segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Depois da Chuva - 88

"Dessa sociedade suicida que cria rótulos pra tudo, eu tenho uma vontade louca de fazer o que dé na telha , e que se dane o mundo, que se dane tudo! Ás vezes eu tenho vontade de matar aula, sair pelo mundo sem dar satisfação a ninguém, falar a primeira coisa que me vier à cabeça sem me importar com o que vão dizer, encarar a realidade com naturalidade."

Salão de Olívia, Califórnia
12h00min
‘ Por Miley


Acho que, sinceramente, não agüentava mais chorar. Me levantei do chão onde estava e enxuguei meu rosto por completo. Ao mesmo tempo me sentia idiota por me comover com aquilo, mas parecia justo. Por algum momento parecia justo. Balancei um pouco meus cabelos e me deparei com uma vassoura em minha frente, encostada na parede. Peguei-a no mesmo instante e comecei a varrer o chão do salão, comecei a limpar tudo que via, porque assim por alguns segundos alivia meu tormento. Ainda soluçava enquanto varria, não conseguia parar de chorar. Isso me causava um certo tipo de fraqueza.
Minha tia entrou novamente no salão, dessa vez com os cabelos arrumados e com outra roupa. Estava arrumada demais, mas sabia que não iria sair, e era sinal de que havia retocado muito a maquiagem. Ela me olhou e me viu chorando. Droga, não gosto quando ela me vê desse jeito. Me sinto muito fraca. Só que ela me olhou e simplesmente me ignorou. Só apareceu no salão, pegou um de seus cremes de pele e voltou novamente ao gabinete. Voltou novamente pelo mesmo lugar de onde havia entrado. Como se eu simplesmente não estivesse, como se eu não existisse.
Não sei o que me deu naquela hora, mas me deu uma vasta vontade de gritar e de espernear. Que coisa estúpida. Comecei a me sentir como se não fosse dali mesmo. Quem diria! Minha tia, a minha segunda mãe, que tinha me ajudado em tudo, estava virando a cara pra mim, em vez de me ajudar e me apoiar. Não sei bem o que eu fiz, só sei que não me segurei. Larguei a vassoura no chão e corri para dentro do gabinete.
Quando entrei, ela estava se olhando no espelho. Simplesmente se olhando. Nada havia em sua expressão, nada. Corri para trás dela, e pude ver nossos reflexos.

Miley: Eu sei que você não quer olhar pra mim! – Eu ainda chorava. – Mas mesmo assim eu vou falar o que eu sinto! Eu sei que você quebrou a cara pra que eu entrasse pro internato! O tempo que você se dedicou, que pagou aos professores! Mas, tia, entenda, eu não posso! Eu não posso! Eu não pertenço a esse lugar!
Minha voz falhava. Eu mal conseguia falar. E o silêncio dela me incomodava. Havia tanta coisa entalada na minha garganta, tantas verdades. Aquilo nem era o começo. Ela tinha que me entender, entender o que eu sinto.
Olívia: Não é isso que me incomoda! – Ela gritou, se virando pra mim.
Miley: O que é?
Olívia: Se mostre ao mundo, menina! – Ela gritou, se afastando de mim, voltando ao salão. Fui atrás dela.
Miley: E quem te falou isso?
Olívia: Não é preciso ninguém me dizer, eu vejo! – Nós andamos até finalmente pararmos na porta do salão, na calçada. – Sua mãe a convenceu de que o mundo é o quarto de sua mãe. E não é!
Eu chorava, não sabia porque. E de alguma forma não conseguia concordar com minha tia, não conseguia! Algo me impedia de pensar diferente.
Miley: Não, não – Discordei. – Eu estou com ela porque a amo! – Falávamos de Abigail.
Olívia: Tem muitas formas de amar. Não é só essa! Não tem porque ficar trancada em casa e nem nesse salão desgraçado! – Aponta para dentro do salão. – Sai daqui! Sai dessa cidade! Vai por aí, grita, se diverte, VIVE!
Miley: Mas esse é o meu mundo!
Olívia: Esse é o seu esconderijo! – Gritou, já enfurecida. – Lá fora tem um universo para explorar e você tem tudo para conquista-lo! Não pode ficar assim, eu tenho raiva de ver você assim, eu não posso suportar!
Miley: Mas eu tentei... – Eu já começava a soluçar novamente.
Olívia: Isso não é verdade, não tentou nada! Insista, não desista!
Eu não conseguia descrever o que se passava na minha cabeça naquele momento. Eram tantas coisas que queriam gritar, e tantas outras pressões. Dos dois lados haviam idéias, opiniões e outras coisas. As vezes eu pensava que essa “implicância” da minha tia comigo era porque ela queria decidir a minha vida por mim. Eu sempre fui uma menina quieta, certinha, caseira, ingênua... Muitas vezes intitulada a “santa” por todos. Nunca consegui cometer erros por livre e espontânea vontade. Na verdade eu fugia dos erros. Minha tia se consagrou, fez do possível ao impossível para me colocar no UPE e, quando cheguei para sentir a experiência, não era o que eu esperava. Mas ela insistia que era aquilo que era pra mim! Que lá era o meu lugar! E eu não conseguia pensar desse jeito. Algo me bloqueava de pensar assim.
Olívia: Porque se dar por vencida tão facilmente? – Perguntou ela, quase gritando. Eu ainda chorava.
Miley: Porque eu não consigo! – Gritei em resposta. – Poxa, eu não consigo! Pra mim dá muito trabalho!
Olívia: Você está pensando que não aceitam você, está pensando naqueles imbecis?! – Gritou ela, dessa vez estava realmente furiosa. – Eu mudo você de colégio, mas que ELES não sejam essa desculpa! Porque você não pode ficar aqui, POR FAVOR! Você tem que entender isso.
Miley: O problema não são os outros alunos, o problema sou eu.
Olívia: Você?! – Ela perguntou, pasma, abaixando o tom de voz. – Mas porque você, filha? Você é uma santa!

