"Sempre fui um pouco áspero, fechado, sempre tive dificuldade de receber amor. (…) Na verdade, eu sempre precisei de afeto, só que antes eu não admitia." — Caio Fernando Abreu.
Saguão, Highland Private
Saguão, Highland Private
' Por Selena G.
Após a conversa com o meu pai, que eu prefiro nem comentar aqui o que ele disse, eu fui até o refeitório, aparentemente procurando Isabella e Emily. A aula já havia acabado e até agora eu não estava acreditando no que eu havia acabado de fazer. Era uma coisa horrível, mas de repente eu não concordava com nada do que Joe e os outros garotos julgavam ser correto. Não conseguia aceitar, e quando não aceito uma coisa eu digo mesmo. Tudo bem que eu não suportava Demi e essas coisas, mas todos nós havíamos aceitado a loucura dela. E ainda mais, havíamos a seguido! Sorry, mas não consigo concordar com as pessoas que a estavam acusando. Ela era louca e tudo mais, metade dos alunos do Highland deveriam ter fotos dela na parede do quarto só para tampar pregos, mas mesmo assim, eu não conseguia concordar. Mas não era aquilo que estava queimando minha cabeça no momento, e sim a minha conversa com meu pai. Aquilo não havia me entristecido, mas sim, ele havia me falado poucas e boas e me cortado algumas coisas. Aliás, muitas coisas. Odiei aquilo mas no fundo eu mereci.
What?! Não mereci não.
Cheguei á mesa e encontrei exatamente Isabella e Emily. Emily mexia no celular ao mesmo tempo que comia um doce e Isabella estava com uma compressa enorme de gelo nas mãos, e a colocava em cima da cabeça. Imaginei a dor que ela ainda sentia pela intoxicação.
— O que aconteceu? — perguntou Emily quando sentei bufando na mesa junto com elas.
— O pior! — resmunguei.
— Expulsaram você do colégio? — ela arregalou os olhos.
— Não me expulsaram, mas meu pai cortou os meus cartões de crédito — gemi, aflita. — Me diz, tem alguma coisa pior que isso?
Emily balançou a cabeça. Isabella parecia não estar prestando atenção em nossa conversa, só sabia ficar se lamentando pela dor que estava sentindo. Ok, vamos deixá-la em paz, isso é o preço que ela paga por ter bebido demais naquele antro de festa. Emily deu mais uma mordida naquele doce e olhou pra mim novamente.
— O que aconteceu com a idiota da Demi? — perguntou ela.
— Sei lá — suspirei. — Quando fui á direção, estavam lá o diretor e a sem classe da mãe dela. Sei lá.
Emily ergueu as sobrancelhas e voltou a se concentrar em seu doce e vi que ela só havia me perguntado aquilo pra gastar segundos de sua vida, pois ela não se importava um mínimo com Demi. Na verdade, se Demi fosse embora seria um alívio. Pra mim também, é claro. Só me entreguei pra ser um pouco justa. Olhei para Isabella e vi que a mesma estava com uma cara de doente. Que horror.
— Como se sente, Isabella? — perguntei, com a voz abafada. — Está melhor?
— Não — ela suspirou. — Estou super pra baixo, amiga. O álcool está me matando.
Pisquei os olhos pra ela, meio abismada. Nunca imaginei ver Isabella naquele estado.
— É que você bebeu tanto que parecia que o álcool iria acabar pra sempre — falei, como se fosse óbvio.
— Eu estava me sentindo muito mal — ela abaixou a cabeça. — E vocês duas de segredinhos pra baixo e pra cima, não me contaram nada.
Eu suspirei, olhando de canto para Emily.
— Não é nada contra você, amiga — falei. — Mas são coisas que no momento temos que guardar segredo, ok?
Me lembrei de Emily e Jacob naquela noite e me subiu uma raiva. Não raiva deles, mas por Isabella estar pensando que não quero contá-la. Ainda vou colocar Emily e Jacob no eixo, esses dois não podem continuar assim. Isso uma hora vai ter que acabar.
— Está bem — ela assentiu, suspirando. — Mas o que mais me irritou foi ver a filha daquela cantora sem classe, aquela oferecida! Ela estava dançando com o Nick. — Ela rangeu os dentes, estava realmente nervosa.
