sábado, 19 de março de 2011

Depois da Chuva - 17

“O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca.” — Pequeno Princípe.

Campus I
Academia Yancy
Nova York, USA
Joe's POV

  O sinal já havia tocado há muito tempo e meu nome não parava de ser chamado no Campus para nos reunirmos e finalmente irmos pra viagem de férias. Minhas malas já estavam praticamente prontas e eu também já estava arrumado. Fui para o campus e sentei em um carrinho de golfe junto com demais carrinhos que pareciam já estar lotados e mandei uma mensagem pra Ava, que chegou alguns minutos depois. Notei que ela estava meio abatida, mas não perguntei de imediato. Ela se sentou ao meu lado e colocou a cabeça em meu ombro, suspirando.
  — Ah, não sei porque essa Demi cismou comigo. — Ela bufou.
  Eu ri.
  — Ava, não se preocupe, eu te defendo. — Garanti a ela. — E quanto ao que você me contou da Selena, se alguém perguntar, eu nego tudo.
  Ela me olhou e sorriu, aquele sorriso que bem no fundo me matava de tão lindo.
  — Pena que é proibido, se não eu te enchia de beijos agora. — Ela mordeu os lábios.
  Eu apenas a encarei e ri, a beijando logo em seguida, sem me importar com seguranças ou alunos. Eu nunca havia me importado com isso quando queria fazer algo.

Campus I
Academia Yancy
Nova York, USA
Nick's POV

  Depois de algum tempo que eu estava com Anthony e Logan, Taylor apareceu e se juntou a nós, também pronta pra viagem. Ela havia se trocado e agora estava usando um vestido roxo curto soltinho com babados no decote, uma blusa de frio fina branca aberta que estava enrolada até seus cotovelos e uma sapatilha preta. Seu cabelo estava solto com os cachos esvoaçando e eu percebi Anthony a olhando, o que me fez rir por um momento.
  De repente um carro parou no meio do campus. Em cima nós víamos a placa de táxi, e uma pessoa saiu do banco de trás. Era um garoto magrelo e esquisito, com óculos fundos de garrafa e um cabelo ridículo liso e usava uma boina e roupas estranhas. Do nada algumas pessoas começaram a reparar nele e um grupinho foi ao seu encontro. Entre eles aquele garoto com que quase arranjei briga duas vezes.
  — E aí, Mason! — Ele gritou. E de repente ele simplesmente empurrou o garoto para o chão, derrubando suas malas e tudo.
  Eu arregalei os olhos para aquilo. E o pior que em vez de ajudarem, as outras pessoas começaram a rir escandalosamente e apontarem para o garoto no chão. O marrento chegou perto de Mason e começou a caçoar dele, chamando-o de trouxa ou de filhinho da mamãe, junto com outros caras que também eram uns imbecis.
  Eu não havia percebido, mas já estava caminhando até eles, cheio de ódio com o que aquele pessoal estava fazendo, a passos firmes. Senti alguém pegar em meu braço e me puxar.
  — Nick, não! — Gritou Anthony. — Não se meta...
  Mas eu me soltei dele agressivamente e fui até o garoto caído no chão. Vendo que aquele grandalhão de antes estava em cima dele, o empurrei com o ombro com toda a força até que o mesmo caísse no chão ao lado do garoto e levantei Mason. Não havia reparado como quando cheguei, as pessoas simplesmente saíram de perto.
  — Está tudo bem? — Perguntei a Mason assim que ele já estava "seguro" de pé. — Foi mal, eu não te vi. — Falei com o grandalhão idiota que havia derrubado no chão, com um sorriso falso. Me virei de volta pra Mason: — Já pegou suas coisas? Já tem um carrinho?
  Ele balançou a cabeça para as duas coisas e eu o puxei para arranjarmos um carrinho pra ele. O grandalhão olhou pra mim com pura raiva e enquanto eu saía com Mason, a multidão ainda o zoava.

Campus I
Academia Yancy
Nova York, USA
Logan's POV

  Ao assistir a confusão que o tal do Nick havia arrumado, eu me segurei para não começar a rir naquele momento. Como ele pode se achar o defensor das pessoas desse jeito? Se todos estavam zoando o pobre garoto, era porque ele tinha que ser zoado, não? Pelo menos aqui é uma bela democracia. Mas pessoas como o tal Nick não entendiam isso.
  Após ele sair com o tal Mason para longe, fui até o grupinho que havia se formado depois disso, entre eles estava o grandalhão que havia empurrado o garoto e algumas gatas.
  — Mandou bem, cara. — Coloquei a mão no ombro do garoto, que me olhou meio surpreso, mas balançou a cabeça.
  — Que idiota. — Ele resmungou, se lembrando da situação.
  — E aí, gata. — Falei com uma morena ao meu lado, e assim fomos conversando.

Campus I
Academia Yancy
Nova York, USA
Taylor's POV

  Depois de um tempo, todos começaram a ir atrás de seus carrinhos, para não perderem mais tempo do que perderam rindo do pobre garoto que saiu do carro. Eu ainda estava com Anthony parada, já que o tal do Logan que nos acompanhava havia sumido. Eu ainda não conhecia Anthony muito bem, portanto nós dois não conversávamos muito.
  Mas não dava mais pra esperar Nick, então nós dois começamos a andar, procurando algum carrinho.
  — Eu acho melhor o seu amigo ter seguro de vida. — Comentou ele comigo.
  Eu ri.
  — É o meu herói, o que posso fazer...

