segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Depois da Chuva - 01

“Porque as pessoas machucam e dizem amar?” — Michael Jackson. 

Academia Yancy
Nova York
Estados Unidos
  
  Uma aglomeração de alunos começara a se juntar no corredor dos arredores da gloriosa Academia Yancy, a melhor escola — e também a mais cara — de todos o país do Estados Unidos, situado no estado de Nova York. Os alunos estavam entrando de férias, terminando mais um ano letivo, e com isso todos estavam radiantes. Iriam ficar um pouco longe dos cadernos, provas e trabalhos. No corredor, todos estavam postos devidamente em seus uniformes, conversando entre si em vários grupos abarrotados, em vários assuntos.
 Ao contrário de Selena, que não parava quieta em nenhum segundo. A garota mais popular da Academia Yancy — mais bonita, gostosa, inteligente, sexy, e etc —, não estava infiltrada em grupo nenhum como de costume. Selena vasculhava aquela área, andando sem parar para a entrada, parecendo procurar alguém. Ela cumprimentava algumas pessoas — ou muitas — que a paravam e se sentiam fascinados com apenas um olhar de Selena para eles. Sim, Selena Gomez era diva. Ela era "adorada", e de todas as formas. Tanto por meninos quanto por meninas, todos queriam que ela acenasse para eles enquanto passava no corredor. Pronto. O dia estava feito.
 Mas Selena naquele momento estava inquieta. Mal falava com todos — também mal falava com todos o resto do ano, mas sempre tinham aqueles que ela dava uma bola —, e parecia roer as unhas, apesar de estarem recém feitas. Ela claramente estava procurando alguém que não estava encontrando.
 De repente, ouviu-se um barulho na escada para onde dava o salão, que neste momento deveria estar lotado de pais e alunos. Uma garota, cabelos ruivos e olhos azuis — olhando parecia pesar uns 100 quilos —, desceu as escadas apressadamente, quase tropeçando e caindo no último degrau. Seu uniforme ficava apertado em seu corpo gordinho, mas apesar disso, era muito bonita.
 Ela correu até Selena, e pegou em seu braço.
 — Anda, vem rápido, só temos 10 minutos pra entrar! — gritou a garota, puxando Selena pelo mesmo lugar da onde tinha vindo, parecendo completamente exausta.
 Selena não deu um passo a frente, se soltando.
 — Não, Isabella, espera! O meu pai ainda não chegou e eu quero que pegue o melhor lugar quando chegar. — Selena suspirou, mais uma vez vasculhando o enorme corredor a procura do pai.
 Isabella Smith era a melhor amiga de Selena a anos. Apesar de terem suas diferenças, as duas se completavam de tal forma que mal dava para imaginar. Selena sempre fora glamurosa e singular, sempre chamava a atenção nos lugares que frequentava por sua beleza e carisma. Isabella já era bem tímida e não se envolvia bem em grupos. Era gordinha e estranha, com roupas ainda mais estranhas, e muito anti-social. Selena a "encontrou" e a "transformou", como gosta de dizer. Isabella era tão popular quanto Selena, elas eram uma dupla, nunca as via separadas. Eram coração e pulmão, unha e carne. E Isabella seria eternamente grata a Selena por tudo que ela fizera em sua vida.
 Isabella levantou os olhos e também vasculhou o corredor.
 — Eu não estou vendo ele. — disse ela.
 Selena bufou.
 — Eu também não, mas vou esperar aqui.
 — Ah, vamos logo! — Isabella resmungou.
 Selena e as garotas tinham um grupo de dança na escola. Não era nada oficial nem tão sério, mas era uma diversão que todas gostavam. Selena era a líder e coreógrafa, portanto ela quem geralmente fazia os "testes" para a entrada de novas integrantes, mas na verdade ninguém nunca entrava. Por mais que as garotas fossem ótimas, Selena não permitia outras integrantes em seu grupo. Para o fim de ano, ela e o diretor combinaram que naquela festa de boas-vindas, seu grupo apresentaria uma coreografia. Elas já haviam ensaiado, e estava tudo pronto, mas Selena insistia em esperar o pai.
 — Espere, Isabella...
 Disse Selena, mas foi interrompida por um garoto a dizendo "Oi" antes que ela pudesse sair do lugar. Ele era alto, cabelos escuros e estava na cara que estava morrendo de vergonha ao simplesmente chegar perto de Selena. Na mesma hora notava-se o brilho de seus olhos e ele continha uma margarida enorme nas mãos.
 Selena deu um sorriso cativante.
 — Olá.
 O coração do garoto pareceu ir a Saturno e voltar. Suas bochechas ficaram rosadas e percebia-se que ele só havia planejado a parte do "Oi", fora isso ele nem esperava que ela o respondesse.
 — O que vai fazer depois da festa de formatura? — ele disse após tropeçar em várias palavras. Suas pernas tremiam muito e ele não parava de mexer os braços.
 Selena deu um sorriso doce, como se já estivesse prevendo o resto da conversa.
 — Ah, eu vou sair com os meus amigos. — ela respondeu.
 O garoto lhe lançou um olhar decepcionado, mas ao mesmo tempo feliz. Seu coração estava explodindo de felicidade apenas por Selena ter dito mais que duas palavras com ele.
 — Am... Ér... E algum dia vai sair comigo? — ele perguntou, parecendo amassar o caule da flor com seus dedos.
 Selena deu um olhar sorrateiro para Isabella atrás dela, que só assistia. Isabella estava acostumada com aquele tipo de cena que Selena se envolvia, era como se fosse um filme que ela já havia assistido um milhão de vezes, mas que tivesse sempre a mesma empolgação.
 — Eu vou, um dia eu vou sair com você! — Selena riu — E aliás, porque você não me liga nas férias?
 Notou-se claramente o choque do garoto. Aliás, aquela era Selena Gomez. Se Selena houvesse dito mais alguma coisa depois disso, ele não teria escutado mais nada. Abriu um sorriso de orelha a orelha, maior do que seu próprio rosto podia suportar, e estendeu a enorme margarida para ela.
 — Aqui. Pra você. — seus dedos tremiam, e Selena pegou a flor.
 — Ah, obrigada. — ela abriu um sorriso doce.
 Inesperadamente, o garoto se inclinou para a frente e tascou um beijo no rosto de Selena rapidamente, como se tudo acontecesse em menos de 1 segundo. Selena arregalou os olhos, surpresa com a "coragem" do garoto, mas mesmo assim sorriu. Sorria para tudo e para todos, não importava a situação. O garoto pareceu ainda mais nervoso e já estava quase suando frio.
 — Então... Tchau. — disse ele, enquanto ia se afastando de Selena e Isabella, aos tropeços.
 — Tchau. — Selena acenou alegre enquanto o garoto seguia para a escada que ia para o salão.
 Ele parecia não saber para onde andar. Não queria perder Selena de vista nem por um segundo, e praticamente andava de costas até chegar a escada. Ele se virou para subi-la, mas nesse momento seus pés se desencontraram e ele levou o maior tombo na frente de todos ali. Isabella gargalhou alto, assim como todos. Selena também riu, mas não deixou transparecer. Tinha que ser "boazinha".
 O garoto logo se recuperou e terminou de subir as escadas. Mas claro, antes de dar um último aceno para Selena.
 — Coitadinho! Porque você pediu pra ele te ligar nas férias se você vai viajar? — perguntou Isabella, ainda rindo da cena anterior.
 Selena riu.
 — Foi por isso! Pra ele me ligar quando eu não estiver! — respondeu ela, agora dando um sorriso vitorioso.
 As duas riram. Agora estavam rindo como sempre. Selena sabia que devia se comportar como boazinha perto dos garotos, não os deixando tristes, ao olhar dela. Mas também não tem que sair e satisfazer todos que a queriam, isso era impossível. Ela não era nenhuma puta ou piranha, não era nenhuma vadia, não se entregava para qualquer um, tanto que ainda era virgem. Mas ela sabia muito bem quebrar o coração de um garoto.
 — Vamos, agora é sério, não temos tempo! — Isabella bufou e puxou Selena novamente para as escadas.
 Selena murmurou e tentou lutar para se soltar novamente.
 — Não, Isabella! Não! Espera o meu pai...
 Mas Isabella foi mais forte, e as duas subiram para o salão.

