Flórida
Passado algum tempo, nós dois deitamos na cama, apenas conversando sobre assuntos aleatórios. Conversar com ela é muito bom, pois nós nos entedíamos. Ela me contava sobre a escola, e também tinha uma dor enorme de deixar a nossa casa. Mas eu tentava afastar esses pensamentos, ela é só uma criança.
A porta se abriu, e dali vimos o sorriso que minha mãe deu ao nos ver. Nos sentamos na cama, e ela veio até nós.
— Estavam aqui, não é? — Ela sorriu.
— Como foi? — Perguntei, com expectativa.
Percebi que seu sorriso havia sumido no momento em que eu havia acabado de perguntar. Abaixando a cabeça, ela deu um sorriso forçado.
— Bem. — Respondeu com a voz embargada. — A casa já está vendida.
— Am... Que bom. — Não, não estava nada bom. — Assim podemos pagar todas as nossas dívidas.
Talvez eu tenha piorado o psicológico dela, porque nada estava bem. Estávamos saindo de nossa casa, a casa que eu havia crescido, que já fazia parte de minha irmã também, a casa que meus pais passaram seus melhores momentos... A casa tinha ELE, e agora ela estava escapando entre nossos dedos assim. Não, aquilo não podia ter um lado positivo.
Ela se sentou entre eu e minha irmã na cama, e já estava vendo seus olhos meio marejados. Ela suspirou:
— É que essa casa aqui... Me traz tantas lembranças do pai de vocês que a comprou. — Ela acariciou os nossos rostos. — Tão cheio de sonhos... E agora não acredito que tivemos que vender quase tudo. — Suas mãos foram para o rosto, e agora ela começara a soluçar. Olhei para a baixinha e ela parecia não estar entendendo muita coisa, mas pude ver a tristeza em seus olhos.
Abracei minha mãe com toda força que pude. Esperava que o carinho e afeto que emanava de mim naquele momento pudesse passar para ela. Sabia que era um momento difícil, nada era fácil naquele momento. Eu podia ver e sentir a dor dela, porque era a mesma que a minha.
Coreografia pronta e cenário pronto. Tudo estava pronto. As meninas saltitavam animadas para entrar, não viam a hora de aparecerem com aquelas saias mínimas e blusinhas sexys. Acredito que todos na platéia só estavam esperando isso. Tudo estava perfeito, tudo iria dar certo, exceto por uma coisa...
Fui olhar para fora, para o palco, e via que o salão estava lotado. Havia uma faladeira danada uns entre outros, e eu não conseguia entender muito bem o que estava acontecendo. Em um canto vi o diretor e a secretária conversando, e em seguida a mesma foi para o palco, ajeitando o microfone para começar a faladeira. Meus vagavam incansavelmente pela plateia, procurando uma única pessoa. Onde ele estava? Prometera que viria, mas onde ele estava?!
— Bom dia professores, alunos e pais de alunos. — Começou a secretária, dando seu formal sorriso que até parecia verdadeiro. — Esta é uma ocasião muito especial, porque nós temos a festa de formatura do nosso querido Highland Private School. É uma honra para mim apresentar o nosso senhor diretor, o professor Ethan Williams. Aplausos, por favor.
As palmas ecoaram enquanto o diretor entrava no palco, e a secretária tomava seu lugar ao seu lado. Era um homem com uma aparência meio jovial, mas nem tanto assim. Sua mente era horrível, e percebia-se logo de cara. Ele tomou seu lugar no púbito e deu um enorme sorriso.
— Obrigado, obrigado. Muito obrigado. Antes de começar, eu quero dar as boas vindas, porque temos o orgulho de contar com a presença do senhor secretário Collins. Bem vindo, secretário. — Ethan apontou para o pai de Joe na platéia, e mais uma vez as palmas ecoaram. Eu apenas revirei os olhos com isso. Não é de hoje que Ethan baba o ovo da família Collins. Ele continuou: — Senhores professores, familiares e amigos, alunos... Um novo ciclo escolar chega ao fim... — Pelo canto do olho, pude ver a filha do diretor, sentada no meio da platéia, olhar com desprezo para o pai em cima do palco e colocar seus inseparáveis fones de ouvidos e abaixar a cabeça, meio revoltada. A garota ao seu lado a cutucou e tentou tirar seus fones, mas foi em vão. — ... Do Highland Private School. E aqui encerramos satisfatoriamente outro capítulo mais da história da nossa escola, a serviço da comunidade. — Mais palmas.