Lembrar daquela cena me causou o mesmo efeito, a mesma onda de ódio por Demi. Nem só por Demi, mas porque Nick também dava bola demais áquela menina, o que causava o sofrimento constante de Isabella. Que ódio daquele garoto. Odiava ter que fingir qualquer ódio por ele. Droga.
— Eu fiquei cheia de cíumes. — Ela bufou.
— Ah, esquece isso! — Tentei forçar um riso, pra ver se conseguia abafar o caso. Aquele não era um assunto bom pra aquele momento. De repente nós 3 ouvimos vozes e, olhando para trás, vimos Joe e Jacob se aproximando de nós. Eles nos cumprimentaram e Joe tascou um enorme beijo em Emily enquanto Jacob beijava minha testa e a testa de Isabella em forma de afeto.
— Então, aproveitando essa situação da Demi, nós vamos falar com o diretor. Vamos pedir pra gente sair, que tal? — supôs Joe, enquanto abraçava Emily.
— E o melhor seria se pedíssemos para sair á tarde — falou Jacob.
— E aí, meninas? — Joe ergueu as sobrancelhas.
— Ok então.
Algum tempo depois, Selena e as meninas, acompanhadas por Joe e Jacob, ainda se encontravam sentados na mesa no mesmo lugar, conversando sobre coisas variadas. Joe ainda estava supondo ideias do que iriam fazer naquele dia, já que todos os alunos iriam para suas casas. Isabella, na maioria das vezes, dava sorrisos forçados aos amigos, pois seu mau-estar ainda a estava atormentando. Várias indicações em sua cabeça pairavam, dizendo para contar á Selena que havia bebido na festa por causa de Joe, mas ela sempre varria essa possibilidade. Não que fosse tão grave assim, mas ela preferia. Era melhor. Emily e Joe estavam abraçados, trocando beijos e carícias, enquanto Jacob ria com eles, mas não deixava de ficar vidrado no olhar Emily. Mesmo com Joe por perto, os dois se encaravam muito, e Jacob não deixava de olhar "apaixonado" pra ela. Emily conseguia disfarçar os olhares, mas sempre acabava dando um terço de seu tempo olhando para o garoto. A culpa não a invadia, é claro. E Selena não prestava atenção nos dois, achava que isso era o melhor que ela fazia. As conversas foram recorrendo até Logan entrar na área de lazer e se deparar com a mesa de seus "amiguinhos". Ao ver Logan, Joe o mandou um olhar furtivo, que só podia ser entendido pelos dois. O incidente de algum tempo atrás no banheiro ainda era lembrado e pela cara de Joe, não iria ser esquecido. Logan apenas observou á todos na mesa, e passou reto. A cabeça de Selena se abaixou automaticamente. Não queria falar com Logan por um tempo, talvez fosse melhor.
O grupo na mesa ria animadamente quando algo pousou no colo de Selena. Todos olharam ao mesmo tempo quando Selena olhava a carta branca que havia acabado de cair em cima de suas pernas. Ela juntou as sobrancelhas, completamente confusa, pegando o pedaço de papel nas mãos. Automaticamente, Joe e Jacob olharam para os lados, se perguntando como aquilo havia parado no colo de Selena do nada, sem mais nem menos. E, como um rompante, as meninas viram Joe e Jacob se levantando rápido da mesa, após os dois terem trocado alguns olhares como se fosse um tipo de conversa interna entre eles. Os dois correram, para a direção mais afundo da área de lazer, empurrando algumas pessoas no caminho. Com certeza estariam procurando algum indício de alguém ter jogado a carta para Selena, mesmo que isso fosse apenas uma maluquice. Os pés dos garotos pareciam voar, o tanto que corriam. Tinham leves impressões do que poderia ser a carta que Selena segurava, mas não quiseram pensar nisso. Aquilo era o inferno do Highland. Voaram pelas escadas dos banheiros e das saunas e nada. Por fim, os garotos voltaram á mesa.
— Escapou! — murmurou Jacob para Joe enquanto caminhavam até a mesa, onde viram Selena e as garotas olhando com curiosidade para a carta, que estava intacta.