Dessa vez, minhas lágrimas caíam em jorrões. Lembranças más sempre me fazem isso.

Miley: Porque... Porque eu não sou igual aos outros! Eu tenho alguma coisa errada!
Olívia: Não, está errado! – Ela me interrompeu. – Quem está errada é você.

O telefone logo então tocou. Minha tia olhou pra mim com olhos arregalados, ainda pasma, e caminhou para dentro do salão. Eu sequei minhas lágrimas e tentei abafar os soluços, pois também queria saber quem havia ligado. Ela chegou ao telefone, respirando fundo.

Olívia: Alô? – Atendeu. – Sim, quem quer falar? – 1 minuto depois, ela me olhou, franzindo as sobrancelhas. – Demi?
Miley: Não! – Eu sussurrei, balançando as mãos, implorando pra que ela não falasse que eu estava ali. Pra aliviar, corri para o gabinete.
Olívia: Não... Desculpe, é que eu acabei de chegar e... Se quiser ligue um pouco mais tarde – Ela deu a desculpa.
“Está bem. Então, peça a ela pra me ligar, está bem? Preciso falar com ela. E... Também diga que estou com saudade. Ok? Obrigada.”

Ouvi minha tia batendo o telefone o gancho e pude perceber que havia desligado. Não estava muito afim de falar com Demi e nem com ninguém da UPE, não queria dar explicações. Na verdade, sabia que Demi iria me procurar, mas queria fugir meus pensamentos da UPE e de tudo que a envolvia.

Olívia: Miley, filha! – Ela gritou. – Desliguei! Filha, venha cá, por favor!

Salão principal, Upper East Side
12h30min
‘ Por Demi


Desliguei o telefone. Havia acabado de falar com a tia de Miley, a qual não lembrava o nome agora. Mas não agüentava mais ficar sem notícias de Miley. Ela havia sumido, sem mais nem menos, e nem deixado notícias. Isso me angustiava. Enquanto guardava meu iPhone no bolso, fui surpreendida pelo professor John, o qual parou na minha frente, segurando uma folha de papel nas mãos.
John: Você e eu temos uma conversa pendente – Ele sorriu, encostando seus ombros na parede. E que sorriso! Eu apenas suspirei.
Demi: Não. Se é por causa do trabalho, não sei, se quiser eu faço outro – Revirei os olhos. – Me dê 5, tanto faz, dá na mesma – Dei de ombros.

Ele apenas balançou a cabeça, me olhando como se eu realmente não fosse normal. Mas que sorriso é esse, meu Deus? Porque esse professor gatão não pode parar com isso? É um assédio pscicológico, e eu não posso mais me envolver com isso, já beijei um professor, se lembram? Pois então.

John: No trabalho você tirou um 10! – Ele sorriu. Meus olhos se arregalaram.
Demi: É verdade?! – Perguntei, surpresa.
John: Claro. Um 10 pelo conteúdo e pela sua valentia! – Ele me estendeu o papel em suas mãos, que quando vi era meu próprio trabalho.

Eu ainda não conseguia acreditar. Achava sinceramente que ele me daria um 5... Ou quem sabe um 0 logo! Essa simpatia dele o tornava ainda mais gato, que droga! Logo em seguida, ele pegou no meu ombro e me encaminhou até um dos bancos do salão, que no momento se encontrava com poucas pessoas.

John: Agora o que eu quero, Demi, que com a mesma valentia e franqueza, me diga o que estava fazendo naquele terreno abandonado.

Minhas pernas tremeram. Como assim ele me viu? Isso não podia estar acontecendo! Minha mente girou e a primeira coisa que consegui pensar foi em Samuel, e se ele havia visto vestígios ou havia visto o próprio Samuel. Senti minha língua embolar e tremer.

Demi: É... Era que eu estava tentando lembrar, professor... E sabe o que é? É que eu já tinha esquecido desse incidente e não sei porque... Acho que eu estava andando – Nunca gaguejei tanto na minha vida. Ele me olhava com uma cara de desconfiado. Normal. – Fazendo cooper... Qualquer coisa.
John: E porque você não prova e diz a verdade? É melhor.
Demi: Professor, eu juro de verdade que não lembro! – Tentei convencê-lo da melhor forma possível. – Sério! Qualquer coisa que eu disser vai parecer mentira, porque agora eu não lembro.

Ele assentiu com a cabeça, e mexeu nos cabelos. Isso é golpe baixo!

John: Olha, Demi, eu não dou conselhos, não sou ninguém de verdade. Mas eu posso compartilhar experiências. E nesse lugar eu digo que... Tem coisas que não valem a pena! – Ele suspirou. Eu juntei as sobrancelhas, confusa. – Tem coisas que não tem sentido.
Demi: O que quer dizer? – Perguntei, confusa.
John: É muito bonito ser valente. Pra mim é perfeito, lutar contra a injustiça, muito bem. Mas num lugar proibido, onde é perigoso só pra poder descumprir uma norma, pra mim é idiotice! Principalmente pra alguém como você. Que eu considero muito inteligente.

