com raiva.
 Os risos dos alunos em volta eram altos, agora todos acompanhavam a recente discussão entre as meninas.
 — Espera, você não vai falar assim com a minha amiga. — Selena se colocou na frente Isabella, agora começando a sentir uma raiva semelhante.
 Demi levantou as sobrancelhas, como se aquilo fosse um saboroso desafio pra ela.
 — Fica calma, menina, também tem pra você. — ela sorriu e pegou a lata da mão de Isabella.
 Em seguida, Demi virou o líquida da lata no cabelo de Selena. Um choque tremendo pareceu se passar entre os alunos, assim como as risadas, dessa vez mais altas. Selena berrou com urgência. Aquilo nunca a havia acontecido antes, em momento nenhum.
 Selena estava com tanta raiva que seria capaz de explodir. Demi ria ás gargalhadas enquanto ela estava com seu cabelo colando molhado com energético.
 — O que está pensando?! — Selena gritou, tamanha era sua raiva.
 — Tchauzinho, queridas! Foi um prazer conhecer vocês!
 Demi mandou beijinhos no ar para Selena e Isabella e desapareceu para dentro da escola.

 Uma música alta eclodia de dentro do carro onde Joe e Jacob estavam. (a música) Os garotos dirigiam pelas ruas pequenas de Salinas, rindo sem parar de várias histórias que eles faziam questão de relembrar. Não foi difícil achar o Café Loud, não era uma cidade assim tão grande. Era um estabelecimento pequeno com dois andares, onde tinha uma placa enorme indicando o lugar. Haviam mesas do lado de fora e várias do lado de dentro, onde garçons andavam sem parar de um lado pro outro, o que significava que o movimento estava bom.
 Joe estacionou bem na frente do Café, e rapidamente olhou pra cima, onde haviam apenas duas garotas sentadas em uma mesa pequena do lado de fora, olhando pra baixo.
 — Devem ser aquelas ali. — apontou Joe.
 Uma das garotas era alta e magra. Tinha um cabelo curtinho, mal chegando aos ombros, muito loiros, cortados em estilo chanel. (roupa da garota) Seus olhos eram castanhos e ela pareceu reconhecer Joe assim que o carro estacionou. A outra garota tinha os cabelos castanhos avermelhados e encaracolados, e tinha um sorriso gracioso, com algumas pouquíssimas sardas pelo rosto. (roupa)
 Na mesa das duas, haviam cervejas e as duas fumavam cigarros. Pareciam duas mulheres de 30 anos.
 — Cara, elas são mais velhas do que a gente. — comentou Jacob após estacionarem.
 — Tranquilo, cara. — Joe riu — É melhor que sejam mais velhas, não é?
 Jacob riu e concordou. Joe abriu o teto solar do carro, e os dois puseram as cabeças pra fora. As garotas eram realmente lindas.
 — Olívia! — chamou Joe — Sou eu. Joe.
 A loira sorriu pra ele.
 — Olá, Joe. — ela acenou — Vem até aqui, não quer subir?
 — Não, não, vamos dar uma volta enquanto está meio vazio. Depois a gente volta. — Joe deu de ombros, sorrindo — O que acha? Vem.
 As garotas riram.
 — Eles são muito novinhos. — cochichou a garota do cabelo cacheado para Olívia. A garota apenas assentiu e riu mais um pouco — Olha, ele tem um carro lindo, mas eu acho que não.
 — O que foi? — perguntou Joe — Está com medo?
 Joe sorriu malicioso, fazendo Olívia rir ás gargalhadas. Mas olhou pra ele com mais interesse.
 — Eu não tenho medo. — respondeu ela — Meu ex namorado sempre me levava ás corridas.
 Joe bufou.
 — O que está esperando?
 As garotas se olharam e, em seguida, desceram.