— Espera — Selena falou, de repente "acordando". — É outra daquelas cartas anônimas.
— Ah é — Jacob deu de ombros, de repente não tão interessado como antes pela carta.
Selena se levantou da mesa, abrindo a carta com cuidado.
— O que diz aí? — perguntou Joe, se aproximando de Selena. Ele sim estava com um interesse agudo nos olhos.
Selena abriu a carta e logo puderam ver seus olhos arregalados. Todos agora haviam se levantado da mesa e estavam atentos, esperando que Selena lesse o pedaço de papel em voz alta. Joe estava quase sendo capaz de arrancar aquilo da mão de Selena, tamanha era sua curiosidade. Selena bufou e pareceu não estar mais "pálida" e incrédula. Em vez disso, balançou a cabeça e decidiu abafar o caso.
— Ah não. Só diz besteira — ela suspirou, olhando da carta para os outros. — Acho que não devíamos ler — Selena embrulhou a carta de volta no envelope.
Ouviram-se vozes murmurando e discordando. É claro, naquele momento iriam querer matar Selena.
— Claro que não! — gritou Emily, e tentou pegar a carta da mão de Selena, mas a mesma afastou. — Primeiro nós temos que ler! — ela rangeu os dentes.
— Emily tem razão! — falou Joe, apontando para a namorada. Ele não estava entendo lhufas da atitude de Selena, e sempre tivera uma curiosidade extrema pelas cartas anônimas.
— Mas isso não interessa! — retrucou Selena. — Pra quê continuar com essa brincadeira? Para, Joe! — ela gritou ao ver que Joe puxava o papel de suas mãos. — Não leia...
Tarde demais, em 2 segundos Joe já estava com o pedaço de papel nas mãos, o que fez a garotaolhar com raiva, mas de certa forma preocupada. Naquela carta havia algo que, da opinião de Selena, ninguém iria querer ler mesmo.
— Vamos ler com calma. — Falou Joe para Selena, tentando amenizar a preocupação dela.
— E o melhor seria se pedíssemos para sair á tarde — falou Jacob.
— E aí, meninas? — Joe ergueu as sobrancelhas.
— Ok então.
Saguão (área de lazer), Highland Private
' Tarde
Algum tempo depois, Selena e as meninas, acompanhadas por Joe e Jacob, ainda se encontravam sentados na mesa no mesmo lugar, conversando sobre coisas variadas. Joe ainda estava supondo ideias do que iriam fazer naquele dia, já que todos os alunos iriam para suas casas. Isabella, na maioria das vezes, dava sorrisos forçados aos amigos, pois seu mau-estar ainda a estava atormentando. Várias indicações em sua cabeça pairavam, dizendo para contar á Selena que havia bebido na festa por causa de Joe, mas ela sempre varria essa possibilidade. Não que fosse tão grave assim, mas ela preferia. Era melhor. Emily e Joe estavam abraçados, trocando beijos e carícias, enquanto Jacob ria com eles, mas não deixava de ficar vidrado no olhar Emily. Mesmo com Joe por perto, os dois se encaravam muito, e Jacob não deixava de olhar "apaixonado" pra ela. Emily conseguia disfarçar os olhares, mas sempre acabava dando um terço de seu tempo olhando para o garoto. A culpa não a invadia, é claro. E Selena não prestava atenção nos dois, achava que isso era o melhor que ela fazia. As conversas foram recorrendo até Logan entrar na área de lazer e se deparar com a mesa de seus "amiguinhos". Ao ver Logan, Joe o mandou um olhar furtivo, que só podia ser entendido pelos dois. O incidente de algum tempo atrás no banheiro ainda era lembrado e pela cara de Joe, não iria ser esquecido. Logan apenas observou á todos na mesa, e passou reto. A cabeça de Selena se abaixou automaticamente. Não queria falar com Logan por um tempo, talvez fosse melhor.