Ele simplesmente deu um sorriso de canto e se levantou, se retirando. Eu ainda processava as palavras dele. Com certeza ele não sabia de nada, nadinha do Samuel. Nem sabia o que eu iria fazer lá no terreno. Mas o que ele quis dizer? Que quebrar regras era idiotice? Principalmente aqui? Eu não conseguia analisar, não conseguia achar lógica. Teria que conversar com ele mais vezes, é claro. E seria um prazer enorme!
Olhei-o subindo as escadas e me levantei do banco. Agora tudo parecia ganhar um pouco mais de lógica. Um pouquinho, apenas.

Demi: Valeu, professor – Falei a mim mesma. – Eu vou me lembrar disso.

E sorri comigo mesma.

Quarto de Selena, Upper East Side
13h30min
‘ Por Selena


Voltei ao quarto, já que não havia encontrado Miley lá fora. Aproveitei o caminho e joguei o panfleto do “Inferno” no lixo. É claro, rasgado em mil pedaços. Só loucos iriam nessa festa, ainda mais organizada pela Demi. Iria me desculpar com Chloe depois, mas não iria mesmo. Cheguei ao quarto, me jogando na cama. Isabella ainda estava lá, dessa vez sentada á escrivaninha, rodeada de livros, o que me deixou confusa.

Selena: O que é isso? – Perguntei, me sentando na cama.
Isabella: Ah, eu comprei algumas coisas para o Nick – Respondeu ela, sorridente. – Tadinho! Não deixaram nada.

Aquele nome me dava náuseas, literalmente. Não queria pensar naquele garoto, estava muito bem me distraindo e não pensar naquele rosto. Eu já havia ficado sabendo do que a Seita fez no quarto dele... O que me causava calafrios. Não sabia porque Isabella insistia naquele garoto.

Selena: Algumas coisinhas? – Disse irônicamente. Não eram poucas coisas, não mesmo. – Eu sempre achei que eram os meninos que compravam coisinhas para as meninas – Mandei indireta.
Isabella: Tavez no seu caso. Mas no meu não. Porque com você eles podem fazer filas e tudo, mas comigo... – Ela respirou fundo. – Além do mais, não se usa mais isso.
Selena: Não se usa mais isso? – Arqueei as sobrancelhas. – Só se for na sua terra que não se usa mais isso.
Isabella: Ah! – Ela bufou, se levantando da escrivaninha. – Nick tem razão, viu?
Selena: Tem razão em que? – Perguntei, bufando. Odiava quando ela dava razão áquele ser desprezível.
Isabella: Sobre a sua histeria! – Respondeu ela, colocando as “coisinhas” numa caixa. – Sua loucura.
Selena: O QUE?! – Gritei. – Espera, como ele tem razão sobre a minha histeria? Do que está falando? – Eu queria gritar mais. Não acreditava no que ouvia. Isabella suspirou.
Isabella: Você é uma histérica! É por isso que não tem namorado – Ela se sentou na outra cama, com a caixa no colo.
Selena: Como aquele idiota disse isso, Isabella? – Gritei, me levantando da cama, ainda irritada. – Você tem que dizer a ele que eu não sou uma histérica! Como ele se atreve?! COMO ASSIM HISTÉRICA? Por favor, me explica!

Não sei o que deu em mim. Sinceramente, foi automático. Bem lá no fundo, estava com um ódio de Nick Jonas. Ódio por ele ter tirado essas conclusões sobre mim, queria espancá-lo naquele momento por ter dito isso sobre mim. Mas por outro lado, não queria que ele realmente pensasse que eu era uma histérica. Que droga, o que esse garoto causava em mim?

Isabella: Ele disse que você é uma histérica! – Disse ela, abrindo um livro. – Que você é muito imatura pra ter um namorado. Primeiro você se insinua pra depois nada!

Arregalei meus olhos. Agora sim eu estava com ódio! Agora sim estava com realmente vontade de matá-lo! Como ele pode dizer isso?! Respirei fundo e, não sabendo o que tinha dado nas minhas pernas, corri para a porta.

Isabella: Mas ele disse isso pro seu bem! – Gritou ela antes que eu saísse ás pressas do quarto.

Sala de jogos, Upper East Side
14h05min
‘ Por Nick


Eu e Aiden ainda olhávamos para Demi de longe. Estávamos atrás da mesa de sinuca enquanto ela estava sentada em uma das mesas da lanchonete, com apenas um copo de suco ao seu lado e escrevendo algo. Estava tão perdida em seu pequeno pedaço de papel que achei meio falta de educação interromper, mas precisava ter o que queria com ela. Demi era minha amiga, não iria se estressar como outras comigo.

Aiden: É melhor a gente ir perguntar de uma vez – Apontou para Demi, enquanto me empurrava até ela.

Eu não disse nada, apenas fui com ele. Chegamos lá e Demi levantou os olhos para nos ver, e deu um sorrisinho. O máximo de sorriso que ela podia dar.

Nick: Então, Demi, vem cá, me explica uma coisa. Que história é essa de que tem que levar material escolar pra entrar na boate?
Demi: É isso aí – Ela sorriu. – Acabou de dizer. O que mais você queria saber? – Ela abaixou a cabeça e voltou a se concentrar em sua escrita. Pois é, Demi estava sem tempo.

