“Era como se dissesse, sem dizer, “eu sei que já faz tempo, mas ainda amo você.” — Tati Bernardi.
- Eu estou arrasada, não dormi quase nada. - disse Emma, tirando o casaco e indo pro quarto.
- Mas aonde você estava, hein? - perguntou Mia, indo atrás dela.
- Fui ver a Demi.
- Brigaram de novo? - Mia foi irônica.
- Digamos que foi como passar 2 dias em uma guerra. - Emma se sentou na cama confortável.
- Ah, mas por que você não deixa a Demi em paz? Essa menina sabe muito bem como se virar sozinha.
- Ah, esse é o problema. Não é mais uma menina. E duvido que algum dia tenha sido. É muito duro ver que a minha filha não precisa mais de mim. E pior que a incomodo.
- É a lei da vida, os passarinhos voam do ninho. - sorriu Mia. - Mas uma filha, mesmo tendo 100 anos, sempre precisa da sua mãe.
- Não é o meu caso. Demi não só não precisa de mim, como me detesta! - Emma faz uma cara triste. Era duro pensar desse jeito, mas era a verdade. - Um chazinho, por favor? - ela pede ao segurança, que saiu do quarto. O telefone toca na sala.
- Ai, não parou de tocar o dia todo. - disse Mia, irritada, se levantando e indo pra sala. - Todo mundo te ligou, já nem sei mais o que falar.
- Não to pra ninguém, ta bom?
- Também não pode desaparecer. - gritou Mia da sala. - Alô? - ela abre um sorriso - Ah, ela está aqui sim. De que se trata? - Emma a fuzila com os olhos - Ah, peraí, só um minuto.
- Eu disse que não - sussurrou Emma.
- Eu estou cansada de mentir pra você. Eu não consigo inventar mais desculpas, atende.
- Essa é a última vez. Da próxima, eu te boto na rua. - disse Emma, irritada, pegando o telefone. - Alô?
- Oi, mãe - a voz de Demi soou no telefone.
- Demi?! - os olhos de Emma viraram holofotes. - Meu amor, eu não estou acreditando.
- Ir embora sem se despedir é falta de educação.
- Eu pensei que já tínhamos nos despedido. Outra conversinha como a última que tivemos, e eu não ia resistir.
- Chegou bem? - a voz de Demi era doce, amigável.
- Estava preocupada, meu amor? - Emma sorriu de orelha a orelha.
- Claro, né. Já estava me vendo na delegacia tentando descobrir onde estava a coroa que se perdeu na estrada. Na sua idade, as pessoas tem um colapso mental, mãe.
- E isso significa o que?
- Eu liguei pra dizer que está tudo bem. Está muito bem, não começa com seus rolos. E também pra dizer que... Que fez muito mal em ir embora, eu nem sei o que veio fazer aqui.
- Me desculpe, meu amor.
- Mas por outro lado, você tinha razão. Não é nada fácil ficar sozinha aqui, como alguém me disse hoje, aqui não é meu ambiente.
- Não se preocupe. Você vai transformar no seu ambiente, meu amor.
- E o que quer dizer com isso?
- Conhecendo você. Se não gosta do que vê, tenho certeza de que você vai mudar.
- Bom, é que... Acontece que eu já fiz algumas coisinha pra mudar tudo.
- Que coisinhas? - perguntou Emma confusa.
- Ah, nada não, nada em especial. Mas... Talvez o diretor te ligue e diga alguma coisa que você não goste muito.
- É sobre... Sobre o Mason? O que houve?
- Ah, já descobri como você foi embora ontem. Foi de vassoura.
- (ri) Filha, eu não sou nenhuma bruxa. Mas também já tive 16 anos e... E um monte de conversa. Vai, me conta logo.
- (bufa) Nada. Acontece que eu exagerei um pouco e... - sua voz de hesita - E... Olha, o Mason não existe.
- As coisas não acontecem por nada, Demi. Você fez o que sentia, não foi?
- Eu sei. - Demi suspira - Mas fiz muito mal.
- Não. Então está tudo perfeito.
- Mãe - a voz de Demi fica embargada - Por que não conseguimos conversar assim quando nos vemos?
- Por que você é uma menina mal educada.
- (ri) Então você é uma velhota que não entende nada.