O grupo na mesa ria animadamente quando algo pousou no colo de Selena. Todos olharam ao mesmo tempo quando Selena olhava a carta branca que havia acabado de cair em cima de suas pernas. Ela juntou as sobrancelhas, completamente confusa, pegando o pedaço de papel nas mãos. Automaticamente, Joe e Jacob olharam para os lados, se perguntando como aquilo havia parado no colo de Selena do nada, sem mais nem menos. E, como um rompante, as meninas viram Joe e Jacob se levantando rápido da mesa, após os dois terem trocado alguns olhares como se fosse um tipo de conversa interna entre eles. Os dois correram, para a direção mais afundo da área de lazer, empurrando algumas pessoas no caminho. Com certeza estariam procurando algum indício de alguém ter jogado a carta para Selena, mesmo que isso fosse apenas uma maluquice. Os pés dos garotos pareciam voar, o tanto que corriam. Tinham leves impressões do que poderia ser a carta que Selena segurava, mas não quiseram pensar nisso. Aquilo era o inferno do Highland. Voaram pelas escadas dos banheiros e das saunas e nada. Por fim, os garotos voltaram á mesa.
— Escapou! — murmurou Jacob para Joe enquanto caminhavam até a mesa, onde viram Selena e as garotas olhando com curiosidade para a carta, que estava intacta.
— Espera — Selena falou, de repente "acordando". — É outra daquelas cartas anônimas.
— Ah é — Jacob deu de ombros, de repente não tão interessado como antes pela carta.
Selena se levantou da mesa, abrindo a carta com cuidado.
— O que diz aí? — perguntou Joe, se aproximando de Selena. Ele sim estava com um interesse agudo nos olhos.
Selena abriu a carta e logo puderam ver seus olhos arregalados. Todos agora haviam se levantado da mesa e estavam atentos, esperando que Selena lesse o pedaço de papel em voz alta. Joe estava quase sendo capaz de arrancar aquilo da mão de Selena, tamanha era sua curiosidade. Selena bufou e pareceu não estar mais "pálida" e incrédula. Em vez disso, balançou a cabeça e decidiu abafar o caso.
— Ah não. Só diz besteira — ela suspirou, olhando da carta para os outros. — Acho que não devíamos ler — Selena embrulhou a carta de volta no envelope.
Ouviram-se vozes murmurando e discordando. É claro, naquele momento iriam querer matar Selena.
— Claro que não! — gritou Emily, e tentou pegar a carta da mão de Selena, mas a mesma afastou. — Primeiro nós temos que ler! — ela rangeu os dentes.
— Emily tem razão! — falou Joe, apontando para a namorada. Ele não estava entendo lhufas da atitude de Selena, e sempre tivera uma curiosidade extrema pelas cartas anônimas.
— Mas isso não interessa! — retrucou Selena. — Pra quê continuar com essa brincadeira? Para, Joe! — ela gritou ao ver que Joe puxava o papel de suas mãos. — Não leia...
Tarde demais, em 2 segundos Joe já estava com o pedaço de papel nas mãos, o que fez a garotaolhar com raiva, mas de certa forma preocupada. Naquela carta havia algo que, da opinião de Selena, ninguém iria querer ler mesmo.
— Vamos ler com calma. — Falou Joe para Selena, tentando amenizar a preocupação dela.
— Muito engraçadinha, você já leu, né? — Jacob levantou as sobrancelhas e Selena o olhou de cara feia.
Joe abriu a carta, e rapidamente ele mordeu os lábios, abrindo um pequeno sorriso.
— "Atenção!" — Joe ditou, rolando os olhos para olhar Jacob com um ar divertido. — "Está formado o novo casal do colégio. Mas dessa vez com um ingrediente adicional." — Ele riu para Jacob, que fez o mesmo. Ao voltar á carta, o sorriso de Joe sumiu, dando lugar á testa vincada. — "Ela tem namorado. Adivinha quem tem os chif..."
— Não, Joe! — Jacob interrompeu a leitura e de repente o garoto estava mais branco do que o normal. Emily e Selena também de repente abaixaram as cabeças, e podia se ver uma certa cara de culpa. O coração de Emily pareceu disparar mais rápido do que o habitual... E se a entregassem na carta? Joe estava ali, Joe e Jacob. — Não precisa continuar, Joe! — Pediu ele mais uma vez, agora tentando agarrar a carta das mãos do amigo.
— Espera aí! — Joe afastou as mãos do amigo, dando um leve riso. — Vamos ver quem é o chifrudo!