De alguma forma, eu já sacava o que ela queria fazer. E não estava gostando.

Nick: Olha, se está fazendo isso por mim, eu juro que...
Demi: Ah querido, não venha fazer uma ceninha de macho orgulhoso, por favor! – Ela me interrompeu. – Somos amigos ou não?
Nick: Somos! – Eu abri um sorriso involuntariamente. Demi causava isso em mim. – Mas... Eu imagino, pra que o material e...
Demi: Eu estou fazendo isso por todos os bolsistas, então é melhor pedirem alguma pra lanchar e sentarem comigo! – Ela apontou para as duas cadeiras a sua frente.

Eu dei de ombros. Demi era maravilhosa. Não que ela fosse normal e jeitosa. Ela era diferente. Uma das melhores amigas que eu podia imaginar encontrar nesse antro de escola.

Nick: Pode ser – Dei de ombros e eu e Aiden nos sentamos. – Olha, se é pra todos os bolsistas ta legal, ok?
Demi: Além do mais, eu te devia uma. Pelo grupo de dança, lembra? – Eu ri.
Nick: Sabe... Gosto de você! Porque o que tem de boazinha tem de maluca! – Nós rimos e trocamos toques de mãos.

No mesmo instante que minhas mãos de Demi se separaram, Isabella apareceu em nosso meio. E parecia com a expressão cansada, ao mesmo tempo irritada.

Isabella: Nick, preciso falar com você – Ela falou diretamente comigo, como se Demi e Aiden não estivessem ali. – Urgente!
Nick: O que foi? – Eu ainda ria de Demi. – Ok, claro que sim. Com muito prazer – Me levantei. – Já volto, gente!
Demi: Tchau.
Sala de jogos, Upper East Side
14h20min
‘ Por Demi


Nick havia acabado de sair, e eu ainda permanecia na mesa com Aiden. Na verdade, não éramos muito de conversar. Na verdade, parece que nunca conversamos. Trocávamos algumas palavras por causa de Nick e essas coisas. Enquanto escrevia no meu caderno, que na verdade estava fazendo um dever de casa, Aiden olhava muito para baixo. Em alguns momentos pensei que ele estava cabisbaixo com algo. Foi quando percebi que ele estava mesmo olhando para as minhas pernas.

Demi: E você? – Perguntei, praticamente gritando, fazendo ele tirar sua atenção e olhar para mim. – Perdeu alguma coisa?
Aiden: É... Olha só, você pode me explicar a... – Ele apontava para o meu caderno.
Demi: A matéria? – Perguntei. – Quer que eu explique?
Aiden: Sim.

E lá se foi umas boas 2 horas.

Garagem, Upper East Side
15h45min


Saí da sala de jogos após explicar umas lorotas para Aiden. Eu sei que, na verdade, ele não queria saber de matéria nenhuma, foi só uma desculpa para não apanhar. E ele fez muito bem, só não sei se serei boazinha assim da próxima vez. Logo após, eu e Madison já estávamos na garagem da escola, esperando o Matthew chegar. Matthew iria me trazer algumas coisas que pedi á minha mãe, com certeza coisas para a festa, que eu não via a hora de chegar logo. Iria bombar completamente.
Eu e Madison conversávamos quando vimos a limusine de minha mãe chegar e Matthew saindo do carro as pressas.

Demi: Graças a Deus, até que enfim você chegou. Então, trouxe as coisas?
Matthew: Claro, senhorita! – Ele rapidamente foi abrir uma das últimas portas do carro enorme.
Madison: Que bom – Sussurrou.
Demi: Rápido, por favor!
Matthew: Olha, eu trouxe aqui essas bolsas que a sua mãe mandou! – Ele saiu do carro com milhares de bolsas nos braços.
Demi: Deixa eu ver – Peguei rapidamente as bolsas, com a ajuda de Madison.
Matthew: Desejam mais alguma coisa?
Demi: Espera! – Eu verifiquei as bolsas. – Perfeito! Muito obrigada. Pode ir, obrigada.

Ele me surpreendeu, dando uma risada.

Matthew: Meninas, quando eu era menino eu sabia de todas as coisas! – Ele dizia enquanto ia ao porta malas. – Mas agora que eu sou velho...
Madison: Tudo isso quem mandou foi a sua mãe?
Demi: Ela trouxe até mais – Eu sorri. – Agora o que você tem que fazer é achar o Samuel o mais rápido possível e eu tenho que sair daqui de qualquer maneira.
Madison: Ta bom, me dá – Ela pegou uma de minhas sacolas.

Nós estávamos entrando novamente no colégio quando de repente nos deparamos com o diretor Ethan. Na boa, não há nada pior para estragar meu dia.

Ethan: Parece que as mocinhas foram as compras! – Ele sorriu. Isso me dava nojo.
Demi: Não – Dei um sorriso. – Pior que não fomos. São umas besteiras que a minha mãe me mandou.
Ethan: Ah é? – Ele arqueou as sobrancelhas. – Posso ver? – Ele esticou os braços e pegou uma sacola. Tive uma vontade louca de arrancar aqueles dedos fora, mas não podia mais aprontar nenhuma. Pelo menos até o dia da festa.

Dei um sorriso forçado enquanto ele pegava uma bola de plástico amarela e uma camisa de marinheiro para meninas. Sim, fantasia. E o pior que Ethan era desconfiado com tudo.

Ethan: Pra quem é tudo isso, senhoritdas?

Continua.

