“Acho que todo mundo, nem que seja de vez em quando, sente vontade de mudar. Mudar de cara, de corpo, de casa, de cidade, de estado, de país, de mundo, de galáxia, de universo. Mudar. Começar do zero. Apagar tudo. Principalmente o passado, e as vontades do futuro.” — Matheus Rocha.
- Oh, me desculpe - diz Jayden, ao esbarrar em Nick no corredor.
- Não, me desculpe o senhor. É que eu estava no mundo da lua, a culpa foi toda minha. Perdão, senhor. - disse Nick, pegando as bebidas que haviam caído no chão.
- Estou surpreso em encontrar um rapaz tão educado quando você. Em que ano está?
- No 4º - respondeu Nick, se levantando.
- Ah, então deve ser colega da minha filha.
- Provavelmente. Qual o nome da sua filha?
- Selena. Selena Gomez.
- (surpreso) O senhor é Jayden Gomez?
- Como sabe o meu nome?
- Ah, por que o senhor é um empresário muito conhecido - disse Nick, contendo a raiva.
- Nem tanto.
- Claro que sim, senhor. Está sempre nas revistas.
- Não, não sou eu. São os meus irmãos.
- Claro, Andrew e David.
- Como sabe tanto sobre a minha família?
- (suspira) Ta bom, eu vou dizer a verdade, eu sou um admirador da empresa Gomez. E, em particular, do que o senhor faz.
- E sabe o que eu faço? - perguntou Jayden, confuso.
- Claro. O senhor é o encarregado de abrir negócios por toda a América Latina. E tem mais, o primeiro a comprar a última tecnologia para o tratamento dos tecidos.
- Me surpreende o seu interesse no assunto.
- Hum... É que eu quero estudar marketing - mente Nick. - Em Manhattan, eu tinha a assinatura de todas as revistas de economia, negócios. É por isso que eu tenho tantas informações, senhor - sorri.
- Hum... Manhattan. Não me diga - diz Jayden.
- É. E como o colégio é o melhor que tem, eu decidi vir pra cá. Eu quero ter uma ótima base. Considero isso fundamental pro meu futuro.
- Fico surpreso. Em geral, os jovens da sua idade não se importam com o futuro.
- (dá de ombros) Mas eu sim. Na verdade, é o que tem de mais importante.
- Qual é o seu nome? - perguntou Jayden, avaliando Nick.
- (sério) Nick. Nick Jonas.
- Hum... Eu tenho um conhecido em Manhattan com esse sobrenome.
- (contendo a raiva e se abaixando) Ér... Tem muitos Jonas por lá - disse Nick, voltando a endireitar ás garrafas.
- (ri) Isso é verdade. Bom, foi um prazer - sorriu Jayden, estendendo a mão para Nick. - E parabéns aos seus pais, em meu nome. Diga a eles que tem um filho muito maduro e muito responsável.
- Bem que eu queria, mas o meu pai morreu. - disse Nick, frio - Minha mãe e minha irmã ficaram em Manhattan.
- Oh, isso é muito triste - ele retorna a mão - Am... Eu queria te dar o meu cartão, mas eu não trouxe. Olha, peça a Selena. Se algum dia precisar de ajuda, pode me ligar.
- Tudo bem - ele aperta a mão de Jayden.
- Até mais. - disse Jayden, e desaparece pelo corredor.
A raiva de Nick não podia ser contida.
- A única coisa que eu preciso é destruir você e a arrogante da sua filhinha! - ele murmura a si mesmo.
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- Por aqui, Emily - disse Selena, puxando Emily cautelosamente pelo corredor com uma lanterna na mão.
- (bocejando) Eu to caindo de sono; o que a gente tá fazendo aqui a essa hora?
- É que agora que estão todos dormindo temos que aproveitar pra procurar as folhas de aloe vera, que são ótimas pra pele. Sabe, o Mason disse que é proibido cortar. Eu sei, mas acho que ninguém vai dar falta de algumas folhinhas, não é? Ah, olha só, estão aqui - elas param do lado das folhas. Emily se encosta na parede enquanto Selena pegava a faca. - O que foi? O que você tem? - perguntou Selena, vendo o desânimo de Emily.
- Nada. Eu fiquei preocupada com o Joe depois do mico que o pai dele pagou, ele ficou muito mal.
- Ai, Emily, não me diga que está mais preocupada com o Joe do que com a nossa pele!
- Desculpa, mas é isso. - suspirou Emily, se desencostando da parede - Eu vou pra cama, to caindo de sono.
- Então tá, boa noite - diz Selena quando Emily saiu. Ela se vira para as folhas - Olha, eu sinto muito, mas eu preciso de vocês, plantinhas. Me desculpem, por favor, mas vocês são ótimas. E a minha pele tá precisando muito de vocês - ela falava com as plantas enquanto as cortava.
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- A única coisa que falta agora é você começar a compor musiquinhas, Joe - disse Joe, imitando a voz do pai. Ele estava completamente bêbado, no quintal do hotel, com o violão na mão - Ain, não se preocupe, pai. eu vou quebrar agora mesmo - ele levanta o violão, para jogá-lo no chão.
- Espera, Joe, espera! O que está fazendo? - grita Selena, correndo até Joe e pegando o violão de sua mão.
- Quem é você? (ri) É um anjo, é? - ele cambaleia pro lado.
- Não, idiota, sou eu, a Selena - ela o segura antes que caia - O que você tem? Ta tão bêbado que você nem me reconhece, é?