Jacob colocou as mãos na cabeça e, sem perceber, alguma parte dos alunos do saguão já prestava uma atenção na rodinha ali que estavam lendo a carta. Aquilo não era nada normal, e dessa vez a carta anônima faria ridicularizar bastante coisa. Jacob não lutou mais contra o amigo para conseguir pegar a carta, mas estava mais nervoso do que nunca. Emily não conseguia falar, parecia que seus músculos estavam travados. Joe voltou a ler a carta, e logo seu sorriso desapareceu completamente. O rosto do garoto entregava o que Jacob, Selena e Emily mais temiam. Parecia que ele havia levado um choque elétrica, tamanha era sua surpresa.
Mas logo isso foi substituído por uma expressão de raiva, ódio. Joe dobrou a carta em suas mãos, levemente, ainda de cabeça baixa. Estava mais confuso do que nunca.
— Você está saindo com a Emily? — Disse ele calmamente, enquanto olhava nos olhos de Jacob. Seu rosto era a marca de uma traição.
Sala da direção, Highland Private
Após a conversa de Emma e Demi, a garotinha saiu da sala, ainda bufando e xingando mentalmente o diretor. Será que havia saída para Demi? Ou será que o diretor Ethan estava cometendo um enorme erro expulsando Lovato do Highland? Minutos depois, Ethan e Emma se sentaram em uma poltrona vermelha na sala da direção, que no meio encontrava uma mesinha de madeira clara que ele havia insistido em colocar um café.
— Eu lamento, mas não tem outra saída a não ser a expulsão. — Concluiu ele após algum tempo de conversa. Emma juntou as sobrancelhas, o encarando agora meio estupefata.
— Ah, você está exagerando. Dramatizando! — Disse ela, com voz abafada. — O caso não é pra tanto.
— Não? — Ethan foi irônico, dando um risinho, logo voltando á expressão séria. — Mas foi sim. E tenho que tomar uma medida por isso.
Emma suspirou, se levantando da poltrona e começando a dar leves passos pela sala.
— Acho que a melhor medida que você deve tomar é deixar as coisas do jeito que estão. — Falou ela, parando atrás da cadeira do diretor. Ethan sentiu um leve calafrio com o toque de Emma.
— Porque está dizendo isso? — Perguntou ele, sem se virar.
— Imagine só — Começou ela, colocando suas mãos nos ombros de Ethan. —, não se trata um assunto de um grupo de adolescentes desse jeito. Ainda mais se eles fizeram pouco caso de você. — Ethan deu de ombros, o que causou certo nervosismo em Emma. — Se expulsarem minha filha, você vai entrar na boca de todo mundo. Até os jornais e a imprensa vão querer saber o porquê dessa expulsão, imagina? — Ela se afastou de trás da cadeira, indo até a janela.
Um horror se passou pelo rosto do diretor repentinamente, o que o fez levantar da poltrona rapidamente, se aproximando de Emma.
— Você acha? — Perguntou ele, baixando os óculos de grau.
— É claro. — Ela disse como se fosse óbvio, levantando os ombros. — Imagine só, vai ficar queimado por todo mundo.
— Am... E o que você me aconselha? — Ele perguntou, olhando toda a extensão do corpo de Emma no vestido justo de modo estranho. Emma sorriu.
— Isso me lembra os velhos tempos. Você lembra? — Ela passou as mãos pelo rosto de Ethan, de algum modo estava fingindo.
Ethan deu um sorriso meio sem graça e meio malicioso. Frashbacks de seu passado lindo e remoto com Emma Brown pareceram vir á sua mente como um furacão. Agora ele nem se lembrava de que a mulher linda á sua frente fora seu amor do passado e que viveram tanta coisa juntos. Do nada, já estava soltando pequenos risinhos junto com Emma.
— Bom, você era uma adolescente. — Ele riu, recolocando seus óculos. — Mas sempre acertava nos seus conselhos.
Emma deu um sorriso doce.
— O que você tem que fazer é deixar que o fogo se consuma... E que as cinzas sejam levadas pelo vento. — Falou ela. — Ou seja, não faça nada! — Ela riu, contagiando o diretor. Mas logo ele tomou sua expressão séria e carrancuda de sempre.