Flórida
Estados Unidos

 Uma tarde cinza e melancólica começava a se formar na cidade naquele dia. As pessoas estavam preferindo ficar em casa do que sair naquele frio horrendo, que estava prevendo cair neve. As crianças não estavam no Walt Disney World como de costume, não haviam casais se beijando na praça e nem turistas perdidos nos hoteis. Só havia Nick, que naquele momento parecia realmente perdido.
 Nick Jonas era um garoto de 19 anos que parecia uma das únicas almas a estar circulando pela Flórida naquele momento. Ele parecia inquieto, e na verdade seu coração estava inquieto. O barulho de sua moto era tão alto que podia se ouvir a várias distâncias, e ele parecia não ter medo de levar uma multa por excesso de velocidade.
 Nick queria sentir o vento na cara. Queria sentir a brisa, a maresia, queria elevar seus pensamentos, ou pelo menos parar de pensar. Apesar do frio, ele estacionou sua Honda no calçadão da praia, e por ali se sentou, apenas observando o mar e sentindo o vento. Olhando para a paisagem, Nick sabia que aquele lugar não era a mesma coisa. Não sabia para as pessoas, mas para ele aquilo sempre seria cinza e horrível. Ele não aguentava mais olhar para as pessoas felizes andando pelas ruas todos os dias e não perceberem o quanto aquele lugar havia ficado melancólico e fantasmagórico, aquele lugar estava morto.
 Desde a morte de seu pai, Nick passou a ver as coisas assim. Havia sido alguns anos antes, e a dor ainda era muito forte e recente em seu peito. Eram dois amigos, se pode resumir assim. Dois melhores amigos, pai e filho, inseparáveis. Ele era literalmente seu herói, e era sua inspiração para tudo. Mas até que um dia, um homem, fez tudo isso desmoronar.
 Nick cerrou os punhos ao pensar nisso. Sempre fora um garoto calmo e pacifíco, mas com a morte de seu pai isso havia mudado e muito nos últimos anos. Ele se estressava com qualquer coisa e nem sabe como conseguira terminar o segundo grau, já que fora expulso de 4 escolas diferentes por causa de briga. Mas seu ódio era por aquele homem. O homem que havia arruinado sua vida a e a vida de sua família... O autor da morte de seu pai.
 Nick vasculhou os bolsos e pegou a antiga câmera filmadora onde continham lembranças vivas de seu pai. Estava reproduzindo o mesmo vídeo de sempre. Nele via-se um homem alto, forte e de leves cabelos encaracolados e desgrenhados, com uma barba mal feita e roupas largadas. Seu pai. E também havia um garoto de 8 anos, parecido com o pai, correndo solto pelo galpão velho de onde eles brincavam naquela hora. Sorrisos estampavam seus rostos, enquanto o pai de Nick corria atrás dele, e ele pulava de madeira em madeira no chão. Seu pai o dava beijos e beijos no rosto, que eram doces e tinham tanta ternura. O que Nick mais queria era reviver esses momentos novamente, mesmo sabendo que era impossível.
 "Ele se foi", repetia a si mesmo em pensamentos. Não há mais jeito. Naquele momento ele só podia sonhar e querer ter o pai novamente ao seu lado.