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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Depois da Chuva - 88

"Dessa sociedade suicida que cria rótulos pra tudo, eu tenho uma vontade louca de fazer o que dé na telha , e que se dane o mundo, que se dane tudo! Ás vezes eu tenho vontade de matar aula, sair pelo mundo sem dar satisfação a ninguém, falar a primeira coisa que me vier à cabeça sem me importar com o que vão dizer, encarar a realidade com naturalidade."

Salão de Olívia, Califórnia
12h00min
‘ Por Miley


Acho que, sinceramente, não agüentava mais chorar. Me levantei do chão onde estava e enxuguei meu rosto por completo. Ao mesmo tempo me sentia idiota por me comover com aquilo, mas parecia justo. Por algum momento parecia justo. Balancei um pouco meus cabelos e me deparei com uma vassoura em minha frente, encostada na parede. Peguei-a no mesmo instante e comecei a varrer o chão do salão, comecei a limpar tudo que via, porque assim por alguns segundos alivia meu tormento. Ainda soluçava enquanto varria, não conseguia parar de chorar. Isso me causava um certo tipo de fraqueza.
Minha tia entrou novamente no salão, dessa vez com os cabelos arrumados e com outra roupa. Estava arrumada demais, mas sabia que não iria sair, e era sinal de que havia retocado muito a maquiagem. Ela me olhou e me viu chorando. Droga, não gosto quando ela me vê desse jeito. Me sinto muito fraca. Só que ela me olhou e simplesmente me ignorou. Só apareceu no salão, pegou um de seus cremes de pele e voltou novamente ao gabinete. Voltou novamente pelo mesmo lugar de onde havia entrado. Como se eu simplesmente não estivesse, como se eu não existisse.
Não sei o que me deu naquela hora, mas me deu uma vasta vontade de gritar e de espernear. Que coisa estúpida. Comecei a me sentir como se não fosse dali mesmo. Quem diria! Minha tia, a minha segunda mãe, que tinha me ajudado em tudo, estava virando a cara pra mim, em vez de me ajudar e me apoiar. Não sei bem o que eu fiz, só sei que não me segurei. Larguei a vassoura no chão e corri para dentro do gabinete.
Quando entrei, ela estava se olhando no espelho. Simplesmente se olhando. Nada havia em sua expressão, nada. Corri para trás dela, e pude ver nossos reflexos.

Miley: Eu sei que você não quer olhar pra mim! – Eu ainda chorava. – Mas mesmo assim eu vou falar o que eu sinto! Eu sei que você quebrou a cara pra que eu entrasse pro internato! O tempo que você se dedicou, que pagou aos professores! Mas, tia, entenda, eu não posso! Eu não posso! Eu não pertenço a esse lugar!
Minha voz falhava. Eu mal conseguia falar. E o silêncio dela me incomodava. Havia tanta coisa entalada na minha garganta, tantas verdades. Aquilo nem era o começo. Ela tinha que me entender, entender o que eu sinto.
Olívia: Não é isso que me incomoda! – Ela gritou, se virando pra mim.
Miley: O que é?
Olívia: Se mostre ao mundo, menina! – Ela gritou, se afastando de mim, voltando ao salão. Fui atrás dela.
Miley: E quem te falou isso?
Olívia: Não é preciso ninguém me dizer, eu vejo! – Nós andamos até finalmente pararmos na porta do salão, na calçada. – Sua mãe a convenceu de que o mundo é o quarto de sua mãe. E não é!
Eu chorava, não sabia porque. E de alguma forma não conseguia concordar com minha tia, não conseguia! Algo me impedia de pensar diferente.
Miley: Não, não – Discordei. – Eu estou com ela porque a amo! – Falávamos de Abigail.
Olívia: Tem muitas formas de amar. Não é só essa! Não tem porque ficar trancada em casa e nem nesse salão desgraçado! – Aponta para dentro do salão. – Sai daqui! Sai dessa cidade! Vai por aí, grita, se diverte, VIVE!
Miley: Mas esse é o meu mundo!
Olívia: Esse é o seu esconderijo! – Gritou, já enfurecida. – Lá fora tem um universo para explorar e você tem tudo para conquista-lo! Não pode ficar assim, eu tenho raiva de ver você assim, eu não posso suportar!
Miley: Mas eu tentei... – Eu já começava a soluçar novamente.
Olívia: Isso não é verdade, não tentou nada! Insista, não desista!
Eu não conseguia descrever o que se passava na minha cabeça naquele momento. Eram tantas coisas que queriam gritar, e tantas outras pressões. Dos dois lados haviam idéias, opiniões e outras coisas. As vezes eu pensava que essa “implicância” da minha tia comigo era porque ela queria decidir a minha vida por mim. Eu sempre fui uma menina quieta, certinha, caseira, ingênua... Muitas vezes intitulada a “santa” por todos. Nunca consegui cometer erros por livre e espontânea vontade. Na verdade eu fugia dos erros. Minha tia se consagrou, fez do possível ao impossível para me colocar no UPE e, quando cheguei para sentir a experiência, não era o que eu esperava. Mas ela insistia que era aquilo que era pra mim! Que lá era o meu lugar! E eu não conseguia pensar desse jeito. Algo me bloqueava de pensar assim.
Olívia: Porque se dar por vencida tão facilmente? – Perguntou ela, quase gritando. Eu ainda chorava.
Miley: Porque eu não consigo! – Gritei em resposta. – Poxa, eu não consigo! Pra mim dá muito trabalho!
Olívia: Você está pensando que não aceitam você, está pensando naqueles imbecis?! – Gritou ela, dessa vez estava realmente furiosa. – Eu mudo você de colégio, mas que ELES não sejam essa desculpa! Porque você não pode ficar aqui, POR FAVOR! Você tem que entender isso.
Miley: O problema não são os outros alunos, o problema sou eu.
Olívia: Você?! – Ela perguntou, pasma, abaixando o tom de voz. – Mas porque você, filha? Você é uma santa!