Dormitório de Selena
Academia Yancy
Nova York, USA
Selena's POV

  Depois de tudo que havia acontecido na minha vida nessas últimas horas, eu sempre queria contar ao meu pai. Peguei o telefone para ligar pra ele, mas havia me lembrado que não estava falando com ele. Puro orgulho, mas pra mim era um orgulho consciente. Mas havia acabado de me lembrar que ele também não havia me telefonado mais, o que me deixava meio angustiada. Eu precisava saber dele, portanto liguei pra William.
  O que me decepcionou mais ainda.
  — E ele não ligou mais? — Falei em um fio de voz, sabendo da situação. — Tudo bem, William... Tchau.
  Tive vontade de tampar o telefone na parede de tamanha raiva, mas apenas tampei-o na cama. Vi o retrato dele em minha estante, o que me fez lembrar de tudo e ficar com mais raiva.
  — Se você não fosse meu pai, eu nunca mais falaria com você! — Falei, apontando para seu retrato.
  Bufei, decepcionada.
  — Porque faz isso comigo, pai? — Suspirei, me sentando na poltrona branca. — Você sabe como é difícil ser eu, e está me ignorando, e não pode ignorar a minha sensibilidade assim. Porque ele faz isso comigo, Isabella? — Me virei para Isabella, que estava deitada de bruços na cama, mas não obtive resposta. — Isabella!
  — Oi? — Ela pareceu acordar.
  — Não está escutando nada! — Falei entredentes.
  — Eu... Estou sim.
  — Meu pai está me ignorando e você também. — Falei decepcionada. Isso não era possível. — O que você tem?
  Ela suspirou, e baixou os olhos.
  — Ah, é que eu estou muito preocupada. O Nick não pode me ver de maiô.
  Pareceu que uma pedra enorme havia caído sobre minha cabeça. Eu não podia estar ouvindo aquilo, ainda mais de Isabella. Não mesmo.
  — Ai, meu Deus. — Falei. — Não... Meu Deus, me salva. Era só o que me faltava! Isabella, eu já estou cansada desse Nick, ouviu? Isabella, chega!
  Eu já estava quase implorando a ela pra calar a boca sobre esse garoto.

Demi's POV

  Após sair daquele antro de patricinhas, deixei minha mala no quarto de Madison e fui procurar a mesma, pois ela não estava no quarto. Quando iria tomar atitude de fazer isso, ela entrou no quarto e percebi que estava meio abatida e chocada ao mesmo tempo.
  Enquanto andávamos para o Campus, ela me contou tudo que havia acontecido na sala do diretor e tudo que ele havia revelado a ela.
  — Não se preocupe. — Suspirei. — Não pode fazer nada além de aceitar e pronto.
  — Porque? — Perguntou ela. — Eu posso fugir daqui, é só eu não entrar no ônibus.
  — Esses músculos fizeram mal ao seu cérebro. Não acha mais fácil entrar no ônibus e viajar e na volta descobrir quem são os reis magos que pagam essa porra pra você?
  — Não vão querer me dizer. — Ela parou de andar subitamente e percebia-se que estava muito aflita.
  Eu ri irônicamente.
  — E daí? De repente está escrito em algum papel por aí, se acalme. — Olhei pra ela bastante apreensiva. — Não seja idiota, pelo menos aqui você tem teto e comida.
  — Não se trata de teto e comida. — Ela balançou a cabeça. — Também tem uma coisa chamada dignidade.
  Fala sério.
  — Sei, claro. E dignidade pode morrer de fome e de frio na rua. — Falei como se fosse óbvio. — Olha, você precisa de mais jogadores no seu time. — Apontei para a cabeça.
  — Quer saber, minha amiga? Ninguém pediu sua opinião. — Ela me olhou com raiva e saiu de perto.
  Eu dei de ombros.
  — Ok, então faça o que quiser. — Bufei. — Será que aqui não tem gente que pensa?
  Revirei os olhos e recomecei a andar para o Campus, já que pelo jeito achava que Madison havia mesmo desistido de ir. Eu estava quase na entrada, quando sinto alguém puxar meu braço brutalmente e me virar para trás. Era o tal Joe.
  — Era você mesmo que eu estava procurando. — Ele falou em tom de acusação. — Você é filha da stripper, não é?
  Eu me soltei bruscamente de suas mãos e dei um sorrisinho.
  — Pra dizer a verdade, ela não é stripper. E sou sim. Mas se você quer saber de algum teste, se enganou, eu não sei de nenhum. — Dei de ombros. — E autógrafos de famosos eu não consigo, por isso até logo. — Empurrei-o com nojo e me virei para voltar.
  — Não quero autógrafos! — O idiota gritou e me puxou novamente. — Quero que não implique com a Ava.
  Soltei uma gargalhada com o "pedido" dele.
  — E quem você pensa que é, meu filho?! O Chapolin Colorado que veio defender a donzela? Esqueceu as anteninhas, meu amor. — Apontei pra testa e me soltei dele novamente.
  — Já está avisada. — Ele disse em tom de ameaça e passou por mim, quase massacrando meu ombro.
  Eu me ligava agora na situação e percebi o quão ridículo esse garoto era.
  — Quem essa Barbie está pensando que é? — Grunhi.