Academia Yancy
Nova York
Estados Unidos

 Com ainda a aglomeração e confusão dos alunos no meio do corredor, naquele momento todos começavam aos poucos a subir para o salão para iniciar a grande apresentação de boas-vindas feita pelo diretor. Havia uma falação entre os alunos que era quase impossível de se escutar naquele lugar.
 Mais e mais pessoas esbarravam em Joe enquanto ele tentava chegar á entrada para ver os pais. O deputado o estava esperando impacientemente com sua esposa, a primeira dama. Algumas líderes de torcida acenavam para Joe impacientemente, pareciam querer sua atenção mais do que tudo; iriam morrer se não conseguissem. Joe apenas sorria forçado. Já havia pegado metade delas, e este ano não seria diferente. A "cota" de Joe Collins sempre aumentava a cada ano.
 Joe havia encontrado os pais na entrada. O deputado com seu inseparável charuto e sua mulher ao lado, a perua mais banhada em loja de Nova York. Joe já fora preparando os ouvidos, pois sabia que brigaria com eles.
 — Porque?! Ir pra Londres agora? — falou Joe após 10 minutos de conversa com seus pais. Ele já estava sentindo sua paciência se esvair.
 Sua mãe lhe lançou um olhar furtivo.
 — Joe! Por favor! — ela o repreendeu, cerrando os dentes. — Você vai poder ver seus irmãos, vai ficar com eles.
 — Mãe, vocês haviam dito que iríamos a praia! — Joe rangeu os dentes.
 — Ouve uma mudança de planos. — seu pai deu de ombros.
 Joe bufou. Ele queria dar um soco em alguma coisa. Não era a primeira vez que seu pai fazia isso, que ele completamente cortava seu barato ou suas festinhas... Ou simplesmente cortava um momento de diversão. Não era a primeira vez, e de qualquer jeito, Joe estava esperando por isso. Mas sempre havia aquele fiapo de esperança, de que se ele mudasse de ideia.
 Mas o que enfurecia Joe era o fato do pai não se importar com isso. Todos percebiam o quanto Joe estava nervoso pelo seu pai mais uma vez furar com ele, mas o deputado simplesmente não se importava. Parecia nem prestar atenção no próprio filho.
 — Agora nós vamos para a Europa, Joe. — disse ele, dando mais uma tragada no cigarro.
 Joe fechou os olhos, pensando nas palavras seguintes.
 — Eu prometi ao Jacob que iria comigo. — ele apontou para o melhor amigo ao seu lado, que havia chegado um pouco no meio da discussão. — Não foi? — Joe rangeu os dentes, olhando firmemente para Jacob, esperando que ele colaborasse com a mentira.
 Jacob Johnson era o melhor amigo de Joe Collins. Os dois eram inseparáveis, unha e carne, pareciam ter nascido juntos. Pareciam irmãos de pais diferentes. Tudo bem que Jacob também era um gato, mas nada comparado a Joe, ao ponto de vista das meninas. Jacob era sempre a "sobra", caso Joe não quisesse uma menina. Ele era o consolo. O garoto nunca havia visto problema nisso, pois ele se dava muito bem, até mais do que imaginava. Eles eram grandes parceiros, aprontavam juntos a mil, caso um se ferrasse, teria que levar o outro, e naquela situação não era diferente.
 Jacob olhou bem para Joe e hesitou ao responder. Sabia que se mentisse iria sobrar para ele. Apesar de isso nunca ter sido um problema, era o pai de Joe que estava ali, o deputado Collins! Ele poderia ferrar mais a Joe do que a ele.
 — Não, eu posso ir pra praia com os meus pais, não tem nada a ver! — Jacob respondeu, nervoso.
 Joe revirou os olhos, não acreditando que Jacob não havia colaborado com ele.
 — Ta bom, mas eu me importo! — falou ele. — Vai ser uma chatice!
 O deputado bufou, começando a se estressar com Joe.
 — Olha, Joe... Isso não está em discussão. Você vai conosco e está acabado.
 — O embaixador quer uma reunião com o seu pai. — completou a mãe de Joe, sempre ao lado do marido, não importa o que ele dissesse.
 — Ué, então vai sozinho! Você tem que estragar as minhas férias? — Joe rangeu os dentes para o pai, o que era perigoso, e ele sabia disso.
 — Olha, já chega! — o deputado bufou. — Eu vim ver você, apesar da campanha eleitoral. E não vou perder o meu tempo com as suas pirraças, entendeu?
 Joe baixou os olhos. Ele não poderia falar mais nada, e sabia disso. Seu pai sempre tinha a palavra final, e Deus que o livre de enfrentá-lo. Ele sabia muito bem que não tinha opinião, mas não conseguia aceitar isso. Não conseguia se contentar, mas devia.
 No momento em que disse isso, o telefone do deputado tocou e Joe viu uma chance de se livrar dos pais. No mesmo momento, uma garota loira e muito bonita abraçou Joe e o deu um beijo. Seu pai nem sequer viu enquanto ele a pegava pela cintura e a levava para longe. Jacob o seguiu, como sempre. Joe era o maior pegador de Yancy, e a cada semana estava com uma diferente. Mas sempre tinham aquelas que ele gostava de repetir.
 Ele saiu de perto dos pais, a todo momento querendo esquecer a conversa que tivera a 5 segundos antes.