Dessa vez, minhas lágrimas caíam em jorrões. Lembranças más sempre me fazem isso.

Miley: Porque... Porque eu não sou igual aos outros! Eu tenho alguma coisa errada!
Olívia: Não, está errado! – Ela me interrompeu. – Quem está errada é você.

O telefone logo então tocou. Minha tia olhou pra mim com olhos arregalados, ainda pasma, e caminhou para dentro do salão. Eu sequei minhas lágrimas e tentei abafar os soluços, pois também queria saber quem havia ligado. Ela chegou ao telefone, respirando fundo.

Olívia: Alô? – Atendeu. – Sim, quem quer falar? – 1 minuto depois, ela me olhou, franzindo as sobrancelhas. – Demi?
Miley: Não! – Eu sussurrei, balançando as mãos, implorando pra que ela não falasse que eu estava ali. Pra aliviar, corri para o gabinete.
Olívia: Não... Desculpe, é que eu acabei de chegar e... Se quiser ligue um pouco mais tarde – Ela deu a desculpa.
“Está bem. Então, peça a ela pra me ligar, está bem? Preciso falar com ela. E... Também diga que estou com saudade. Ok? Obrigada.”

Ouvi minha tia batendo o telefone o gancho e pude perceber que havia desligado. Não estava muito afim de falar com Demi e nem com ninguém da UPE, não queria dar explicações. Na verdade, sabia que Demi iria me procurar, mas queria fugir meus pensamentos da UPE e de tudo que a envolvia.

Olívia: Miley, filha! – Ela gritou. – Desliguei! Filha, venha cá, por favor!

Salão principal, Upper East Side
12h30min
‘ Por Demi


Desliguei o telefone. Havia acabado de falar com a tia de Miley, a qual não lembrava o nome agora. Mas não agüentava mais ficar sem notícias de Miley. Ela havia sumido, sem mais nem menos, e nem deixado notícias. Isso me angustiava. Enquanto guardava meu iPhone no bolso, fui surpreendida pelo professor John, o qual parou na minha frente, segurando uma folha de papel nas mãos.
John: Você e eu temos uma conversa pendente – Ele sorriu, encostando seus ombros na parede. E que sorriso! Eu apenas suspirei.
Demi: Não. Se é por causa do trabalho, não sei, se quiser eu faço outro – Revirei os olhos. – Me dê 5, tanto faz, dá na mesma – Dei de ombros.

Ele apenas balançou a cabeça, me olhando como se eu realmente não fosse normal. Mas que sorriso é esse, meu Deus? Porque esse professor gatão não pode parar com isso? É um assédio pscicológico, e eu não posso mais me envolver com isso, já beijei um professor, se lembram? Pois então.

John: No trabalho você tirou um 10! – Ele sorriu. Meus olhos se arregalaram.
Demi: É verdade?! – Perguntei, surpresa.
John: Claro. Um 10 pelo conteúdo e pela sua valentia! – Ele me estendeu o papel em suas mãos, que quando vi era meu próprio trabalho.

Eu ainda não conseguia acreditar. Achava sinceramente que ele me daria um 5... Ou quem sabe um 0 logo! Essa simpatia dele o tornava ainda mais gato, que droga! Logo em seguida, ele pegou no meu ombro e me encaminhou até um dos bancos do salão, que no momento se encontrava com poucas pessoas.

John: Agora o que eu quero, Demi, que com a mesma valentia e franqueza, me diga o que estava fazendo naquele terreno abandonado.

Minhas pernas tremeram. Como assim ele me viu? Isso não podia estar acontecendo! Minha mente girou e a primeira coisa que consegui pensar foi em Samuel, e se ele havia visto vestígios ou havia visto o próprio Samuel. Senti minha língua embolar e tremer.

Demi: É... Era que eu estava tentando lembrar, professor... E sabe o que é? É que eu já tinha esquecido desse incidente e não sei porque... Acho que eu estava andando – Nunca gaguejei tanto na minha vida. Ele me olhava com uma cara de desconfiado. Normal. – Fazendo cooper... Qualquer coisa.
John: E porque você não prova e diz a verdade? É melhor.
Demi: Professor, eu juro de verdade que não lembro! – Tentei convencê-lo da melhor forma possível. – Sério! Qualquer coisa que eu disser vai parecer mentira, porque agora eu não lembro.

Ele assentiu com a cabeça, e mexeu nos cabelos. Isso é golpe baixo!

John: Olha, Demi, eu não dou conselhos, não sou ninguém de verdade. Mas eu posso compartilhar experiências. E nesse lugar eu digo que... Tem coisas que não valem a pena! – Ele suspirou. Eu juntei as sobrancelhas, confusa. – Tem coisas que não tem sentido.
Demi: O que quer dizer? – Perguntei, confusa.
John: É muito bonito ser valente. Pra mim é perfeito, lutar contra a injustiça, muito bem. Mas num lugar proibido, onde é perigoso só pra poder descumprir uma norma, pra mim é idiotice! Principalmente pra alguém como você. Que eu considero muito inteligente.