— Pode ser. — Ele suspirou. — Acho que você tem razão. — Ele abriu um minúsculo sorriso de lado, se afastando uns 2 passos de Emma.
— Eu sempre tenho. — Garantiu ela, sorrindo.
— Mas... Não. — Ele ficou sério, encarando Emma. O sorriso dela desapareceu, agora receosa. — As coisas não podem ficar assim. — Ele se aproximou de Emma novamente, falando com autoridade. — Vou fazer alguma coisa com a sua filha.
Ethan virou as costas, se encaminhando até sua mesa enquanto Emma o olhava meio perplexa. Jurava que o havia tiçado a deixar essa ideia de lado e agora estava mais nervosa do que nunca.
— Já sei! — Falou ele, se virando para Emma, dando um leve sorriso. — Não vou expulsá-la. Mas... Com uma condição. — Ele se aproximou de Emma, o que a fez ficar receosa. Ethan retirou os óculos e a olhou no fundo dos olhos, o que a causou embrulho no estômago.
— Q-qual? — Gaguejou ela.
— Ela tem que fazer uma terapia. — Respondeu ele simplesmente. Os olhos de Emma se arregalaram e ela se segurou para não dar um tapa em Ethan.
— Está me dizendo que quer que a Demi procure um psiquiatra? — Ela estava pasma.
— Ou um psicólogo. — Ele deu de ombros. — Se não se submeter um tratamento, não pode ficar aqui.
Saguão (área de lazer), Highland Private
— Joe, fala sério! — Jacob se manteve firme e rezou para não gaguejar e não parecer nem um pouco nervoso. Os olhos de Joe estavam tomados por ódio, ele podia ver. Aquilo o causava certo medo, já haviam pessoas olhando meio abismadas, como se presenciassem uma explosão. — Não vai acreditar no que dizem essas cartas anônimas, não é? Sabe que é tudo fofoca...
— Jacob! — Interrompeu Joe, enquanto se aproximava cada vez mais do amigo, que retornava alguns passos. — Aqui diz que Selena e Emily falaram isso no banheiro da boate.
— E você acredita nisso?! — Gritou Jacob. O garoto estava apavorado, via-se em seus olhos. Joe bufou e se virou para as garotas, que estavam tão trêmulas quanto Jacob.
— Isso é verdade? — Perguntou Joe, controlando a calma em sua voz.
— Como você pode acreditar nesse tipo de coisa? — Falou Emily, e sua voz estava pior do que a de Jacob. — Dizem umas mentiras que não tem nada a ver! — Selena apenas abaixou a cabeça.
Logan assistia de longe o "show". Agradeceu mentalmente por Joe não o ter visto, mas ele estava gargalhando dentro de si. Ver aquilo o agradava. Ele o tinha avisado, essa era a melhor parte. Seu sorriso não sumia do rosto.
— Era isso que não queriam me contar, não era? — Manifestou-se Isabella, olhando para Selena e Emily.
— Isabella! — Gritou Selena, rangendo os dentes.
Foi o bastante para Joe. O garoto balançou a cabeça e caminhou a passos fortes para fora do saguão, não olhando para ninguém. Parecia que um peso havia se estabelecido pelo corpo de Emily. Aquilo era pra ser uma vingança, mas não tinha como sentir alegria naquela hora.
— Joe, espera! — Jacob pegou no braço do garoto.
— Me solta! — Joe berrou, afastando seu braço de Jacob com brutalidade, e continuou a caminhar.
— Joe, espera, cara! Deixa eu te explicar... — Jacob seguiu Joe para fora do saguão, e os cochichos haviam começado.
— Emily, fala sério. — Selena falou baixo, bufando. — Viu o que você provocou?
Cafeteria One-Eyed Pete's, Nova York
Nick fora se encontrar com Jayden em uma cafeteria da cidade após a confusão na diretoria. Sua consciência estava limpa, ele achara que fizera o mais certo sendo justo e se entregando, mas aquilo não havia resultado em nada no momento. Nick viu que a One-Eyed Pete's estava cheia. Logo encontrou Jayden sentado em uma das poucas mesas lendo um jornal. O lugar deveria ser batante sofisticado e só bem frequentado, pois sua aparência e as pessoas que o frequentavam já dizia isso. Jayden ficou satisfeito ao ver o garoto, e já começavam uma conversa.