  Cheguei ao Campus e vi que praticamente todos os carrinhos já haviam sido ocupados. Varri meus olhos para observar e vi Taylor sozinha em um carrinho, então fui direto pra lá. O pior é que o carrinho dela era do lado do carrinho onde Joe também estava com um menino, então nós nos encaramos brutalmente antes que eu virasse as costas pra ele.
  Me sentei ao lado de Taylor e antes que eu pudesse conversar com ela, nós ouvimos gritos. Ao longe, chegando ao Campus, uma aglomeração de meninas vinham caminhando e todas estavam falando ao mesmo tempo. A medida que elas ficavam mais perto, pude ver que elas apontavam pra uma coisa. Depois pude ver Selena e o grupinho dela na frente dessas meninas que gritavam, parecendo as rainhas da Inglaterra e as meninas suas súditas. Era só o que me faltava. Selena agora desfilava na frente dos carrinhos, e o pior que todos paravam pra olhar. Ela usava uma calça azul clara, uma blusa azul mais escura e um colete sem alças azul que ia um pouco abaixo do seio e estava aberto. No pé, ela usava sapatilhas e tudo parecia ser muito caro.
  — Não acredito. — Resmunguei, com nojo.
  — Nossa, ela é linda. — Falou Taylor. — Parece uma princesa.
  Olhei para Taylor como se ela estivesse louca.
  — Tay, ela é ridícula. — Falei. — Deve ser de outro planeta.

Selena's POV

  Eu não aguentava mais os gritos e a falação toda ao mesmo tempo das pessoas que me "perseguiam" pelo campus. Isso era um tratamento que eu e minhas amigas recebíamos constantemente, por vários motivos, tanto seja por causa das roupas que nós usávamos ou dos nossos penteado ou de qualquer outra coisa, mas as pessoas simplesmente olhavam e reparavam muito.
  Eu virei e parei de frente para a multidão, um pouco de saco cheio, mas eu não nego que gostava daquilo. Gostava de ver pessoas me invejando e caindo aos meus pés.
  — Esperem um pouquinho! — Gritei, pra ver se prestavam atenção em mim. — O problema é que a Isabella me pediu primeiro.
  A balbúrdia recomeçou. Tudo por causa de um lugar ao meu lado no ônibus.
  — Não importa! — Gritei novamente. — Tive uma ideia. Você pode ir atrás de mim, você vai na frente, você pode ir do outro lado, assim vamos todas juntinhas, ok?
  As meninas pareceram amolecer um pouco, e fiquei satisfeita com isso. No fundo eu sabia que iria demorar até ter uma oportunidade de cada uma delas se sentarem comigo em algum ônibus, mas não pensei nisso.
  De repente alguém foi se adentrando na pequena multidão a minha frente, atropelando as pessoas e pedindo com licença. Meu coração gelou ao ver o bolsista pelo qual me interessei no corredor e pelo visto o grande amorzinho de Isabella, o Nick. Ele estava usando jeans pretos e coturnos junto uma camisa xadrez roxa que ia até os cotovelos, revelando uma tatuagem em seu braço, e só agora percebi o quanto ele era forte. Quase me derreti com tanta perfeição, mas me recompus assim que ele parou a minha frente.
  — Ah, me desculpe. — Eu falei. — Mas eu não posso te dar atenção agora, eu tenho que ir pro ônibus. Não é, meninas?
  As meninas murmuram concordâncias comigo. Nick apenas abaixou a cabeça e soltou uma risada.
  — Não se preocupe. — Ele me disse. — Eu vim falar com a Isabella.
  Em um impulso, Isabella que estava um pouco atrás de mim disparou á frente para ficar de frente com Nick. Se havia algum sorriso em meu rosto, este murchou completamente. Alguns murmúrios começaram entre as outras meninas, com comentários do tipo dizendo como um garoto lindo e gostoso como este quer falar com Isabella Smith e não com Selena Gomez.
  — Eu queria saber se você queria se sentar comigo no ônibus. — Nick falou com Isabella, e parecia que todos agora prestavam atenção.
  — Mas é claro! — Isabella respondeu sem nem pensar, e seus olhos brilharam. Wtf?
  Olhei para baixo e não fui a única a perceber que ele pegava na mão dela.
  — É que eu não conheço muito bem esse clube, então você poderia me apresentar...
  — Mas é claro...
  — Não, não! — Finalmente interrompi aquela palhaçada. — Ela vai se sentar comigo.
  Isabella torceu os lábios, e eu imaginava o que estava prestes a dizer.
  — Amiga... Você pode se sentar com a Ava?
  Se meu rosto estava impassível, naquela hora assumiu uma expressão de raiva e decepção.
  — Ah, é só por hoje. — Nick sorriu debochado pra mim. — Vamos, Isabella.
  Ele pegou na mão dela e os seguiram para o ônibus.
  Eu bufei alto e peguei na mão de Ava, indo para um outro lado do ônibus.
  O nosso meio de transporte não era lá grandes coisas. Claro que a Academia Yancy poderia conseguir coisa muito melhor do que essa, mas existem pais medíocres e retardados, então não pudemos ir de jatinho ou algo parecido.
  — Argh, eles poderiam ter conseguido algo muito melhor. — Reclamou Ava ao entrarmos no ônibus.
  — Eu não estou acostumada a viajar de ônibus, Ava. — Falei, enquanto ela procurava um lugar pra sentar. — Sério, o avião do papai ta parado no Cansas e eu to aqui sofrendo nesse ônibus horrível. Ninguém merece.
  Nos sentamos em uma fileira do meio e eu desliguei meu celular, guardando-o na bolsa e pegando meu iPod quando levanto a cabeça e vejo Demi parada no corredor, nos olhando com desprezo.
  — Nossa, como você consegue falar tantas besteiras por segundo? — Ela resmungou. — Alguém escreve pra você ou sai naturalmente?
  Ava revirou os olhos e eu ri.
  — Eu não vou te responder. — Levantei as sobrancelhas.
  Ela balançou a cabeça e se retirou.