Flórida
Estados Unidos

 Nick estava em seu quarto, mais uma vez vasculhando suas antigas lembranças. Haviam fotos e pedaços de filmes espalhados pela cama, todos de seu pai. Nick não se desprendia dessas pequenas coisas, pois sabia que seria ignorância. Ele não podia ignorar a saudade que seu pai lhe fazia, a falta tremenda e o vazio enorme no coração. Ele queria chorar, mas sabia que não iria adiantar em nada. Por mais que doesse, não iria trazer seu pai de volta. Mas haviam dias que ele mergulhava de cabeça nas lembranças, e não se importava com mais nada em sua volta.
 De repente, a porta de seu quarto abriu. Nick se levantou rapidamente, limpando as poucas lágrimas que haviam caído e abrindo os braços para que sua irmãzinha o abraçasse, com ternura.
 — Oi, linda! — ele deu um riso fraco, beijando seu rosto.
 — Porque pegou todas essas fitas? — ela perguntou, enquanto se sentava ao seu lado na cama.
 Nick suspirou.
 — Porque essas fitas tem imagens do papai. — ele respondeu, sorrindo. — Lembra?
 Ela sorriu ao lembrar-se também.
 — Sabia que você se parece muito com ele?
 — É... Eu sei. — ele sorriu.
 Nick adorava falar de seu pai com sua irmã. A garota era nova, tinha uns 8 anos, mas ele sabia que ela se lembrava perfeitamente do pai. Pra ela tudo era muito novo ainda, parecia não haver caído a ficha que havia perdido seu pai, e não qualquer pessoa, e Nick tinha inveja disso. Ela parecia ter escolhido ser feliz, mesmo quando tudo dizia para ela ser triste!
 — Ás vezes, quando está dormindo, venho aqui no seu quarto e fico um tempão te olhando. — ela falou, olhando o chão.
 — Ah é? — Nick juntou as sobrancelhas. — E pra quê?
 — É... Como se o papai tivesse voltado e estivesse dormindo. — ela respondeu, torcendo os dedos.
 Nick sentiu um tapa na cara. Na verdade, foi como se estivessem esmagando seu coração. A pequena não falava com raiva ou ódio de qualquer coisa, ela só falava com tristeza. Com saudade. Ele sabia que ela estava com saudades, mas não assim. De ficar lembrando dele, como Nick fazia. De ficar desejando sua volta, mesmo sabendo que isso nunca iria acontecer.
 Nick fechou os olhos, colocando a garota em seu colo.
 — O papai não está mais com a gente, baixinha. — ele sussurrou em seus cabelos.
 — Mas eu sinto falta dele. — ela respondeu, igualmente sussurrando.
 Nick bufou, virando a garota para si.
 — Eu também, mas... O papai morreu e já faz muito tempo.
 — Porque ele morreu? Se cansou de brincar com a gente?
 — Não, não! — Nick acariciou seu rosto. — O problema é que... Um senhor muito, muito mal jogou sujo.
 — Foi por isso que ficamos sem nada... E sem o papai?
 Nick fechou os olhos, controlando a raiva que subia por seu corpo naquele momento. Nick não gostava de lembrar do verdadeiro motivo que seu pai havia morrido, ele só gostava de lembrar dos momentos felizes e prazerosos que teve com ele ao longo de sua vida. Mas não se lembrar da verdadeira causa era inevitável. E também era inevitável não sentir ódio.
 — É... Foi por culpa desse homem. — ele suspirou.
 A pequena olhou para os lados, como se estivesse tentando colocar as peças no lugar.
 — Você conhece esse senhor? — perguntou ela.
 — Ainda não. — ele deu um sorriso fraco, colocando a cabeça da garota em seu peito.
 "Ainda não o conheço, mas vou matá-lo", pensou Nick. E inevitavelmente pensava nisso todos os dias.

7 comentários:

  1. OMG OKE A SELENA ESTA FAZENDO ??????????????????????????? O PAI DELA VE NEM LIGAR PARA ELA COITADA

    TADINHO DO NICK

    TA PERFEITOOOOOOOOOOO

    POSTA LOGO

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  2. Perfeito, amei *----------*
    Ashley rebelde .
    Coitado do Nick .
    A Ana sou eu ? Porq tipo é tanta Ana nesses blogs.
    Mas enfim, tá maravilhoso *----*
    Posta logo flor.
    bjos'

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  3. meww, a Selena é doida 0_0
    muito legal a sua story amor.
    posta logo.

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  4. OMG'
    A Selena é maluquinha = /
    Cara, coitada dela também. O pai nem se interessa u_u
    Tadinho do Nick #Pena
    Continua logo, sua história já me deixou viciada zõ
    PS: A Ana é diva mesmo, né?
    Beeijo.

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  5. OMJ! Selena is crazy! Uau, muito boa a sua história. É bem criativa :)
    Quando Nelena vão se conhecer? #PerguntaAdiantada
    Continua logo =)
    Beeijos ;*

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  6. nossa , que Selena é essa
    muito legal , posta logo

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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Depois da Chuva - 01

“Porque as pessoas machucam e dizem amar?” — Michael Jackson. 