- Ah, agora eu estou mais tranquila. Tudo está voltando ao normal.
- De normal, você não tem nada, mãe.
- Você também não. Por sorte.
--
- Demi, o diretor ta te procurando - disse Madison, correndo até Demi assim que ela desliga o telefone. - Olha, se prepara, por que ele tava com uma cara... - ela fecha a cara. - Ta com medo? - perguntou ela. Demi olhou para o telefone, sorrindo.
- Agora não. - respondeu ela, sorrindo.
--
- Temos que ficar com os olhos bem abertos, por que os criminosos sempre deixam pistas que denunciam eles. - disse Logan, andando de um lado pra outro com Jacob e Selena na frente do hotel.
- Por acaso você fez curso de detetive? - perguntou Selena. Logan riu.
- Claro que não. Mas o meu tio trabalhou no FBI. Obviamente, ele nunca contou pra família, pra não dar problema pra gente. Mas descobriram quando ele pediu as contas. - respondeu Logan.
- Ah, é? E a vida inteira ele fez segredo disso? - perguntou Selena, rindo, não acreditando em nenhuma palavra de Logan.
- O Logan não pode ter um tio detetive ou o quê? - disse Jacob para Selena.
- Nem vem, eu não acredito nele. - ela riu.
- E o quem tem de mal? - riu Jacob.
- Pra você poder acreditar... bem, não sei... eu posso te contar abertamente que um dia confundiram um avião de missionários com um de traficantes. - disse Logan, deu um sorriso enorme, se sentando ao lado de Selena.
- Ah, não, eu te peguei, eu vi isso no filme do Schwanegger. - riu Selena.
- Mas pode ter acontecido. - disse Jacob.
- Como assim? Você acredita em tudo, Jacob. - Selena riu, mas logo ficou séria ao ver Joe e Emily vindo até eles. Ela se levantou. - Joe! Já explicou tudo pra ela?
- Já. Não se preocupe, depois conversamos. - disse Emily, séria.
- Foi mal, Emily.
- Estamos investigando a carta anônima. - disse Jacob, se levantando - Logan tem toda razão, devem ter deixado alguma pista por aí.
- É, estamos esperando a gatinha chegar com a outra carta anterior. - disse Logan. - Então, comparando as duas cartas anônimas poderemos...
- Espera aí, de quem você ta falando, que gatinha? - interrompeu Selena.
- Ah, você não estava aqui e não sabe. Adivinha quem está nos ajudando? - Jacob lhe lançou um sorriso.
- Quem? - perguntou Selena, franzindo as sobrancelhas.
- Chloe. - respondeu Jacob.
- Como é?! Como assim? Essa garota pode ser suspeita! - Selena elevou o tom da voz.
- Está aqui. - disse Chloe chegando, dando a carta na mão de Logan.
Logan sorria enquanto lia as duas cartas.
- Dá pra ver que tem a mesma letra, aposto que vem da mesma máquina.
- Deixa de ser burro, todos os computadores tem a mesma letra! - disse Joe, enquanto os outros riam.
- Bem... É óbvio, é óbvio. Disse isso por que... Temos que procurar um padrão de redação, eu sei lá... Alguma coisa que identifique as cartas, por exemplo. Não sei, os assentos. - Logan deu de ombros.
- Viu, ele tem razão. - disse Jacob.
- Não, não, não - disse Joe. - A pista não está nem no assento, nem no ponto, nem na vírgula. Eu sei quem é o responsável.
- Sabe? Quem? - exclamaram os outros, curiosos.
- Para pra pensar. Nunca tinha acontecido. Acabou de começar agora. Então quer dizer que foi um dos novos alunos. - ele suspirou - E quem poderia ser?
- É, mas eu não sei quem... - diz Selena. - Eu não sei, mas se vocês querem saber, isso é uma brincadeira de mau gosto, uma tremenda palhaçada.
- Olhem só - Joe pegou a folha da mão de Logan - Parece... Fofoca. De revista sensacionalista. E quem é a única pessoa que tem relação com shows, pessoas famosas, celebridades, cinema? - ele ergueu uma sobrancelha, sabendo exatamente quem era.
- Demi! - todos quase gritaram ao mesmo tempo.
- Ela é a culpada! E tem que pagar. - disse Joe, sorrindo.
To be continued!
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