Demi's POV

  Andei até um pouco atrás do ônibus e vi Taylor sentada sozinha em uma cadeira da janela.
  — Posso? — Perguntei.
  Ela me olhou. Só agora percebi que estava lendo um livro.
  — Pode, claro.
  Sorri pra ela e me sentei, quando de repente Madison sobe no ônibus.
  — E aí. — Ela disse, chegando perto de nós.
  — Você veio. — Falei, meio surpresa e ao mesmo tempo feliz por ela estar ali.
  — Pois é, agora nosso time ta completo. — Ela bateu na minha mão, em nosso cumprimento, e se sentou na cadeira do outro lado.
   De repente um garoto grita nos bancos dos fundos:
  — Aí, já estão todos aqui, o que está esperando?
  Olhei para trás e bufei ao perceber que era o tal Joe.
  — Ainda falta uma aluna. — Respondeu o brutamontes do motorista parado em pé no ônibus.
  — Quem? — Perguntou novamente Joe.
  De repente uma menina sobe no ônibus, e pelos comentários das pessoas via que ela era conhecida entre o pessoal. Ela era da minha altura mais ou menos e tinha cabelos loiros lisos longos e olhos azuis. Era magra e curvilínea e eu admito que era bastante bonita. Ela estava usando uma blusa rosa com roxo que ia até a altura dos cotovelos com uma calça marrom e vans. Estava com um fone de ouvido. Quando ela entrou, eu ouvi comentários machistas e desdenhosos, e também comentários vulgares. Não entendi muito bem, até um garoto também dos fundos falar:
  — Hein, Chloe, já podemos ir?
  Olhei para trás e vi que era um amigo de Joe, que estava sentado ao lado dele. Pela expressão, via-se que ele não ia muito com a cara da garota.
  — Ou vai querer que a gente espere mais um pouco? — Joe levantou as sobrancelhas.
  A garota apenas o encarou e se sentou a duas fileiras atrás de mim, ocupando as duas cadeiras com as pernas. O silêncio reinou no ônibus e o motorista finalmente assumiu seu posto.
  Me virei para trás para tentar ver a garota melhor. Não conseguia ver nada além de seus headfones.
  — Quem é essa que subiu aí? — Perguntei a uma garota morena que estava sentada atrás de mim.
  — Não sabe? É a filha do diretor. — Ela fez uma cara feia ao falar da garota.
  Me virei pra frente e bufei.
  — Tomara que o lugar para onde estamos indo tenha soro antiofídico, porque aqui tem cobras altamente venenosas.
  Taylor riu.
  Depois de algumas horas, que não sei dizer quantas porque me perdi completamente, eu acordei. Não me lembro de ter dormido, mas já era de noite quando abri os olhos e observei o lugar. Todos no ônibus estavam dormindo, e Taylor ressonava serenamente do meu lado, com o rosto na janela. Não havia barulho algum no lugar, o que me deu uma ideia genial.
  Procurei em minha mochila que eu havia levado para o ônibus o foguete que eu havia pegado de um dos shows da minha mãe. Não pretendia usá-lo tão cedo, mas não via cenário melhor do que esse.
  Tirei meu sapato e coloquei minhas meias listradas. Avaliei minha mochila novamente e peguei um fio de barbante preto, com as ideias ainda vindo em minha cabeça. Me levantei com cautela, sem nenhum barulho para não acordar ninguém e fui até o fundo do ônibus. Vi Joe e Ava dormindo de uma forma nada agradável, como ele com a mão na vagina dela, e fiz cara de nojo. Liguei o barbante ao dinamite e fui esticando a cordinha até o começo do ônibus. Por fim, me abaixei e acendi a ponta da cordinha. Com um sorriso no rosto, voltei ao meu lugar.

2 comentários:

  1. olha eu não me importaria se ainvez do professor gostosão quem me salvase fosse o joe k


    a Selena ficou brava com a Ana por causa que ela sentou com o Nick? aff k

    posta logo

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  2. Own perfeito *-*'
    Amei.
    Ain, to amando esse negócio de Anna e Nick >< haha'
    Posta logo flor.
    Bj ;*

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sábado, 19 de março de 2011

Depois da Chuva - 17

“O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca.” — Pequeno Princípe.