Academia Yancy
Nova York
Estados Unidos
  
  Uma aglomeração de alunos começara a se juntar no corredor dos arredores da gloriosa Academia Yancy, a melhor escola — e também a mais cara — de todos o país do Estados Unidos, situado no estado de Nova York. Os alunos estavam entrando de férias, terminando mais um ano letivo, e com isso todos estavam radiantes. Iriam ficar um pouco longe dos cadernos, provas e trabalhos. No corredor, todos estavam postos devidamente em seus uniformes, conversando entre si em vários grupos abarrotados, em vários assuntos.
 Ao contrário de Selena, que não parava quieta em nenhum segundo. A garota mais popular da Academia Yancy — mais bonita, gostosa, inteligente, sexy, e etc —, não estava infiltrada em grupo nenhum como de costume. Selena vasculhava aquela área, andando sem parar para a entrada, parecendo procurar alguém. Ela cumprimentava algumas pessoas — ou muitas — que a paravam e se sentiam fascinados com apenas um olhar de Selena para eles. Sim, Selena Gomez era diva. Ela era "adorada", e de todas as formas. Tanto por meninos quanto por meninas, todos queriam que ela acenasse para eles enquanto passava no corredor. Pronto. O dia estava feito.
 Mas Selena naquele momento estava inquieta. Mal falava com todos — também mal falava com todos o resto do ano, mas sempre tinham aqueles que ela dava uma bola —, e parecia roer as unhas, apesar de estarem recém feitas. Ela claramente estava procurando alguém que não estava encontrando.
 De repente, ouviu-se um barulho na escada para onde dava o salão, que neste momento deveria estar lotado de pais e alunos. Uma garota, cabelos ruivos e olhos azuis — olhando parecia pesar uns 100 quilos —, desceu as escadas apressadamente, quase tropeçando e caindo no último degrau. Seu uniforme ficava apertado em seu corpo gordinho, mas apesar disso, era muito bonita.
 Ela correu até Selena, e pegou em seu braço.
 — Anda, vem rápido, só temos 10 minutos pra entrar! — gritou a garota, puxando Selena pelo mesmo lugar da onde tinha vindo, parecendo completamente exausta.
 Selena não deu um passo a frente, se soltando.
 — Não, Isabella, espera! O meu pai ainda não chegou e eu quero que pegue o melhor lugar quando chegar. — Selena suspirou, mais uma vez vasculhando o enorme corredor a procura do pai.
 Isabella Smith era a melhor amiga de Selena a anos. Apesar de terem suas diferenças, as duas se completavam de tal forma que mal dava para imaginar. Selena sempre fora glamurosa e singular, sempre chamava a atenção nos lugares que frequentava por sua beleza e carisma. Isabella já era bem tímida e não se envolvia bem em grupos. Era gordinha e estranha, com roupas ainda mais estranhas, e muito anti-social. Selena a "encontrou" e a "transformou", como gosta de dizer. Isabella era tão popular quanto Selena, elas eram uma dupla, nunca as via separadas. Eram coração e pulmão, unha e carne. E Isabella seria eternamente grata a Selena por tudo que ela fizera em sua vida.
 Isabella levantou os olhos e também vasculhou o corredor.
 — Eu não estou vendo ele. — disse ela.
 Selena bufou.
 — Eu também não, mas vou esperar aqui.
 — Ah, vamos logo! — Isabella resmungou.
 Selena e as garotas tinham um grupo de dança na escola. Não era nada oficial nem tão sério, mas era uma diversão que todas gostavam. Selena era a líder e coreógrafa, portanto ela quem geralmente fazia os "testes" para a entrada de novas integrantes, mas na verdade ninguém nunca entrava. Por mais que as garotas fossem ótimas, Selena não permitia outras integrantes em seu grupo. Para o fim de ano, ela e o diretor combinaram que naquela festa de boas-vindas, seu grupo apresentaria uma coreografia. Elas já haviam ensaiado, e estava tudo pronto, mas Selena insistia em esperar o pai.
 — Espere, Isabella...
 Disse Selena, mas foi interrompida por um garoto a dizendo "Oi" antes que ela pudesse sair do lugar. Ele era alto, cabelos escuros e estava na cara que estava morrendo de vergonha ao simplesmente chegar perto de Selena. Na mesma hora notava-se o brilho de seus olhos e ele continha uma margarida enorme nas mãos.
 Selena deu um sorriso cativante.
 — Olá.
 O coração do garoto pareceu ir a Saturno e voltar. Suas bochechas ficaram rosadas e percebia-se que ele só havia planejado a parte do "Oi", fora isso ele nem esperava que ela o respondesse.
 — O que vai fazer depois da festa de formatura? — ele disse após tropeçar em várias palavras. Suas pernas tremiam muito e ele não parava de mexer os braços.
 Selena deu um sorriso doce, como se já estivesse prevendo o resto da conversa.
 — Ah, eu vou sair com os meus amigos. — ela respondeu.
 O garoto lhe lançou um olhar decepcionado, mas ao mesmo tempo feliz. Seu coração estava explodindo de felicidade apenas por Selena ter dito mais que duas palavras com ele.
 — Am... Ér... E algum dia vai sair comigo? — ele perguntou, parecendo amassar o caule da flor com seus dedos.
 Selena deu um olhar sorrateiro para Isabella atrás dela, que só assistia. Isabella estava acostumada com aquele tipo de cena que Selena se envolvia, era como se fosse um filme que ela já havia assistido um milhão de vezes, mas que tivesse sempre a mesma empolgação.
 — Eu vou, um dia eu vou sair com você! — Selena riu — E aliás, porque você não me liga nas férias?
 Notou-se claramente o choque do garoto. Aliás, aquela era Selena Gomez. Se Selena houvesse dito mais alguma coisa depois disso, ele não teria escutado mais nada. Abriu um sorriso de orelha a orelha, maior do que seu próprio rosto podia suportar, e estendeu a enorme margarida para ela.
 — Aqui. Pra você. — seus dedos tremiam, e Selena pegou a flor.
 — Ah, obrigada. — ela abriu um sorriso doce.
 Inesperadamente, o garoto se inclinou para a frente e tascou um beijo no rosto de Selena rapidamente, como se tudo acontecesse em menos de 1 segundo. Selena arregalou os olhos, surpresa com a "coragem" do garoto, mas mesmo assim sorriu. Sorria para tudo e para todos, não importava a situação. O garoto pareceu ainda mais nervoso e já estava quase suando frio.
 — Então... Tchau. — disse ele, enquanto ia se afastando de Selena e Isabella, aos tropeços.
 — Tchau. — Selena acenou alegre enquanto o garoto seguia para a escada que ia para o salão.
 Ele parecia não saber para onde andar. Não queria perder Selena de vista nem por um segundo, e praticamente andava de costas até chegar a escada. Ele se virou para subi-la, mas nesse momento seus pés se desencontraram e ele levou o maior tombo na frente de todos ali. Isabella gargalhou alto, assim como todos. Selena também riu, mas não deixou transparecer. Tinha que ser "boazinha".
 O garoto logo se recuperou e terminou de subir as escadas. Mas claro, antes de dar um último aceno para Selena.
 — Coitadinho! Porque você pediu pra ele te ligar nas férias se você vai viajar? — perguntou Isabella, ainda rindo da cena anterior.
 Selena riu.
 — Foi por isso! Pra ele me ligar quando eu não estiver! — respondeu ela, agora dando um sorriso vitorioso.
 As duas riram. Agora estavam rindo como sempre. Selena sabia que devia se comportar como boazinha perto dos garotos, não os deixando tristes, ao olhar dela. Mas também não tem que sair e satisfazer todos que a queriam, isso era impossível. Ela não era nenhuma puta ou piranha, não era nenhuma vadia, não se entregava para qualquer um, tanto que ainda era virgem. Mas ela sabia muito bem quebrar o coração de um garoto.
 — Vamos, agora é sério, não temos tempo! — Isabella bufou e puxou Selena novamente para as escadas.
 Selena murmurou e tentou lutar para se soltar novamente.
 — Não, Isabella! Não! Espera o meu pai...
 Mas Isabella foi mais forte, e as duas subiram para o salão.