Meus olhos ecoaram novamente. Eu não o encontrava. Que droga, porque eu não o encontrava? Ele me prometeu.
— O que está fazendo aqui? — Isabella me cutucou, chegando ao meu lado. — Vão te ver!
— Eu ainda não encontrei o meu pai. — Respondi, quase sussurrando.
— Ele ainda não deve ter chegado.
— Não. E eu não vou começar sem ele.
— Amiga, ele pode ter se atrasado. — Ela suspirou. — Só isso.
— Isabella, ele me disse que não ia faltar! — Engoli o choro o máximo que eu pude. — Ele não pode faltar hoje, Isabella...
— Selena, não fica assim! — Ouvi outra voz atrás de mim, de uma outra garota de nosso grupo. Não me virei. — O motorista deve vir. Não é sempre ele que vem e nunca o seu pai?
Rangi os dentes.
— Garota, porque você não se mete na sua vida?! — Gritei, cerrando os punhos para não fazer merda.
— Falei mentira? — Ela levantou as sobrancelhas.
Balancei a cabeça e voltei a olhar para o púbito, enquanto o diretor Ethan ainda falava.
— As melhores famílias, os melhores nomes do nosso amado país, aproximam o nosso templo do saber aos seus filhos. — Ele sorriu, totalmente orgulhoso. — Confiando que faremos dele homens e mulheres de bem. Pessoas importantes para toda a sociedade...
Meu coração disparou ao olhar para a entrada. Uma pessoa nada estranha vinha entrando por ela, e se sentando em uma das cadeiras do corredor. Um alívio e ao mesmo tempo uma tristeza profunda. Não era o meu pai, e sim nosso motorista. Uma fúria tremenda subiu em meu coração. Ele realmente mandou o nosso motorista, e nem se deu ao trabalho de usar as pernas e vir! Senti minha garganta queimar, e meus olhos também.
— Selena, não fica assim por causa dessa idiota. — Falou Isabella.
— Não. — Balancei a cabeça, me virando para ela. — Não, Isabella. Quem tá me deixando assim é o meu pai. Mas se é isso que ele quer, ele vai me pagar. — Olhei para o motorista e para Isabella de novo. — Eu volto, já já.
— Aonde você vai? — Isabella murmurou, me segurando antes que eu saísse.
— Eu vou me arrumar.
— Mas você já está arrumada!
— Ainda não. Mudança de planos.
Soltei-me de Isabella e segui para o camarim, ainda com muita raiva.
Cheguei correndo ao estúdio, ainda com o roupão. Eu desconfiava que a assistente de minha mãe contaria o que eu fiz, mas na hora eu não me preocupava com isso. Não entrei de imediato, pois ela ainda podia estar se aprontando para fazer as fotos. Eu suspirei e fiquei tranquila que todos estavam dentro do estúdio. Olhei pela fresta da porta, e minha mãe estava sentada no sofá branco, já com seu bíquini sexy e uma multidão em cima da mesma, passando maquiagem. Seu salto de 1 metro já estava posto em seus pés e ela sorria se olhando no espelho. Ah, por favor! É minha mãe mesmo?
— Um pouco mais de pó aqui, por favor. — Ela falou com um de seus maquiadores, apontando para seu ombro esquerdo. A mulher logo a obedeceu.
— Você está linda, Sophia. Está maravilhosa. — Disse o fotógrafo enquanto sorria para ela.
— Eu devia tomar um pouquinho mais de sol, não acha?
— Não, não se preocupe com isso. Relaxa que eu cuido do resto.
Ouviram-se gritos vindo de lá de baixo. Não posso esquecer de constar que foi uma missão quase impossível de chegar aqui, já que a rua está interditada por tantos fãs enlouquecidos lá embaixo. Quase tive que me disfarçar de power-ranger para conseguir entrar, sem exageros. De repente ouvi passos vindo para a porta da sala de fotografias, e rapidamente corri para a primeira pilastra que encontrei. Olhei pelo canto do olho e vi a assistente entrando rapidamente na sala, com uma garrafa de água em suas mãos. Ela entrou rápido e eu suspirei aliviada por não ter me visto. Com certeza estava me procurando até agora. Corri novamente para frente da porta e continuei olhando pela fresta.
