segunda-feira, 9 de julho de 2012

Depois da Chuva - 79

 Iniciativa. É o que tá faltando em muita gente.


  Foi um momento único. Selena continuava empurrando Nick, mas em um momento enfraqueceu. Seus músculos amoleceram quando sentiram os braços fortes de Nick pegando em sua cintura em uma pegada incrível, que fez Selena esquecer de tudo. Nick não sabia o que estava fazendo. Mas no momento ele não conseguia se lembrar que estava beijando a filha de Jayden Gomez, o cara que havia matado seu pai. Ele não pensava nisso. E Selena não sabia o que pensar. Era o caipira. Mas era o caipira que ela sabia que amava. Ou que ela pensava amar. Havia ali um misto de emoções, um misto de sentimentos, que mal podia ser descrevido. Selena dava passagem á língua de Nick e os dois dançavam, com um desejo fervendo entre os dois. E isso poderia ser perigoso.
 Se separaram com um selinho dengoso e se olharam, ainda chocados e elétricos com o que havia acabado de acontecer. Nick ainda tremia, mas não era mais de raiva, não mesmo. A cabeça dele queimava nesse momento, aquilo agora estava martelando. E o corpo de Selena não se mexia. Os dois estavam chocados. Selena já havia sonhado com esse momento uma vez, ela sabia, mas agora era a realidade. E ela estava estática.
 - Tá maluco? - sussurrou Selena, ainda tremendo.
 Nick não respondeu, apenas balançou a cabeça, em choque. Toda aquela algazarra que iria sair dali entre os dois, foi completamente cessada pelo beijo. Agora havia um clima tenso, um clima estranho.
 - Não, não, não, não... - dizia Nick, balançando a cabeça. - Olha, foi... Foi muita coisa que me veio em mente pra parar você - ele bufou. - Mas não fica pensando que...
 - Não, não - interrompeu ela, respirando fundo. - Você... Sério, não pensa que... Nada a ver...
 - Eu sei... Eu... Também não...
 Os dois mal conseguiam falar, de tanto que o coração de ambos batia forte.
 Mas Selena não iria embora, mesmo que estivesse maluca pra sair dali, ou até beijar Nick de novo. Ela precisava perguntar o que queria.
 - Bom, mas... me responde, ok? O que você quer comigo? - ela sussurrou.
 Nick ergueu os olhos, e se encararam por um tempo.
 - Nada - respondeu ele.
 - Então pra quê procurou o meu pai?
 Nick bufou e olhou pro teto. Estava na cara que não sabia como responder áquela pergunta.
 - Porque eu admiro - admitiu, fechando os olhos. - É isso.
 Selena suspirou, ainda atordoada.
 - E o Logan? Porque mandou mexer nas minhas coisas?
 - Eu juro que não tive nada a ver com isso. É sério.
 Selena engoliu em seco.
 - Eu quero acreditar - suspirou. Como não conseguia parar de olhar para os olhos de Nick? - Mas você pergunta pra Isabella toda hora sobre mim, eu sei que você pergunta!
 - É claro, é sua melhor amiga!
 - Ah, e você fala bem de mim sempre, não é? - falou irônica.
 - Óbvio, como você quer que a Isabella, que é a sua melhor amiga, fale de você? Obviamente... - ele se interrompeu, bufando. - Você não é um assunto do qual eu goste muito de falar.
 Ela mordeu os lábios, se aproximando de Nick.
 - Quer saber, eu proponho uma trégua! - deu um sorrisinho de canto. - Porque a gente não se deixa em paz? Porque, sinceramente, pra mim você não existe.
 Nick não respondeu, balançando em cabeça. Selena o olhou com nojo e deu as costas, caminhando até a porta afim de sair daquele lugar, mas foi surpreendida por Nick a puxando novamente pra dentro do quarto, colando seus corpos novamente.
 - Quer saber, pra mim você também não existe - disse com firmeza. - Então também aceito a trégua. O que você acha? Topa?
 - Falô! - gritou.
 - Legal!
 Nick soltou Selena e seguiu novamente pra dentro do quarto, deixando a garota na porta.
 - Eu já vou! - gritou.
 - Pode ir, vai lá! - ele revirou os olhos.
 Ela balançou a cabeça, ainda olhando Nick. O que ele tinha que a deixava hipnotizada? Na verdade, ela não queria ir embora, mas não podia dar pistas a Nick de que realmente havia gostado da "aproximação" com ele. Colocou suas mãos na maçaneta, mas se virou novamente pro garoto.
 - Nós vamos ter que explicar pra Isabella - falou.
 Nick bufou e colocou as mãos na cintura.
 - Olha - fechou seus olhos -, eu não acho que seja uma boa ideia. Isabella é muito ciumenta, e... - ele suspirou, não terminando a frase.
 Selena ergueu as sobrancelhas.
 - Ah, quer saber? - disse Nick. - Não rolou nada!
 Selena dessa vez o encarou, de uma forma diferente. Angústia, decepção.. como assim não havia rolado nada? Pra ela tinha rolado e muito ainda! Selena balançou o cabelo, e rapidamente abriu a porta, saindo correndo pela mesma sem olhar pra trás.
 Ao ver Selena partir, Nick sentiu a pior coisa do mundo. Ele sentiu atração. Sentiu vontade de correr atrás dela e a puxar pra mais um beijo, sentiu um, desejo louco de tê-la em seus braços. E isso ele não podia sentir.