Campus I
Academia Yancy
Nova York, USA
Joe's POV

  O sinal já havia tocado há muito tempo e meu nome não parava de ser chamado no Campus para nos reunirmos e finalmente irmos pra viagem de férias. Minhas malas já estavam praticamente prontas e eu também já estava arrumado. Fui para o campus e sentei em um carrinho de golfe junto com demais carrinhos que pareciam já estar lotados e mandei uma mensagem pra Ava, que chegou alguns minutos depois. Notei que ela estava meio abatida, mas não perguntei de imediato. Ela se sentou ao meu lado e colocou a cabeça em meu ombro, suspirando.
  — Ah, não sei porque essa Demi cismou comigo. — Ela bufou.
  Eu ri.
  — Ava, não se preocupe, eu te defendo. — Garanti a ela. — E quanto ao que você me contou da Selena, se alguém perguntar, eu nego tudo.
  Ela me olhou e sorriu, aquele sorriso que bem no fundo me matava de tão lindo.
  — Pena que é proibido, se não eu te enchia de beijos agora. — Ela mordeu os lábios.
  Eu apenas a encarei e ri, a beijando logo em seguida, sem me importar com seguranças ou alunos. Eu nunca havia me importado com isso quando queria fazer algo.

Campus I
Academia Yancy
Nova York, USA
Nick's POV

  Depois de algum tempo que eu estava com Anthony e Logan, Taylor apareceu e se juntou a nós, também pronta pra viagem. Ela havia se trocado e agora estava usando um vestido roxo curto soltinho com babados no decote, uma blusa de frio fina branca aberta que estava enrolada até seus cotovelos e uma sapatilha preta. Seu cabelo estava solto com os cachos esvoaçando e eu percebi Anthony a olhando, o que me fez rir por um momento.
  De repente um carro parou no meio do campus. Em cima nós víamos a placa de táxi, e uma pessoa saiu do banco de trás. Era um garoto magrelo e esquisito, com óculos fundos de garrafa e um cabelo ridículo liso e usava uma boina e roupas estranhas. Do nada algumas pessoas começaram a reparar nele e um grupinho foi ao seu encontro. Entre eles aquele garoto com que quase arranjei briga duas vezes.
  — E aí, Mason! — Ele gritou. E de repente ele simplesmente empurrou o garoto para o chão, derrubando suas malas e tudo.
  Eu arregalei os olhos para aquilo. E o pior que em vez de ajudarem, as outras pessoas começaram a rir escandalosamente e apontarem para o garoto no chão. O marrento chegou perto de Mason e começou a caçoar dele, chamando-o de trouxa ou de filhinho da mamãe, junto com outros caras que também eram uns imbecis.
  Eu não havia percebido, mas já estava caminhando até eles, cheio de ódio com o que aquele pessoal estava fazendo, a passos firmes. Senti alguém pegar em meu braço e me puxar.
  — Nick, não! — Gritou Anthony. — Não se meta...
  Mas eu me soltei dele agressivamente e fui até o garoto caído no chão. Vendo que aquele grandalhão de antes estava em cima dele, o empurrei com o ombro com toda a força até que o mesmo caísse no chão ao lado do garoto e levantei Mason. Não havia reparado como quando cheguei, as pessoas simplesmente saíram de perto.
  — Está tudo bem? — Perguntei a Mason assim que ele já estava "seguro" de pé. — Foi mal, eu não te vi. — Falei com o grandalhão idiota que havia derrubado no chão, com um sorriso falso. Me virei de volta pra Mason: — Já pegou suas coisas? Já tem um carrinho?
  Ele balançou a cabeça para as duas coisas e eu o puxei para arranjarmos um carrinho pra ele. O grandalhão olhou pra mim com pura raiva e enquanto eu saía com Mason, a multidão ainda o zoava.

Campus I
Academia Yancy
Nova York, USA
Logan's POV

  Ao assistir a confusão que o tal do Nick havia arrumado, eu me segurei para não começar a rir naquele momento. Como ele pode se achar o defensor das pessoas desse jeito? Se todos estavam zoando o pobre garoto, era porque ele tinha que ser zoado, não? Pelo menos aqui é uma bela democracia. Mas pessoas como o tal Nick não entendiam isso.
  Após ele sair com o tal Mason para longe, fui até o grupinho que havia se formado depois disso, entre eles estava o grandalhão que havia empurrado o garoto e algumas gatas.
  — Mandou bem, cara. — Coloquei a mão no ombro do garoto, que me olhou meio surpreso, mas balançou a cabeça.
  — Que idiota. — Ele resmungou, se lembrando da situação.
  — E aí, gata. — Falei com uma morena ao meu lado, e assim fomos conversando.

Campus I
Academia Yancy
Nova York, USA
Taylor's POV

  Depois de um tempo, todos começaram a ir atrás de seus carrinhos, para não perderem mais tempo do que perderam rindo do pobre garoto que saiu do carro. Eu ainda estava com Anthony parada, já que o tal do Logan que nos acompanhava havia sumido. Eu ainda não conhecia Anthony muito bem, portanto nós dois não conversávamos muito.
  Mas não dava mais pra esperar Nick, então nós dois começamos a andar, procurando algum carrinho.
  — Eu acho melhor o seu amigo ter seguro de vida. — Comentou ele comigo.
  Eu ri.
  — É o meu herói, o que posso fazer...