— Ah, que bom que chegou! — Disse minha mãe á assistente. — Me dá essa água! — Disse pegando a água.
— Está todo mundo lá fora! — Disse a moça, com os olhos brilhando. — Você sabe, câmeras, fotógrafos, repórteres, fãs... Tudo perfeito, amiga.
— E está tudo bem? — A assistente assentiu em resposta.
Revirei os olhos. Eu estranhei minha mãe não ter colocado o FBI atrás de mim até agora. Eu já devia estar atrasada, a ponto de ela achar que eu havia sido sequestrada... Ou sequestrado alguém.
— E sabe pra quê isso? Porque ser a artista mais importante do país tem o seu preço. — Falou novamente o fotógrafo.
— Ah, fofo, você é um amor de pessoa. — Minha mãe sorriu. Aquele sorriso bem doce que me dava enjoô.
— E sabe do que mais? A ideia de ter a sua filha nas fotos pra mim é sensacional. Vai ser um sucesso essa revista.
Ah, até que enfim tocaram no meu nome!
— Ok, mas cuidado com a Demi, porque ela é uma menina. — O sorriso de minha mãe sumiu ao falar de mim.
— Não se preocupe, eu vou cuidar dela como se fosse minha própria filha.
— É bom, porque senão eu acabo com a sua raça!
— Eu juro, você vai ver. — Ele levantou as mãos, rendido.
— A propósito, cadê ela? Está demorando! — Minha mãe "acordou".
A cara da assistente havia mudado. Ela sabia muito bem o que eu tinha feito, e não queria contar de jeito nenhum. Sua cara vacilava, e ela olhou para baixo.
— Ér... Acho que teve um probleminha com as roupas.
— Com as roupas? — Minha mãe juntou as sobrancelhas.
Hora de entrar em cena!
Bufei e entrei na sala, fazendo todos me olharem. Eu ainda estava com o roupão rosa me envolvendo, e dei um sorriso venenoso. A assistente me olhou com desaprovação, e minha mãe se levantou louca do sofá.
— Demi, minha filha! — Ela me apertou em seu abraço de urso, não se importando se sua maquiagem e seu glitter saíriam. — O que aconteceu com a roupa?
— Ups! Eu doei para os ciganos na rua. — Dei um sorriso inocente.
— Como assim doou? — Pude ver seus olhos se arregalando de surpresa. — É tudo versáti!
— Ah, eles que usem aquilo. Porque eu não vou andar fantasiada.
— Como fantasiada?
— Além disso, eu botei outra coisa!
— Que coisa?
Desamarrei meu roupão, com um sorriso vitorioso. Tirei-o, e antes de o mesmo cair no chão, minha mãe já gritava de horror. Era uma arte no corpo, uma roupa desenhada, e devemos dizer que foi bem sexy.
— DEMI, PELO AMOR DE DEUS, CUBRA-SE! — Ela gritou, pegando o roupão no chão e me cobrindo novamente. — Virem todos para lá! Eu proíbo você de posar assim, vai trocar de roupa agora!
— Calma! Eu já ouvi, está bem?
— Que absurdo...
— Quer parar de falar comigo nesse tom de desesperada? Não faz sentido ficar toda nervosinha! — Bufei.
— O que tem o tom a ver com isso, Demi? Para de fazer pirraça de menina idiota e vai trocar de roupa agora! Vai logo!
— Mãe, chega! — Gritei, parando seus braços. — Eu me visto como eu quiser, está bem?
Ela me olhou em silêncio por alguns segundos, talvez se perguntando de que mundo eu era.
— Ah é? — Ela levantou as sobrancelhas. — Sou sua mãe, Demi, eu sei o que é conveniente.
— Ah é, claro! Você vai sair linda, quase peladinha, e quer que eu saia vestida como uma menina recém saída do jardim de infância.
— Você vai como uma menina. Linda, mas como uma menina. Vai trocar de roupa!
— Menina é a vovózinha, ouviu?! — Tirei meu roupão com força, batendo-o no chão.