 Demi caminhou até a sala do diretor acompanhada do professor James, do qual não conseguiu escapar afim de descnaçar. Ela não sabia se estava ferrada ou não, só tentava bolar um plano a caminho da sala. Já pensara em várias coisas, mas não saía nada. Seu rabo de cavalo já estava meio bagunçado e estava frio naquela noite, e o que ela menos queria era enfrentar o diretor Ethan. Deveria ser boazinha, pelo menos hoje.
 Ao se sentar na cadeira em frente ao diretor, Demi já imaginava que não viriam coisas boas. E ainda por cima, Joe Walker estava na sala, o que não adiantou nada no processo de Demi em tentar ficar calma.
 - Como diretor dessa instituição, eu só posso dizer que essa situação é realmente desagradável - dizia ele após um tempo de discursos com Demi.
 A garota deu de ombros.
 - Eu não sei de nada - respondeu.
 - Já chega, Demi - bufou o diretor. - Essa é a sua última oportunidade. Quem é esse menino, esse Samuel, e onde ele se esconde?
 O único sorriso que se encontrava naquela sala era o de Joe.

 Miley chegou ao quarto após ter ido ver como Demi estava, mas não conseguira. Os alunos quando fossem falar com o diretor era hiper secreto, ninguém entrava. Ao chegar no quarto, encontrou Madison sentada na cama, brincando com uma almofada e com as luzes apagadas.
 - Como a Demi está? - perguntou Miley, se sentando em outra cama.
 Madison a olhou com nojo outra vez.
 - Não esquenta não. Acho que agora ela está se reconciliando com o Joezinho, porque aposto que ele tem o seu lado bom, como você disse, né? - disse ela, irônica.
 Miley balançou a cabeça.
 - É, deve ter mesmo - olhou para baixo.
 - Ah, por favor! - gritou Madison, se levantando e jogando sua almofada no chão.
 Miley também se levantou.
 - O Joe não é mal, poxa, com o pai que ele tem ele está muito desorientado - afirmou.
 - Ah claro! E aposto que o pai dele também tem ótimos sentimentos! - ironizou Madison, caminhando até Miley.
 Miley deu de ombros.
 - Pode ser - respondeu.
 Madison puxou os cabelos, agora estressada. Miley a irritava com aquele jeito ingênuo, ela mal podia se aguentar. Tentava se acalmar antes de puxar os cabelos da garota.
 - Cara, eu não acredito, como pode ser tão ingênua! - gritou Madison.
 Miley a olhou com os olhos azuis cheios de bondade.
 - Pois é, eu sou.
 - Ah, é mesmo? Ah que peninha! - ironizou Madison. - Porque a Demi não merece isso, e ela adora você! E você não merece ela!
 Madison bufou e ela e Miley se encararam por um bom tempo. Depois das palavras de Madison, os olhos de Miley se encheram de lágrimas. Mas não iria chorar. Ela sabia que não iria chorar.
 - JÁ CHEGUEI!
 As duas olharam ao mesmo tempo pra janela a tempo de ver Samuel gritar, tentando pular pra dentro do quarto com as perninhas curtas.
 - Oh moleque, onde você estava? - Madison foi rapidamente para Samuel. - A gente tava te procurando por todos os lados. Vem aqui! - puxou ele.
 - AI! - reclamou o garoto.
 - Vem aqui. Olha só, por sua causa, a Demi está na direção, sabia?
 - O que?! - falou Samuel, chocado.
 - É - afirmou Madison.
 Samuel bufava, agora com raiva.
 - Eu defendi a Demi desse cara! - gritou ele.
 - Mas você é muito novinho, você não tem como defendê-lo, isso é trabalho pra nós - disse Miley.
 - Cala boca! - gritou para Miley.
 - E agora, o que eu fiz? - perguntou ela.
 - Você que é a culpada de tudo!
 Os olhos de Miley e Madison cresceram, confusas.
 - Eu?! - perguntou Miley.
 - Você disse pra aquela Emily, Emuly...
 - A Emily? - disse Madison.
 - Essa mesmo! - se voltou para Miley. - Que eu ouvi quando... quando o Joe disse pro amigo dele que essa Emily, Emuly, eu sei lá, que ia pegar ela de jeito!
 Madison arregalou os olhos e olhou para Miley.
 - O QUE?!