Ele simplesmente deu um sorriso de canto e se levantou, se retirando. Eu ainda processava as palavras dele. Com certeza ele não sabia de nada, nadinha do Samuel. Nem sabia o que eu iria fazer lá no terreno. Mas o que ele quis dizer? Que quebrar regras era idiotice? Principalmente aqui? Eu não conseguia analisar, não conseguia achar lógica. Teria que conversar com ele mais vezes, é claro. E seria um prazer enorme!
Olhei-o subindo as escadas e me levantei do banco. Agora tudo parecia ganhar um pouco mais de lógica. Um pouquinho, apenas.

Demi: Valeu, professor – Falei a mim mesma. – Eu vou me lembrar disso.

E sorri comigo mesma.

Quarto de Selena, Upper East Side
13h30min
‘ Por Selena


Voltei ao quarto, já que não havia encontrado Miley lá fora. Aproveitei o caminho e joguei o panfleto do “Inferno” no lixo. É claro, rasgado em mil pedaços. Só loucos iriam nessa festa, ainda mais organizada pela Demi. Iria me desculpar com Chloe depois, mas não iria mesmo. Cheguei ao quarto, me jogando na cama. Isabella ainda estava lá, dessa vez sentada á escrivaninha, rodeada de livros, o que me deixou confusa.

Selena: O que é isso? – Perguntei, me sentando na cama.
Isabella: Ah, eu comprei algumas coisas para o Nick – Respondeu ela, sorridente. – Tadinho! Não deixaram nada.

Aquele nome me dava náuseas, literalmente. Não queria pensar naquele garoto, estava muito bem me distraindo e não pensar naquele rosto. Eu já havia ficado sabendo do que a Seita fez no quarto dele... O que me causava calafrios. Não sabia porque Isabella insistia naquele garoto.

Selena: Algumas coisinhas? – Disse irônicamente. Não eram poucas coisas, não mesmo. – Eu sempre achei que eram os meninos que compravam coisinhas para as meninas – Mandei indireta.
Isabella: Tavez no seu caso. Mas no meu não. Porque com você eles podem fazer filas e tudo, mas comigo... – Ela respirou fundo. – Além do mais, não se usa mais isso.
Selena: Não se usa mais isso? – Arqueei as sobrancelhas. – Só se for na sua terra que não se usa mais isso.
Isabella: Ah! – Ela bufou, se levantando da escrivaninha. – Nick tem razão, viu?
Selena: Tem razão em que? – Perguntei, bufando. Odiava quando ela dava razão áquele ser desprezível.
Isabella: Sobre a sua histeria! – Respondeu ela, colocando as “coisinhas” numa caixa. – Sua loucura.
Selena: O QUE?! – Gritei. – Espera, como ele tem razão sobre a minha histeria? Do que está falando? – Eu queria gritar mais. Não acreditava no que ouvia. Isabella suspirou.
Isabella: Você é uma histérica! É por isso que não tem namorado – Ela se sentou na outra cama, com a caixa no colo.
Selena: Como aquele idiota disse isso, Isabella? – Gritei, me levantando da cama, ainda irritada. – Você tem que dizer a ele que eu não sou uma histérica! Como ele se atreve?! COMO ASSIM HISTÉRICA? Por favor, me explica!

Não sei o que deu em mim. Sinceramente, foi automático. Bem lá no fundo, estava com um ódio de Nick Jonas. Ódio por ele ter tirado essas conclusões sobre mim, queria espancá-lo naquele momento por ter dito isso sobre mim. Mas por outro lado, não queria que ele realmente pensasse que eu era uma histérica. Que droga, o que esse garoto causava em mim?

Isabella: Ele disse que você é uma histérica! – Disse ela, abrindo um livro. – Que você é muito imatura pra ter um namorado. Primeiro você se insinua pra depois nada!

Arregalei meus olhos. Agora sim eu estava com ódio! Agora sim estava com realmente vontade de matá-lo! Como ele pode dizer isso?! Respirei fundo e, não sabendo o que tinha dado nas minhas pernas, corri para a porta.

Isabella: Mas ele disse isso pro seu bem! – Gritou ela antes que eu saísse ás pressas do quarto.

Sala de jogos, Upper East Side
14h05min
‘ Por Nick


Eu e Aiden ainda olhávamos para Demi de longe. Estávamos atrás da mesa de sinuca enquanto ela estava sentada em uma das mesas da lanchonete, com apenas um copo de suco ao seu lado e escrevendo algo. Estava tão perdida em seu pequeno pedaço de papel que achei meio falta de educação interromper, mas precisava ter o que queria com ela. Demi era minha amiga, não iria se estressar como outras comigo.

Aiden: É melhor a gente ir perguntar de uma vez – Apontou para Demi, enquanto me empurrava até ela.

Eu não disse nada, apenas fui com ele. Chegamos lá e Demi levantou os olhos para nos ver, e deu um sorrisinho. O máximo de sorriso que ela podia dar.

Nick: Então, Demi, vem cá, me explica uma coisa. Que história é essa de que tem que levar material escolar pra entrar na boate?
Demi: É isso aí – Ela sorriu. – Acabou de dizer. O que mais você queria saber? – Ela abaixou a cabeça e voltou a se concentrar em sua escrita. Pois é, Demi estava sem tempo.