 Mal haviam se passado duas horas e todos já estavam completamente bêbados no carro. Pelo visto, o fato de Joe e Jacob serem novinhos demais não afetou em nada para Olívia e sua amiga, já que Joe trocava algumas carícias quentes com Olívia enquanto Jacob enfiava a língua na boca da outra garota. Em certos momentos, os garotos revezavam para ver quem dirigia. Após algumas voltas por lugares da cidade que nunca tinham visto, Joe passou o volante para Jacob e ele e Olívia foram pra trás do carro, onde se engoliam ferozmente e Joe fez questão de tirar o vestido da garota. Jacob e a outra pareciam não perceber, ou não estavam nem aí pra isso.
 Joe deitou a garota no banco do carro e retirou sua camisa de botões, fazendo Olívia apreciar seu físico. Ele retirou-lhe o vestido, e a garota parecia suplicar para que ele continuasse. A garota mesmo retirou sua calcinha, vendo que Joe estava meio devagar com o carro em movimento. Ela retirou a calça de Joe rapidamente com agilidade e massageou seu órgão genital com prazer. Joe beijou Olívia com vontade, abrindo suas pernas e as encaixando em sua cintura enquanto ele a penetrava com força, e a garota gemia em meios aos risos. Jacob bebia mais no banco da frente do carro enquanto Joe transava com Olívia. Ele não sabia como, já que o carro estava em alta velocidade e Jacob não parava de rir com o efeito da bebida.
 Em seguida, Joe passou para o banco da frente no lugar de Jacob, e ele e a outra garota foram pra trás, ficando Joe e Olívia na frente novamente. Os dois estavam suados e riam escandalosamente. Joe pegou algo no bolso e acendeu um isqueiro. Maconha. Ele disse que precisava relaxar.
 Após isso, tudo aconteceu muito rápido.
 Joe parecia não olhar a estrada. Tudo a sua frente ficou nebuloso e embaçado. Quando se deu por si, Joe perdeu o controle do volante e o carro deu um zigue-zague que quase atropelou algumas pessoas na pista. Isso seria o de menos, se o carro ainda não estivesse revirando louco pela estrada. Foi quando Jacob também pareceu acordar.
 — Joe, pare! — o garoto berrou.
 Mas Joe não estava ouvindo. O carro parecia descontrolado. Á frente deles se encontrava uma rua feita inteiramente de cabanas de feiras, e estava lotada de pessoas, e o carro avançava para aquele lado. Joe virava o volante como um maluco tentando parar o carro ou virá-lo em outra direção, mas não conseguia. As garotas agora gritavam apavoradas dentro do carro. Em menos de 2 minutos, eles estavam passando a uma velocidade inacreditável pelas barracas de feira, destruindo que viam pela frente, derrubando alimentos no chão e quase matando umas dezenas de pessoas.
 O carro seguia desgovernado. As pessoas saltavam ao ver que o carro se aproximava deles e destruía tudo que se via pela frente, fazendo o vidro do carro estar cheio de coisas amassadas como melancias e mamões. Joe não enxergava nada, mas tentava como um louco parar o carro.
 Mas, infelizmente, mal vendo as coisas á sua frente, Joe sentiu um baque no peito e os vidro se quebrando a sua frente. De repente ele não enxergava nada. Tudo ficou escuro e ele fechou os olhos, mergulhando na inconsciência.

4 comentários:

  1. ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

    ta lindo lindo e lindo

    desculpa por num ter comentado o outro

    posta logo

    ResponderExcluir
  2. Awn que perfeito, amei *----------*
    hehe' amei a Ashley .
    Own Diva posta logo please.
    bjos'

    ResponderExcluir
  3. Aiin *---*
    Eu amo a Ashley :)
    Rafa, você é diva, cara. Uma das melhores escritoras que eu já vi. Você consegue postar um por dia, cara 0_0
    Amo sua história xD
    Posta rápido, tá?
    Beeijo.

    ResponderExcluir
  4. Ashley ♥
    Nossa, pensei mesmo que a Ashley não iria conseguir a vaga. Mas que bom que ela conseguiu pra continuar animando a história.
    Beeijos ;*

    ResponderExcluir