 Estava insuportável a sala do diretor com Demi e Joe juntos. Cada um se encarava com mais raiva um do outro, pareciam bichos. Duas cobras querendo se picar ao mesmo tempo, no menor momento de distração. E estava péssimo o clima.
 - Eu não sei de que garoto o senhor está falando - mentiu Demi, dando de ombros.
 Joe gargalhou irônicamente.
 - Do que me atacou cheio de violência! - disse ele, agarrando nos braços de Demi, a fazendo levantar da cadeira e olhar em seus olhos.
 Demi se solta.
 - O que eu tenho a ver com isso?
 - Ah, não vem - ele bufou. - Conhece perfeitamente, chamou ele de Samuel!
 Demi soltou um riso.
 - Ah, Joe. Eu adoraria ver a sua imaginação, assim eu poderia responder alguma coisa e acabaríamos com essa história.
 - Por favor, espera aí, Demi... - disse o diretor, se levantando.
 - AH, ME POUPA! - gritou ela, levantando as mãos e se virando para o diretor. - Pelo que eu vejo o menino é mágico! Então poderemos fazer Harry Potter, a nova versão americana?
 - Chega de palhaçada! - rugiu o diretor. - Onde está esse menino?
 Demi bufou, já se estressando.
 - Senhor diretor, eu não tenho a menor ideia de que menino é esse! - respondeu Demi.
 Joe riu e puxou Demi novamente.
 - Porque mente, Demi? - grunhiu ele.
 - Me solta, garoto! - ela se solta e novamente vira para o diretor.
 - Por favor, calma, Joe - disse o diretor, bebendo um gole de água. - Deixa eu ver se entendi: quer dizer que esse garoto não existe?
 - Exatamente! - respondeu Demi. - É outra invenção do Joseph!
 - Perdão. Quem tá inventando é ela! - gritou Joe, apontando pra Demi.
 Demi, já se estressando, se virou para olhar Joe.
 - Tudo bem - ela sorriu. - Então vai ser a sua palavra contra a minha.
 Joe a ignorou.
 - Eu juro, diretor! - ignorou a garota. - Esse garoto bateu em mim, é um malcriado.
 Demi riu.
 - É claro, Joe! Como quando eu roubei a sua carteira, não é? - ela se vira parao diretor. - Não é a primeira vez que ele me acusa falsamente.
 - Isso é verdade sim - concordou o diretor.
 Joe bufou, seu ódio crescendo por Demi.
 - Tudo bem. Mas dessa vez eu não to enganado.
 Demi balançou a cabeça. Como Joe era patético!
 - Olha, eu vou dizer o que aconteceu realmente - continuou ela. - Joe estava me pressionando pra que eu não entregasse um trabalho de ética! Deus sabe porquê! - levantou os braços.
 Joe a fuzilou com os olhos e o diretor juntou as sobrancelhas, agora intrigado.
 - É mesmo? - olhou pra Joe. - Como é isso, Joe?
 - Não - respondeu Joe. - Isso não tem nadaa ver com o menino.
 Demi se virou para Joe.
 - Me perdoa, mas tem tudo a ver - disse ela. - Porque essa jogada sua faz parte do abuso de poder do qual eu falo no meu trabalho! - se vira para o diretor. - Do qual lamentavelmente esse colégio é cúmplice!
 - Não vou permitir que você fale assim do colégio, Demi! - gritou Ethan. - Está querendo ser punida?
 - E porque vai me castigar? - provocou ela. - Por botar no meu trabalho o que eu penso? Ou por trazer um menino pro colégio que só Deus sabe porquê e só o Joe viu?