- (ri) Selena! Ta tão bonita, parece uma princesa.
- O que você tem? Espera, você tem que se esconder, por que se não vão expulsar você se te pegarem.
- Não, não, não.
- Joe, seu pai vai te matar!
- (se solta de Selena) Por que me fez lembrar dele? Eu não quero lembrar dele! - ele cambaleia e pega outra garrafa de bebida.
- O que você vai fazer? Me dá isso, Joe, deixa isso! - ela pega a garrafa da mão dele.
- Ei, vamos dar uma voltinha - ele se aproxima de Selena.
- Que voltinha, tá maluco? Vem, temos que tirar você daqui - ela apoia o braço de Joe em seu ombro, mas logo trava. - Ah, droga, não. O que aquela idiota ta fazendo aqui? - ela põe as mãos na testa, ao ver Chloe.
- O que foi, meu amor? - pergunta Joe, dando gargalhadas.
- Escuta, Joe, coloca as mãos na minha cintura, rápido. - disse Selena, colocando as mãos de Joe na sua cintura.
- Oh, to abraçando a garota mais bonita do colégio. - disse Joe.
E, sem pensar duas vezes, Selena o beijou. O beijo com tanta força que até parecia que ela queria mesmo, mas era só pra despistar Chloe. Selena abriu os olhos e via que a filha do diretor estavam os observando, e fez sinal pra Chloe sair, a qual obedeceu e saiu rindo, prometendo ficar calada.
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- Por sorte, Selena ficou mais tranquila. Estava tão angustiada, coitada. - disse Jayden, dentro do carro, conversando com o motorista.
- Desculpe senhor, não seria outra pirraça da Selena? - perguntou William, o motorista.
- É, pode ser. Mas eu não quero me arriscar. Ela sofreu demais. - respondeu Jayden - Sabia que hoje ela mencionou a mãe?
- É sério? Que estranho.
- É, eu pensei a mesma coisa. Mas consegui acalmá-la e está tudo mais tranquilo.
Nesse momento, Emma estava andando no escuro e no sereno, ainda esperando o ônibus. Ela vê as luzes dos faróis do carro de Jayden e pensa que é o ônibus, mas se engana quando o carro quase a atropela.
- O que aconteceu? - perguntou Jayden, surpreso.
- Não foi nada. Foi uma louca que apareceu no meio do caminho, essa senhora é um perigo. Ela pode ser atropelada, coitada - disse o motorista.
- Dê a volta. Temos que ajudar essa mulher.
- E se nos assaltarem? Esse lugar é perigoso.
- Quero que dê a volta, a mulher precisa de ajuda.
- (suspira) Você que manda. - e dá a volta com o carro.
- Ai, meu Deus. Era só o que me faltava - disse Emma, vendo o carro voltar - Morrer estuprada e esquartejada pelos bandidos, já estou imaginando. Ai, já estou imaginando o que os jornais vão dizer.
- O que está fazendo? Não chega perto! - grita Emma ao ver Jayden saindo do carro.
- Ah, olá, eu... - diz Jayden, mas ele não acaba a frase por que é surpreendido pela loucura de Emma, batendo nele com o tamanco. Ele segura os braços dela, tentando contê-la, mas ela gritava "Me solta" e batia nele, como se fosse louca. Jayden e o motorista a levam pra porta do carro e ela se acalma.
- Para, me solta! - ela grita.
- Calma! Ninguém quer machucar a senhora - disse Jayden, sem fôlego.
- Não me toca! Se tocar em mim de novo, eu juro que não respondo por mim, seu velho horroso.
- Olha, a nossa intenção é ajudar. Posso levar a senhora no meu carro.
- (suspira) Não... Me perdoe, é que... - disse Emma - Eu fiquei um pouquinho nervosa e eu estava esperando o ônibus e ele não passava e eu tive que andar, e... Ah, entre no carro, pode entrar - ela sai da porta do carro.
- A senhora tem certeza de que está mais calma? - perguntou Jayden.
- Am... É claro. Pode entrar, por favor - ela bota o sapato no pé novamente e entrando no carro.
- Então, o que estava fazendo sozinha por aí no meio da noite? Aqui é perigoso, você pode ser atropelada - disse Jayden, quando o carro já estava de volta na estrada.
- É que, como o ônibus não passou, eu fiquei andando, andando, por tanto tempo. Eu estou com uma dor horrível nos pés.
- Am... Já passou, ok? Eu posso levá-la aonde quiser.
- Oh, muito obrigada - disse Emma.
- Hum... Nós não nos apresentamos, eu sou Jayden Gomez.
- Ah, eu sou Emma Brown - eles apertam as mãos - O senhor já deve me conhecer, com certeza.
- Não. - disse Jayden, confuso - Pra mim, esse nome não signifca nada.
- Senhor, Emma Brown é uma das artistas mais famosas do país. Canta, dança muito bem, faz tudo senhor! - disse o motorista, empolgado.
- É, essa sou eu - Emma sorriu, animada, mas logo ficou com expressão de chorar - Ai, que horror. Minha filha não me ama e vocês não me reconheceram, o que mais pode acontecer? - ela dá um grito.
- Calma, calma, vamos levar essa senhora pra casa agora.
- Emma! - gritou ela.
- Ok, vamos levar a Emma pra casa agora, por favor. - diz Jayden, meio nervoso, e completamente confuso.
To be continued!