Ela bufou, colocando as mãos na cabeça e fechando os olhos, tentando se acalmar.
— Demi, meu amor, por favor, minha filha...
— Minha filha nada! — Interrompi. — Vai ser assim ou nada. Decide, mamãe.
Saí do camarim e cheguei correndo até onde todas as outras garotas estavam reunidas. Cheguei a tempo de ouvir a secretária anunciar no púbito a nossa apresentação:
— Agora, nossas lindas alunas que entram para o 4º ano, vão nos provilegiar com uma bela coreografia, dirigida pela aluna Selena Gomez. Aplausos, por favor.
As palmas ecoaram, mas eu ainda não havia terminado. Me virei para ajeitar o CD que trazia em minhas mãos e já podia escutar as garotas reclamando de minha falta. Ao terminar, corri para o meio delas, que me olharam como se eu fosse muito retardada.
— Onde você estava? — Isabella rangeu os dentes.
— O meu pai já chegou? — Ignorei a pergunta dela. Ela suspirou.
— Não, ainda não. Fiquei aqui olhando e ainda não vi.
— Tudo bem. — Balancei a cabeça. Eu ainda tinha esperanças. — Olha só, quando eu der o sinal, você tira o CD e coloca esse. — Dei pra ela o CD que trazia em minhas mãos.
Ela me olhou confusa.
— O que é isso?
— Quando eu avisar, faça o que eu mandei. Rápido, vai pro seu lugar!
Isabella murmurou e foi para o seu lugar. Posicionei as garotas e entramos.
A música que escolhemos foi uma música leve, algo como Run The World. Todas nós usavámos a mesma roupa, e eu já pude perceber os garotos já levantando os olhos para nós na plateia. Começamos a dançar, uma dança leve, ensaiada muito bem, e todos estavam satisfeitos, pelo que eu pude notar. Meu motorista batia palmas e sorria, o que me deixou feliz por alguns segundos, mas eu não me esquecia do que realmente estava fazendo ali.
Logo quando a música já estava acabando, eu parei de dançar subitamente. As garota me olharam confusas, mas continuaram dançando. Fui para a frente do palco, olhando para Isabella, falando-a para trocar o CD. Isabella parou a música, fazendo todos olharem confusos e cochichos começaram a ecoar pelo salão. Logo começou a outra, que na verdade era uma música do Kanye West que eu escolhi, daquelas bem proibidas. Todos me olhavam, não estavam entendendo nada.
Ao começo das primeiras notas, agaixei e me levantei, fazendo todos gritarem. Comecei a rebolar de todos os jeitos que eu sabia, e eu vi algumas garotas e garotos se levantando, me chamando de gostosa ou coisa do tipo. Eu ri e continuei a dançar. Tirei minha mini-blusa e depois meu short. Eu estava completamente sensual e pude ver o motorista começar a ficar pirado.
TA LINDO
ResponderExcluiro nick vendeu a moto ehhhhhhhhh kk
o pai da sel tembem hein tem que dar atenção para ela
o joe fugiu??????
perfeito
POSTA LOGO
Perfeito, amei *---------*
ResponderExcluir*O* Ashley é tão rebelde >.<
hehe, me incomodar ? É lógico que não meu beem.
Eu fico muito feliz, e pra ser sincera sou eu que estou me inspirando na sua história.
A minha história perto da sua é um lixo completo :x
Mas, tá muitooooooo lindo o capítulo. posta logo por favor.
bjos'
OMG' Ashley é doidona = 0
ResponderExcluirAh, que raiva do pai da Sel, ele tem que dar mais alguma atenção pra filha. Uau, to maluquinha pra Nelena se encontrarem.
Nossa, o Joe JÀ fugiu? Mew, ele é que nem a Ashley = /
Posta logo, to super ansiosa.
Beeijo.
Nossa, Ashley é a minha estrela nessa história, já virei fã dela. Como alguém pode odiar tanto o pai? Eu adoro ela. Cara, o Joe fugiu! Quero saber pra onde ele foi =)
ResponderExcluirPosta rápido, tá?
Beijo.
Adorei :)
ResponderExcluirAmei a Ashley , ela é Diva até na história. Uau , o Joe é o Homem Maravilha , né ? Pena do Nick.
Posta ! Bj.