Continua.

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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Depois da Chuva - 79

 Iniciativa. É o que tá faltando em muita gente.


  Foi um momento único. Selena continuava empurrando Nick, mas em um momento enfraqueceu. Seus músculos amoleceram quando sentiram os braços fortes de Nick pegando em sua cintura em uma pegada incrível, que fez Selena esquecer de tudo. Nick não sabia o que estava fazendo. Mas no momento ele não conseguia se lembrar que estava beijando a filha de Jayden Gomez, o cara que havia matado seu pai. Ele não pensava nisso. E Selena não sabia o que pensar. Era o caipira. Mas era o caipira que ela sabia que amava. Ou que ela pensava amar. Havia ali um misto de emoções, um misto de sentimentos, que mal podia ser descrevido. Selena dava passagem á língua de Nick e os dois dançavam, com um desejo fervendo entre os dois. E isso poderia ser perigoso.
 Se separaram com um selinho dengoso e se olharam, ainda chocados e elétricos com o que havia acabado de acontecer. Nick ainda tremia, mas não era mais de raiva, não mesmo. A cabeça dele queimava nesse momento, aquilo agora estava martelando. E o corpo de Selena não se mexia. Os dois estavam chocados. Selena já havia sonhado com esse momento uma vez, ela sabia, mas agora era a realidade. E ela estava estática.
 - Tá maluco? - sussurrou Selena, ainda tremendo.
 Nick não respondeu, apenas balançou a cabeça, em choque. Toda aquela algazarra que iria sair dali entre os dois, foi completamente cessada pelo beijo. Agora havia um clima tenso, um clima estranho.
 - Não, não, não, não... - dizia Nick, balançando a cabeça. - Olha, foi... Foi muita coisa que me veio em mente pra parar você - ele bufou. - Mas não fica pensando que...
 - Não, não - interrompeu ela, respirando fundo. - Você... Sério, não pensa que... Nada a ver...
 - Eu sei... Eu... Também não...
 Os dois mal conseguiam falar, de tanto que o coração de ambos batia forte.
 Mas Selena não iria embora, mesmo que estivesse maluca pra sair dali, ou até beijar Nick de novo. Ela precisava perguntar o que queria.
 - Bom, mas... me responde, ok? O que você quer comigo? - ela sussurrou.
 Nick ergueu os olhos, e se encararam por um tempo.
 - Nada - respondeu ele.
 - Então pra quê procurou o meu pai?
 Nick bufou e olhou pro teto. Estava na cara que não sabia como responder áquela pergunta.
 - Porque eu admiro - admitiu, fechando os olhos. - É isso.
 Selena suspirou, ainda atordoada.
 - E o Logan? Porque mandou mexer nas minhas coisas?
 - Eu juro que não tive nada a ver com isso. É sério.
 Selena engoliu em seco.
 - Eu quero acreditar - suspirou. Como não conseguia parar de olhar para os olhos de Nick? - Mas você pergunta pra Isabella toda hora sobre mim, eu sei que você pergunta!
 - É claro, é sua melhor amiga!
 - Ah, e você fala bem de mim sempre, não é? - falou irônica.
 - Óbvio, como você quer que a Isabella, que é a sua melhor amiga, fale de você? Obviamente... - ele se interrompeu, bufando. - Você não é um assunto do qual eu goste muito de falar.
 Ela mordeu os lábios, se aproximando de Nick.
 - Quer saber, eu proponho uma trégua! - deu um sorrisinho de canto. - Porque a gente não se deixa em paz? Porque, sinceramente, pra mim você não existe.
 Nick não respondeu, balançando em cabeça. Selena o olhou com nojo e deu as costas, caminhando até a porta afim de sair daquele lugar, mas foi surpreendida por Nick a puxando novamente pra dentro do quarto, colando seus corpos novamente.
 - Quer saber, pra mim você também não existe - disse com firmeza. - Então também aceito a trégua. O que você acha? Topa?
 - Falô! - gritou.
 - Legal!
 Nick soltou Selena e seguiu novamente pra dentro do quarto, deixando a garota na porta.
 - Eu já vou! - gritou.
 - Pode ir, vai lá! - ele revirou os olhos.
 Ela balançou a cabeça, ainda olhando Nick. O que ele tinha que a deixava hipnotizada? Na verdade, ela não queria ir embora, mas não podia dar pistas a Nick de que realmente havia gostado da "aproximação" com ele. Colocou suas mãos na maçaneta, mas se virou novamente pro garoto.
 - Nós vamos ter que explicar pra Isabella - falou.
 Nick bufou e colocou as mãos na cintura.
 - Olha - fechou seus olhos -, eu não acho que seja uma boa ideia. Isabella é muito ciumenta, e... - ele suspirou, não terminando a frase.
 Selena ergueu as sobrancelhas.
 - Ah, quer saber? - disse Nick. - Não rolou nada!
 Selena dessa vez o encarou, de uma forma diferente. Angústia, decepção.. como assim não havia rolado nada? Pra ela tinha rolado e muito ainda! Selena balançou o cabelo, e rapidamente abriu a porta, saindo correndo pela mesma sem olhar pra trás.
 Ao ver Selena partir, Nick sentiu a pior coisa do mundo. Ele sentiu atração. Sentiu vontade de correr atrás dela e a puxar pra mais um beijo, sentiu um, desejo louco de tê-la em seus braços. E isso ele não podia sentir.