— Bom, agora que o diretor o liberou do castigo, vai lá em casa. Tem trabalho pra você. — Falou Jayden após algum tempo.
— Com muito prazer. — Concordou Nick. — Mas acredito que Selena...
— Não se preocupe. — Interrompeu. — A casa é bem grande para que não se encontrem. Além do mais, Selena nunca vai em meu escritório. Acredita que lá não é muito bom pra sua pele. — Ele riu, contagiando Nick. Selena e suas manias de patricinha, os dois conheciam bem.
— Então tá, tudo bem. — Nick sorriu.
— E depois que ela está furiosa porque tirei os cartões de crédito dela, então não vai sair do quarto, eu acredito. — Falou o empresário e Nick ficou sério. Sinceramente, não queria mesmo encontrar Selena na casa. Se a encontrasse, a garota com certeza iria perder o controle ao vê-lo ali. Mas ao falar de Selena uma sensação estranha passava pela pele dele, pelo estômago... Ele afastava essa sensação mais rápido do que imaginava. Era proibido sentir isso pela garota, ele já colocara na cabeça.
— Perfeito. — Falou Nick. — Então estarei lá.
— Muito bem. Te vejo mais tarde. — Ele se levantou, colocando algumas notas em cima da mesa.
— Ok. — Nick deu um sorriso forçado. Após ver Jayden saindo, seu sorriso desapareceu, e seus pensamentos voaram para a vingança.
Salão principal, Highland Private
Jacob havia desistido de convencer Joe, e sinceramente ele não queria falar com ninguém. Após receber a notícia de que poderia ir pra casa, ele foi rapidamente ao quarto trocar de roupa e logo mais desceu as enormes escadas do Highland até o salão principal, onde já se podia ver uma aglomeração dos alunos que esperavam ansiosamente seus pais para poderem ir pra casa. Enquanto pegava seu celular do bolso, Joe sentiu algo em sua cabeça. Ouviram-se alguns risos de pessoas ali e ele passou as mãos pela cabeça, agarrando então uma casca de banana. Ele a jogou no chão e olhou pra cima, vendo quem ele menos queria.
— Bom fim de semana, neném! — Falou Demi, escorada em algum corrimão, rindo de Joe. O garoto balançou a cabeça, cansado de se estressar.
— Porque ao invés de zuar da minha cara, não dá um jeito da sua mãe não mostrar a calcinha? — Ele ergueu as sobrancelhas, olhando para cima, com um sorriso furtivo. Demi sorriu.
— Não dá pra ver, porque ela não usa. — Ela deu de ombros. — Mas em todo caso, acho que é mais digno do que vivem os seus chifres. — Ela sorriu e Joe revirou os olhos. — Sabe o que é? Pelo menos a vida é justa. Os garotos com os garotos, as piranhas com as piranhas.
— Porque não dá um tempo, garota?!
— Olha, Joezinho, a algum tempo eu juro que te ajudava. Mas agora, olhando pra você, eu juro... Me dá tanta pena. — Ela fez um biquinho falso. — Imbecil! — Ela riu.
Só depois que Demi percebeu que Joe rapidamente subia as escadas atrás dela, o que a fez rir mais e sair correndo. Ao chegar no topo, Demi já havia desaparecido, deixando Joe mais nervoso do que já estava.
To be continued!
Avá, gostei do capítulo. Não muito, mas dá pra aguentar. Enfim, agora prometo que posto com mais frequência, mas por favor, cadê os commmmmments? Estou sentindo falta deles, muita mesmo. Me desculpem por não estar respondendo, mas quero agradecer a todas que comentaram, quero agradecer mesmo! Obrigada por tudo, esse blog não existiria sem vocês. Mas e então, gostaram de finalmente o Joe abrir os olhos? Eu adorei rs. Minha internet está um horror e eu vou tentar melhorar os capítulos, prometo. Sempre prometo, mas nunca melhoro, bláaaaa! -n
Aaaaaaaaahhh eu amo mt sua historia posta posta posta
ResponderExcluirVou postar! Obrigada por gostar rs. Beijão!
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