Flórida
Estados Unidos

 Uma tarde cinza e melancólica começava a se formar na cidade naquele dia. As pessoas estavam preferindo ficar em casa do que sair naquele frio horrendo, que estava prevendo cair neve. As crianças não estavam no Walt Disney World como de costume, não haviam casais se beijando na praça e nem turistas perdidos nos hoteis. Só havia Nick, que naquele momento parecia realmente perdido.
 Nick Jonas era um garoto de 19 anos que parecia uma das únicas almas a estar circulando pela Flórida naquele momento. Ele parecia inquieto, e na verdade seu coração estava inquieto. O barulho de sua moto era tão alto que podia se ouvir a várias distâncias, e ele parecia não ter medo de levar uma multa por excesso de velocidade.
 Nick queria sentir o vento na cara. Queria sentir a brisa, a maresia, queria elevar seus pensamentos, ou pelo menos parar de pensar. Apesar do frio, ele estacionou sua Honda no calçadão da praia, e por ali se sentou, apenas observando o mar e sentindo o vento. Olhando para a paisagem, Nick sabia que aquele lugar não era a mesma coisa. Não sabia para as pessoas, mas para ele aquilo sempre seria cinza e horrível. Ele não aguentava mais olhar para as pessoas felizes andando pelas ruas todos os dias e não perceberem o quanto aquele lugar havia ficado melancólico e fantasmagórico, aquele lugar estava morto.
 Desde a morte de seu pai, Nick passou a ver as coisas assim. Havia sido alguns anos antes, e a dor ainda era muito forte e recente em seu peito. Eram dois amigos, se pode resumir assim. Dois melhores amigos, pai e filho, inseparáveis. Ele era literalmente seu herói, e era sua inspiração para tudo. Mas até que um dia, um homem, fez tudo isso desmoronar.
 Nick cerrou os punhos ao pensar nisso. Sempre fora um garoto calmo e pacifíco, mas com a morte de seu pai isso havia mudado e muito nos últimos anos. Ele se estressava com qualquer coisa e nem sabe como conseguira terminar o segundo grau, já que fora expulso de 4 escolas diferentes por causa de briga. Mas seu ódio era por aquele homem. O homem que havia arruinado sua vida a e a vida de sua família... O autor da morte de seu pai.
 Nick vasculhou os bolsos e pegou a antiga câmera filmadora onde continham lembranças vivas de seu pai. Estava reproduzindo o mesmo vídeo de sempre. Nele via-se um homem alto, forte e de leves cabelos encaracolados e desgrenhados, com uma barba mal feita e roupas largadas. Seu pai. E também havia um garoto de 8 anos, parecido com o pai, correndo solto pelo galpão velho de onde eles brincavam naquela hora. Sorrisos estampavam seus rostos, enquanto o pai de Nick corria atrás dele, e ele pulava de madeira em madeira no chão. Seu pai o dava beijos e beijos no rosto, que eram doces e tinham tanta ternura. O que Nick mais queria era reviver esses momentos novamente, mesmo sabendo que era impossível.
 "Ele se foi", repetia a si mesmo em pensamentos. Não há mais jeito. Naquele momento ele só podia sonhar e querer ter o pai novamente ao seu lado.