De alguma forma, eu já sacava o que ela queria fazer. E não estava gostando.

Nick: Olha, se está fazendo isso por mim, eu juro que...
Demi: Ah querido, não venha fazer uma ceninha de macho orgulhoso, por favor! – Ela me interrompeu. – Somos amigos ou não?
Nick: Somos! – Eu abri um sorriso involuntariamente. Demi causava isso em mim. – Mas... Eu imagino, pra que o material e...
Demi: Eu estou fazendo isso por todos os bolsistas, então é melhor pedirem alguma pra lanchar e sentarem comigo! – Ela apontou para as duas cadeiras a sua frente.

Eu dei de ombros. Demi era maravilhosa. Não que ela fosse normal e jeitosa. Ela era diferente. Uma das melhores amigas que eu podia imaginar encontrar nesse antro de escola.

Nick: Pode ser – Dei de ombros e eu e Aiden nos sentamos. – Olha, se é pra todos os bolsistas ta legal, ok?
Demi: Além do mais, eu te devia uma. Pelo grupo de dança, lembra? – Eu ri.
Nick: Sabe... Gosto de você! Porque o que tem de boazinha tem de maluca! – Nós rimos e trocamos toques de mãos.

No mesmo instante que minhas mãos de Demi se separaram, Isabella apareceu em nosso meio. E parecia com a expressão cansada, ao mesmo tempo irritada.

Isabella: Nick, preciso falar com você – Ela falou diretamente comigo, como se Demi e Aiden não estivessem ali. – Urgente!
Nick: O que foi? – Eu ainda ria de Demi. – Ok, claro que sim. Com muito prazer – Me levantei. – Já volto, gente!
Demi: Tchau.
Sala de jogos, Upper East Side
14h20min
‘ Por Demi


Nick havia acabado de sair, e eu ainda permanecia na mesa com Aiden. Na verdade, não éramos muito de conversar. Na verdade, parece que nunca conversamos. Trocávamos algumas palavras por causa de Nick e essas coisas. Enquanto escrevia no meu caderno, que na verdade estava fazendo um dever de casa, Aiden olhava muito para baixo. Em alguns momentos pensei que ele estava cabisbaixo com algo. Foi quando percebi que ele estava mesmo olhando para as minhas pernas.

Demi: E você? – Perguntei, praticamente gritando, fazendo ele tirar sua atenção e olhar para mim. – Perdeu alguma coisa?
Aiden: É... Olha só, você pode me explicar a... – Ele apontava para o meu caderno.
Demi: A matéria? – Perguntei. – Quer que eu explique?
Aiden: Sim.

E lá se foi umas boas 2 horas.

Garagem, Upper East Side
15h45min


Saí da sala de jogos após explicar umas lorotas para Aiden. Eu sei que, na verdade, ele não queria saber de matéria nenhuma, foi só uma desculpa para não apanhar. E ele fez muito bem, só não sei se serei boazinha assim da próxima vez. Logo após, eu e Madison já estávamos na garagem da escola, esperando o Matthew chegar. Matthew iria me trazer algumas coisas que pedi á minha mãe, com certeza coisas para a festa, que eu não via a hora de chegar logo. Iria bombar completamente.
Eu e Madison conversávamos quando vimos a limusine de minha mãe chegar e Matthew saindo do carro as pressas.

Demi: Graças a Deus, até que enfim você chegou. Então, trouxe as coisas?
Matthew: Claro, senhorita! – Ele rapidamente foi abrir uma das últimas portas do carro enorme.
Madison: Que bom – Sussurrou.
Demi: Rápido, por favor!
Matthew: Olha, eu trouxe aqui essas bolsas que a sua mãe mandou! – Ele saiu do carro com milhares de bolsas nos braços.
Demi: Deixa eu ver – Peguei rapidamente as bolsas, com a ajuda de Madison.
Matthew: Desejam mais alguma coisa?
Demi: Espera! – Eu verifiquei as bolsas. – Perfeito! Muito obrigada. Pode ir, obrigada.

Ele me surpreendeu, dando uma risada.

Matthew: Meninas, quando eu era menino eu sabia de todas as coisas! – Ele dizia enquanto ia ao porta malas. – Mas agora que eu sou velho...
Madison: Tudo isso quem mandou foi a sua mãe?
Demi: Ela trouxe até mais – Eu sorri. – Agora o que você tem que fazer é achar o Samuel o mais rápido possível e eu tenho que sair daqui de qualquer maneira.
Madison: Ta bom, me dá – Ela pegou uma de minhas sacolas.

Nós estávamos entrando novamente no colégio quando de repente nos deparamos com o diretor Ethan. Na boa, não há nada pior para estragar meu dia.

Ethan: Parece que as mocinhas foram as compras! – Ele sorriu. Isso me dava nojo.
Demi: Não – Dei um sorriso. – Pior que não fomos. São umas besteiras que a minha mãe me mandou.
Ethan: Ah é? – Ele arqueou as sobrancelhas. – Posso ver? – Ele esticou os braços e pegou uma sacola. Tive uma vontade louca de arrancar aqueles dedos fora, mas não podia mais aprontar nenhuma. Pelo menos até o dia da festa.

Dei um sorriso forçado enquanto ele pegava uma bola de plástico amarela e uma camisa de marinheiro para meninas. Sim, fantasia. E o pior que Ethan era desconfiado com tudo.

Ethan: Pra quem é tudo isso, senhoritdas?

Continua.

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