Dormitório de Selena
Academia Yancy
Nova York, USA
Selena's POV

  Depois de tudo que havia acontecido na minha vida nessas últimas horas, eu sempre queria contar ao meu pai. Peguei o telefone para ligar pra ele, mas havia me lembrado que não estava falando com ele. Puro orgulho, mas pra mim era um orgulho consciente. Mas havia acabado de me lembrar que ele também não havia me telefonado mais, o que me deixava meio angustiada. Eu precisava saber dele, portanto liguei pra William.
  O que me decepcionou mais ainda.
  — E ele não ligou mais? — Falei em um fio de voz, sabendo da situação. — Tudo bem, William... Tchau.
  Tive vontade de tampar o telefone na parede de tamanha raiva, mas apenas tampei-o na cama. Vi o retrato dele em minha estante, o que me fez lembrar de tudo e ficar com mais raiva.
  — Se você não fosse meu pai, eu nunca mais falaria com você! — Falei, apontando para seu retrato.
  Bufei, decepcionada.
  — Porque faz isso comigo, pai? — Suspirei, me sentando na poltrona branca. — Você sabe como é difícil ser eu, e está me ignorando, e não pode ignorar a minha sensibilidade assim. Porque ele faz isso comigo, Isabella? — Me virei para Isabella, que estava deitada de bruços na cama, mas não obtive resposta. — Isabella!
  — Oi? — Ela pareceu acordar.
  — Não está escutando nada! — Falei entredentes.
  — Eu... Estou sim.
  — Meu pai está me ignorando e você também. — Falei decepcionada. Isso não era possível. — O que você tem?
  Ela suspirou, e baixou os olhos.
  — Ah, é que eu estou muito preocupada. O Nick não pode me ver de maiô.
  Pareceu que uma pedra enorme havia caído sobre minha cabeça. Eu não podia estar ouvindo aquilo, ainda mais de Isabella. Não mesmo.
  — Ai, meu Deus. — Falei. — Não... Meu Deus, me salva. Era só o que me faltava! Isabella, eu já estou cansada desse Nick, ouviu? Isabella, chega!
  Eu já estava quase implorando a ela pra calar a boca sobre esse garoto.

Demi's POV

  Após sair daquele antro de patricinhas, deixei minha mala no quarto de Madison e fui procurar a mesma, pois ela não estava no quarto. Quando iria tomar atitude de fazer isso, ela entrou no quarto e percebi que estava meio abatida e chocada ao mesmo tempo.
  Enquanto andávamos para o Campus, ela me contou tudo que havia acontecido na sala do diretor e tudo que ele havia revelado a ela.
  — Não se preocupe. — Suspirei. — Não pode fazer nada além de aceitar e pronto.
  — Porque? — Perguntou ela. — Eu posso fugir daqui, é só eu não entrar no ônibus.
  — Esses músculos fizeram mal ao seu cérebro. Não acha mais fácil entrar no ônibus e viajar e na volta descobrir quem são os reis magos que pagam essa porra pra você?
  — Não vão querer me dizer. — Ela parou de andar subitamente e percebia-se que estava muito aflita.
  Eu ri irônicamente.
  — E daí? De repente está escrito em algum papel por aí, se acalme. — Olhei pra ela bastante apreensiva. — Não seja idiota, pelo menos aqui você tem teto e comida.
  — Não se trata de teto e comida. — Ela balançou a cabeça. — Também tem uma coisa chamada dignidade.
  Fala sério.
  — Sei, claro. E dignidade pode morrer de fome e de frio na rua. — Falei como se fosse óbvio. — Olha, você precisa de mais jogadores no seu time. — Apontei para a cabeça.
  — Quer saber, minha amiga? Ninguém pediu sua opinião. — Ela me olhou com raiva e saiu de perto.
  Eu dei de ombros.
  — Ok, então faça o que quiser. — Bufei. — Será que aqui não tem gente que pensa?
  Revirei os olhos e recomecei a andar para o Campus, já que pelo jeito achava que Madison havia mesmo desistido de ir. Eu estava quase na entrada, quando sinto alguém puxar meu braço brutalmente e me virar para trás. Era o tal Joe.
  — Era você mesmo que eu estava procurando. — Ele falou em tom de acusação. — Você é filha da stripper, não é?
  Eu me soltei bruscamente de suas mãos e dei um sorrisinho.
  — Pra dizer a verdade, ela não é stripper. E sou sim. Mas se você quer saber de algum teste, se enganou, eu não sei de nenhum. — Dei de ombros. — E autógrafos de famosos eu não consigo, por isso até logo. — Empurrei-o com nojo e me virei para voltar.
  — Não quero autógrafos! — O idiota gritou e me puxou novamente. — Quero que não implique com a Ava.
  Soltei uma gargalhada com o "pedido" dele.
  — E quem você pensa que é, meu filho?! O Chapolin Colorado que veio defender a donzela? Esqueceu as anteninhas, meu amor. — Apontei pra testa e me soltei dele novamente.
  — Já está avisada. — Ele disse em tom de ameaça e passou por mim, quase massacrando meu ombro.
  Eu me ligava agora na situação e percebi o quão ridículo esse garoto era.
  — Quem essa Barbie está pensando que é? — Grunhi.