Academia Yancy
Nova York
Estados Unidos

 Com ainda a aglomeração e confusão dos alunos no meio do corredor, naquele momento todos começavam aos poucos a subir para o salão para iniciar a grande apresentação de boas-vindas feita pelo diretor. Havia uma falação entre os alunos que era quase impossível de se escutar naquele lugar.
 Mais e mais pessoas esbarravam em Joe enquanto ele tentava chegar á entrada para ver os pais. O deputado o estava esperando impacientemente com sua esposa, a primeira dama. Algumas líderes de torcida acenavam para Joe impacientemente, pareciam querer sua atenção mais do que tudo; iriam morrer se não conseguissem. Joe apenas sorria forçado. Já havia pegado metade delas, e este ano não seria diferente. A "cota" de Joe Collins sempre aumentava a cada ano.
 Joe havia encontrado os pais na entrada. O deputado com seu inseparável charuto e sua mulher ao lado, a perua mais banhada em loja de Nova York. Joe já fora preparando os ouvidos, pois sabia que brigaria com eles.
 — Porque?! Ir pra Londres agora? — falou Joe após 10 minutos de conversa com seus pais. Ele já estava sentindo sua paciência se esvair.
 Sua mãe lhe lançou um olhar furtivo.
 — Joe! Por favor! — ela o repreendeu, cerrando os dentes. — Você vai poder ver seus irmãos, vai ficar com eles.
 — Mãe, vocês haviam dito que iríamos a praia! — Joe rangeu os dentes.
 — Ouve uma mudança de planos. — seu pai deu de ombros.
 Joe bufou. Ele queria dar um soco em alguma coisa. Não era a primeira vez que seu pai fazia isso, que ele completamente cortava seu barato ou suas festinhas... Ou simplesmente cortava um momento de diversão. Não era a primeira vez, e de qualquer jeito, Joe estava esperando por isso. Mas sempre havia aquele fiapo de esperança, de que se ele mudasse de ideia.
 Mas o que enfurecia Joe era o fato do pai não se importar com isso. Todos percebiam o quanto Joe estava nervoso pelo seu pai mais uma vez furar com ele, mas o deputado simplesmente não se importava. Parecia nem prestar atenção no próprio filho.
 — Agora nós vamos para a Europa, Joe. — disse ele, dando mais uma tragada no cigarro.
 Joe fechou os olhos, pensando nas palavras seguintes.
 — Eu prometi ao Jacob que iria comigo. — ele apontou para o melhor amigo ao seu lado, que havia chegado um pouco no meio da discussão. — Não foi? — Joe rangeu os dentes, olhando firmemente para Jacob, esperando que ele colaborasse com a mentira.
 Jacob Johnson era o melhor amigo de Joe Collins. Os dois eram inseparáveis, unha e carne, pareciam ter nascido juntos. Pareciam irmãos de pais diferentes. Tudo bem que Jacob também era um gato, mas nada comparado a Joe, ao ponto de vista das meninas. Jacob era sempre a "sobra", caso Joe não quisesse uma menina. Ele era o consolo. O garoto nunca havia visto problema nisso, pois ele se dava muito bem, até mais do que imaginava. Eles eram grandes parceiros, aprontavam juntos a mil, caso um se ferrasse, teria que levar o outro, e naquela situação não era diferente.
 Jacob olhou bem para Joe e hesitou ao responder. Sabia que se mentisse iria sobrar para ele. Apesar de isso nunca ter sido um problema, era o pai de Joe que estava ali, o deputado Collins! Ele poderia ferrar mais a Joe do que a ele.
 — Não, eu posso ir pra praia com os meus pais, não tem nada a ver! — Jacob respondeu, nervoso.
 Joe revirou os olhos, não acreditando que Jacob não havia colaborado com ele.
 — Ta bom, mas eu me importo! — falou ele. — Vai ser uma chatice!
 O deputado bufou, começando a se estressar com Joe.
 — Olha, Joe... Isso não está em discussão. Você vai conosco e está acabado.
 — O embaixador quer uma reunião com o seu pai. — completou a mãe de Joe, sempre ao lado do marido, não importa o que ele dissesse.
 — Ué, então vai sozinho! Você tem que estragar as minhas férias? — Joe rangeu os dentes para o pai, o que era perigoso, e ele sabia disso.
 — Olha, já chega! — o deputado bufou. — Eu vim ver você, apesar da campanha eleitoral. E não vou perder o meu tempo com as suas pirraças, entendeu?
 Joe baixou os olhos. Ele não poderia falar mais nada, e sabia disso. Seu pai sempre tinha a palavra final, e Deus que o livre de enfrentá-lo. Ele sabia muito bem que não tinha opinião, mas não conseguia aceitar isso. Não conseguia se contentar, mas devia.
 No momento em que disse isso, o telefone do deputado tocou e Joe viu uma chance de se livrar dos pais. No mesmo momento, uma garota loira e muito bonita abraçou Joe e o deu um beijo. Seu pai nem sequer viu enquanto ele a pegava pela cintura e a levava para longe. Jacob o seguiu, como sempre. Joe era o maior pegador de Yancy, e a cada semana estava com uma diferente. Mas sempre tinham aquelas que ele gostava de repetir.
 Ele saiu de perto dos pais, a todo momento querendo esquecer a conversa que tivera a 5 segundos antes.