 Demi caminhou até a sala do diretor acompanhada do professor James, do qual não conseguiu escapar afim de descnaçar. Ela não sabia se estava ferrada ou não, só tentava bolar um plano a caminho da sala. Já pensara em várias coisas, mas não saía nada. Seu rabo de cavalo já estava meio bagunçado e estava frio naquela noite, e o que ela menos queria era enfrentar o diretor Ethan. Deveria ser boazinha, pelo menos hoje.
 Ao se sentar na cadeira em frente ao diretor, Demi já imaginava que não viriam coisas boas. E ainda por cima, Joe Walker estava na sala, o que não adiantou nada no processo de Demi em tentar ficar calma.
 - Como diretor dessa instituição, eu só posso dizer que essa situação é realmente desagradável - dizia ele após um tempo de discursos com Demi.
 A garota deu de ombros.
 - Eu não sei de nada - respondeu.
 - Já chega, Demi - bufou o diretor. - Essa é a sua última oportunidade. Quem é esse menino, esse Samuel, e onde ele se esconde?
 O único sorriso que se encontrava naquela sala era o de Joe.

 Miley chegou ao quarto após ter ido ver como Demi estava, mas não conseguira. Os alunos quando fossem falar com o diretor era hiper secreto, ninguém entrava. Ao chegar no quarto, encontrou Madison sentada na cama, brincando com uma almofada e com as luzes apagadas.
 - Como a Demi está? - perguntou Miley, se sentando em outra cama.
 Madison a olhou com nojo outra vez.
 - Não esquenta não. Acho que agora ela está se reconciliando com o Joezinho, porque aposto que ele tem o seu lado bom, como você disse, né? - disse ela, irônica.
 Miley balançou a cabeça.
 - É, deve ter mesmo - olhou para baixo.
 - Ah, por favor! - gritou Madison, se levantando e jogando sua almofada no chão.
 Miley também se levantou.
 - O Joe não é mal, poxa, com o pai que ele tem ele está muito desorientado - afirmou.
 - Ah claro! E aposto que o pai dele também tem ótimos sentimentos! - ironizou Madison, caminhando até Miley.
 Miley deu de ombros.
 - Pode ser - respondeu.
 Madison puxou os cabelos, agora estressada. Miley a irritava com aquele jeito ingênuo, ela mal podia se aguentar. Tentava se acalmar antes de puxar os cabelos da garota.
 - Cara, eu não acredito, como pode ser tão ingênua! - gritou Madison.
 Miley a olhou com os olhos azuis cheios de bondade.
 - Pois é, eu sou.
 - Ah, é mesmo? Ah que peninha! - ironizou Madison. - Porque a Demi não merece isso, e ela adora você! E você não merece ela!
 Madison bufou e ela e Miley se encararam por um bom tempo. Depois das palavras de Madison, os olhos de Miley se encheram de lágrimas. Mas não iria chorar. Ela sabia que não iria chorar.
 - JÁ CHEGUEI!
 As duas olharam ao mesmo tempo pra janela a tempo de ver Samuel gritar, tentando pular pra dentro do quarto com as perninhas curtas.
 - Oh moleque, onde você estava? - Madison foi rapidamente para Samuel. - A gente tava te procurando por todos os lados. Vem aqui! - puxou ele.
 - AI! - reclamou o garoto.
 - Vem aqui. Olha só, por sua causa, a Demi está na direção, sabia?
 - O que?! - falou Samuel, chocado.
 - É - afirmou Madison.
 Samuel bufava, agora com raiva.
 - Eu defendi a Demi desse cara! - gritou ele.
 - Mas você é muito novinho, você não tem como defendê-lo, isso é trabalho pra nós - disse Miley.
 - Cala boca! - gritou para Miley.
 - E agora, o que eu fiz? - perguntou ela.
 - Você que é a culpada de tudo!
 Os olhos de Miley e Madison cresceram, confusas.
 - Eu?! - perguntou Miley.
 - Você disse pra aquela Emily, Emuly...
 - A Emily? - disse Madison.
 - Essa mesmo! - se voltou para Miley. - Que eu ouvi quando... quando o Joe disse pro amigo dele que essa Emily, Emuly, eu sei lá, que ia pegar ela de jeito!
 Madison arregalou os olhos e olhou para Miley.
 - O QUE?!