  Cheguei ao Campus e vi que praticamente todos os carrinhos já haviam sido ocupados. Varri meus olhos para observar e vi Taylor sozinha em um carrinho, então fui direto pra lá. O pior é que o carrinho dela era do lado do carrinho onde Joe também estava com um menino, então nós nos encaramos brutalmente antes que eu virasse as costas pra ele.
  Me sentei ao lado de Taylor e antes que eu pudesse conversar com ela, nós ouvimos gritos. Ao longe, chegando ao Campus, uma aglomeração de meninas vinham caminhando e todas estavam falando ao mesmo tempo. A medida que elas ficavam mais perto, pude ver que elas apontavam pra uma coisa. Depois pude ver Selena e o grupinho dela na frente dessas meninas que gritavam, parecendo as rainhas da Inglaterra e as meninas suas súditas. Era só o que me faltava. Selena agora desfilava na frente dos carrinhos, e o pior que todos paravam pra olhar. Ela usava uma calça azul clara, uma blusa azul mais escura e um colete sem alças azul que ia um pouco abaixo do seio e estava aberto. No pé, ela usava sapatilhas e tudo parecia ser muito caro.
  — Não acredito. — Resmunguei, com nojo.
  — Nossa, ela é linda. — Falou Taylor. — Parece uma princesa.
  Olhei para Taylor como se ela estivesse louca.
  — Tay, ela é ridícula. — Falei. — Deve ser de outro planeta.

Selena's POV

  Eu não aguentava mais os gritos e a falação toda ao mesmo tempo das pessoas que me "perseguiam" pelo campus. Isso era um tratamento que eu e minhas amigas recebíamos constantemente, por vários motivos, tanto seja por causa das roupas que nós usávamos ou dos nossos penteado ou de qualquer outra coisa, mas as pessoas simplesmente olhavam e reparavam muito.
  Eu virei e parei de frente para a multidão, um pouco de saco cheio, mas eu não nego que gostava daquilo. Gostava de ver pessoas me invejando e caindo aos meus pés.
  — Esperem um pouquinho! — Gritei, pra ver se prestavam atenção em mim. — O problema é que a Isabella me pediu primeiro.
  A balbúrdia recomeçou. Tudo por causa de um lugar ao meu lado no ônibus.
  — Não importa! — Gritei novamente. — Tive uma ideia. Você pode ir atrás de mim, você vai na frente, você pode ir do outro lado, assim vamos todas juntinhas, ok?
  As meninas pareceram amolecer um pouco, e fiquei satisfeita com isso. No fundo eu sabia que iria demorar até ter uma oportunidade de cada uma delas se sentarem comigo em algum ônibus, mas não pensei nisso.
  De repente alguém foi se adentrando na pequena multidão a minha frente, atropelando as pessoas e pedindo com licença. Meu coração gelou ao ver o bolsista pelo qual me interessei no corredor e pelo visto o grande amorzinho de Isabella, o Nick. Ele estava usando jeans pretos e coturnos junto uma camisa xadrez roxa que ia até os cotovelos, revelando uma tatuagem em seu braço, e só agora percebi o quanto ele era forte. Quase me derreti com tanta perfeição, mas me recompus assim que ele parou a minha frente.
  — Ah, me desculpe. — Eu falei. — Mas eu não posso te dar atenção agora, eu tenho que ir pro ônibus. Não é, meninas?
  As meninas murmuram concordâncias comigo. Nick apenas abaixou a cabeça e soltou uma risada.
  — Não se preocupe. — Ele me disse. — Eu vim falar com a Isabella.
  Em um impulso, Isabella que estava um pouco atrás de mim disparou á frente para ficar de frente com Nick. Se havia algum sorriso em meu rosto, este murchou completamente. Alguns murmúrios começaram entre as outras meninas, com comentários do tipo dizendo como um garoto lindo e gostoso como este quer falar com Isabella Smith e não com Selena Gomez.
  — Eu queria saber se você queria se sentar comigo no ônibus. — Nick falou com Isabella, e parecia que todos agora prestavam atenção.
  — Mas é claro! — Isabella respondeu sem nem pensar, e seus olhos brilharam. Wtf?
  Olhei para baixo e não fui a única a perceber que ele pegava na mão dela.
  — É que eu não conheço muito bem esse clube, então você poderia me apresentar...
  — Mas é claro...
  — Não, não! — Finalmente interrompi aquela palhaçada. — Ela vai se sentar comigo.
  Isabella torceu os lábios, e eu imaginava o que estava prestes a dizer.
  — Amiga... Você pode se sentar com a Ava?
  Se meu rosto estava impassível, naquela hora assumiu uma expressão de raiva e decepção.
  — Ah, é só por hoje. — Nick sorriu debochado pra mim. — Vamos, Isabella.
  Ele pegou na mão dela e os seguiram para o ônibus.
  Eu bufei alto e peguei na mão de Ava, indo para um outro lado do ônibus.
  O nosso meio de transporte não era lá grandes coisas. Claro que a Academia Yancy poderia conseguir coisa muito melhor do que essa, mas existem pais medíocres e retardados, então não pudemos ir de jatinho ou algo parecido.
  — Argh, eles poderiam ter conseguido algo muito melhor. — Reclamou Ava ao entrarmos no ônibus.
  — Eu não estou acostumada a viajar de ônibus, Ava. — Falei, enquanto ela procurava um lugar pra sentar. — Sério, o avião do papai ta parado no Cansas e eu to aqui sofrendo nesse ônibus horrível. Ninguém merece.
  Nos sentamos em uma fileira do meio e eu desliguei meu celular, guardando-o na bolsa e pegando meu iPod quando levanto a cabeça e vejo Demi parada no corredor, nos olhando com desprezo.
  — Nossa, como você consegue falar tantas besteiras por segundo? — Ela resmungou. — Alguém escreve pra você ou sai naturalmente?
  Ava revirou os olhos e eu ri.
  — Eu não vou te responder. — Levantei as sobrancelhas.
  Ela balançou a cabeça e se retirou.