Flórida
Estados Unidos

 Nick estava em seu quarto, mais uma vez vasculhando suas antigas lembranças. Haviam fotos e pedaços de filmes espalhados pela cama, todos de seu pai. Nick não se desprendia dessas pequenas coisas, pois sabia que seria ignorância. Ele não podia ignorar a saudade que seu pai lhe fazia, a falta tremenda e o vazio enorme no coração. Ele queria chorar, mas sabia que não iria adiantar em nada. Por mais que doesse, não iria trazer seu pai de volta. Mas haviam dias que ele mergulhava de cabeça nas lembranças, e não se importava com mais nada em sua volta.
 De repente, a porta de seu quarto abriu. Nick se levantou rapidamente, limpando as poucas lágrimas que haviam caído e abrindo os braços para que sua irmãzinha o abraçasse, com ternura.
 — Oi, linda! — ele deu um riso fraco, beijando seu rosto.
 — Porque pegou todas essas fitas? — ela perguntou, enquanto se sentava ao seu lado na cama.
 Nick suspirou.
 — Porque essas fitas tem imagens do papai. — ele respondeu, sorrindo. — Lembra?
 Ela sorriu ao lembrar-se também.
 — Sabia que você se parece muito com ele?
 — É... Eu sei. — ele sorriu.
 Nick adorava falar de seu pai com sua irmã. A garota era nova, tinha uns 8 anos, mas ele sabia que ela se lembrava perfeitamente do pai. Pra ela tudo era muito novo ainda, parecia não haver caído a ficha que havia perdido seu pai, e não qualquer pessoa, e Nick tinha inveja disso. Ela parecia ter escolhido ser feliz, mesmo quando tudo dizia para ela ser triste!
 — Ás vezes, quando está dormindo, venho aqui no seu quarto e fico um tempão te olhando. — ela falou, olhando o chão.
 — Ah é? — Nick juntou as sobrancelhas. — E pra quê?
 — É... Como se o papai tivesse voltado e estivesse dormindo. — ela respondeu, torcendo os dedos.
 Nick sentiu um tapa na cara. Na verdade, foi como se estivessem esmagando seu coração. A pequena não falava com raiva ou ódio de qualquer coisa, ela só falava com tristeza. Com saudade. Ele sabia que ela estava com saudades, mas não assim. De ficar lembrando dele, como Nick fazia. De ficar desejando sua volta, mesmo sabendo que isso nunca iria acontecer.
 Nick fechou os olhos, colocando a garota em seu colo.
 — O papai não está mais com a gente, baixinha. — ele sussurrou em seus cabelos.
 — Mas eu sinto falta dele. — ela respondeu, igualmente sussurrando.
 Nick bufou, virando a garota para si.
 — Eu também, mas... O papai morreu e já faz muito tempo.
 — Porque ele morreu? Se cansou de brincar com a gente?
 — Não, não! — Nick acariciou seu rosto. — O problema é que... Um senhor muito, muito mal jogou sujo.
 — Foi por isso que ficamos sem nada... E sem o papai?
 Nick fechou os olhos, controlando a raiva que subia por seu corpo naquele momento. Nick não gostava de lembrar do verdadeiro motivo que seu pai havia morrido, ele só gostava de lembrar dos momentos felizes e prazerosos que teve com ele ao longo de sua vida. Mas não se lembrar da verdadeira causa era inevitável. E também era inevitável não sentir ódio.
 — É... Foi por culpa desse homem. — ele suspirou.
 A pequena olhou para os lados, como se estivesse tentando colocar as peças no lugar.
 — Você conhece esse senhor? — perguntou ela.
 — Ainda não. — ele deu um sorriso fraco, colocando a cabeça da garota em seu peito.
 "Ainda não o conheço, mas vou matá-lo", pensou Nick. E inevitavelmente pensava nisso todos os dias.

7 comentários:

  1. OMG OKE A SELENA ESTA FAZENDO ??????????????????????????? O PAI DELA VE NEM LIGAR PARA ELA COITADA

    TADINHO DO NICK

    TA PERFEITOOOOOOOOOOO

    POSTA LOGO

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  2. Perfeito, amei *----------*
    Ashley rebelde .
    Coitado do Nick .
    A Ana sou eu ? Porq tipo é tanta Ana nesses blogs.
    Mas enfim, tá maravilhoso *----*
    Posta logo flor.
    bjos'

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  3. meww, a Selena é doida 0_0
    muito legal a sua story amor.
    posta logo.

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  4. OMG'
    A Selena é maluquinha = /
    Cara, coitada dela também. O pai nem se interessa u_u
    Tadinho do Nick #Pena
    Continua logo, sua história já me deixou viciada zõ
    PS: A Ana é diva mesmo, né?
    Beeijo.

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  5. OMJ! Selena is crazy! Uau, muito boa a sua história. É bem criativa :)
    Quando Nelena vão se conhecer? #PerguntaAdiantada
    Continua logo =)
    Beeijos ;*

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  6. nossa , que Selena é essa
    muito legal , posta logo

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