 Estava insuportável a sala do diretor com Demi e Joe juntos. Cada um se encarava com mais raiva um do outro, pareciam bichos. Duas cobras querendo se picar ao mesmo tempo, no menor momento de distração. E estava péssimo o clima.
 - Eu não sei de que garoto o senhor está falando - mentiu Demi, dando de ombros.
 Joe gargalhou irônicamente.
 - Do que me atacou cheio de violência! - disse ele, agarrando nos braços de Demi, a fazendo levantar da cadeira e olhar em seus olhos.
 Demi se solta.
 - O que eu tenho a ver com isso?
 - Ah, não vem - ele bufou. - Conhece perfeitamente, chamou ele de Samuel!
 Demi soltou um riso.
 - Ah, Joe. Eu adoraria ver a sua imaginação, assim eu poderia responder alguma coisa e acabaríamos com essa história.
 - Por favor, espera aí, Demi... - disse o diretor, se levantando.
 - AH, ME POUPA! - gritou ela, levantando as mãos e se virando para o diretor. - Pelo que eu vejo o menino é mágico! Então poderemos fazer Harry Potter, a nova versão americana?
 - Chega de palhaçada! - rugiu o diretor. - Onde está esse menino?
 Demi bufou, já se estressando.
 - Senhor diretor, eu não tenho a menor ideia de que menino é esse! - respondeu Demi.
 Joe riu e puxou Demi novamente.
 - Porque mente, Demi? - grunhiu ele.
 - Me solta, garoto! - ela se solta e novamente vira para o diretor.
 - Por favor, calma, Joe - disse o diretor, bebendo um gole de água. - Deixa eu ver se entendi: quer dizer que esse garoto não existe?
 - Exatamente! - respondeu Demi. - É outra invenção do Joseph!
 - Perdão. Quem tá inventando é ela! - gritou Joe, apontando pra Demi.
 Demi, já se estressando, se virou para olhar Joe.
 - Tudo bem - ela sorriu. - Então vai ser a sua palavra contra a minha.
 Joe a ignorou.
 - Eu juro, diretor! - ignorou a garota. - Esse garoto bateu em mim, é um malcriado.
 Demi riu.
 - É claro, Joe! Como quando eu roubei a sua carteira, não é? - ela se vira parao diretor. - Não é a primeira vez que ele me acusa falsamente.
 - Isso é verdade sim - concordou o diretor.
 Joe bufou, seu ódio crescendo por Demi.
 - Tudo bem. Mas dessa vez eu não to enganado.
 Demi balançou a cabeça. Como Joe era patético!
 - Olha, eu vou dizer o que aconteceu realmente - continuou ela. - Joe estava me pressionando pra que eu não entregasse um trabalho de ética! Deus sabe porquê! - levantou os braços.
 Joe a fuzilou com os olhos e o diretor juntou as sobrancelhas, agora intrigado.
 - É mesmo? - olhou pra Joe. - Como é isso, Joe?
 - Não - respondeu Joe. - Isso não tem nadaa ver com o menino.
 Demi se virou para Joe.
 - Me perdoa, mas tem tudo a ver - disse ela. - Porque essa jogada sua faz parte do abuso de poder do qual eu falo no meu trabalho! - se vira para o diretor. - Do qual lamentavelmente esse colégio é cúmplice!
 - Não vou permitir que você fale assim do colégio, Demi! - gritou Ethan. - Está querendo ser punida?
 - E porque vai me castigar? - provocou ela. - Por botar no meu trabalho o que eu penso? Ou por trazer um menino pro colégio que só Deus sabe porquê e só o Joe viu?

Continua.

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