Demi's POV

  Andei até um pouco atrás do ônibus e vi Taylor sentada sozinha em uma cadeira da janela.
  — Posso? — Perguntei.
  Ela me olhou. Só agora percebi que estava lendo um livro.
  — Pode, claro.
  Sorri pra ela e me sentei, quando de repente Madison sobe no ônibus.
  — E aí. — Ela disse, chegando perto de nós.
  — Você veio. — Falei, meio surpresa e ao mesmo tempo feliz por ela estar ali.
  — Pois é, agora nosso time ta completo. — Ela bateu na minha mão, em nosso cumprimento, e se sentou na cadeira do outro lado.
   De repente um garoto grita nos bancos dos fundos:
  — Aí, já estão todos aqui, o que está esperando?
  Olhei para trás e bufei ao perceber que era o tal Joe.
  — Ainda falta uma aluna. — Respondeu o brutamontes do motorista parado em pé no ônibus.
  — Quem? — Perguntou novamente Joe.
  De repente uma menina sobe no ônibus, e pelos comentários das pessoas via que ela era conhecida entre o pessoal. Ela era da minha altura mais ou menos e tinha cabelos loiros lisos longos e olhos azuis. Era magra e curvilínea e eu admito que era bastante bonita. Ela estava usando uma blusa rosa com roxo que ia até a altura dos cotovelos com uma calça marrom e vans. Estava com um fone de ouvido. Quando ela entrou, eu ouvi comentários machistas e desdenhosos, e também comentários vulgares. Não entendi muito bem, até um garoto também dos fundos falar:
  — Hein, Chloe, já podemos ir?
  Olhei para trás e vi que era um amigo de Joe, que estava sentado ao lado dele. Pela expressão, via-se que ele não ia muito com a cara da garota.
  — Ou vai querer que a gente espere mais um pouco? — Joe levantou as sobrancelhas.
  A garota apenas o encarou e se sentou a duas fileiras atrás de mim, ocupando as duas cadeiras com as pernas. O silêncio reinou no ônibus e o motorista finalmente assumiu seu posto.
  Me virei para trás para tentar ver a garota melhor. Não conseguia ver nada além de seus headfones.
  — Quem é essa que subiu aí? — Perguntei a uma garota morena que estava sentada atrás de mim.
  — Não sabe? É a filha do diretor. — Ela fez uma cara feia ao falar da garota.
  Me virei pra frente e bufei.
  — Tomara que o lugar para onde estamos indo tenha soro antiofídico, porque aqui tem cobras altamente venenosas.
  Taylor riu.
  Depois de algumas horas, que não sei dizer quantas porque me perdi completamente, eu acordei. Não me lembro de ter dormido, mas já era de noite quando abri os olhos e observei o lugar. Todos no ônibus estavam dormindo, e Taylor ressonava serenamente do meu lado, com o rosto na janela. Não havia barulho algum no lugar, o que me deu uma ideia genial.
  Procurei em minha mochila que eu havia levado para o ônibus o foguete que eu havia pegado de um dos shows da minha mãe. Não pretendia usá-lo tão cedo, mas não via cenário melhor do que esse.
  Tirei meu sapato e coloquei minhas meias listradas. Avaliei minha mochila novamente e peguei um fio de barbante preto, com as ideias ainda vindo em minha cabeça. Me levantei com cautela, sem nenhum barulho para não acordar ninguém e fui até o fundo do ônibus. Vi Joe e Ava dormindo de uma forma nada agradável, como ele com a mão na vagina dela, e fiz cara de nojo. Liguei o barbante ao dinamite e fui esticando a cordinha até o começo do ônibus. Por fim, me abaixei e acendi a ponta da cordinha. Com um sorriso no rosto, voltei ao meu lugar.

2 comentários:

  1. olha eu não me importaria se ainvez do professor gostosão quem me salvase fosse o joe k


    a Selena ficou brava com a Ana por causa que ela sentou com o Nick? aff k

    posta logo

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  2. Own perfeito *-*'
    Amei.
    Ain, to amando esse negócio de Anna e Nick >< haha'
    Posta logo flor.
    Bj ;*

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